REFLEXÕES SOBRE INOVAÇÃO, DESENVOLVIMENTO LOCAL E GOVERNANÇA: DOIS ESTUDOS DE CASO Renata Lèbre La Rovere, Professora do Grupo Inovação - IE/UFRJ e Pesquisadora do INCT PPED/CNPq
SÍNTESE DA AGENDA DE PESQUISA RECENTE Conhecimento é base para novo paradigma socioeconômico Geração e difusão de conhecimento depende de ativos complementares e competências da firma Aprendizado tecnológico difere de acordo com setor, com porte e com capital social das empresas Competências e governança precisam ser analisadas em conjunto Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 2
SÍNTESE DA AGENDA DE PESQUISA RECENTE Spillovers dinamizam crescimento de regiões Capital social exercido numa região ou em redes formadas por proximidade organizacional Região tem papel redefinido enquanto locus do buzz e de sistemas de inovação Globalização afeta capacidade inovadora através das oportunidades geradas pela inserção em cadeias globais Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 3
INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO LOCAL Externalidades podem ser divididas em externalidades ligadas à produção e externalidades tecnológicas (Paci e Usai, 2000) Externalidades ligadas à produção: De localização: compartilhamento de infra-estrutura comum Pecuniárias: associadas a preços de insumos, equipamentos e mão de obra Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 4
INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO LOCAL Externalidades tecnológicas: advêm do compartilhamento de tecnologia Externalidades tecnológicas mais importantes para o processo de criação e difusão de conhecimento: economias de especialização e economias de diversidade Economias de especialização: quando a especialização de uma região favorece o desenvolvimento de competências para a inovação Economias de diversidade: quando a diversidade do ambiente de uma região estimula a criatividade. Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 5
INOVAÇÃO E GOVERNANÇA Conhecimento codificado e tácito, global e local Deve-se levar em consideração os custos de identificação, acesso, assimiliação e aplicação de conhecimentos codificados no desenvolvimento de inovações Mecanismos de governança como suporte ao estabelecimento de normas de conduta, hierarquia e dependência mutua que irão balizar a cooperação entre as firmas Clusters como provedores de conhecimento tácito (aderente ao local) Criação de conhecimento dentro das firmas Também cria custos associados à coordenação papel das rotinas Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 6
GOVERNANÇA E COMPETÊNCIAS Competências e governança precisam ser analisadas em conjunto: As competências da firma são construídas a partir de interações entre indivíduos dentro da firma Os mecanismos de governança balizam a cooperação entre firmas Competências e cooperação são essenciais para a atividade inovadora Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 7
ESTUDOS DE CASO: PORTO DIGITAL E TECNÓPOLIS Extraídos do Projeto Knowledge Cities: Software and Information Technologies Services Clusters in Argentina and Brazil, financiado pelo IDRC CLUSTERS CIDADE PAIS Blumenau Blumenau Brasil Cordoba Cordoba Argentina Porto Digital Recife Brasil Rosario Rosario Brasil Salvador Salvador Brasil Techtown Hortolandia Brasil Tecnopolis Petropolis Brasil Tecnopuc Porto Alegre Brasil Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 8
ESTUDOS DE CASO: PORTO DIGITAL E TECNÓPOLIS Porto Digital: Surge como projeto de Governo que quer revitalizar território e constata existência de competências em software na região de Recife Introduz mecanismos de governança explícitos para gestão do território e das relações entre firmas Age como catalisador de redes previamente existentes no território e fomenta novas redes Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 9
ESTUDOS DE CASO: PORTO DIGITAL E TECNÓPOLIS Petrópolis Tecnópolis: Surge como projeto de Governo que quer revitalizar território e constata possibilidade de atrair empresas devido a atratividade do local Introduz mecanismos de governança explícitos para gestão do território Ausência de rede local envolvendo empresas e instituições de ensino/pesquisa Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 10
ESTUDOS DE CASO: PORTO DIGITAL E TECNÓPOLIS Resultados Porto Digital: 130 instituições, sendo mais de 100 empresas, seis filiais de multinacionais, quatro centros de pesquisa, representações locais de instituições de apoio em nível municipal, estadual e federal 4000 empregos criados desde 2000 Participação trabalhadores com ensino superior na mão de obra das firmas de TIC passou de 58,6% para 62,6% entre 2002 e 2006 Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 11
ESTUDOS DE CASO: PORTO DIGITAL E TECNÓPOLIS Resultados Tecnópolis: Numero de empresas cresce lentamente (50 em 2002, oitenta em 2007); apenas um projeto envolvendo uma filial de multinacional Percentual de mão de obra de nível superior empregada nas firmas de TIC cresce rapidamente (de 33,1% em 2002 para 68,6% in 2006) Empresas porem relatam dificuldades no relacionamento com outras empresas locais e com gestores do parque Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 12
CONCLUSÕES Atividades inovadoras contribuem para desenvolvimento local dependendo das competências locais e dos mecanismos de governança Políticas para o fomento de clusters de atividades inovadoras devem levar estes elementos em consideração Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 13
OBRIGADA! CONTATOS: Renata@ie.ufrj.br (21) 3873-5274 Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 14