CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS. Renata Lèbre La Rovere, Professora e Pesquisadora do Grupo de Economia da Inovação - IE/UFRJ
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1 CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS Renata Lèbre La Rovere, Professora e Pesquisadora do Grupo de Economia da Inovação - IE/UFRJ
2 Estrutura da Aula Empreendedorismo e Crescimento Econômico (Wennekers e Thurik) O papel do empreendedor (Winter) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 2
3 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Wennekers e Thurik (1999): Tendência à redução do tamanho médio das empresas e ao aumento da participação de empresas de pequeno porte no emprego nos anos 90 4 consequências: empreendedorismo, dinâmica da inovação, dinâmica industrial e geração de emprego Empreendedorismo é conceito vago e mal definido Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 3
4 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Ambiente afeta empreendedor, que através de mediação da atividade inovadora e do mercado chega ao crescimento Literatura econômica confere ao empreendedor várias características Estudo do empreendedorismo envolve várias disciplinas Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 4
5 Empreendedorismo e Crescimento Econômico 13 características do empreendedor: Pessoa que assume risco associado à incerteza Fornecedor de capital financeiro Inovador Tomador de decisões Líder industrial Administrador Coordenador de recursos econômicos Proprietário de empresa Empregador de fatores de produção Contratante Mediador Alocador de recursos Fundador de start-ups Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 5
6 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Empreendedorismo se materializa pela geração de novas idéias e pela criação de novos negócios Literatura sobre crescimento econômico neoclássica tenta incorporar empreendedorismo como capacidade específica do capital humano Teoria da eficiência X mostra empreendedor como fornecedor de soluções criativas para ineficiência Coase: empreendedor é coordenador de produção; Williamson: papel do empreendedor dentro da firma reduz custos de transação Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 6
7 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Estudos sobre entrada de novas firmas (start-ups) e firmas inovadoras Baumol: arranjos institucionais afetam a quantidade de esforços empreendedores Teorias de crescimento endógenas recuperam empreendedorismo como forma de capital humano Teorias de crescimento não explicam condições para atividade inovadora Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 7
8 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Lazonick: economia deve ser compreendida como processo histórico e dinâmico Estudo histórico do empreendedorismo mostra importância para emergência das cidades na Europa Jane Jacobs mostra importância das cidades como espaços de ligação com outras cidades e de improvisação econômica Outros estudos mostram importância de empreendedores para Revolução Industrial e fatores culturais de (des) valorização dos empreendedores para crescimento Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 8
9 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Estudos sobre milagre asiático valorizam empreendedorismo como fator de crescimento (Phelps, Porter) Aspectos culturais precisam também ser levados em consideração mas ligação não é direta Quadro legal e institucional é também importante Empreendedorismo ocorre independentemente de porte da empresa Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 9
10 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Visões históricas complementam dois tipos de análise: Porter: invenção e empreendedorismo estão no centro da vantagem competitiva Evolucionistas: Competição no mercado e crescimento econômico tem a ver com mecanismos de seleção nãolineares e descontinuidades da mudança técnica; mecanismos de seleção afetados por competências, aprendizado e criação de novas empresas por empreendedores Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 10
11 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Visão histórica embasa paradigma empreendedor, que deve ser contrastado com paradigma neoclássico (ver figura 2) Empreendedorismo individual deve ser distinguido do empreendedorismo corporativo (ver tabela III) 3 tipos de empreendedor dependendo da posição em relação a propriedade e características (ver tabela IV) Modelo ligando empreendedorismo e crescimento (ver figura 4) Síntese: diferentes disciplinas envolvidas (ver tabela V) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 11
12 2 Paradigmas Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 12
13 Empreendedorismo individual e corporativo Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 13
14 3 tipos de empreendedor Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 14
15 Modelo de Empreendedorismo e Crescimento Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 15
16 Modelo de Empreendedorismo e Crescimento Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 16
17 Empreendedorismo e Crescimento Econômico Wennekers e Thurik - síntese: Definição: Empreendedor percebe e cria novas oportunidades, e introduz novas idéias no mercado Tipos: empresários schumpeterianos, intrapreneurs, proprietários/administradores Nem todos que têm negócio próprio são empreendedores 3 campos de pesquisa: medida, determinantes e impactos sobre o desenvolvimento Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 17
18 O Papel do Empreendedor Pressupostos do mainstream econômico não permitem entender papel do empreendedor Postulados principais do mainstream: comportamento maximizador, preferências estáveis e equilíbrio de mercado Mainstream age por metáforas (parábolas) que dão explicações convincentes para uma série de fenômenos econômicos mas estas não são completas ou preditivas Ao mesmo tempo, formuladores de política não se baseiam em teorias Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 18
19 O Papel do Empreendedor Problema central do mainstream: reduzir o objeto da Economia a escolhas => Economia=economizar Teoria econômica é positiva, tendo pouco caráter normativo Empreendedor no sentido de Schumpeter: indivíduo inovador e que promove mudança econômica Problemas no estudo do empreendedorismo: considerar emprego por conta própria e abertura de empresas como empreendedorismo Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 19
20 O Papel do Empreendedor Hoje em dia, o principal problema não é que a pesquisa sobre empreendedorismo é empobrecida por base fraca de teoria econômica, e sim que a Economia é empobrecida por uma fraca assimilação das implicações do empreendedorismo (p.190) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 20
21 O Papel do Empreendedor Veblen em 1898, ao apontar que Economia não era ciência evolucionária, abre caminho para interpretação diferente da Economia Base do pensamento evolucionário: causação cumulativa Como observado por Hume, contiguidade é essencial para causação => mesmo objetos distantes podem ter conexão Enquanto isso, no mainstream, relações são dadas por futuros imaginados (as if) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 21
22 O Papel do Empreendedor Escolha racional viola princípio da causação Possibilidade de diferentes gostos e de diferentes quadros cognitivos não é considerada Ao ter uma estética de modelos com expressão matemática, rigor lógico e simplicidade, mainstream exclui a possibilidade de análise da complexidade Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 22
23 O Papel do Empreendedor Lacunas na explicação do mainstream: Evolução tecnológica Comportamento de grandes organizações História da evolução tecnológica não consegue ser contada sem levar em conta o empreendedor Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 23
24 O Papel do Empreendedor Lacunas na explicação do mainstream: Evolução tecnológica Comportamento de grandes organizações = > vem sendo mais estudado por teóricos de disciplinas complementares à Economia História da evolução tecnológica não consegue ser contada sem levar em conta o empreendedor História das organizações começa com histórias de empreendedores Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 24
25 O Papel do Empreendedor Duas contribuições da economia evolucionária para entender empreendedor 1. Ao se livrar da hipótese de racionalidade, empreendedor pode ser estudado como ele é => comportamento empreendedor é similar ao do indivíduo comum, mas ele sofre menos a força dos hábitos e da incerteza 2. Supor causação cumulativa no estudo de tecnologia e de organizações guia pesquisa sobre inovação empreendedora Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 25
26 O Papel do Empreendedor Schumpeter, ao reduzir o foco nas características individuais do empreendedor ao longo de sua obra, faz isso para chamar a atenção de que o importante é a mudança causada pelos empreendedores Oportunidades para empreender vêm de fatores históricos, regionais, de recombinações de recursos provenientes de crises Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 26
27 O Papel do Empreendedor Schumpeter, ao reduzir o foco nas características individuais do empreendedor ao longo de sua obra, faz isso para chamar a atenção de que o importante é a mudança causada pelos empreendedores Oportunidades para empreender vêm de fatores históricos, regionais, de recombinações de recursos provenientes de crises Nem sempre estas oportunidades atendem às necessidades sociais (ex: meio-ambiente) Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 27
28 O Papel do Empreendedor Conclusão: estudo do empreendedorismo fez grandes progressos sem auxílio da Economia, mas pode ser reforçado com ajuda de Economia que deveria ter sido (evolucionária). Grupo Inovação Instituto de Economia da UFRJ 28
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