Neuropsicologia: entendendo processos que otimizam o desenvolvimento cognitivo e socioemocional de crianças e adolescentes Rochele Paz Fonseca PPG Psicologia PUCRS Neuropsicologia Menu Fontes de conhecimento: de onde viemos e onde estamos O que é neuropsicologia? Quais são suas principais contribuições? Funções executivas Algumas dicas para o cotidiano Reflexões práticas e perspectivas 1
De onde falo? Como pesquisadora em neuropsicologia Como neuropsicóloga clínica Como MÃE Fontes de conhecimento: de onde viemos e onde estamos Antes: confiança em livros e em pessoas Hoje 2
As crianças precisam de limites. Sigmund Freud "Precisamos educar nossos filhos. Papa Francisco 3
"Precisamos aproveitar mais a vida. Elvis Presley As crianças precisam cantar. Wesley Safadão 4
Pela graça passou a valer tudo confiança distorcida e abalada Adele Diamond, UBC, CA 5
Diferentes fontes Artigos de opinião Com base científica Sem base científica Páginas de sociedades, associações, grupos de pesquisa Artigos científicos Revisão por pares Maior fiscalização O que é neuropsicologia? Cérebro x cognição/comportamento/emoção Relação entre funções cognitivas Relação funções cognitivas x fatores de vida, sociais, culturais, biológicos 6
Contribuições da neuropsicologia Evidências científicas com algumas respostas para perguntas antigas e atuais Auxílio no entendimento do desenvolvimento do bebê ao adulto idoso Modelos cognitivos para compreensão maior sobre como pensamos, sentimos e agimos APRENDIZAGEM ESCOLAR E SOCIAL 7
O que são Funções executivas (FE)? Comportamentos mais complexos intrínsecos à habilidade de responder de modo adaptativo a situações novas, sendo, ainda, base para muitas habilidades cognitivas, emocionais e sociais (Lezak et al, 2012). Associadas a melhores saúde mental e sucesso acadêmico, social e laboral (Diamond, 2015) Possibilitam Jogo mental de/entre ideias Manejo de tempo para pensar antes de agir Encontro com novidades Manejo de desafios que não foram estimados Resistência a tentações Manutenção do foco Diamond (2013) 8
Complexidade Adaptação para metas Novidade Necessidade/ Motivação Controle Saída do piloto automático Contínuo de demanda executiva X desenvolvimento de FE Demanda reduzida Demanda média Demanda elevada Reservas cognitiva e cerebral (Stern, 2009) 9
Pureza et al (2015) Adaptação de Diamond (2013) por Jacobsen (2016) 3 COMPONENTES PRINCIPAIS Controle inibitório Atenção seletiva Autocontrole (impulsos) 3 FE SUPERIORES Planejamento Flexibilidade cognitiva (criatividade) Raciocínio Memória de trabalho Resolução de problemas 10
Controle inibitório: MAIOR DESAFIO Resistência às várias tentações de não completar tarefas ou terminar o que começamos Continuar uma atividade até alcançar seus micro e macroobjetivos mesmo que Seja chata Eu cometa erros no início Meu interesse seja limitado Haja tentações e distrações DISCIPLINA E PERSISTÊNCIA Diamond (2013, 2015) Disciplina prediz no mínimo duas vezes mais notas escolares do que o QI (inteligência) Duckworth & Seligman (2005) 11
Crianças (n=1000) com menor controle inibitório tendem mais frequentemente a se tornar adultos com Menos saúde Menores salários Mais crimes Moffitt et all (2011) Teoria da mente Habilidades socioemocionais 4-5 anos EMPATIA 12
Vídeo FE para a vida! Controle inibitório Interrompe o professor ou colegas; Não espera a sua vez para falar ou para jogar; É impaciente ; Age de forma impulsiva, sem pensar nas consequências de seus atos; Não resiste à vontade de ficar conversando o tempo todo na aula; Distrai- se com facilidade, não consegue controlar o foco de sua atenção; Tem dificuldade para controlar as emoções (grita, bate, chora ). Cardoso et al (2016) 13
Memória de trabalho Não segue corretamente as instruções das tarefas; Não consegue manter as informações em mente por tempo suficiente para usá- las em seguida; Tem dificuldade para fazer cálculos ou solucionar problemas matemáticos mentalmente; Durante a leitura, apresenta dificuldade em conectar a informação de um parágrafo com o outro e, geralmente, não compreende o que lê; A partir de um início de história, tem dificuldade de criar em cima para continua- la em uma produção textual. Cardoso et al (2016) Flexibilidade cognitiva Tem dificuldade em lidar com mudanças de planos ou de rotina; Não demonstra criatividade para resolver problemas; Apega- se a um detalhe, dificultando enxergar o todo; Mesmo frente a erros, não consegue mudar a forma como executa uma tarefa, empregando sempre a mesma estratégia ou solução; Pode ter dificuldade em entender metáforas e abstrair a informação para além do sentido literal; Pode ter dificuldade em entender perspectivas ou pontos de vista diferentes do seu. Cardoso et al (2016) 14
Relações interfunções cognitivas MATEMÁTICA Tipos de atenção Sistemas de memória FEs LINGUAGEM ORAL E ESCRITA Desenvolvimento FE Esboços desde bebês Picos 5-7 anos 14,15 anos Homens: 35 x mulheres: 30 Até último dia de vida 15
Cardoso et al (2016) Figura 1. Tendência de desenvolvimento das FE. Retirado de Center on the Developing Child at Harvard University (2011, p. 5). 16
Fatores que contribuem para desenvolvimento das FE Biológicos: idade, sexo, genética, sono, qualidade respiração, Clínicos/mentais: humor, motivação, personalidade e temperamento Socioculturais: escolarização, hábitos de leitura, prática de esportes,, modelo pais, papel da religião Diamond (2013); Pureza et al (2015) FE x Leitura 17
Experimento fmri fluência verbal x impacto escolaridade Fonseca et al (2011) O que fazer? Equilíbrio: inflação do cognitivo x custo socioemocional Contínuo entre desenvolvimento típico e psicopatologias x erro do tudo ou nada Paciência x repetitividade Habituação x excesso de novidades: formação de hábitos e saída do defaut mode Balanço entre ser e delegar FE de/para os filhos 18
Estimular múltiplas tarefas Alternar com brincar/jogar Alternar com nada" Melhorar FE é possível? 19
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Intervenções neuropsicológicas escolares 21
AS INCRÍVEIS AVENTURAS DE APOLLO E ROSETTA NO ESPAÇO Decifrando Códigos Reproduzir os movimentos corretos com a atenção dividida entre estímulos auditivos e visuais 22
Para onde devemos ir? Perspectivas Conscientização de pais e educadores sobre desenvolvimento neuropsicológico de FE Desenvolvimento de programas de estimulação das FE Crianças Adolescentes Professores Precisamos brincar mais Dizer sim porque sim e não porque não, porque às vezes não temos explicações x adesão a regras Modelar e ensinar que atividades obrigatórias fazem parte da vida e que cumprir tarefas pode trazer bem- estar pelo próprio alcance do objetivo Gangorra entre limites e liberdade Afeto + disciplina + ambientes pró- FE 23
Cuidados sabedoria popular Eu fui criado assim e se sobrevivi não deve fazer mal.. Sequelas Deixe ele aprender quando, o que e como quer Quando quiser ele virá, ele fará. Autoconhecimento e bom senso Ele/Ela faz de propósito para me testar (cautela x contínuo) Muito obrigada por sua ATENÇÃO EXECUTIVA! rochele.fonseca@pucrs.br 24