Risco e dólar caem na semana A semana apresentou uma elevação no apetite ao risco, beneficiada pela divulgação da ata da última reunião do Fed que assinala as dificuldades de que a inflação convirja para a meta de 2,0%. Consequentemente, o dólar perdeu força no exterior. O Dollar Index, que mede a variação da divisa norteamericana em relação às moedas de países desenvolvidos, caiu 0,9%. Nessa mesma intensidade, o dólar depreciou-se em relação ao real, fechando em R$ 3,23.O IPCA-15 de novembro abaixo do esperado, 0,32% contra 0,39%, favoreceu a queda de 0,07 p.p. na taxa de juros do swap DI prefixado de 360 dias para 7,02% a.a.. Em linha com a recuperação da atividade econômica, os dados do Caged apontaram a criação líquida de 76,6 mil empregos em outubro (sexto mês consecutivo com resultados positivos). Pelo efeito estatístico dos recursos obtidos com a repatriação em, a arrecadação federal acumulada em 12 meses indicou uma retração real de 0,7%. O ajuste das contas externas prossegue, o déficit em transações correntes em 12 meses reduziu-se para US$ 9,6 bilhões em outubro. Ainda no mês, o índice de termos de troca cresceu 0,5% na margem, acumulado uma alta de 2,4% a.a.. Por último, observou-se crescimentos da demanda por credito em outubro, tanto para empresas quanto para consumidores. Expectativas IPCA Próximos 12 meses Inflação 4,7% 4,5% 4,3% 4,1% 3,9% 3,7% 3,98% IPCA (%) Mediana - agregado 24/11/2017 Há 1 semana Há 4 semanas Nov 0,39 0,41 0,36 Dez 0,45 0,45 0,44 2017 3,06 3,09 3,08 2018 4,02 4,03 4,02 Fonte: Focus BCB PIB - Mediana das projeções Variação anual 2,50% 2,51% 2,58% 0,73% 0,73% 0,73% 27/10/2017 17/11/2017 24/11/2017 2017 2018 Fonte: Focus BCB Na semana, houve redução das medianas das projeções de inflação pelo IPCA no Boletim Focus. A expectativa é de que cresça 3,06% em 2017, uma queda de 0,03 p.p. em relação à última pesquisa. A projeção para 2018 caiu 0,01 p.p. para 4,02%. Em linha, a inflação esperada para os próximos 12 diminuiu 0,04 p.p. para 3,98%. Para novembro, a estimativa reduziu de 0,41% para 0,39%, enquanto que para dezembro segue em 0,45%. A mediana das projeções para o crescimento econômico em 2018 teve uma melhora de 0,07 p.p. para 2,58%. Já para 2017, segue em 0,73%. Com relação à taxa de juros, a expectativa de fechamento para 2017 e 2018 permanece em 7,0% a.a.. Comportamento Semanal de Mercado Página 01
mai-17 jun-17 jul-17 ago-17 set-17 out-17 nov-17 mai-17 jun-17 jul-17 ago-17 set-17 out-17 nov-17 Taxa de Juros Taxa Real de Juros Ex- ante a.a. 4,7% NTN-N Juros real Vencimento em 12 anos a.a. 5,8% 4,2% 3,7% 3,2% 5,6% 5,4% 5,2% 5,0% 5,27% 2,7% 2,92% 4,8% Fonte: B3 Fonte: B3 Spread da taxa de juros Diferença entre as taxas de 1 e 3 anos 3,0% 2,5% 2,0% 1,5% 1,0% 2,12% A taxa de juros do swap DI prefixado de 360 dias teve uma queda de 0,07 p.p. na semana, encerrando em 7,02% a.a.. A redução dos juros futuros se deu com a divulgação do IPCA-15 abaixo do esperado pelo mercado. Com a retração menos intensa da inflação esperada, a taxa real de juros ex-ante reduziu-se de 2,95% para 2,92% a.a.. Já a taxa real de juros calculada com base nos títulos indexados a preço com vencimento em 12 anos se manteve em 5,27% a.a., se recuperando ao final da semana após bater 5,22% a.a. na terça-feira. Outro indicador de percepção de risco, o diferencial da taxa de juros de um e três anos voltou a subir, 0,04 p.p. na semana, fechando em 2,12%. 0,5% Fonte: B3 Comportamento Semanal de Mercado Página 02
Câmbio Real/US$ Dollar Index 3,4 98 3,3 3,2 3,23 96 94 3,1 92 92,8 3,0 90 Fonte: Bloomberg Fonte: Bloomberg Índice Emergentes* 72 71 70 69 68 67 68,7 O dólar voltou a perder força no mercado de câmbio internacional. O movimento se deu a partir da divulgação da ata da última reunião do FED em que foi assinalada a sua preocupação que a inflação permaneça baixa por um período demasiado. Hoje, a variação de 12 meses do Personal Consumption Expenditure (PCE) encontra-se ainda distante da meta de 2,0%. A divisa norte-americana apresentou uma depreciação de 0,9% na semana perante o real, terminando cotada a R$ 3,23. O movimento foi em linha com o exterior. Também com uma redução de 0,9%, o Dollar index que mede a variação do dólar em relação a uma cesta de moedas de países desenvolvidos ficou em 92,8 pts. O índice que apura o comportamento de algumas moedas de países emergentes em relação ao dólar subiu 0,3% para 68,7 pts.. Fonte: J. P. Morgan *Cesta de Moedas: Lira turca, Rublo russo, Rand sul-africano, Florim húngaro, Real, Peso mexicano, Peso chileno, Reminbi chinês, Rupia indiana e Dólar de Singapura. Comportamento Semanal de Mercado Página 03
mai-17 jun-17 jul-17 ago-17 set-17 out-17 nov-17 Aversão ao Risco Credit Default Swap (CDS) Pontos-base T-Note 10 anos (%) 250 240 230 220 210 200 190 180 170 160 170,8 2,55 2,50 2,45 2,40 2,35 2,30 2,25 2,20 2,15 2,10 2,05 2,00 2,34 Fonte: Bloomberg Fonte: Federal Reserve Petróleo Brent última cotação US$ 70 65 60 55 63,86 A semana ficou marcada pela relativa diminuição da aversão ao risco soberano. O CDS da economia brasileira teve uma redução de seis pontos, encerrando em 171 pts, voltando ao patamar de 20/10/17. O EMBI, que mede o spread dos retornos de títulos soberanos de países emergentes, saiu de 344 para 343 pts.. Apesar da volatilidade durante a semana, o retornos das T-Note de 10 anos fechou praticamente estável, saindo de 2,35% para 2,34% a.a.. 50 45 40 Já a cotação do petróleo tipo Brent segue em trajetória ascendente, encerrando em US$ 63,86. O que representa uma alta de 1,8% na semana. Fonte: Bloomberg Comportamento Semanal de Mercado Página 04
mar/16 mai/16 set/16 mar/17 mar/16 mai/16 set/16 mar/17 IPCA-15 Variação mensal Por grupo Evolução Anual Comunicação Educação Despesas Pessoais Saúde e Cuidados Pessoais Transporte Vestuário Artigos de Residência -0,13% -0,35% Habitação Alimentação e Bebidas -0,15% -0,25% Geral Fonte: IBGE 0,48% 0,28% 0,01% 0,01% 0,50% 0,43% 0,54% 0,51% 0,60% 0,27% 0,48% 0,32% 0,66% 1,33% 0,34% 0,32% 16% 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% Fonte: IBGE IPCA-15 Livres Administrados 7,1% 2,8% 1,4% Difusão - MM6M 75% 70% 65% 60% 55% 50% 45% Fonte: IBGE 48,9% O IPCA-15 de novembro, indicador antecedente da inflação, desacelerou ligeiramente de 0,34% em outubro para 0,32%. O número ficou aquém da expectativa de mercado (0,39%). No mês, vale ressaltar a alta de 1,33% do grupo Habitação e a deflação de 0,25% no grupo Alimentação e bebidas. O resultado do mês foi impactado, principalmente, pela escalada dos preços administrados, com destaque para: energia elétrica residencial (4,42%); gás de botijão (3,30%); e combustíveis para veículos (1,69%). Em 12 meses, o IPCA-15 encerrou com uma elevação de 2,8% ante 2,7% no mês anterior. Na abertura, os preços administrados aceleraram seu ritmo de alta de 6,2% para 7,1% em novembro. Já os preços livres mantiveram a tendência cadente, saindo de 1,6% para 1,4% em novembro. De forma também positiva, a média móvel de seis meses do índice de difusão, que aponta quantos itens seguiram a alta do indicador, permanece em trajetória de queda, fechando em 48,9%, ou seja, menos da metade dos itens pesquisados. Comportamento Semanal de Mercado Página 05
out/14 jan/15 abr/15 jul/15 out/15 dez/16 fev/17 mar/17 Caged Evolução do emprego Em milhares Por setor Acumulado em 12 meses - Em milhares 36 60 34 10 36 35 34 77 Agropecuária 19 Adm Pública -8-75 -117-41 -64 Serviços -102 Comércio -11 Construção Civil -174 Utilidade Pública -7-462 Ind de Transformação -73 Extrativa Mineral -7 Fonte: Caged Fonte: Caged Salário real Em R$ mil 1,8 1,7 1,6 1,5 1,4 1,3 Fonte: Caged Admissão Demissão 1,67 1,46 Em outubro, os números do Caged apontaram a criação líquida de 76,6 mil empregos, frutos de 1.111,2 mil admissões e 1.034,6 mil demissões. Esse foi o melhor resultado para o mês de outubro desde 2013. Com resultado positivo pelo sétimo mês consecutivo, o mercado de trabalho indica lenta recuperação. Mesmo quando considerada a série dessazonalizada, houve uma criação líquida de 58,1 mil. No mês, os setores que mais criaram vagas foram: comércio (37,3 mil); indústria de transformação (33,2 mil); e serviços (15,9 mil). Por outro lado, a construção civil teve a maior perda (- 4,8 mil). Considerando o volume acumulado em 12 meses, observa-se uma perda líquida de 361,7 mil vagas contra uma perda de 513,1 mil no mês anterior. Na mesma base comparativa, a agropecuária é o único setor a ter criação líquida (19,2 mil) enquanto que a construção civil acumula uma contração de 173,6 mil empregos. Os salários reais de admissões e demissões fecharam em R$ 1.463,12 e R$ 1.458,02, respectivamente, sendo quedas no mês de 1,4% e 0,9%, na ordem. Comportamento Semanal de Mercado Página 06
out/15 set/16 dez/16 fev/17 mar/17 out/15 Arrecadação Federal Impostos + Previdência Em R$ bi Evolução anual Acumulada em 12 meses - Em termos reais 94,8 148,7 102,2 127,6 137,4 99,0 92,4 118,0 104,1 109,9 104,2 105,6 97,7 121,1 6% 4% 2% 0% -2% -4% Impostos+Previdência Adm. Pela RFB Previdência 1,1% -0,7% -1,7% -6% -8% -10% Evolução anual Acumulada em 12 meses - Em termos reais 8% 3% -2% -7% -12% -17% COFINS CSLL 0,7% -1,4% Em outubro, a arrecadação federal foi de R$ 121,1 bilhões. O montante superou o mesmo mês de 2016 (R$ 94,8 bi), o mês anterior (R$ 105,6 bi) e a mediana das expectativas de mercado (R$ 118,0 bi). Em 12 meses, acumula um total de R$ 1.319,3 bilhões. O que representa uma retração real de 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado do mês sofre o efeito do aumento extraordinário da receita em, decorrente do programa de repatriação de recursos no exterior. Desconsiderando-se esse montante, se teria uma alta real de 3,0%. Vale ressaltar, o crescimento real de 1,1% das receitas previdenciárias. As arrecadações mais sensíveis à atividade econômica ainda não demonstram sinais claros de recuperação. A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) encerrou outubro com uma queda real de 1,4% do acumulado em 12 meses. Na mesma base de comparação, a contribuição para o financiamento da seguridade social (COFINS) cresceu apenas 0,7%. Comportamento Semanal de Mercado Página 07
abr/14 jul/14 out/14 jan/15 abr/15 jul/15 out/15 out/15 out/15 Balanço de Pagamentos Saldo em transações correntes Acumulado em 12 meses - US$ bi Investimento Direto no País Acumulado em 12 meses - US$ bi 0-10 -20-30 -9,6 85 80 83,3-40 -50 75-60 -70 70-80 65 Necessidade de financiamento externo Acumulado em 12 meses - US$ bi 20 10 0-10 -20-30 -40-50 -60-70 -80-73,6 O saldo em transações correntes fechou outubro deficitário em US$ 313,0 milhões ante um superávit de US$ 441,0 milhões no mês anterior. O resultado do mês foi favorecido, mais uma vez, pelo superávit de US$ 4,9 bilhões na balança comercial, que acumulou US$ 64,9 bilhões em 12 meses. Apesar do resultado negativo no mês, o saldo em conta corrente acumulado em 12 meses continua se reduzindo, encerrando com um déficit de US$ 9,6 bilhões, com retrações de 23,7% na margem e de 56,8% em relação a outubro de 2016. Com uma entrada de US$ 8,2 bilhões no mês, o investimento direto no país acumulou US$ 83,3 bilhões em 12 meses. Assim, a necessidade de financiamento externo prossegue em trajetória cadente, encerrando em US$ -73,6 bilhões no acumulado em 12 meses. Comportamento Semanal de Mercado Página 08
out/10 mai/11 dez/11 jul/12 fev/13 set/13 abr/14 nov/14 jun/15 ago/16 mar/17 out/12 abr/13 out/13 abr/14 out/14 abr/15 out/15 dez/16 fev/17 mar/17 Setor Externo Índice de quantum MM6M Variação mensal Índice de Quantum - dessazonalizados 200 180 Exportações Importações 20% 15% Exportações Importações 160 140 120 100 150,31 134,55 10% 5% 0% -5% -10% 0,2% -4,7% 80-15% Termos de troca 135 130 125 120 115 112,2 110 105 100 95 90 Em outubro, os índices de quantum das exportações e importações apresentaram comportamento distintos. Enquanto o primeiro apresentou uma elevação (0,2%), pelo terceiro mês seguido, o segundo saiu de uma forte alta de 7,1% em setembro para uma retração de 4,7%, nas séries livres de influências sazonais. Assim, a média móvel de seis meses do índice de quantum das exportações fechou em 134,55 pts. Já essa média para as importações, apesar da retração na margem, encerrou em 150,31 pts. o maior patamar desde nov/15. Por último, o índice de termos de troca fechou novembro em 112,2 pts, o que representa elevações de 0,5% no mês e de 2,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Assim, o indicador retorna ao mesmo patamar de, porém, ainda abaixo do encerramento de 2016. Comportamento Semanal de Mercado Página 09
out-16 dez-16 fev-17 abr-17 jun-17 ago-17 out-17 out-12 abr-13 out-13 abr-14 out-14 abr-15 out-15 abr-16 out-16 abr-17 out-17 Demanda por Crédito Variação mensal Acumulado em 12 meses 25% 20% 15% 10% 5% 0% -5% -10% -15% -20% Consumidor Empresa 5,3% 0,7% 10% 8% 6% 4% 2% 0% -2% -4% -6% -8% -10% Consumidor Empresas 5,3% -3,6% Fonte: Serasa Experian Fonte: Serasa Experian IDC - Consumidor por renda Variação acumulada em 12 meses mais de R$ 10.000 R$ 5.000 a R$ 10.000 R$ 2.000 a R$ 5.000 R$ 1.000 a R$ 2.000 R$ 500 a R$ 1.000 até R$ 500 4,9% 4,7% 4,4% 4,2% 5,4% 11,0% Em outubro, foram observadas altas na margem para o índice de demanda por crédito das empresas (0,7%) e do consumidor (5,3%), revertendo-se dessa forma as quedas do mês anterior de 7,3% e de 6,9%, na ordem. Considerando-se a variação acumulada em 12 meses, a série das empresas segue em campo negativo, embora tenha reduzido seu ritmo de contração de -5,0% para -3,6% em outubro. Já a série para os consumidores fechou com uma alta de 5,3% contra 5,8% no mês anterior. Ainda na mesma base de comparação e fazendo-se a abertura por renda dos consumidores, nota-se alta em todas as faixas, com destaque para a primeira faixa de renda, até R$ 500,00, com uma forte alta de 11,0%. Na abertura das empresas por porte, todos os grupos apresentam retrações, sendo a maior para as médias empresas (-8,5%). Fonte: Serasa Experian Comportamento Semanal de Mercado Página 10
nov/14 fev/15 mai/15 ago/15 nov/15 fev/16 mai/16 ago/16 fev/17 nov/14 fev/15 mai/15 ago/15 nov/15 fev/16 mai/16 ago/16 fev/17 nov/14 fev/15 mai/15 ago/15 nov/15 fev/16 mai/16 ago/16 fev/17 ICEI ICEI Diferença entre CA e EF Média móvel de seis meses 60 55 56,5-8 -9-8,6 50-10 45 40-11 -12-13 35-14 30-15 Fonte: CNI Fonte: CNI Abertura Por porte de empresa 60 55 50 45 40 35 30 Fonte: CNI Pequenas Médias Grandes 58,5 56,0 52,6 Em novembro, o índice de confiança do empresário industrial (ICEI), calculado pela CNI, apresentou uma alta de 1,1% contra uma de 2,0% no mês anterior. Assim, o indicador fechou em 56,5 pts, acima do patamar de 50 pts que indica confiança. O ponto a se destacar é a diminuição da diferença entre os subgrupos de condições atuais (CA) e expectativa futura (EF). Tal resultado é impactado, tanto pela melhora recente da economia como pelo ceticismo quanto a aprovação das reformas econômicas propostas. Na abertura por porte de empresa, mesmo com a queda de 0,2% na margem, a confiança das grandes empresas permanece em patamar mais elevado (58,5 pts.). Já as pequenas e médias empresas tiveram altas no mês, 0,6% e 3,1%, respectivamente, finalizando em 52,6 pts. e 56,0 pts.. Comportamento Semanal de Mercado Página 11
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