COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO
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- Dalila Antunes Santana
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1 Mesmo com volatilidade, a Selic deve cair Expectativas A aversão ao risco e o fortalecimento do dólar frente à maioria das moedas permaneceu na semana do dia 11 a 18 de novembro. A expectativa futura de uma política norte-americana mais expansionista pressiona para baixo o preço dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA. Como contrapartida, a estrutura a termo da taxa de juros local deslocou-se para cima. Ainda na semana, com o intuito de mitigar a volatilidade, o Banco Central promoveu intervenções no mercado de derivativos de câmbio e o Tesouro Nacional recomprou NTN-Fs com vencimento em Os dados da pesquisa de serviços (PMS), do indicador de atividade do Banco Central (IBC-Br) e da FGV (Monitor do PIB) sinalizam uma retração maior no PIB do que a esperada anteriormente pelo mercado. A despeito das piores condições do cenário externo, a expectativa favorita para próxima reunião do Copom é de redução de 0,25 p.p. da taxa básica de juros. O processo desinflacionário e os números frustrantes para a atividade favorecem a flexibilização monetária, ainda que parcimoniosa. IPCA Próximos 12 meses 7,3% 6,8% 6,3% 5,8% 5,3% 4,8% Fonte: Focus BC PIB - Mediana das projeções Variação anual Fonte: Focus BC 1,23% 1,13% 1,00% -3,22% -3,37% -3,40% 21/10/16 11/11/16 18/11/ ,94% Fonte: Focus BC Projeções IPCA % Mediana-agregado 18/11/16 Há 1 semana Há 4 semanas Nov 0,36 0,39 0,40 Dez 0,60 0,60 0, ,80 6,84 6, ,93 4,93 5,00 Ao contrário das estimativas de crescimento do PIB, a evolução das expectativas inflacionárias divulgadas pelo Boletim Focus permanece favorável. A mediana das projeções do IPCA para novembro reduziu-se para 0,36%, enquanto a de dezembro permaneceu estável em 0,60%. Para o fechamento de 2016, a queda foi de 0,04 p.p. para 6,80%. Já para o encerramento de 2017, a previsão ficou estável em 4,93%. Quanto à inflação esperada para os próximos 12 meses, houve uma ligeira alta (0,01 p.p.) para 4,94%. A previsão da redução do PIB para 2016 alterou-se de -3,37% para -3,40%, enquanto a de 2017 foi de 1,13% para 1,00%. Comportamento Semanal de Mercado Página 01
2 Taxa de Juros Swap DI pré Taxa Real de Juros Ex- ante a.a. a.a. 16% 8,5% 8,0% 15% 7,5% 14% 7,22% 7,0% 12,52% 6,5% 6,0% 12% 13% Fonte: BM&FBovespa Fonte: BM&FBovespa Estrutura a Termo das Taxas de Juros a.a. 14,0% 13,5% 18/11/16 13,0% 11/11/16 12,5% 21/10/16 12,0% 11,5% 11,0% hoje Meses Fonte: BM&FBovespa Na semana, o mercado futuro da taxa de juros manteve a alta volatilidade reagindo às incertezas na economia internacional. Iniciando a semana em 12,66% a.a., a taxa de juros do swap DI prefixado de 360 dias fechou com uma ligeira alta de 0,02 p.p.. Esse movimento, conjugado com a pequena redução da inflação esperada para os próximos 12 meses, produziu um leve aumento da taxa de juros real ex-ante de 7,21% para 7,22% a.a.. Quanto à estrutura a termo das taxas de juros, observou-se um novo deslocamento para cima. As taxas dos vértices de dois e três anos subiram 0,11 p.p. e 0,13 p.p., respectivamente. Com a elevação dos prêmios e de forma a reduzir a volatilidade, o Tesouro Nacional atuou recomprando NTN-Fs com vencimento em Comportamento Semanal de Mercado Página 02
3 Câmbio Real/US$ Volatilidade 4,5 4,0 17% 15% 13% 16,5% 3,5 3,38 11% 9% 3,0 7% Fonte: Bloomberg Fonte: BM&FBovespa Dollar Index ,21 Em meio às incertezas externas, o dólar continuou a se valorizar na semana. O Dollar Index, que mede o comportamento da moeda norte-americana frente às outras moedas de países desenvolvidos, rompeu o patamar de 100 pontos o que não acontecia desde o final de novembro de Ainda pesam muitas questões acerca da política econômica do novo governo nos EUA e de suas implicações no processo de normalização monetária conduzido pelo Federal Reserve. O mercado de câmbio exibe alta volatilidade que se mantém no patamar de 16,5% a.a. De modo a arrefecer as tensões, o Banco Central atuou no mercado de derivativos, ofertando 10 mil contratos de swap cambial tradicional e a renovação de outros 20 mil contratos que vencem na próxima sextafeira. Com isso, o dólar fechou a semana em R$ 3,38 com uma queda de 0,6%. Fonte: Bloomberg Comportamento Semanal de Mercado Página 03
4 mai-16 jun-16 jun-16 jul-16 ago-16 ago-16 set-16 out-16 nov-16 Aversão ao Risco EMBI Pontos-base 500 T-Note 10 anos a.a. 2,8% 450 2,4% 2,34% ,0% 1,6% 300 1,2% Fonte: JP Morgan Fonte: Federal Reserve Petróleo Brent última cotação US$ ,81 A aversão ao risco é refletida na alta de 12 pts do índice que mede o risco soberano dos países emergentes (EMBI), encerrando em 381 pts após bater o pico de 403 pts na segunda-feira. Em linha, o prêmio do CDS brasileiro saiu de 302 para 312 pts no fechamento da semana. A expectativa de uma política expansionista do novo governo dos EUA, com níveis mais elevados de inflação, segue impactando o retorno dos títulos de longo prazo, com uma alta de 0,19 p.p., encerrando em 2,34% a.a. o maior patamar desde novembro de A cotação do petróleo tipo Brent teve alta de 4,6% na semana, fechando a US$ 46,81. Contudo, no mês, acumula uma queda de 3,1%. Fonte: Bloomberg Comportamento Semanal de Mercado Página 04
5 jun/14 set/14 dez/14 mar/15 jun/15 set/15 PMS Evolução Variação trimestral Série com ajuste sazonal 3T16 2T16 6,0% 4,0% 2,0% Geral Prestados à família -7,6% -0,5% -1,1% 1,1% 0,0% -2,0% -4,0% -6,0% -5,0% Informação e comunicação Profissionais, adm e compl. Transp., auxiliares e correio -1,5% -1,3% 0,0% 0,2% 0,2% 0,2% Outros -0,9% -1,8% Fonte: IBGE Fonte: IBGE Variação mensal Série com ajuste sazonal Geral Prestados à família Informação e comunicação Profissionais, adm e compl. Transp., auxiliares e correio -0,3% -1,4% -0,9% -1,7% -2,5% Outros -1,3% -0,6% -0,1% 0,3% 0,7% 0,3% 0,2% Em setembro, o volume de serviços caiu 0,3% ante uma queda de 1,4% em agosto na série dessazonalizada. No mês, o resultado foi impactado pela retração de outros serviços (-2,5%) e de serviços prestados à família (-0,9%). Como fator positivo, ficam as altas de 0,7% para serviços profissionais e de 0,3% para serviços de transportes. Na análise trimestral, é possível notar a perda de intensidade no ritmo de queda do volume de serviços, encerrando o 3T16 em -0,5% contra -1,1% no 2T16 e -1,4% no 3T15. A série com a variação acumulada em 12 meses acomodou-se em queda de 5,0% pelo segundo mês seguido. Os resultados da PMS corroboram a expectativa de uma nova retração do PIB de serviços para o terceiro trimestre do ano, impactando diretamente o resultado consolidado, uma vez que o setor representa mais de 70% da atividade econômica. Fonte: IBGE Comportamento Semanal de Mercado Página 05
6 set/10 mar/11 set/11 mar/12 set/12 mar/13 set/13 mar/14 set/14 mar/15 set/15 set/15 out/15 IBC-Br Mensal Com ajuste sazonal Trimestral Com ajuste sazonal 0,19% 0,26% 0,15% -0,4% -0,11% -0,10% -0,29% -0,43% -0,69% -0,81% -0,81% -0,48% -0,18% -1,3% -1,4% -0,8% -1,01% -2,0% 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 Fonte: Bacen Fonte: Bacen 10% 8% 6% 4% 2% 0% -2% -4% -6% -8% -5,2% Considerando-se a série livre de sazonalidade, o IBC-Br índice de atividade econômica do Banco Central fechou setembro com alta mensal de 0,15%, contra queda de 1,01% no mês anterior. Esse movimento representou apenas a terceira alta mensal nos últimos 12 meses. Dessa forma, o terceiro trimestre do ano apresentou uma queda mais intensa do que no 2T16, -0,8% ante -0,4%, respectivamente. A série com a variação acumulada em 12 meses fechou com retração de 5,2% ante uma queda de 5,6% em agosto. Apesar disso, o movimento não sinaliza uma recuperação da atividade econômica. Os dados sancionam os levantamentos da PMI, PMC e PMS, que apontaram desempenho decepcionante. Assim, a recuperação da economia pode ser mais demorada que a antecipada pelos mercados. Fonte: Bacen Comportamento Semanal de Mercado Página 06
7 mar/11 set/11 mar/12 set/12 mar/13 set/13 mar/14 set/14 mar/15 set/15 Monitor do PIB PIB Oferta Variação trimestral PIB Demanda Variação trimestral 1,6% -1,4% -0,4% -0,8% -1,1% -2,8% set/15 Agropecuária Indústria Serviços -5,0% 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 Famílias Governo FBKF Exportação PIB 8% 6% 4% 2% 0% -2% -4% -6% -4,2% O Monitor do PIB*, elaborado pela FGV, aponta uma queda mais intensa do produto interno no 3T16 em relação ao trimestre anterior (-1,0% ante -0,5%). Pela ótica da oferta, verifica-se deterioração para os agregados da indústria e dos serviços. Já a agropecuária encerrou com uma queda menos pronunciada (-1,4% ante -1,9%). Considerando-se a ótica da demanda, a formação bruta de capital fixo (FBKF) apresentou forte retração de 5,0%. Já as exportações, que vinham apresentando contribuição positiva, voltaram a se reduzir (-2,8%) após dois trimestres de crescimento. Por outro lado, o consumo do governo teve uma alta de 1,6%. Na série para o PIB acumulado em 12 meses, este encerrou o 3T16 com contração de 4,2% ante 4,5% no fechamento do 2T16. Os dados sugerem que a retomada do crescimento será lenta e gradual. * O monitor do PIB FGV tem como base a mesma metodologia das contas nacionais do IBGE e busca fornecer um indicador mensal do PIB antecedente. Comportamento Semanal de Mercado Página 07
8 fev/12 mai/12 ago/12 nov/12 fev/13 mai/13 ago/13 nov/13 fev/14 mai/14 ago/14 nov/14 fev/15 mai/15 ago/15 abr/12 set/12 fev/13 jul/13 dez/13 mai/14 out/14 mar/15 ago/15 abr/12 set/12 fev/13 jul/13 dez/13 mai/14 out/14 mar/15 ago/15 ICEI ICEI Abertura , , , Condições atuais Expectativas Futuras Abertura Por porte de empresa ,5 51,0 48,7 Após acumular altas de abril até setembro, o índice de confiança do empresário industrial apresentou a segunda queda consecutiva em novembro (-3,0% na série livre de sazonalidade), o que pode ser um sinal da reversão da trajetória. Por causa do melhor comportamento das expectativas futuras em relação às condições atuais, o indicador permanece acima da linha de 50 pts que define um cenário de confiança. No ano, a média da diferença entre as duas ficou em 13,9 pts o maior valor desde Por último, a abertura do indicador por porte de empresas aponta um cenário melhor para as médias e grandes corporações, com as pequenas se encontrando abaixo dos 50 pts. Pequenas Médias Grandes Comportamento Semanal de Mercado Página 08
9 mar-14 jun-14 set-14 dez-14 mar-15 jun-15 set-15 dez-15 mar-16 jun-16 set-16 mar-14 jun-14 set-14 dez-14 mar-15 jun-15 set-15 dez-15 mar-16 jun-16 set-16 mar-14 jun-14 set-14 dez-14 mar-15 jun-15 set-15 dez-15 mar-16 jun-16 set-16 Demanda por Crédito Serasa IDC - Consumidor IDC - Empresas 8% 8% 6% 6% 4% 2% 0% -2% -4% 0,0% 4% 2% 0% -2% -4% -6% -1,4% -6% -8% Fonte: Serasa Fonte: Serasa IDC Empresas - Por porte 20% 15% 10% 5% 0% -5% -10% -15% -20% -0,7% -12,3% -15,1% Em setembro, os indicadores de demanda de crédito da Serasa para empresas e para consumidores apresentaram quedas na margem de -7,9% e -3,6%, respectivamente. Entretanto, as séries acumuladas em 12 meses apontam para uma recuperação. Saindo do campo negativo na demanda dos consumidores, enquanto que para empresas apresenta uma clara tendência de recuperação desde o segundo trimestre do ano. Na abertura por porte das empresas, a série acumulada em 12 meses indica contrações maiores para as médias e grandes empresas, de -15,1% e -12,3%, respectivamente. -25% Fonte: Serasa MPE Médias Grandes Comportamento Semanal de Mercado Página 09
10 Assessoria Econômica Av. Paulista, 949 6º andar Bela Vista CEP: São Paulo SP Telefone: (5511) Fax: (5511)
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