Exploração de materiais de largo alcance
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- Geovane Benevides Cabral
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1 Exploração de materiais de largo alcance Autor ASSOCIAÇÃO SABIÁ Idade 1,2 E 3 ANOS Proposta Nesta proposta, o professor oferece, para a exploração das crianças, uma seleção de materiais de largo alcance como, por exemplo, recicláveis de todo tipo, caixotes, tocos de madeira de tamanhos e formatos diversos, tecidos, materiais com texturas e formatos variados. Por não apresentarem uma funcionalidade definida ou restrita, tais materiais se configuram como elementos maleáveis que estimulam a autoria das crianças. A partir deles, os pequenos podem observar suas características e explorar intervenções no espaço; combinar elementos a partir de critérios como cor, tamanho, simetria e assimetria etc.; e realizar construções tridimensionais, entre outros. Os materiais também podem assumir formas simbólicas e se configurar como objetos fantasiosos para compor o faz de conta, estimulando a imaginação das crianças no desenvolvimento dos enredos no jogo de papéis. 1
2 Materiais Na proposição desenvolvida pelas professoras, foram explorados os seguintes materiais: papelão; garrafas pet; rolhas; tampinhas de diferentes tamanhos e cores; potes variados; bobinas de linha e rolo de papel higiênico; caixotes; tecidos; tocos de madeira; sementes e gravetos. A qualidade dos materiais de largo alcance pode promover ricas oportunidades de experiências estéticas, poéticas e lúdicas para as crianças. Dada a sua simplicidade e neutralidade, favorecem que os pequenos inventem, ampliem seus horizontes e possam usar o potencial criativo para dar voz aos seus temas. Devem ser disponibilizados para as crianças de modo organizado e sistemático, passando pela curadoria do professor, levando em conta a diversidade de características físicas e estéticas (forma, texturas, cores, cheiros, tamanho, temperatura, peso etc.), visando à pesquisa sensorial dos pequenos, enriquecendo e nutrindo sua percepção estética e sensibilizando seus sentidos. Podem ser trabalhados diversos materiais juntos, ou selecionado um tipo de material com variações, como por exemplo sementes. Para as crianças, o processo de reunir e selecionar os materiais de largo alcance é muito rico. A oferta desses materiais pela comunidade escolar pode ser feita de forma colaborativa, sem gerar grandes custos para as instituições. Muitos objetos que estão em desuso, mas em bom estado, podem ser ressignificados e reutilizados ao serem doados pelas famílias para compor essa coletânea. Espaço A exploração de materiais de largo alcance pode ser realizada em espaços internos (sala de grupos de crianças, refeitório, área interna comum etc.) e externos (jardim, tanque de areia, quadras poliesportivas, pátios ou solários), a depender da ambientação desejada para os diferentes materiais. Espaços externos podem contextualizar a oferta de elementos naturais como cantinhos diversos para brincar com água, no jardim, em um dia de calor, ou sementes e grãos no tanque de areia. Em espaços internos mais circunscritos como a sala, as construções com pequenos objetos para exploração podem ser dispostas sobre o chão ou a mesa. 2
3 Tempo Essa proposição é ideal para os momentos de passagem na rotina pedagógica, nos quais as crianças podem brincar livremente, sem a necessidade de chegar todas juntas a determinado fim. Pode ocorrer nos horários de recepção e saída das crianças, pode ser disponibilizada em um ambiente que acolha as que finalizam atividades mais rapidamente que o restante do grupo. Pode se desenvolver nos horários de parque ou momentos de brincar no ambiente das salas. Quando as crianças estão envolvidas, essa atividade pode durar de 40 a 50 minutos, ou mais. Interações Para a exploração atenta dos materiais é importante considerar a condição de grupos reduzidos, em cantos com materiais disponíveis, sob o olhar atento da professora. Nessas explorações a professora não deve intervir, mas sim compreender a intenção das crianças e oferecer mais materiais, recursos ou outras formas de ajuda que apoiem o que os pequenos estão construindo, sem, entretanto, fazer por eles. Atividades Os educadores de grupos de crianças bem pequenas, nos berçários, podem focar-se em propostas prioritariamente sensoriais, explorando texturas, movimentos, temperaturas, dimensões, peso e relação corporal com os materiais por meio de explorações táteis, utilizando o corpo como suporte, com os pequenos deitados ou sentados no chão, ou então sentados ou em pé em mesas. Os educadores de crianças de 2 e 3 anos também podem complementar suas propostas com elementos que nutram o imaginário, estimulem o faz de conta, e promovam oportunidades de interação lúdica entre as crianças (contar histórias antes de apresentar o material, estruturar o ambiente e os materiais para viabilizar brincadeiras em grupo, acrescentar elementos como potes e ferramentas nas propostas de interação com a argila para ampliar as possibilidades do grupo etc.). As proposições da professora podem desencadear as seguintes atividades das crianças: 1. Exploração de materiais recicláveis. 2. Exploração de caixotes. 3. Exploração de tecidos. 4. Exploração de tocos de madeira 3
4 Observe A observação é um importante instrumento para subsidiar o planejamento das propostas do professor e também para enriquecer as experiências das crianças. No desenvolvimento dessa proposta é interessante observar: 1. A qualidade e as características da interação e exploração sensorial das crianças com estes materiais: as crianças conhecem as características físicas dos materiais? além de conhecerem as características, exploram suas possibilidades de apropriações criativas? Como? comunicam suas ideias, mostram-se curiosas com os objetos? ao longo do tempo, dominam variadas possibilidades de composição com os objetos e materiais? desenvolvem novas estratégias de explorar os materiais já conhecidos e de compor novos arranjos espaciais? 2. A qualidade e as características das interações simbólicas com os materiais: as crianças elaboram enredos durante as brincadeiras? brincam com representações de papeis sociais? projetam outros usos para os objetos convencionais do cotidiano? 3. A qualidade de interação das crianças com seus pares durante essas experiências: as crianças compartilham, progressivamente, os objetos de exploração? demonstram gostar de brincar com seus pares? gostam de trocar ideias e compor novos objetos em grupo? A voz de quem participou A brincadeira no parque hoje foi diferente com as sucatas. As crianças criaram variedades de brinquedos: carros, bonecas, boliche; usaram a imaginação e se divertiram bastante. Eu fiquei observando como elas pegam esses objetos que seriam jogados no lixo e facilmente fazem deles um brinquedo. Gostei bastante desta experiência e de como as crianças se interessam ao brincar com sucatas. Ednólia dos Anjos Santos, educadora da Creche A.M.U.N.O. Foi muito especial para mim ver os rostinhos deles felizes e empolgados, fazendo brincadeiras novas com tudo que estamos mostrando para eles com os materiais de largo alcance. Todos estamos aprendendo muito. Que um material que para o adulto não serve mais, para uma criança vira um parque de diversões. Juliana Quintiliano Silva, educadora da Associacão Quintal Mágico 4
5 Referências BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, KLISYS, Adriana; CAYUBI, Renata. Construções Lúdicas. Revista Avisa Lá nº 17. São Paulo, Instituto Avisa Lá. Formação Continuada de Educadores, Disponível em: < PEREIRA, Maria Amélia P. Casa Redonda: uma experiência em educação. São Paulo: Livre, VÍDEOS: PEREIRA, Maria Amélia P. Casa Redonda: uma experiência em educação. São Paulo:Livre, (DVD 1 e 2) The Adventures of a Cardboard Box (As aventuras de uma caixa de papelão). Disponível em:< Créditos Equipe Projeto Corpo e Cultura na Formação do Educador da Primeira Infância - Associação Sabiá: Carolina Teixeira Pires, Cristiano Ribeiro Vianna e Larissa Néri Equipe da Associação Quintal Mágico - Osasco: Direção: Ajussimeire Benfica Coordenação pedagógica: Sheila Correia Simão e Carolina Ribeiro Professoras: Angra De Sousa Santos, Cintia Correia Da Silva, Andressa De Jesus Simão, Cibele Aparecida Da Silva, Marilene Da Silva Xavier, Evanir Bispo Dos Santos Costas, Lucineia Vieira Dos Santos, Diva Farias De Almeida, Jessica Cristina Ferreira Costa, Brenda Alves de Souza, Stefany Monteiro De Sousa, Bruna Mathiazi Da Silva Equipe AMUNO - Osasco: Direção: Sônia Regina da Silva Souza Coordenação pedagógica: Luciana Rodrigues dos Santos Professoras: Fabiana Ribeiro Rosseto, Josefa Gomes da Silva, Rosana Vital de Almeida, Tamires Ferreira, Valéria dos Santos, Ednolia dos Anjos Santos, Elisângela Umburanas Santos, Lilian das Neves Quaresma, Nielma de Andrade Viana Shimizu, Ednalva Abade Silva Martins, Andreia Bezerra de Melo Iniciativa Coordenação Técnica Parceiros 5
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