COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO

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1 Reacomodação das variáveis financeiras A semana de 22 a 26 de maio foi caracterizada pela reacomodação das cotações das principais variáveis financeiras, após a materialização de eventos não econômicos. Contudo, persistem as incertezas. Houve uma ligeira elevação das expectativas inflacionárias para 2017 e Com a queda dos prêmios no mercado futuro, a taxa de juros real ex-ante reduziu-se em 0,36 p.p. para 4,40% a.a. O dólar encerrou a semana cotado em R$ 3,26, com uma leve alta de 0,2%. Revertendo em parte o forte movimento de alta da semana anterior, o prêmio de risco medido pelo CDS para o Brasil encerrou com uma queda de oito pontos, aos 239 pts. O déficit primário do governo geral ficou estável em abril, fechando em R$ 145,1 bilhões no acumulado em 12 meses, o que representa 2,3% do PIB, valor próximo à meta para o ano. No setor externo, observou-se um superávit em transações correntes de US$ 1,2 bilhão no mês de abril. Com o processo de ajustamento das contas externas, o saldo acumulado em 12 meses terminou deficitário em US$ 19,8 bilhões, o que representa 1,1% do PIB. Expectativas Inflação Implícita Em 12 meses Inflação 6,0% 5,5% 5,0% 4,5% 4,0% 3,5% 3,0% 3,71% IPCA (%) Mediana - agregado 26/05/17 Há 1 semana Há 4 semanas Mai 0,46 0,50 0,52 Jun 0,21 0,21 0, ,95 3,92 4, ,40 4,34 4,30 Fonte: Anbima Projeção Selic Mediana em % a.a. 10,25% 9,50% 9,00% 8,75% 8,50% 8,50% 8,50% 8,50% jun/17 jul/17 set/17 out/17 dez/17 jan/18 fev/18 abr/18 19/05/17 26/05/17 Fonte: Focus BC Na semana, houve uma elevação das expectativas inflacionárias para 2017 e Para este ano, o avanço foi de 0,03 p.p. para 3,95% e de 0,06 p.p. para o próximo ano, fechando em 4,40%. Já a mediana das projeções para o IPCA de maio apresentou uma queda de 0,04 p.p., ficando em 0,46%. Para junho permaneceu em 0,21%. A inflação implícita medida na negociação dos títulos públicos sofreu um ajuste para baixo ao ter terminado em 3,71% a.a.. Já as projeções para a meta da taxa Selic sofreram aumentos generalizados, sinalizando uma possível redução do ritmo de corte mais à frente, mas mantida a aposta de 8,50% a.a. para o final de As projeções para taxa de câmbio do dólar em dezembro elevou-se 0,61% para R$ 3,25, enquanto que para o crescimento do PIB em 2017 reduziu-se em 0,01 p.p. para 0,49%. Comportamento Semanal de Mercado Página 01

2 Taxa de Juros Swap DI pré Taxa Real de Juros Ex- ante a.a. 13,0% 12,5% 12,0% 11,5% 11,0% 10,5% 10,0% 9,5% 9,0% 8,5% 9,22% a.a. 7,5% 7,0% 6,5% 6,0% 5,5% 5,0% 4,5% 4,0% 3,5% 4,40% Fonte: BM&FBovespa Fonte: BM&FBovespa Estrutura a Termo das Taxas de Juros a.a. 11,4% 11,0% 10,6% 10,2% 9,8% 26/05/17 19/05/17 28/04/17 9,4% 9,0% hoje Fonte: BM&FBovespa Meses Após as fortes altas registradas na semana anterior, as taxas de juros no mercado futuro retrocederam. A taxa do swap DI pré fixado em 360 dias recuou 0,41 p.p. na semana, encerrando em 9,22% a.a.. Com isso, e diante da relativa estabilidade da inflação esperada para os próximos 12 meses, a taxa de juros real ex-ante encerrou em 4,40% a.a., com uma queda de 0,36 p.p.. Da mesma forma, a estrutura a termo apresentou um significativo deslocamento para baixo com os vértices de dois e três anos terminando com baixas de 0,62 p.p. e de 0,58 p.p., respectivamente. Comportamento Semanal de Mercado Página 02

3 Câmbio Real/US$ Índice Emergentes 3,5 3, ,71 3,3 3,2 3, ,1 3,0 65 Dollar Index ,44 Ainda refletindo os efeitos dos eventos não econômicos, o dólar encerrou a semana cotado em R$ 3,26, com uma leve alta de 0,2% frente ao real. O Banco Central continuou a atuar no mercado por meio da oferta de contratos de swap cambial e da rolagem diária dos contratos que vencem em junho. Em movimento semelhante, o dólar também ganhou força em relação às principais moedas globais, com o Dollar Index avançando 0,3% na semana e terminando em 97,44 pts.. Já o índice que acompanha o desempenho das moedas de países emergentes frente à divisa norte-americana apresentou uma alta de 0,4%, ficando em 68,71 pts. movimento contrário ao visto no Brasil. 96 *Cesta de Moedas: Lira turca, Rublo russo, Rand sul-africano, Florim húngaro, Real, Peso mexicano, Peso chileno, Reminbi chinês, Rupia indiana e Dólar de Singapura. Comportamento Semanal de Mercado Página 03

4 Brasil França Espanha África do Sul Chile México Rússia Aversão ao Risco Credit Default Swap (CDS) Variação em pontos base EMBI Pontos-base Na semana No mês Petróleo Brent - última cotação US$ ,15 Revertendo em parte o forte movimento de alta da semana anterior, o prêmio de risco medido pelo CDS para o Brasil encerrou com uma queda de oito pontos, aos 239 pts.. Entretanto, em relação a um mês atrás, a alta ainda acumula 21 pts.. Com as incertezas geradas pelos recentes desdobramentos dos eventos não econômicos, a agência de risco Moody s rebaixou a perspectiva do rating soberano do Brasil, de estável para negativa. Já o EMBI, índice que acompanha o spread dos títulos soberanos de países emergentes, recuou sete pontos, terminando em 325 pts.. 44 O barril do tipo Brent terminou cotado em US$ 52,15, o que representou uma baixa de 2,7%. Mesmo diante da prorrogação pela OPEP do acordo de corte na produção até março de 2018, a leitura do mercado é de que os termos não são suficientes para equacionar a oferta e a demanda pela commodity. Comportamento Semanal de Mercado Página 04

5 mai/10 dez/10 jul/11 fev/12 set/12 nov/13 jun/14 jan/15 ago/15 mar/16 mai/16 jun/16 ago/16 set/16 nov/15 fev/16 mai/16 ago/16 IPCA-15 Variação mensal IPCA-15 Evolução Anual 0,86% 0,40% 0,54% 0,45% 0,31% 0,26% 0,23% 0,19% 0,19% 0,54% 0,21% 0,24% 0,15% 20% 18% 16% 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% 3,8% Fonte: IBGE Fonte: IBGE IPCA-15 Livres Administrados Difusão - MM12M 75% 70% 65% 60% 57,9% 55% 50% O IPCA-15 acumulado em 12 meses, divulgado pelo IBGE, ficou em 3,8% em maio, ponto de convergência também dos preços livres e administrados. Em maio, a variação ficou em 0,24% ante 0,21% no mês anterior, ligeiramente acima da mediana das projeções de mercado. No mesmo período do ano anterior, a variação foi de 0,86%. No mês, a alta do grupo de alimentação e bebidas acelerou de 0,31% para 0,42%. Já o grupo de habitação recuou de 0,39% para 0,15%, beneficiado pela redução dos custos com energia elétrica diante da devolução de cobranças indevidas. Observa-se ainda que a média móvel anual para o índice de difusão ficou em 57,9%, o mesmo valor de agosto de Esta variável apresenta um comportamento cadente desde o primeiro trimestre de 2016, indicando que o processo de queda da inflação permanece disseminado. Fonte: IBGE Comportamento Semanal de Mercado Página 05

6 jan/12 jun/12 nov/12 set/13 fev/14 jul/14 dez/14 mai/15 mar/16 ago/16 out/10 abr/11 out/11 abr/12 out/12 out/13 abr/14 out/10 abr/11 out/11 abr/12 out/12 out/13 abr/14 Fiscal Déficit Pimário Acumulado em 12 meeses Déficit Nominal Acumulado em 12 meeses 4% 3% 2% 2,3% 1% 0% -1% -2% -3% -4% -5% 12% 10% 9,2% 8% 6% 4% 2% 0% Evolução da Dívida Em relação ao PIB 78% 73% 68% 63% 58% 53% 48% 43% 38% 33% 28% DLSP DBGG 71,7% 47,7% O déficit primário acumulado em 12 meses findados em abril foi de R$ 145,1 bilhões, o que representa 2,3% do PIB, ficando relativamente estável quando comparado ao mês anterior e 0,2 p.p. abaixo do verificado ao final de Os números de abril sofrem efeitos sazonais, dado que neste período observa-se usualmente uma elevação de receitas via impostos. Ademais, houve uma redução nas despesas que provavelmente não deverá ser mantida ao longo de A meta para o déficit primário do setor público consolidado em 2017 é de R$ 143,1 bilhões. O déficit nominal que considera também os gastos com o pagamento de juros encerrou em 9,2% do PIB ante 10,0% no mesmo período do ano anterior. Ainda, houve uma alta de 0,1 p.p. na margem na conta de juros, que por sua vez sofreu o efeito de uma perda de R$ 558 milhões com os swaps cambiais. Finalmente, a dívida líquida do setor público apresentou estabilidade no mês, fechando em 47,7% do PIB, enquanto que a dívida bruta do governo geral teve uma elevação de 0,2 p.p. na margem, encerrando em 71,7% do PIB. Comportamento Semanal de Mercado Página 06

7 abr/14 jul/14 jan/15 jul/15 jan/16 mai/16 jun/16 ago/16 set/16 mai/10 dez/10 jul/11 fev/12 set/12 nov/13 jun/14 jan/15 ago/15 mar/16 Arrecadação Impostos + Previdência Em R$ bi Acumulado em 12 meses Em R$ trilhões 110,9 95,2 98,1 107,4 91,8 94,8 148,7 102,2 127,6 137,4 99,0 92,4 118,0 1,4 1,3 1,2 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 Fonte: Receita Federal Fonte: Receita Federal Evolução em 12 meses Acumulada em termos reais 5% 3% 0% -3% -5% -8% -0,4% Em abril, a arrecadação federal via impostos e previdência foi de R$ 118,0 bilhões contra R$ 99,0 bilhões no mês anterior. O resultado do mês foi impactado pela forte alta na arrecadação do Imposto de Renda para pessoas físicas e também do bom comportamento dos impostos sobre produtos industrializados (IPI), que teve uma alta de 8,0% na margem, beneficiado pelo expressivo crescimento de 65,1% para a arrecadação proveniente do setor de automóveis. Outro destaque ficou com a elevação mensal de 15,2% da arrecadação via CIDE combustíveis. Em R$ 1,3 trilhão, a arrecadação acumulada em 12 meses foi 0,4% menor em termos reais quando comparada com o período precedente. -10% Fonte: Receita Federal Comportamento Semanal de Mercado Página 07

8 jul/13 out/13 jan/14 abr/14 jul/14 jan/15 jul/15 jan/16 abr/14 jul/14 jan/15 jul/15 jan/16 out/13 abr/14 Títulos Públicos Dívida Mobiliária Federal Interna Fora do Banco Central - R$ trilhões Custo médio nominal (a.a.) 3,3 3,1 2,9 2,7 2,5 2,3 2,1 1,9 1,7 1,5 17% 16% 15% 14% 13% 12% 11% 10% 9% 8% 7% 10,4% Fonte: Tesouro Nacional Fonte: Tesouro Nacional Composição da DPMFi 50% Prefixado Selic Preços 45% 40% 35% 35,9% 30% 33,2% 25% 27,9% 20% 15% 10% 5% 0% Em abril, a dívida mobiliária federal interna fora do Banco Central totalizou R$ 3,1 trilhões, o que representa altas de 0,3º% na margem e de 17,0% na comparação anual. No mês, houve uma queda de 4,7% no estoque de Letras do Tesouro Nacional (LTN) que são títulos pré-fixados e um aumento de 2,7% para as Letras Financeiras do Tesouro (LFT) que são títulos pós-fixados. Assim, a composição do estoque da dívida fechou abril com os títulos prefixados representando 35,9% do total, seguido pelos indexados a índices de preços com 33,2% e pelos atrelados a Selic com 27,9%. Por último, o custo médio nominal da dívida segue em clara tendência de queda, fechando em 10,4% a.a. contra 11,5% no mês anterior e 12,8% no mesmo período de Fonte: Tesouro Nacional Comportamento Semanal de Mercado Página 08

9 Avaliação de Receitas e Despesas 2º bi 17 Fonte: Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão R$ Milhões Discriminação LOA º Bi Dif Receita Primária Total , ,1-2,6% Resultado Primário , ,8-2,4% Meta Fiscal , ,0 Esforço 7, ,2 Total Despesas Obrigatórias , ,7 11,4% Total Receitas não Administradas , ,7 6,2% Parâmetros LOA º Bi Dif PIB real (%) 1,6 0,5-1,1 p.p. IPCA acum 4,8 4,3-0,5 p.p. Taxa Over Selic Média (%) 12,1 10,7-1,2 p.p. Câmbio médio (R$/US$) 3,4 3,2-5,9% Massa Salarial Nom. (%) 7,4 3,2-3,4 p.p. O Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas referente ao segundo bimestre de 2017, elaborado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, apontou algumas revisões em relação ao último divulgado. A autarquia manteve a projeção para o crescimento real do PIB em 2017 em 0,5%. Já a projeção do IPCA acumulado para o ano saiu de 4,8% para 4,3%. A taxa de câmbio esperada recuou para R$ 3,20. Com uma queda de 1,2 p.p., a taxa média esperada para a Selic ficou em 10,7% a.a.. A variável que apresentou a maior redução na projeção foi a massa salarial, que saiu de 7,4% na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2017 para 3,2%. A estimativa para a receita primaria total caiu 2,6% e para o resultado primário diminuiu 2,4%, ambas em relação ao observado no LOA. Como a meta fiscal do Governo Central para o ano é de R$ 139,0 bilhões, o esforço fiscal ficou em R$ 3,4 bilhões. Ainda, a projeção das despesas obrigatórias teve um aumento maior do que o visto para o total de receitas não administradas, 11,4% e 6,2%, respectivamente. Comportamento Semanal de Mercado Página 09

10 jun/15 ago/15 dez/15 fev/16 jun/16 ago/16 jul/15 jan/16 jul/15 jan/16 Setor Externo Investimento Estrangeiro Direto Acumulado em 12 meses - US$ bi Saldo em transações correntes Acumulado em 12 meses - US$ bi , , Balança Comercial bens e serviços Acumulado em 12 meses - em US$ bilhões ,6 Em abril, observou-se um superávit nas transações correntes de US$ 1,2 bilhão, ante um superávit de US$ 1,4 bilhão no mês anterior. Em continuidade com o processo de ajustamento das contas externas, o saldo acumulado em 12 meses terminou deficitário em US$ 19,8 bilhões, o que representa 1,1% do PIB. No mesmo período de 2016, o saldo acumulado era deficitário em US$ 34,7 bilhões. O resultado do mês foi beneficiado pelo saldo da balança comercial de bens e serviços, o maior para o mês de abril desde 2013, que ficou em US$ 21,6 bilhões no acumulado em 12 meses. No mês, houve a entrada de US$ 5,6 bilhões de investimento direto no país, totalizando US$ 84,7 bilhões em 12 meses, ou 4,5% do PIB. Dessa forma, a necessidade de financiamento externo reduziu-se em US$ 6,7 bilhões no mês. Comportamento Semanal de Mercado Página 10

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