CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS. Renata Lèbre La Rovere, Professora e Pesquisadora do Grupo de Economia da Inovação - IE/UFRJ
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1 CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS Renata Lèbre La Rovere, Professora e Pesquisadora do Grupo de Economia da Inovação - IE/UFRJ
2 Estrutura da Aula O papel das Instituições Aprendizado nas Empresas 2
3 O Papel das Instituições Interesse no tema conhecimento tácito vem com recuperação do trabalho de Michael Polanyi (1958, Personal Knowledge) por Nelson e Winter Este tema envolve três questões: Como o conhecimento tácito é criado? Como firmas encontram e se apropriam de conhecimento tácito? Como conhecimento tácito é compartilhado? de Economia da UFRJ 2
4 O Papel das Instituições Evolucionários colocam conhecimento tácito como sendo importante para a definição de rotinas organizacionais determinante da geografia da atividade inovadora e Duas ideias diferentes no conceito polanyano de sabemos mais do que podemos dizer : Consciência: é necessário estar consciente das habilidades envolvendo conhecimento para depois poder transmiti-las Comunicabilidade: às vezes símbolos/letras não dão conta de explicar as habilidades 4
5 O Papel das Instituições Estas duas características levam os autores a ressaltar o papel da experiência e do contexto no desenvolvimento e compartilhamento de conhecimento tácito Interesse no elemento tácito do conhecimento cresce à medida em que se torna mais fácil disseminar conhecimento codificado Difusão de conhecimento global codificado versus difusão de conhecimento local tácito => geografia importa Questões de como conhecimento é produzido, como é apropriado por firmas e como é compartilhado dão base sólida para uma geografia da inovação 5
6 O Papel das Instituições Produção de conhecimento tácito dimensões principais: Atração de recursos humanos qualificados Retenção de recursos humanos qualificados Investimentos em P&D, treinamento e educação Capacidade de absorção 6
7 O Papel das Instituições Apropriação de conhecimento tácito dimensões principais: Contexto Relações de poder Gap concepção/implementação Medida dos ativos de conhecimento 7
8 O Papel das Instituições Reprodução de conhecimento tácito dimensões principais: Interação, que se desdobra em dois aspectos: Proximidade Condições de difusão da inovação 8
9 O Papel das Instituições Respostas da literatura sobre estes temas: 1) Conceitos de regiões que aprendem, clusters, distritos industriais => firmas primeiro buscam conhecimento local, confiam mais nos vizinhos Questionamentos: elemento tácito também pode estar presente em relações globais 2) Conceito de comunidades de prática => o que importa é proximidade organizacional 9
10 O Papel das Instituições Respostas da literatura sobre estes temas: 3) Facilitadores de conhecimento => focam nos problemas associados à difusão Facilitadores de conhecimento atuam dentro de empresas na difusão de conhecimento tácito Contexto local é importante para produção mas há possibilidades de difusão em grandes empresas multidivisionais Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 10
11 O Papel das Instituições Reconstruindo Polanyi... Problema com conceito: Polanyi não especifica plenamente de que forma normas e contexto são produzidos Storper, Cooke, Morgan, entre outros, mostram papel das instituições na definição de normas e contexto Autor que pode dar importante contribuição para este entendimento => irmão mais velho de Polanyi, Karl Polanyi 11
12 O Papel das Instituições Ideias do outro Polanyi e suas implicações (1944, A Grande Transformação) Mercados são socialmente construídos, enraizados e governados Papel da proximidade institucional => compartilhamento de normas, convenções, valores, expectativas e rotinas Habilidade das empresas em apropriar conhecimento depende de instituições que governam relações de trabalho 12
13 O Papel das Instituições Ideias do outro Polanyi e suas implicações (1944, A Grande Transformação) Administradores de empresas operam com conjunto de possibilidades que são determinadas por fatores institucionais Exemplo de fator institucional que afeta decisões de empresas: governança do mercado de capitais Influências institucionais são sutis e penetrantes Firmas não têm consciência destas influências 13
14 O Papel das Instituições Ideias do outro Polanyi e suas implicações (1944, A Grande Transformação) Além de mercado de capitais, mercado de trabalho e governança corporativa são exemplos de instituições que moldam decisões de administradores a respeito de criação e uso de tecnologia Globalização expõe firmas a diferentes contextos institucionais e isso explica fracasso de experiências de compartilhamento de conhecimento 14
15 O Papel das Instituições Conclusões: Existem três dimensões do conhecimento tácito que devem ser analisadas (dizer quais) Barreiras ao conhecimento tácito são mais institucionais do que cognitivas 15
16 A Organização Aprendiz Organização é viva, porque exprime a capacidade das pessoas na empresa de aprender A empresa é um negócio de um grande número de pessoas que aprendem a trabalhar em cooperação, com tecnologias diversas e para o mercado, onde as transações são realizadas entre indivíduos que também cooperam dentro de outras empresas 16
17 A Organização Aprendiz Uma organização é o conjunto de recursos (equipamentos e principalmente funcionários) reunidos como a primeira aplicação concreta do início da empresa No princípio, como o complemento do empreendedor Com o tempo, personalidade distinta do empreendedor Se deixa de aprender, torna-se estagnada Um lugar orgânico Um campo de forças 17
18 A Organização Aprendiz A coesão geral e em longo prazo da empresa vem da visão do empreendedor Na ausência de uma cultura integradora dinâmica, os habitus, o savoir-faire ou métier, ou as rotinas que são baseadas em competências centrais e periféricas, embasam o processo de conhecimento 18
19 A Organização Aprendiz Fatores externos que interferem na coesão da empresa: Interesses da direção Aspirações dos empregados A família atual do empreendedor A família original, principalmente se forem acionistas oficialmente A central sindical O mercado como parte implicada e ao mesmo tempo constitui o objetivo operacional da empresa Internalizar e coordenar os impulsos que vêm das diversas partes é um dos papéis importantes da organização 19
20 A organização aprendiz O métier é o fundamento das vantagens competitivas de cada empresa Os recursos de sucesso do início das empresas são muito frequentemente os mesmos que provocarão seu desaparecimento: esse é o caso de 70% das empresas após 10 anos (pg. 143) A mudança voluntária transformação da informação interna e externa Gera conhecimento e savoir-faire Firma inovadora 20
21 Fontes de Vantagens Competitivas Recursos ou Competências/Savoir-faire 1. Valor: devem permitir aproveitar as oportunidades, para gerar valor 2. Raridade: um número limitado de empresas pode obtê-los 3. Não imitação: devem ser dificilmente imitáveis 4. Longevidade: mantêm a vantagem em longo prazo 5. Não substituição: os substitutos devem ser dificilmente acessíveis 6. Apropriação: a organização deve ser capaz de tirar o máximo de proveito do recurso 7. Flexibilidade: a empresa deve poder ocupar rapidamente um novo mercado 21
22 Elementos-Chave da Competitividade da grande empresa Capacidade de reagir mais rápido à mudança externa Manutenção do equilíbrio entre informal e formal Ação x reação 22
23 Elementos-chave para manter a competitividade Comportamento informal Comportamento formal Análise heurística Análise algorítmica Gestão empreendedora Gestão administradora Pequena empresa Grande empresa 23
24 Competitividade As empresas devem se basear em: Descentralização Participação Informação Garantir aos funcionários Pleno domínio sobre seu trabalho Governança sobre as rotinas e mudanças menores Participação na atividade de inovação difusa e sistemática Participação dos lucros... 24
25 Os elementos-chave para manter a competitividade Aprendizagem em anel triplo Reflexão, análise e elaboração de um modelo que permita criar sentido Objetivos Ações Resultados Correções Correções Correções 25
26 O exemplo das gazelas, ou PMEs de forte crescimento Características empreendedoras de onde as gazelas tiram sua flexibilidade: 1. Direção aglutinadora e entusiasmada 2. Inovação sistemática e forte proximidade com o mercado 3. Organização descentralizada e autogerida 4. Relações contínuas com o ambiente externo 26
27 O exemplo das gazelas, ou PMEs de forte crescimento Fatores que melhor explicam o sucesso do empreendedor: Motivação pessoal Qualidade do serviço prestado aos clientes Qualidade da gestão geral Qualidade da gestão financeira Qualidade do líder Presença de uma cultura organizacional forte Gazelas: Empreendedor é mais instruído Em média tem + 23 anos de experiência no setor Dedica em torno de 30 a 70 hrs por ano em formação avançada 27
28 Antigo e novo estilo de líder ANTIGO LÍDER Baseado em planificação Aloca e especifica as responsabilidades Controla e oferece as soluções Cria rotinas estáveis Retém o poder Apoia-se na conformidade Ressalta as obrigações contratuais Demonstra distância entre direção e funcionários Baseado em visão e missão Compartilha sua visão Motiva e inspira Cria a mudança e a inovação NOVO LÍDER Permite que os funcionários dominem e controlem suas tarefas Apoia-se no compromisso Estimula os esforços complementares Líder intuitivo que ouve os funcionários Reage ao ambiente É proativo com o ambiente Fonte: Adaptado de KOTTER, J. P. (1990, p. 195) 28
29 Características da empresa aprendiz e inovadora CARACTERÍSTICA DA EMPRESA APRENDIZ E INOVADORA 1. Estratégia de aprendizagem sistemática 2. Alto grau de participação dos funcionários e de algumas das partes implicadas 3. Formação contínua em todos os níveis 4. Emprego de tecnologias de informação para compartilhar o conhecimento 5. Retroações para desenvolver compreensão dos efeitos das ações: aprender para melhor tomar decisões 6. Relações internas que facilitam o ajustamento mútuo e a adaptação 7. Sistema de recompensas que estimula o pessoal a aprender e participar 8. Estruturas organizacionais flexíveis: facilitam mudança como resultado da aprendizagem 9. Funcionários trabalham nas fronteiras da organização para coletar informação externa a fim de aperfeiçoar os processos internos 10. Vontade e habilidade para aprender com outras organizações e consultorias 11. Cultura que estimula a experimentação responsável e o compartilhamento da aprendizagem que conduziu a sucesso ou fracassos 12. Mecanismos e relações que estimulam e apoiam o autodesenvolvimento 13. Encorajamento sistemático da inovação em todos os níveis e em todos os elementos da cadeia de valor, apoiado pelo recurso a técnicas de criatividade 14. Organização multidisciplinar e interdepartamental e engenharia simultânea 29
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