A vantagem competitiva das organizações: uma análise da visão baseada em recursos. Cleiciele Albuquerque Augusto 1. 1 Introdução

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A vantagem competitiva das organizações: uma análise da visão baseada em recursos. Cleiciele Albuquerque Augusto 1. 1 Introdução"

Transcrição

1 A vantagem competitiva das organizações: uma análise da visão baseada em recursos Cleiciele Albuquerque Augusto 1 Resumo: O objetivo do presente ensaio teórico foi discutir a vantagem competitiva, com foco na Visão Baseada em Recursos. Por meio de uma pesquisa bibliográfica, e com base nas principais abordagens presentes na literatura, foram apresentadas as origens e os princípios básicos da Análise do Posicionamento Estratégico (APE), da Economia dos Custos de Transação (ECT), da Abordagem das Capacidades Dinâmicas (ACD) e da Visão Baseada em Recursos (VBR). Em relação à VBR, discutiu-se de que modo recursos e capacidades internas diferenciadas estabelecem condição para a criação e a sustentação de vantagem competitiva e apresentadas as críticas mais comuns a essa abordagem. Os resultados indicaram a importância de se compreender diferentes perspectivas quanto ao surgimento e à posse de vantagens competitivas e quais os indícios de que elas podem ser visualizadas de forma complementar. Conclui-se, portanto, que há espaço para o desenvolvimento de futuros estudos que visem integrar a VBR a outras abordagens teóricas que tratam da vantagem competitiva, como a APE, a ECT e a ACD, por exemplo. Palavras-chave: Vantagem Competitiva. Visão Baseada em Recursos. Estratégia. Abstract: The objective of this theoretical research is to discuss gaining competitive advantage from the main approaches in the strategy literature, focusing on the Resource Based-View (RBV). Through a literature search, were presented the origins and the basic aspects of the Strategic Positioning Analysis (SPA), the Transaction Costs Economics (TCE), the Dynamic Capabilities Approach (DCA), and finally, the Resource Based-View (RBV). Regarding VBR, its origins, evolution and basic principles were discussed, presenting how different internal resources and capabilities can create and sustain competitive advantage. In addition, the most common criticisms of this approach also were discussed. The results showed the importance of understanding different perspectives about the development and possession of competitive advantages, providing, however, evidence that they can be viewed in a complementary way. It follows, therefore, that it is possible future studies be developed to integrate the VBR with other theoretical approaches that deal with competitive advantage, such as SPA, TCE and DCA. Keywords: Competitive Advantage. Resource Based-View. Strategy. 1 Introdução O aumento da concorrência nos últimos anos é notável e ocorre, em grande parte, em razão do contexto globalizado e competitivo em que as organizações se inserem. Desse modo, uma inadequação no uso dos recursos e nas capacidades internas pode representar uma ameaça à organização. Assim, o modo como esta trata do planejamento e utiliza os recursos existentes constituem fatores determinantes para o seu desempenho e sobrevivência. Os recursos estruturais contribuirão para manter a empresa no mercado desde que forneçam bases para diferenciá-la da concorrência, criando vantagens competitivas. Zaccarelli (2004, p. 25) destaca que a vantagem competitiva pode ser vista tal qual a implementação de uma idéia que não pode ser copiada e que vai levar aquela empresa a crescer e lucrar mais que as outras. Para o autor, a receita do 1 Professora adjunta do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá. Doutora pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com estágio doutoral na Copenhagen Business School, em Copenhagen, Dinamarca. cleicielealbuquerque@yahoo.com.br.

2 sucesso para uma organização é possuir e explorar vantagens competitivas. Na maioria das vezes, as ideias com maior valor são aquelas que originam tais vantagens. No entanto, as vantagens competitivas podem ser copiadas com o passar do tempo. As empresas têm a possibilidade de estabelecer estratégias de imitação e, com base em tecnologias disponíveis, alcançar o diferencial das concorrentes. Portanto, uma questão que se aponta é: de que modo as empresas podem sustentar uma vantagem competitiva, dada a possibilidade de imitação e de acesso das concorrentes às mesmas tecnologias. Uma das maneiras de ganhar vantagens competitivas e dificultar a imitação está no arcabouço teórico denominado Visão Baseada em Recursos (VBR). A VBR sustenta-se nos trabalhos de clássicos, como Penrose (1959), Wernefelt (1984), Barney (1991), Peteraf (1993) e Teece, Pisano e Shuen (1997), e em artigos mais atuais (ARGYRES; ZENGER, 2008, 2012; SAES, 2009; CROOK; COMBS; KETCHEN; AGUINIS, 2013; NEVES; HAMACHER; SCAVARDA, 2014; TEBBOUNE; URQUHART, 2016; GHOZZI; SOREGAROLI; BOCCALETTI; SAUVÉE, 2016; HUO; HAN; PRAJOGO, 2016). A VBR parte do pressuposto de que os recursos e as capacidades internas habilitam as organizações a desempenhar melhor uma atividade com um custo menor em relação ao dos concorrentes, o que significa poder atingir vantagens competitivas. Nesse contexto, conforme Saes (2009), as empresas devem analisar a disponibilidade de recursos internos e administrá-los de forma a otimizar o desempenho organizacional e proporcionar suporte ao seu posicionamento estratégico. Diante do exposto, surge a seguinte questão: de que modo recursos e capacidades internas diferenciadas estabelecem condição para gerar e sustentar vantagem competitiva? O objetivo do presente artigo é, portanto, compreender as bases que determinam a criação e a sustentação de vantagem competitiva com base na perspectiva da VBR. A realização do presente estudo justifica-se devido à necessidade de se entender a importância da capacidade de criar e de sustentar vantagens competitivas na atual configuração de mercado, com atributos que permitem, na maior parte das vezes, ditar as condições de concorrência, para o sucesso e até influenciar a extinção das empresas. Assim, na perspectiva da VBR, um arcabouço teórico consagrado na área de estratégia organizacional (FOSS, 1998), é possível identificar em que condições e quais fatores internos são decisivos na criação e sustentação de vantagens competitivas duradouras para o sucesso das empresas (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997; GHOZZI; SOREGAROLI; BOCCALETTI; SAUVÉE, 2016; TEBBOUNE; URQUHART, 2016). Trata-se, portanto, de uma contribuição válida para os gestores viabilizar os negócios nas suas atividades diárias. Diante disso, verifica-se a importância da pesquisa bibliográfica para tratar da VBR. Segundo Teece, Pisano e Shuen (1997, p. 514), o conjunto de ideias que permeiam a referida abordagem não fornecem uma teoria de estratégia de negócios ou um conjunto de taxonomias úteis, uma vez que existem muitas questões intuitivas a serem identificadas. Na conquista de vantagens competitivas, além da gestão dos recursos e da importância das capacidades para lidar em um ambiente de mudanças rápidas, outros aspectos devem ser considerados: a posição da organização em um mercado de concorrência, a coordenação e os custos envolvidos nas trocas

3 realizadas pela empresa. Tais aspectos também são discutidos na presente investigação, conforme as seguintes visões: Abordagem das Capacidades Dinâmicas, Abordagem do Posicionamento Estratégico e Teoria dos Custos de Transação. Todas elas auxiliam no entendimento dos fatores a serem considerados na busca de vantagens competitivas. Para alcançar o objetivo proposto neste trabalho, o presente ensaio teórico apresenta, além desta introdução, uma segunda seção, na qual se estuda o conceito de vantagem competitiva, visando estabelecer um pano de fundo para a discussão. Na sequência são discutidas as origens, os conceitos e as abordagens teóricas das vantagens competitivas, bem como as origens, a evolução, os princípios básicos e as críticas mais comuns à VBR. Por fim, são realizadas as considerações finais e disponibilizadas as referências do presente estudo. 2 Fundamentos teóricos Neste tópico, apresenta-se uma revisão de literatura sobre os principais temas que permeiam a discussão neste trabalho, quais sejam: vantagem competitiva, algumas abordagens teóricas, notadamente, a Visão Baseada em Recursos, suas origens, evolução e principais características. 2.1 Origens e evolução da vantagem competitiva A questão-chave na administração estratégica é a criação e a manutenção do nível de vantagem competitiva da firma (FOSS, 2005; BARNEY, 2007). Conforme indicam Perin, Sampaio e Hooley (2007), o tema vantagem competitiva perdura por um longo tempo no campo da literatura dedicada à área de administração estratégica (PERIN; SAMPAIO; HOOLEY, 2007). De acordo com Camilo et al. (2009), investigar de que modo as empresas obtêm vantagens competitivas contínuas, tornou-se alvo permanente de pesquisadores que se dedicam ao estudo da administração estratégica. Um dos primeiros registros do termo vantagem competitiva na literatura de estratégia é atribuído a Ansoff. Em seu livro Corporate Strategy, de 1965, o autor definiu a expressão da seguinte forma: a vantagem de perceber, de forma proativa, tendências de mercado à frente dos concorrentes e de ajustar a oferta em função dessa antecipação. Antes de Ansoff (1965), textos clássicos de estratégia empresarial destacavam a função de planejar e mobilizar a empresa para o seu processo de execução. Nessa época, não existia o assunto conquista e manutenção da vantagem competitiva. O cenário começa a se alterar no fim da década de 1970, em virtude da crescente competição entre empresas norte-americanas e japonesas, com clara vantagem para as últimas, que se pautavam em diferentes bases e se tornaram bem-sucedidas em inúmeras áreas (ZACARELLI, 1995; VASCONCELOS; BRITO, 2004). Tal situação fez com que a indústria norte-americana passasse a se preocupar com a competitividade de uma forma mais intensa. Desse momento em diante, executivos e consultores das

4 principais empresas norte-americanas publicam vários artigos em renomados periódicos da área de negócios, como por exemplo, a Harvard Business Review e o Journal of Business Strategy. Nesses trabalhos, a expressão vantagem competitiva foi empregada com um sentido muito mais amplo que foco competitivo, abrangendo unidades de negócios inteiras em vez de apenas um produto (VASCONCELOS; BRITO, 2004). As publicações sobre o tema continuaram em uma trajetória crescente. Com os artigos, vieram os livros e, segundo Camilo et al. (2009), no fim da década de 1970, a vantagem competitiva começou a ocupar um papel central no campo da estratégia. Nesse ínterim, o processo de gestão estratégica passa a ser, conforme explicam Vasconcelos e Brito (2004, pg. 54), a gestão da vantagem competitiva, ou seja, o processo de desenvolver e manter vantagens competitivas. A vantagem competitiva consolidou-se tema central do campo da estratégia, no início da década de 1980, e o seu conceito foi adotado pela academia. Michael Porter teve um papel de destaque nesse processo, de forma que, com a publicação de seus livros Competitive Strategy (1980) e Competitive Advantage (1985), o objetivo das empresas com fins lucrativos passou a ser praticamente aumentar a vantagem competitiva, considerada uma prerrogativa da empresa e uma estratégia para o sucesso. Nos últimos anos, estudos como o de Henry Mintzberg (2000), por exemplo, apontam alterações na forma de abordar o assunto. No entanto, o tema vantagem competitiva predomina na literatura da área de administração estratégica Abordagens teóricas da vantagem competitiva Embora a expressão vantagem competitiva seja muito frequente na literatura de estratégia empresarial, sua definição ainda é imprecisa. O conceito surge tal qual um construto dominante para justificar por que algumas empresas têm desempenho superior em relação às concorrentes. Contudo, essa explicação apresenta múltiplas abordagens, a depender dos autores e do contexto em que for utilizada (BRITO; VASCONCELOS, 2004; VASCONCELOS; BRITO, 2004; FOSS, 2005). Segundo Vasconcelos e Cyrino (2000), diversas correntes do pensamento econômico versam sobre a questão da vantagem competitiva, utilizando para tal, diferentes conceitos. Na concepção de Saes (2009), tais abordagens podem ser discutidas conforme o grupo Economia das Organizações e com base nas correntes de pensamento mais renomadas da literatura sobre estratégia: a Análise de Posicionamento Estratégico (APE), que tem como foco o mercado de produto; a Economia dos Custos de Transação (ECT), cuja preocupação está na coordenação das trocas realizadas pela empresa; e a Visão Baseada em Recursos (VBR), que lança um olhar sobre os recursos e capacidades internos à firma. Uma quarta corrente teórica discutida no presente artigo, também relacionada à Economia das Organizações, é a Abordagem das Capacidades Dinâmicas (ACD), que enfatiza a sustentação de vantagens competitivas em ambientes de rápidas mudanças A Análise do Posicionamento Estratégico (APE)

5 Concebida por Michael Porter, a APE é um dos paradigmas dominantes no campo da estratégia nas últimas décadas e, dessa forma, considerada um marco na análise do planejamento estratégico. Utilizando-se do suporte metodológico Organização Industrial, a APE apresenta a indústria como unidade de análise e pressupõe que o posicionamento da firma dentro da estrutura industrial é o principal determinante de seu sucesso ou de fracasso no cenário competitivo (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997; VASCONCELOS; CYRINO, 2000; SAES, 2009). Conforme argumenta Porter (1985), os empresários criam e capturam valor e alcançam vantagem competitiva ao posicionar-se de maneira estratégica perante as forças que moldam a estrutura da indústria. Essas forças advêm dos clientes, dos fornecedores, dos entrantes e dos produtos substitutos que determinam, no longo prazo, a rentabilidade das empresas pertencentes a um determinado setor (PORTER, 1985). A ideia é impedir as forças competitivas que dificultam à empresa atingir rendas econômicas que, nesta abordagem, denominam-se rendas monopolistas. Cada uma das forças é influenciada por muitos fatores. O mais relevante deles são as barreiras à entrada, entre as quais se destacam: as economias de escala, a diferenciação do produto com marca, a necessidade de altos investimentos, as desvantagens de custo independentes do porte, dificuldade de acesso a canais de distribuição e as políticas governamentais (VASCONCELOS; CYRINO, 2000; SAES, 2009). Assim, na opinião de Teece Pisano e Shuen (1997), a estratégia competitiva visa estabelecer posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência na indústria, ou, pelo menos, influenciar essas forças ao seu favor. Nessa perspectiva, a vantagem competitiva é o resultado da capacidade da firma de realizar eficientemente o conjunto de atividades necessárias para obter um custo mais baixo que o dos concorrentes ou de organizar as atividades de uma forma única, capaz de gerar um valor diferenciado para os compradores (VASCONCELOS; CYRINO, 2000). A APE, segundo Saes (2009, p. 34), propõe três posicionamentos estratégicos distintos para as firmas: 1) Liderança em custo, que consiste em manter os custos abaixo dos de seus concorrentes, o que gera barreira com relação aos novos entrantes; 2) Diferenciação, que está relacionada à colocação de um novo produto ou serviço considerado único pelos clientes no âmbito da indústria; 3) Foco, que pressupõe que uma empresa se dedique a um determinado segmento (alvo) mais eficiente ou eficazmente que os seus concorrentes. Cabe ressaltar, conforme Davis e Eisenhardt (2004), que a APE tem-se mostrado especialmente útil em mercados estáveis, nos quais a estrutura da indústria é bem definida, as posições defensivas podem ser claramente reconhecidas se houver tempo suficiente para construir e explorar estratégias de posicionamento. Portanto, com base nessa abordagem, a vantagem competitiva ocorre na medida em que a organização adota uma estratégia voltada para o custo, à diferenciação ou foco, de forma vantajosa, perante clientes, fornecedores, entrantes e produtos substitutos A Economia dos Custos de Transação (ECT)

6 A ECT surgiu em 1937 com Ronald Coase, que defendeu em The nature of the firm uma nova perspectiva para o entendimento das estratégias empresariais. Nesse célebre artigo, o autor mostrou que, além dos custos de produção, existem outros associados ao funcionamento dos mercados: os custos de transação. Esses custos referem-se à ação de trocar, capturar e proteger direitos de propriedade e ocorrem com base nos seguintes fatores: elaboração e negociação dos contratos; mensuração e fiscalização dos direitos de propriedade; organização de atividades; adaptação às mudanças no sistema econômico e monitoramento das transações e do desempenho dos agentes envolvidos (LANGLOIS; FOSS, 1997; SAES, 2009). A ECT é um dos braços da denominada Nova Economia Institucional, cuja base alerta para a importância das instituições, consideradas um fator de contingência das organizações. Williamson (2008) e Zylbersztajn (2009) esclarecem que a NEI propõe duas vertentes analíticas complementares, aplicáveis ao estudo das organizações: uma, a macroanalítica, concentra-se na origem, na estruturação e nas mudanças das instituições ao longo do tempo; a outra, a microanalítica, preocupa-se com a análise de estruturas de governança que regulam transações específicas, na qual a ECT estabelece suas bases. No nível microanalítico da NEI, a transação é a unidade de análise da ECT. Nesse nível, a preocupação central é criar valor com base na coordenação de estruturas de governança. Tais estruturas podem ocorrer por meio de integração vertical, mediante o mercado ou contratos. Em última instância, o objetivo é reduzir os custos de transação por intermédio da eficiência, visando maximizar o desempenho (WILLIAMSON, 1985, 1996). A ECT considera que a escolha de estruturas de governança adequadas concretizar-se-á em função de atributos, denominados atributos de transação. Assim, o alinhamento entre as estruturas de governança (mercado, contratos e integração vertical) e os atributos de transação definirá a competitividade da firma. De acordo com Williamson (1985), esses atributos são a especificidade de ativos envolvidos na transação, o que faz surgir uma situação de quase renda, definida por Saes (2009, p. 50) a diferença entre o valor gerado na atividade específica e o seu melhor uso alternativo ; a incerteza, que diz respeito à impossibilidade de previsões exatas sobre as contingências futuras; e a frequência, ou seja, o número de vezes que os agentes econômicos se encontram para realizar determinada transação. Além disso, considera-se que alguns pressupostos comportamentais influenciam a escolha de determinadas estruturas de governança em detrimento de outras, quais sejam: a racionalidade limitada, relacionada à incapacidade de os agentes envolvidos em uma transação estimarem todas as relações que podem influenciá-la no longo prazo; e o oportunismo, denominado o autointeresse dos agentes envolvidos nas transações (WILLIAMSON, 1985, 1996). Em transações recorrentes, ou seja, com alta frequência, as partes podem desenvolver reputação, o que limita seu interesse de agir de modo oportunista para obter ganhos de curto prazo (CROOK, et al., 2013). Amparados nesses pressupostos, Williamson (1985) observa que, quanto maior a frequência e, principalmente, as incertezas e especificidades de ativos presentes na transação, mais a empresa tende à integração vertical, ou seja, à internalização da produção. Isso porque a presença de ativos específicos

7 pode provocar comportamentos oportunistas e captura de renda, diante da racionalidade limitada dos agentes (WILLIAMSON, 1985, 1996). Por outro lado, quando a frequência, as incertezas e a presença de ativos específicos na transação forem baixas, é possível recorrer a estruturas mais desverticalizadas, na forma de contratos, e até à compra no mercado livre. Nessa perspectiva, adquire-se vantagem competitiva por meio de uma coordenação eficiente nas estruturas de governança da empresa, na redução de custos de transação e capaz de proteger ativos específicos de comportamentos oportunistas, levando-se em conta a frequência nas transações e as incertezas e limitações cognitivas presentes A Abordagem das Capacidades Dinâmicas (ACD) A criação da ACD é de responsabilidade de Teece, Pisano e Shuen, os quais desenvolveram, no artigo Dynamic Capabilities and Strategic Management, publicado em 1997, uma abordagem que propõe analisar as fontes de criação e de aquisição de riqueza nas firmas. Fundamentada em Shumpeter (1934), Penrose (1959), Williamson (1975, 1985), Barney (1986), Nelson e Winter (1982), Teece (1988) e Teece et al. (1994), essa abordagem desenvolveu-se porque, na percepção desses teóricos, apesar de a teoria estratégica estar repleta de análises, manter vantagem competitiva, por exemplo, ela não é muito efetiva quando se trata de compreender de que forma determinadas empresas adquirem essas vantagens em regimes de rápidas mudanças. Dessa forma, a ACD enfatiza as competências e a forma de implementação das empresas e de que maneira elas evoluirão em ambientes dinâmicos (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997). Os autores referem-se a essa abordagem empregando os termos capacidades dinâmicas para enfatizar dois aspectos fundamentais, que não foram tratados nas perspectivas anteriores. O termo "dinâmica" refere-se à capacidade de renovar as competências de forma a obter congruência com o ambiente de negócios em constante mudança; o termo "capacidades" enfatiza o papel fundamental da gestão estratégica na adaptação e na integração das competências e dos recursos internos e externos da organização para corresponder às exigências desse ambiente (TEECE, PISANO E SHUEN, 1997). Segundo Teece, Pisano e Shuen (1997, p. 18), quando se trata da ACD, um aspecto inicial chama atenção: o problema estratégico da empresa, considerando-se um mundo de competição shumpeteriana, é identificar competências internas e externas difíceis de imitar com maior probabilidade de suporte a produtos e serviços valiosos. Isso implica investigar onde estão e quais são essas competências; quais serão os investimentos despendidos para desenvolvê-las; e qual o tempo previsto para esse propósito, tendo em vista, tanto o desenvolvimento dos recursos específicos existentes, quanto o desenvolvimento de novos recursos. Assim, a vantagem competitiva da empresa assenta-se no entendimento das competências que ela possui, bem como no modo por meio do qual renova essas competências para atender as mudanças do seu ambiente de negócios. 2.2 VBR

8 A VBR foi desenvolvida e consolidada, sobretudo, nos últimos 30 anos e pressupõe que a vantagem competitiva provém da posse e do desenvolvimento de recursos internos que, de alguma forma, são superiores aos dos concorrentes. A VBR oferece um arcabouço próprio para o estudo da vantagem competitiva e tem sido frequentemente considerada uma linha teórica basilar para pesquisas no campo da estratégia. Por esse motivo, no presente artigo, analisa-se a vantagem competitiva com base nessa abordagem. Inicialmente, discutem-se suas origens e evolução. Em um segundo momento, trata-se de suas principais características, por meio de conceitos básicos, de uma discussão sobre recursos estratégicos e rendas ricardianas e, finalmente, apresentam-se as principais críticas dirigidas à VBR e as conclusões da presente investigação Origem e evolução A Visão Baseada em Recursos (RBV) (do inglês, Resource Based View) tem origem na teoria econômica, especialmente nos estudos de Penrose (1959), segundo o qual, as empresas desenvolvem suas vantagens competitivas por meio das imperfeições do mercado e das singularidades advindas dessas imperfeições provem a base para o desenvolvimento de capacidades ou recursos únicos (COMBS; KETCHEN, 1999; MINTZBERG, 2000; NICKERSON; ZENGER, 2004). Nesse sentido, conforme apontam Foss e Foss (2004) e Foss e Stielglitz (2011), o trabalho de Penrose (1959) é o mais importante precursor da RBV. Isso porque, em seus estudos, Penrose abordou a questão da heterogeneidade das firmas em termos de serviços e isso pode ser derivado das diferenças nos recursos e na capacidade que elas possuem. Desse modo, apesar de o trabalho de Penrose não tratar exclusivamente de vantagens competitivas, a sua contribuição representa a primeira tentativa sustentável para defender a importância da análise estratégica da heterogeneidade de recursos. Nesse aspecto, a RBV é completamente Penrosiana visto que ela se utiliza do mesmo argumento para explicar as diferenças entre as empresas (FOSS; FOSS, 2004). Partindo dessa linha de raciocínio, Barney (1991) afirma que, embora a visão de Penrose seja mais restrita aos bens tangíveis, a sua maior contribuição foi considerar que a fonte de individualidade de uma firma não reside no seu conjunto de recursos, mas sim na forma de utilização destes, ou seja, nos serviços gerados. Em outras palavras, apesar da importância dos recursos, é a forma como eles serão usados que definirá a vantagem competitiva de uma firma sobre as demais. Na obra The theory of the growth of the firm (1959, p. 24), Penrose ressalta que uma firma é mais que uma unidade administrativa; é também uma coleção de recursos produtivos cuja disposição entre diferentes usos e ao longo do tempo é determinada por decisões administrativas. É com base na RBV e no trabalho de Wernefelt (1984) que os ativos intangíveis passam a ser considerados. Estabelece-se, portanto, um paralelo entre a visão tradicional, baseada em produtos e defendida pelo modelo competitivo de Porter (1985), e a Visão Baseada em Recursos. Nesse caso, novas perspectivas estratégicas poderiam ser visualizadas. Com um artigo premiado e responsável por nomear a

9 Teoria Baseada em Recursos, Wernefelt (1984) desenvolveu a ideia de Penrose com as seguintes preposições: 1. A análise das empresas em termos de seus recursos conduz a critérios imediatos diferentes da perspectiva tradicional de produtos. 2. Pode-se identificar tipos de recursos que podem conduzir a altos lucros. 3. A estratégia para uma grande empresa envolve o atingimento de um equilíbrio entre a exploração dos recursos existentes e o desenvolvimento de novos recursos. 4. Uma aquisição pode ser vista como a compra de um pacote de recursos em um mercado altamente imperfeito (MINTZBERG, 2000, p. 203). Barney (1991) vem ao encontro dos argumentos de Wernefelt (1984) e amplia a perspectiva original de Penrose, afirmando que o conjunto de recursos da firma não é somente uma lista de fatores, mas o processo de interação desses recursos e seus efeitos na organização. Portanto, o valor estratégico do recurso não é apenas o resultado do recurso em si, nem tão somente a sua ligação com outro, mas a cadeia de relações no conjunto de recursos controlados pela organização. Para Barney (1991), os recursos incluem ativos, capacidades, processos organizacionais, informações e conhecimentos controlados por uma empresa que possibilitam criar e seguir estratégias eficazes. Tais recursos podem ser classificados: recursos de capital físico (tecnologia, fábrica, equipamentos, localização geográfica, acesso a matérias-primas), recursos de capital humano (treinamento, experiência, inteligência, relacionamentos) e recursos de capital organizacional (sistemas e estruturas formais e relações informais dos grupos). Com base na perspectiva de Penrose (1959), Wernefelt (1984) e Barney (1991), a vantagem competitiva relaciona-se ao fato de as empresas possuírem um conjunto de recursos distintivos que satisfazem as demandas dos mercados onde elas atuam RBV: princípios básicos Conforme se afirmou anteriormente, a VBR apresenta uma nova perspectiva ao concluir que a posse de recursos estratégicos é a principal fonte de vantagem competitiva das empresas. De acordo com essa abordagem, efetiva-se a competitividade mediante a captação de rendas e a eficiência, em outras palavras, as capacidades e os ativos específicos da firma determinam o seu desempenho (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997; SAES, 2009; CROOK et al., 2013). Desse modo, a vantagem competitiva concentra-se na empresa cujos recursos dificultam a imitação, ou seja, na habilidade de a empresa encontrar ou criar recursos e capacidades verdadeiramente distintivos (SAES, 2009; GHOZZI; SOREGAROLI; BOCCALETTI; SAUVÉE, 2016; HUO; HAN; PRAJOGO, 2016; TEBBOUNE; URQUHART, 2016). Na percepção de Teece, Pisano e Shuen (1997), para conseguir esses recursos, três situações devem ser consideradas. Primeiro, as empresas, muito comumente, não têm a capacidade organizacional para desenvolver capacidades rapidamente, porque tais capacidades, na maior parte das vezes, são construídas dentro das organizações, tarefa que demanda um considerável período de tempo. Em segundo lugar, alguns recursos (o conhecimento tácito, a reputação e a experiência, por exemplo) não são facilmente negociáveis. E, finalmente, mesmo quando um ativo pode ser comprado, as empresas podem ter pouco a fazer. Ou seja, ao menos que uma empresa tenha sorte ou

10 informação superior para aproveitar esse ativo e torná-lo distintivo, não vai adiantar muito adquiri-lo visando obter vantagens competitivas. O que se observa é que a VBR aborda a firma com sistemas e estruturas superiores. As firmas são rentáveis não porque estão engajadas em investimentos estratégicos que podem impedir a entrada de concorrentes, conforme destaca a abordagem de Porter, mas porque elas têm um custo significativamente menor, ou oferecem qualidade nitidamente superior nos seus produtos. Portanto, a redução de custos e o desenvolvimento de produtos com qualidade superior significam fontes de rendas diferenciais e, consequentemente, condição para alcançar vantagens competitivas. Logo, tal abordagem centra-se nas rendas resultantes dos recursos específicos da firma e não nos lucros econômicos provenientes do posicionamento de mercado do produto, como defende a abordagem de Porter (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997). Para Mintzberg et al. (2000), o foco da VBR é a origem, o desenvolvimento e a sustentação das capacidades internas das organizações a visão de dentro para fora em contraste ao posicionamento e à visão de Porter, ou seja, de fora para dentro. A VBR distingue-se, por conseguinte, do posicionamento mais tradicional, inspirado na Economia Industrial (Porter, 1980; 1985; 1996), e volta-se para o interior da firma com o objetivo de investigar a força e as deficiências de seu posicionamento em relação aos recursos. A RBV observa as vantagens competitivas nas atividades que ocorrem "dentro da empresa", isto é, em suas rotinas, capacidades, processos, posições e caminhos, ou path dependencie. Path dependencie significa que as diferenças entre os recursos e as capacidades das empresas são construídas sob a influência de decisões passadas (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997). Para a RBV, as escolhas estratégicas dos tomadores de decisão dentro da empresa implicam a opção por caminhos mais longos, um processo difícil e caro, visto que envolve a construção de recursos que não podem ser comprados. Segundo a RBV, o foco precisa ser definido de acordo com as competências singulares da empresa e não com os produtos, como ocorre com a abordagem do modelo competitivo de Porter (1985). Para a RBV, os produtos são a manifestação das competências únicas da empresa (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997). Na perspectiva de Foss e Foss (2004), chega-se à seguinte conclusão: a VBR, de muitas maneiras, favoreceu o campo da estratégia por tratar a gestão estratégica de um modo totalmente diferente de Michael Porter (1980). Isso porque ela expandiu o vocabulário e as ferramentas do campo da estratégia mediante a proposta de geração de renda pela eficiência, a apresentação de recursos difíceis de serem imitados e outras ideias Recursos e capacidades estratégicos De acordo com Saes (2008, p. 26), para a VBR, a essência da firma é a habilidade para criar, transferir, reunir, integrar e explorar os seus recursos estratégicos. No entanto, é interessante salientar que nem todos os recursos têm o potencial de sustentar a vantagem competitiva. De que forma, então, a

11 empresa identificará quais recursos são estratégicos, isto é, oferecem os maiores benefícios sustentados em face da concorrência? (MINTZBERG, 2000). De acordo com Barney (1991), do ponto de vista estratégico, há dois tipos de recursos: aqueles que não criam Vantagens Competitivas Sustentáveis (VCS), por serem abundantes, acessíveis, substituíveis e relativamente fáceis de serem negociados no mercado; e os que permitem à firma adquirir VCS, pelo fato de serem valiosos, raros, imperfeitamente imitáveis e insubstituíveis. Tais características estão descritas a seguir, considerando Barney (1991): 1. Valiosos: porque permitem às empresas conservarem ou executarem as estratégias que melhorem sua eficiência ou eficácia, criando oportunidades e/ou neutralizando as ameaças do ambiente externo. 2. Raros: são incomuns e possuem uma alta demanda em relação aos recursos dos competidores (correntes ou potenciais) em uma determinada indústria. 3. Imperfeitamente imitáveis: ou seja, um recurso deve ser não apenas valioso e raro, mas também inimitável. Essa prerrogativa de não se poder imitar pode estar relacionada à complexidade do recurso, a segredos comerciais, a equipamentos produtivos especializados ou à experiência acumulada dos trabalhadores. 4. Insubstituíveis: um recurso pode ser raro e inimitável, mas não será estratégico se os concorrentes puderem encontrar um substituto para ele. Assim, um recurso é insubstituível quando não existem outros capazes de implementar as mesmas estratégias, ainda que de forma similar, ou quando seus resultados sucumbem às características que o levam à categoria de gerador de valor estratégico. Vale destacar que firmas que controlam recursos raros e valiosos possuem vantagens competitivas. Todavia, para obterem Vantagens Competitivas Sustentáveis, os recursos necessitam ser não imitáveis (ou custosamente imitáveis) e insubstituíveis (FOSS, 2005). Em outras palavras, ao adotar a estratégia como unidade de análise, Barney (1991) sugere: se o mercado de fatores é sempre perfeitamente competitivo, fica impossível à firma capturar rendas econômicas. Para esse argumento, o autor parte do pressuposto de que as firmas são heterogêneas em relação aos recursos que possuem. E mais, esses recursos não têm mobilidade perfeita, o que pode significar a perpetuação da heterogeneidade da firma. Considerando que não há perfeita mobilidade dos recursos, porque nem todos os fatores externos à firma podem ser adquiridos no mercado, surge a possibilidade de criação de rendas econômicas. Portanto, a heterogeneidade de recursos é sustentável se não há uma perfeita imitabilidade ou transferibilidade (SAES, 2009). De uma forma geral, são quatro as propriedades de um recurso capaz de gerar vantagem competitiva, na percepção de Barney (1991): valor, raridade, difícil imitação e difícil substituição. Diversos estudiosos concentram seu trabalho na descrição dos recursos e das capacidades inerentes ao ambiente interno das organizações. Não obstante o progresso nos estudos das relações intraorganizacionais desde os pensadores clássicos, como Wernefelt (1984), Barney (1991) e Peteraf (1993), tem muito trabalho a ser feito nessa área.

12 Fatores condicionantes da vantagem competitiva pela VBR Peteraf (1993) apresenta uma abordagem distinta da de Barney (1991). Segundo esse outro ponto de vista, a unidade de análise são os recursos individuais no âmbito da firma e não as estratégias. A autora examina as condições dos recursos que asseguram as Vantagens Competitivas Sustentáveis, quais sejam: 1) Recursos superiores (heterogêneos dentro da indústria), de forma que a firma possa gerar rendas ou lucros eficientes; 2) Limites ex-post à competição, de modo que a renda não seja eliminada pela competição, pressupondo-se dificuldades de imitação, devido à posse de um conjunto eficiente de recursos; 3) Limite ex-ante à competição, uma condição na qual, antes de o recurso gerar vantagem competitiva e posição privilegiada para a empresa, exista uma competição limitada por esse recurso; e 4) Não mobilidade de recursos, que possibilita o surgimento de rendas diferenciais. Com base no trabalho de Peteraf (1993), The cornerstones of competitive advantage, e considerando a VBR, é possível destacar que os recursos proporcionarão uma Vantagem Competitiva Sustentável para a empresa quando reunirem essas quatro condições. Explicando mais detalhadamente, a primeira condição trata da questão: os recursos devem ser superiores, o que implica a heterogeneidade das firmas dentro de uma indústria. Então, em termos de eficiência, os pacotes de recursos diferem de uma firma para a outra, e desigualdade na eficiência origina diferentes rendas entre as firmas (PETERAF, 1993; FOSS; FOSS, 2004; PEREIRA; FORTE, 2008). Conforme Peteraf (1993), a heterogeneidade em uma indústria envolve situações em que a presença de recursos estratégicos é limitada em quantidade e, ao mesmo tempo, escassa em relação à demanda. Nessa condição, as empresas com recursos escassos acessam menores custos médios do que as demais. Entretanto, não podem expandir rapidamente a sua produção, mesmo que o preço pago pelo mercado seja muito alto. Preços altos induzem empresas menos eficientes a entrar no mercado. Ao atingir um equilíbrio entre demanda e oferta e normalizar os preços, as empresas menos eficientes terão seus ganhos rebaixados; diferentemente, as empresas com recursos superiores podem colher retornos acima da média. Portanto, a heterogeneidade é a condição para que uma empresa possa gerar lucro diferencial. As outras três condições seguintes se encarregam de sustentar os lucros gerados (PETERAF, 1993). A segunda condição se refere às barreiras ex-post à competição, proposta por Lipman, Rumelt e Wernefelt, os quais se utilizaram de outra terminologia. No entanto, independentemente da denominação proposta, o objetivo aqui é examinar os mecanismos genéricos que podem sustentar a vantagem competitiva e classificar os recursos com base na sua potencial contribuição para a sustentabilidade (FOSS; FOSS, 2004). Dessa forma, as barreiras à competição ex-post remetem ao seguinte fato: após uma empresa ocupar uma posição de vantagem mediante recursos heterogêneos, devem existir fatores que preservem essa posição (REED; DEFILLIPPI, 1990). Nesse caso, constituem fatores de sustentação a dificuldade de imitação e a replicação dos recursos, até em função de mecanismos de isolamento como, por exemplo, a não codificação do

13 conhecimento ou a existência de path dependencies (é o caso da posse de uma marca de sucesso) inerentes à empresa, que dificultam a imitação dos recursos. Nesse ponto, o cerne da questão é de que maneira os atributos dos recursos fazem com que eles sejam caros ou impossíveis de serem imitados (PETERAF, 1993; PEREIRA; FORTE, 2008). As barreiras ex-ante à competição são a terceira condição para se sustentar vantagem competitiva. De acordo com Foss e Foss (2004), Barney (1986) estabeleceu-a com o argumento do mercado de fatores, ou seja, assimetrias de informação são necessárias para produzir a diferença entre o preço do recurso e o seu valor presente líquido, criando, com isso, a condição de gerar rendas e alcançar vantagem competitiva. Tais assimetrias de informações limitam a competição pelos recursos, de forma que algumas empresas possam adquiri-los e estabelecer uma posição a um custo vantajoso. Assim sendo, o valor dos recursos não pode ser de conhecimento de todos antes de sua aquisição, pois isso geraria uma competição explícita e uma consequente elevação de preços, erodindo os possíveis ganhos derivados desses recursos (PETERAF, 1993). Portanto, o que se considera nessa condição competitiva é, basicamente, a ideia de que os lucros provêm da incerteza ou de assimetrias de informação na fase inicial do processo (REED; DEFILLIPPI, 1990). A última condição é a imobilidade, segundo a qual, os recursos são imóveis quando, de alguma maneira, possuem especialização ou especificidade que os tornam adaptados exclusivamente para as necessidades da empresa que os possuem (PETERAF, 1993; REED; DEFILLIPPI, 1990). A imobilidade ocorre em função de alguns fatores: o fato de os recursos possuírem características de maior agregação de valor, se utilizados dentro da empresa e em conjunto com outros recursos do que em seus concorrentes; a questão da dificuldade e dos elevados custos de transação na transferência desses recursos (PETERAF, 1993; FOSS; FOSS, 2004). Para Wade e Hulland (2004) as características de valor e raridade, apresentadas por Barney (2001), são atributos de limitação ex-ante à competição, e os atributos imperfeitamente imitáveis e insubstituíveis, atributos de limitação ex-post. 2.3 Críticas à RBV A VBR constitui uma das principais abordagens teóricas do campo da estratégia. Contudo, ela tem sido alvo de críticas por parte de teóricos da área. De acordo com Kimura (2007), as avaliações se devem ao fato de que essa abordagem, da mesma forma que outras do campo da estratégia, apresenta falhas e, por isso, suas contribuições são mais limitadas. Foss (2005) ressalta que, do ponto de vista da teoria da ciência, a VBR não pode ser considerada um caso claro de progresso científico, pois não atende aos critérios científicos de Popper (1934), Kuhn (1962) e Lakatos (1970). A VBR não satisfaz as especificações de Popper (1934), porque, na percepção desse autor, ela apresenta um caráter tautológico, o que não é cientificamente válido. Na visão de Kuhn (1962), a VBR não sobrepujou outras abordagens da administração estratégica, entre as quais, está a

14 abordagem da Organização Industrial. A VBR também não atende aos critérios de Lakatos (1970), uma vez que, apesar de explicar vantagem competitiva de uma forma nova, o conceito não era, de fato, novo, não reconhecido e não teorizado, quando abordado pela VBR (KIMURA, 2007). Segundo Saes (2009), alguns autores, Argyres (1996), Williamson (1999), Barney e Arikan (2001), Priem e Butles (2001) e Nickerson (2003), em seus textos, sugerem uma reflexão sobre pontos relacionados à VBR, entre os quais, o seu poder preditivo e sua natureza tautológica e não formal. Conforme esses autores, o argumento da VBR de que recursos raros e custosos de serem replicados são importantes para gerar renda diz muito pouco sobre quais e de que maneira tais recursos deveriam ser reunidos para criar e sustentar a vantagem competitiva. Da forma como foi construída, a VBR não gera predições empíricas e as explicações sobre as vantagens competitivas sustentáveis são sempre ex-post, ou seja, essa abordagem não tem o poder de prever e prescrever a conduta ideal para as firmas alcançarem vantagem competitiva sustentável (SAES, 2009). Outro clássico problema da VBR diz respeito a pressupostos básicos: sua unidade de análise. Parte dos principais precursores dessa teoria diverge nesse aspecto. Para alguns, a unidade de análise é a estratégia (BARNEY, 1991), para outros, é o recurso individual (PETERAF, 1993). Uma consequência de tal discordância é que, conforme observam Teece, Pisano e Shuen (1997) e Kimura (2007), muitas ideias da VBR não fornecem uma teoria de estratégia de negócios ou um conjunto de taxonomias úteis. Segundo eles, a abordagem ainda apresenta muitas questões intuitivas que precisam ser identificadas. Na visão dos autores acima citados, a VBR não explica adequadamente de que forma e por que certas firmas têm vantagem competitiva em situações de rápidas e imprevisíveis mudanças. Saes (2009) acredita que isso se deve ao fato de que a VBR negligencia o ambiente externo. Para a autora, essa negligência não permite que a VBR anteveja se o valor competitivo de um recurso pode ser eliminado ou intensificado com mudanças externas, a exemplo da tecnologia, comportamento dos concorrentes e consumidores. Portanto, em situações de grande volatilidade do ambiente, torna-se difícil prever qual contribuição de recursos seria valiosa, rara, difícil de ser imitada e insubstituível (SAES, 2009, p. 45). Outra importante crítica endereçada à VBR, e apontada anteriormente, diz respeito ao seu caráter tautológico. Nesse sentido, Arend (2003) assinala que a VBR está sujeita a existência de elementos recorrentes. Exemplificando, o autor esclarece que, no contexto da abordagem, recursos valiosos por definição criam valor, firmas diferentes são heterogêneas por natureza e recursos causais ambíguos não podem ser mensurados sem torná-los não ambíguos. São, portanto, aspetos redundantes e pouco claros. No que diz respeito à heterogeneidade das firmas, assunto discutido pela VBR, por mais que a abordagem enfatize esse pressuposto, as causas da heterogeneidade têm sido pouco pesquisadas. De acordo com Foss e Foss (2004), essa é também uma crítica, uma vez que a análise da VBR deveria começar dessa condição porque parte do esforço dos estudiosos da VBR tem sido para argumentar que, em contraste com a economia da Organização Industrial, essa abordagem localiza a heterogeneidade das firmas no centro da sua abordagem (FOSS; FOSS, 2004). Kimura (2007) ressalva que, não obstante todas as críticas acima elencadas, e apesar de apresentar uma série de proposições analíticas e tautológicas, de forma particular, a VBR continua sendo

15 valiosa. Segundo o autor, diversos conceitos e argumentos fundamentais em estratégia são fruto de proposições verbais, sem um embasamento lógico formal, como é o caso da própria RBV. No entanto, é válido ressaltar que a abordagem contribui para a evolução do conhecimento, uma vez que oferece uma perspectiva estratégica ao considerar os recursos e as capacidades internas à firma uma fonte de vantagem competitiva. 3 Conclusão A noção de vantagem competitiva tem suas origens na prática gerencial e de consultoria, de forma semelhante à estratégia empresarial. Com a evolução da estratégia na condição de disciplina acadêmica, a temática vantagem competitiva ganhou uma abordagem mais científica e formal, deixando de ser uma referência ocasional para se tornar um dos conceitos-chave da disciplina. Uma linha da literatura sobre vantagem competitiva que adquiriu notabilidade no campo da estratégia é a VBR. Com raízes em Penrose (1959) e, mais fortemente, em Wernefelt (1984), Barney (1991) e Peteraf (1993), essa abordagem considera os recursos nas ações da firma e as suas capacidades uma preocupação central da estratégia. Assim, o objetivo do presente trabalho foi compreender de que maneira recursos e capacidades internas diferenciadas são a condição para gerar e sustentar vantagem competitiva. Por meio da revisão de literatura, foi possível constatar que, no parecer de Barney (1991), a empresa ganha vantagem competitiva se os recursos forem valiosos, raros, insubstituíveis e dificilmente imitáveis. No parecer de Peteraf (1993), isso ocorrerá se os recursos forem superiores, com restrições à imitação ex-ante e ex-post, e apresentarem mobilidade imperfeita. Além disso, outra fonte de vantagem competitiva conforme a VBR está na heterogeneidade das firmas, condição para a geração de rendas ricardianas, provenientes de um recurso cuja oferta é pequena. Esse recurso possibilita à empresa obter rendas ricardianas quando for capaz de reduzir custos ou atingir uma qualidade diferenciada em relação à concorrência, permitindo à organização obter um ganho superior às demais que atuam no mesmo segmento. As rendas ricardianas são de longa duração, uma vez que provêm de fatores difíceis ou impossíveis de serem imitados. Logo, elas implicam a sustentação da vantagem competitiva da empresa. Outra questão condicionante da sustentação de vantagens competitivas refere-se ao fato de que o valor estratégico do recurso não é apenas o resultado do recurso em si. Nesse sentido, destaca-se a coordenação dos recursos, pois é o modo como eles são gerenciados que define a vantagem competitiva de uma firma em relação às suas concorrentes. Ressalta-se, ainda, o processo de interação desses recursos, considerando não apenas suas características individuais, mas o reflexo da cadeia de relações no conjunto de recursos controlados pela organização. Com base na VBR, abordagem discutida neste trabalho, é possível afirmar que a valorização dos recursos internos da firma deve servir de fonte de vantagem competitiva sustentável e que a adequada

16 coordenação e gestão desses recursos agrega valor aos produtos e serviços oferecidos ao mercado. Desse modo, as vantagens competitivas surgem devido ao fato de a empresa obter desempenho superior em relação à concorrência, por meio da utilização de recursos e competências únicas, que as possibilitam formar e defender seu conteúdo estratégico. Conforme o que foi afirmado no início deste trabalho, existem várias correntes que explicam a vantagem competitiva. Na presente investigação, uma atenção maior foi destinada à VBR, mas resultados complementares podem ser encontrados em outras teorias. Com foco na gestão interna de recursos, a VBR pode completar-se com a APE, que apresenta outro olhar sobre a questão do posicionamento de mercado. Da mesma forma, questões relacionadas à transação de recursos considerados estratégicos podem ser complementadas com a ECT, teoria que respalda a coordenação desses recursos, principalmente porque considera a possibilidade de comportamentos oportunistas e a apropriação de renda dos agentes. Um olhar voltado às capacidades dinâmicas também pode abrir caminhos para a análise de recursos em ambientes incertos. Nessa linha, futuros estudos poderão ser desenvolvidos para integrar a VBR a outras teorias que tratam da vantagem competitiva, como a APE, a ECT e a ACD, por exemplo, abordadas inicialmente neste trabalho. Referências ALVES, Flavia Chaves; BOMTEMPO, J. V.; COUTINHO, P. Competências para Inovar na indústria petroquímica brasileira. Revista Brasileira de Inovação, Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, AREND, R. J. Revisiting the logical and research considerations of competitive advantage. Strategic Management Journal, v. 24, n. 3, p , ARGYRES, N.; ZENGER, T. Capabilities, Transaction Costs, and Firm Boundaries: A Dynamic Perspective and Integration. Social Science Research Network (SSRN), Capabilities, Transaction Costs, and Firm Boundaries. Organization Science, v. 23, n.6, p , Nov./Dec, BARNEY, JAY. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of management, v. 17, n. 1, p , Gaining and sustaining competitive advantage (3rd ed.). Upper Saddle River, NJ: Prentice-Hall, BRITO, Luiz Artur L.; VASCONCELOS, Flávio C. A Heterogeneidade do Desempenho, suas Causas e o Conceito de Vantagem Competitiva: Proposta de uma Métrica. Revista de Administração contemporânea. Edição Especial 2004: CAMILO, Silvio Parodi O.; XAVIER, Wlamir G.; BANDEIRA-DE-MELO, Rodrigo; MARCON, Rosilene. O Efeito da Estrutura de Capital no Valor das Firmas: Uma Análise Baseada na Resource-Based-View. In: 3 Es Encontro de Estudos em Estratégia, ANPAD, 2009, Recife/PE. Rio de Janeiro: 2009.

MBA GESTÃO COMERCIAL

MBA GESTÃO COMERCIAL MBA GESTÃO COMERCIAL Planejamento, Estrutura e Operação de Vendas Geração e Qualificação de Leads Liderança e Gestão de Equipes Argumentação para Vendas Consultivas Pós Vendas e Gestão do Relacionamento

Leia mais

FEA USP. EAD376 - Economia da Estratégia. Análise de Ambiente Interno e Posicionamento para a Vantagem Competitiva

FEA USP. EAD376 - Economia da Estratégia. Análise de Ambiente Interno e Posicionamento para a Vantagem Competitiva FEA USP EAD376 - Economia da Estratégia Análise de Ambiente Interno e Posicionamento para a Vantagem Competitiva Ref:Besanko et al. A Economia da Estratégia. Capitulo 13; Prof. Dr. James T. C. Wright Planejamento

Leia mais

Custos de Transação, Custos de Mensuração e Recursos Estratégicos: complementaridade no estudo de estruturas de governança

Custos de Transação, Custos de Mensuração e Recursos Estratégicos: complementaridade no estudo de estruturas de governança Custos de Transação, Custos de Mensuração e Recursos Estratégicos: complementaridade no estudo de estruturas de governança Autoria: Cleiciele Albuquerque Augusto, José Paulo de Souza, Silvio Antonio Ferraz

Leia mais

Economia dos Custos de Transação e Visão Baseada em Recursos: aspectos complementares

Economia dos Custos de Transação e Visão Baseada em Recursos: aspectos complementares ECONOMIA DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO E VISÃO BASEADA EM RECURSOS: ASPECTOS COMPLEMENTARES cleicielealbuquerque@yahoo.com.br APRESENTACAO ORAL-Economia e Gestão no Agronegócio CLEICIELE ALBUQUERQUE AUGUSTO;

Leia mais

1

1 Unidade 01 Conceitos: Planejamento - Estratégia é uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma organização, cria a consciência das suas oportunidades e ameaças, dos seus pontos

Leia mais

PÓS GRADUAÇÃO - COMPETÊNCIAS AULA ESTRATÉGIA E COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS

PÓS GRADUAÇÃO - COMPETÊNCIAS AULA ESTRATÉGIA E COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS PÓS GRADUAÇÃO - COMPETÊNCIAS AULA 3 19.08.16 ESTRATÉGIA E COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS Prof. Joel Dutra Objetivo Discutir a construção e uso das competências organizacionais e seu impacto na construção

Leia mais

LLM Marketing de serviços jurídicos

LLM Marketing de serviços jurídicos LLM Marketing de serviços jurídicos Planejamento estratégico + Posicionamento de Mercado Aula 02 Wolney Pereira Agenda 1) Projeto de marketing 2) Conceituação de estratégia 3) Processo de planejamento

Leia mais

Figura 5 Ciclo de vantagem competitiva sustentável no mercado de saúde

Figura 5 Ciclo de vantagem competitiva sustentável no mercado de saúde 5 Conclusão A análise realizada ao longo deste estudo foi voltada para responder a pergunta problema proposta pelo autor: no atual contexto, que práticas de gestão levam as empresas de serviço em Saúde

Leia mais

Os papéis estratégicos dos sistemas de informação

Os papéis estratégicos dos sistemas de informação Os papéis estratégicos dos Parte 3 Aula 6 Fundamentos de SI Prof. Walteno Martins Parreira Jr Introdução aos sistemas de informação Os podem alterar a forma como as organizações competem em seus mercados,

Leia mais

Firm Resources and Sustained Competitive Advantage. Recursos da Firma e Vantagem Competitiva Sustentável. (Barney, J., 1991)

Firm Resources and Sustained Competitive Advantage. Recursos da Firma e Vantagem Competitiva Sustentável. (Barney, J., 1991) 1 Firm Resources and Sustained Competitive Advantage Recursos da Firma e Vantagem Competitiva Sustentável (Barney, J., 1991) Resumo: Entender as fontes de uma SCA (Vantagem Competitiva Sustentável). Pautado

Leia mais

AMBIENTE COMPETITIVO

AMBIENTE COMPETITIVO Objetivo AMBIENTE COMPETITIVO Entender como as forças ambientais influenciam a competitividade das empresas. Ser capaz de analisar o ambiente competitivo e formular estratégias empresariais Sumário Ambiente

Leia mais

FEA USP EAD376 - Economia da Estratégia. Sustentando a Vantagem Competitiva

FEA USP EAD376 - Economia da Estratégia. Sustentando a Vantagem Competitiva FEA USP EAD376 - Economia da Estratégia Sustentando a Vantagem Competitiva Ref:Besanko et al. A Economia da Estratégia, Capt. 14, e Hitt, Administração Estratégica, cap 12 Prof. Dr. James Terence Coulter

Leia mais

5.1. Sugestões para pesquisas futuras

5.1. Sugestões para pesquisas futuras 5 Conclusão A presente pesquisa trata o problema de identificação e avaliação de competências organizacionais capazes de alavancar vantagem competitiva sustentada em empresas fabricantes de produtos de

Leia mais

Gestão Estratégica A BATALHA DE KURSK. Aula 6 Estratégia Competitiva. Prof. Dr. Marco Antonio Pereira

Gestão Estratégica A BATALHA DE KURSK. Aula 6 Estratégia Competitiva. Prof. Dr. Marco Antonio Pereira Gestão Estratégica Aula 6 Estratégia Competitiva Prof. Dr. Marco Antonio Pereira marcopereira@usp.br A BATALHA DE KURSK 1 Modelo de Porter As 5 forças Competitivas Estratégias Genéricas Propósito da Empresa

Leia mais

Gestão Estratégica. Aula 5 Estratégia Competitiva. Prof. Dr. Marco Antonio Pereira

Gestão Estratégica. Aula 5 Estratégia Competitiva. Prof. Dr. Marco Antonio Pereira Gestão Estratégica Aula 5 Estratégia Competitiva Prof. Dr. Marco Antonio Pereira marcopereira@usp.br Leitura INDISPENSÁVEL para Próxima Aula MODELO ADAPTADO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO APLICADO À MICROEMPRESAS:

Leia mais

Estudo da concorrência: Análise das 5 forças de PORTER

Estudo da concorrência: Análise das 5 forças de PORTER Estudo da concorrência: Análise das 5 forças de PORTER UNIBAN Instituto de Comunicação Curso de Tecnologia em Marketing Unidade Tatuapé SP Disciplina Estratégias de Marketing Prof. Me. Francisco Leite

Leia mais

VANTAGEM COMPETITIVA

VANTAGEM COMPETITIVA Universidade Federal de Santa Maria Centro de Tecnologia Programa de Pós-GraduaP Graduação em Engenharia de Produção VANTAGEM COMPETITIVA Disciplina: Inovação e estratégia empresarial para competitividade

Leia mais

IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MERCADO. Planejamento e Marketing Estratégico

IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MERCADO. Planejamento e Marketing Estratégico IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MERCADO Planejamento e Marketing Estratégico A oportunidade e o PEM A BASE DA CONSTRUÇÃO DE OBJETIVOS ESTÁ NA ANÁLISE DOS ELEMENTOS INTERNOS (forças e fraquezas) EXTERNOS

Leia mais

Inovação. Alberto Felipe Friderichs Barros

Inovação. Alberto Felipe Friderichs Barros Inovação Alberto Felipe Friderichs Barros O desenvolvimento e a difusão de novas tecnologias são essenciais para o crescimento da produção e aumento da produtividade. A inovação e o conhecimento desempenham

Leia mais

AULA 6 ASSUNTO: VALORES ORGANIZACIONAIS. AMBIENTE ORGANIZACIONAL ANÁLISE SWOT

AULA 6 ASSUNTO: VALORES ORGANIZACIONAIS. AMBIENTE ORGANIZACIONAL ANÁLISE SWOT AULA 6 ASSUNTO: VALORES ORGANIZACIONAIS. AMBIENTE ORGANIZACIONAL ANÁLISE SWOT PROF. Carlos Alberto OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS A NATUREZA DOS OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS Objetivo organizacional é uma meta

Leia mais

1.1. O Problema Objetivos da Pesquisa

1.1. O Problema Objetivos da Pesquisa 1 Introdução Quando uma firma inicia suas atividades numa determinada indústria, ela decide como competir baseada no seu entendimento dos principais processos econômicos dessa indústria e de sua crença

Leia mais

Prof.º Marcelo Mora

Prof.º Marcelo Mora ANÁLISE DAS 5 FORÇAS COMPETITIVAS NA INDÚSTRIA Análise Estrutural da Indústria ENTRANTES POTENCIAIS Ameaças de novos entrantes Poder de negociação dos fornecedores FORNECEDORES Concorrentes na Indústria

Leia mais

UNI 2 UNI N ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS FUNDAMENTOS. Análise das questões críticas. Alternativas de estratégias gerais. Análise das forças competitivas

UNI 2 UNI N ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS FUNDAMENTOS. Análise das questões críticas. Alternativas de estratégias gerais. Análise das forças competitivas Atingir objetivos vários caminhos estratégias UNI 2 UNI 1 UNI 3 UNI N ESTRATÉGIAS FUNCIONAIS ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS FUNDAMENTOS Fundamentos Análise das questões críticas Estratégias

Leia mais

2 Aspectos inerentes às empresas para obtenção de vantagens competitiva

2 Aspectos inerentes às empresas para obtenção de vantagens competitiva 2 Aspectos inerentes às empresas para obtenção de vantagens competitiva O presente capítulo aborda os aspectos inerentes às empresas para a geração de vantagens competitiva, tendo com isso, o intuito de

Leia mais

Manual de Ecodesign InEDIC

Manual de Ecodesign InEDIC Manual de Ecodesign InEDIC Ferramenta 4: A ferramenta da análise do mercado fornece uma abordagem prática aos conceitos teóricos explicados no capítulo 5. Com o objetivo de determinar o potencial do mercado

Leia mais

Modelo de Forças Competitivas de Porter

Modelo de Forças Competitivas de Porter Modelo de Forças Competitivas de Porter O modelo de forças competitivas de Porter pressupõe a existência de cinco forças para a análise da competitividade dos setores da economia. O modelo também pode

Leia mais

On Strategic Networks. Em Redes estratégicas. (Jarillo, 1988)

On Strategic Networks. Em Redes estratégicas. (Jarillo, 1988) 1 On Strategic Networks Em Redes estratégicas (Jarillo, 1988) Resumo: em paralelo à aceitação teórica da importância das leis da competição para a formulação estratégica, fortalece-se a ideia de que o

Leia mais

Teoria em Recursos Humanos

Teoria em Recursos Humanos Aula 2 Teoria em Recursos Humanos Prof. Lucia B. Oliveira Agenda 1 2 3 Evolução teórica em RH Desenvolvimento de teoria em RH Abordagens teóricas à gestão de RH 1 Algumas definições Administração de Recursos

Leia mais

empreendedorismo UNIDADE iii- PROCESSO EMPREENDEDOR; AMBIENTES E CARACTERÍSTICAS DE NEGÓCIO.

empreendedorismo UNIDADE iii- PROCESSO EMPREENDEDOR; AMBIENTES E CARACTERÍSTICAS DE NEGÓCIO. empreendedorismo UNIDADE iii- PROCESSO EMPREENDEDOR; AMBIENTES E CARACTERÍSTICAS DE NEGÓCIO. PROCESSO EMPREENDEDOR SE DESENVOLVE AO LONGO DO TEMPO E SE MOVE POR MEIO DE FASES DISTINTAS, MAS INTIMAMENTE

Leia mais

FORÇAS COMPETITIVAS DE PORTER

FORÇAS COMPETITIVAS DE PORTER FORÇAS COMPETITIVAS DE PORTER Professor Flávio Toledo www.masterjuris.com.br Forças Competitivas Toda empresa está inserida num ambiente composto por um conjunto de forças competitivas que determinam o

Leia mais

Administração de Sistemas de Informação. Aula 5- Desafios Gerenciais da Tecnologia da Informação.

Administração de Sistemas de Informação. Aula 5- Desafios Gerenciais da Tecnologia da Informação. Aula 5- Desafios Gerenciais da Tecnologia da Informação. Conteúdo Programático desta aula Perceber o ambiente em transformação contínua e a necessidade de que a TI seja encarada na organização como um

Leia mais

7.1 Contribuições para a teoria de administração de empresas

7.1 Contribuições para a teoria de administração de empresas 7 Conclusões Esta tese teve por objetivo propor e testar um modelo analítico que identificasse como os mecanismos de controle e as dimensões da confiança em relacionamentos interorganizacionais influenciam

Leia mais

Pós Finanças e Controladoria Aula 02. Profa. Ms. Aline Castro

Pós Finanças e Controladoria Aula 02. Profa. Ms. Aline Castro Pós Finanças e Controladoria Aula 02 Profa. Ms. Aline Castro O ambiente estratégico: análise do ambiente competitivo O que vamos aprender? A importância de analisar e entender o macroambiente da empresa

Leia mais

GOVERNANÇA E COOPERAÇÃO - CAPACITAÇÃO (VISÃO ACADÊMICA)

GOVERNANÇA E COOPERAÇÃO - CAPACITAÇÃO (VISÃO ACADÊMICA) 2ª. CONFERÊNCIA BRASILEIRA SOBRE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS OFICINA DE TRABALHO: GOVERNANÇA E COOPERAÇÃO - CAPACITAÇÃO (VISÃO ACADÊMICA) Palestrante: Antonio Batista Ribeiro Neto, M. Sc Doutorando Eng.

Leia mais

Economia Industrial. Prof. Marcelo Matos. Aula 11

Economia Industrial. Prof. Marcelo Matos. Aula 11 Economia Industrial Prof. Marcelo Matos Aula 11 Penrose e abordagem baseada em recursos Penrose, 1959 cap 2-5; Teoria da Firma - Questões Fundamentais 1. O que é uma firma? 2. Razões para o surgimento

Leia mais

Profª Valéria Castro V

Profª Valéria Castro V Profª Valéria Castro Críticas Sistemas tradicionais de mensuração de desempenho devido ao foco em medidas financeiras de curto prazo. Dificultam a criação de valor econômico para o futuro. BSC propõe o

Leia mais

Agency Theory: An Assessment and Review. Teoria da Agência: Uma Avaliação e Revisão. (Eisenhardt, K. M., 1989)

Agency Theory: An Assessment and Review. Teoria da Agência: Uma Avaliação e Revisão. (Eisenhardt, K. M., 1989) 1 Agency Theory: An Assessment and Review Teoria da Agência: Uma Avaliação e Revisão (Eisenhardt, K. M., 1989) Resumo: revisão da Teoria da Agência, suas contribuições à teoria organizacional e trabalho

Leia mais

ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS MICHAEL PORTER. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E EMPRESARIAL AULA 10 Prof. João Maurício G. Boaventura

ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS MICHAEL PORTER. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E EMPRESARIAL AULA 10 Prof. João Maurício G. Boaventura ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS MICHAEL PORTER PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E EMPRESARIAL AULA 10 Prof. João Maurício G. Boaventura ESTRATÉGIA COMPETITVA É a busca de uma posição competitiva favorável e sustentável

Leia mais

Índice de mortalidade de médias e pequenas empresas. Brasil: 70% USA: 50% Pesquisa Small Business Administrator: 98% falta ou falha de planejamento.

Índice de mortalidade de médias e pequenas empresas. Brasil: 70% USA: 50% Pesquisa Small Business Administrator: 98% falta ou falha de planejamento. Plano de negócio Índice de mortalidade de médias e pequenas empresas Brasil: 70% USA: 50% Pesquisa Small Business Administrator: 98% falta ou falha de planejamento. O que é Plano de Negócio? Descrição

Leia mais

AULAS 11, 12, 13 e 14

AULAS 11, 12, 13 e 14 Tema FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA Análise da Organização. AULAS, 2, 3 e 4 Identificação e avaliação dos recursos, capacidades e competências Análise comparativa dos recursos. Elementos de estudo: GRANT, R.,

Leia mais

Cap. 2 Empresa, Indústria e Mercados

Cap. 2 Empresa, Indústria e Mercados 1. Introdução Analisar os conceitos de empresa, indústria e mercado Cap. 2 Empresa, Indústria e Mercados Economia de Empresas Profa. Michele Polline Veríssimo Incapacidade da teoria neoclássica em tratar

Leia mais

VANTAGEM COMPETITIVA NO SETOR DE TECNOLOGIA: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE TECNOLOGIA

VANTAGEM COMPETITIVA NO SETOR DE TECNOLOGIA: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE TECNOLOGIA XXVII ENANGRAD VANTAGEM COMPETITIVA NO SETOR DE TECNOLOGIA: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE TECNOLOGIA eduardo christ Daniele Huzek Lentsck Luis Fernando Lara CAMPINAS, 2016 VANTAGEM COMPETITIVA NO SETOR

Leia mais

19/10/2016. Liderança em custo. Processo de administração estratégica. Estratégias corporativas. Duas estratégias corporativas genéricas

19/10/2016. Liderança em custo. Processo de administração estratégica. Estratégias corporativas. Duas estratégias corporativas genéricas Liderança em custo Prof. Francisco César Vendrame Processo de administração estratégica Análise externa Missão Objetivos Escolha da estratégia Implementação da estratégia Vantagem competitiva Análise interna

Leia mais

CONSTRUINDO UMA VANTAGEM COMPETITIVA NA ELABORAÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS

CONSTRUINDO UMA VANTAGEM COMPETITIVA NA ELABORAÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS CONSTRUINDO UMA VANTAGEM COMPETITIVA NA ELABORAÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS Daniel Ribeiro Ramires Resumo: O presente estudo objetiva-se em discutir sobre a importância e as vantagens da gestão estratégica

Leia mais

AE06 OS NÍVEIS DE PLANEJAMENTO

AE06 OS NÍVEIS DE PLANEJAMENTO 1 2 Nessa aula vamos começar a conhecer as principais estratégias que sua empresa poderá adotar para competir no mercado. conhecer os níveis de planejamento e seus papéis na estratégia empresarial 3 1.

Leia mais

PRESSUPOSTOS NORTEADORES DA ESCOLA DA RESOURCE- BASED VIEW OF THE FIRM (RBV).

PRESSUPOSTOS NORTEADORES DA ESCOLA DA RESOURCE- BASED VIEW OF THE FIRM (RBV). PRESSUPOSTOS NORTEADORES DA ESCOLA DA RESOURCE- BASED VIEW OF THE FIRM (RBV). Jamana Rodrigues de Azevedo Professora de Marketing Estratégico, Teoria Geral da Administração II, Tópicos Especiais em Marketing,

Leia mais

Administração e Planejamento Estratégico: Uma introdução

Administração e Planejamento Estratégico: Uma introdução Planejamento Administração e Planejamento Estratégico: Uma introdução Planejamento é a prática que as pessoas e organizações usam para administrar suas relações com o futuro. Maximiano 2000 Situação Estratégica

Leia mais

Negócios Estratégicos I

Negócios Estratégicos I Negócios Estratégicos I ESTRATÉGIA O que é estratégia? Conceitos de estratégia Alfred Chandler Jr. A estratégia pode ser definida como a determinação das metas e dos objetivos de longo prazo de uma dada

Leia mais

GLOBAL SOURCING: INTERNACIONALIZAÇÃO EFICIENTE COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA EM PAÍSES EMERGENTES.

GLOBAL SOURCING: INTERNACIONALIZAÇÃO EFICIENTE COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA EM PAÍSES EMERGENTES. GLOBAL SOURCING: INTERNACIONALIZAÇÃO EFICIENTE COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA EM PAÍSES EMERGENTES. Mauricio Fernandes Lima 1 RESUMO Este artigo tem por objetivo abordar a necessidade de adoção de estratégias

Leia mais

ESTRATÉGIA COMPETITIVA APLICADA EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DE BELÉM: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DAS PERCEPÇÕES DOS PDIs

ESTRATÉGIA COMPETITIVA APLICADA EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DE BELÉM: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DAS PERCEPÇÕES DOS PDIs ESTRATÉGIA COMPETITIVA APLICADA EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DE BELÉM: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DAS PERCEPÇÕES DOS PDIs Rinaldo Ribeiro MORAES MORAES, Rinaldo Ribeiro. Estratégia competitiva aplicada

Leia mais

2ª Parte Competindo com a Tecnologia de Informação

2ª Parte Competindo com a Tecnologia de Informação 2ª Parte Competindo com a Tecnologia de Informação Objectivos de Aprendizagem Identificar várias estratégias competitivas básicas e explicar como elas podem utilizar Tecnologias da Informação para confrontar

Leia mais

Posicionamento estratégico Marcos Henrique Fortes

Posicionamento estratégico Marcos Henrique Fortes Posicionamento estratégico Marcos Henrique Fortes Objetivos da aula 11 A aula 11/16 tem como objetivos apresentar e explorar os seguintes tópicos: 1) Posicionamento estratégico - Liderança no custo total

Leia mais

Estratégia e Competitividade

Estratégia e Competitividade Estratégia e Competitividade Retirado de :Brito, R. P. (2011). Criação de valor, vantagem competitiva e seu efeito no desempenho financeiro das empresas (Doctoral dissertation). A discussão da competitividade

Leia mais

Estratégias Baseadas no Conhecimento: Rotinas e Capacidades

Estratégias Baseadas no Conhecimento: Rotinas e Capacidades Estratégias Baseadas no Conhecimento: Rotinas e Capacidades Vidigal Fernandes Martins vidigalfgv@gmail.com Carlos Roberto Souza Carmo carlosjj2004@hotmail.com; crscarmo@facic.ufu.br Renata de Oliveira

Leia mais

Administração. Gestão Por Competências. Professor Rafael Ravazolo.

Administração. Gestão Por Competências. Professor Rafael Ravazolo. Administração Gestão Por Competências Professor Rafael Ravazolo www.acasadoconcurseiro.com.br Administração Aula XX GESTÃO POR COMPETÊNCIAS A proposta da Gestão por Competências é compreender quais são

Leia mais

Palestra Virtual Como Fazer um Planejamento Estratégico. Maicon Putti Consultor Empresarial CRA/PR 19270

Palestra Virtual Como Fazer um Planejamento Estratégico. Maicon Putti Consultor Empresarial CRA/PR 19270 Palestra Virtual Como Fazer um Planejamento Estratégico Maicon Putti Consultor Empresarial CRA/PR 19270 Definição Planejamento Estratégico Podemos definir planejamento estratégico como o método pelo qual

Leia mais

Administração Mercadológica II

Administração Mercadológica II ADMINISTRAÇÃO Administração Mercadológica II Questões Resolvidas QUESTÕES RETIRADAS DE PROVAS OFICIAIS JÁ APLICADAS Produzido por Exatas Concursos www.exatas.com.br rev.1a Índice de Questões Prova: Administrador(a)

Leia mais

Introdução. Sucesso organizacional + Ambiente de Mudança. Adotar uma ESTRATÉGIA. Criar vantagem competitiva sustentada

Introdução. Sucesso organizacional + Ambiente de Mudança. Adotar uma ESTRATÉGIA. Criar vantagem competitiva sustentada Introdução Sucesso organizacional + Ambiente de Mudança Adotar uma ESTRATÉGIA Criar vantagem competitiva sustentada Elemento unificador que dá coerência e direcção às decisões individuais da empresa Introdução

Leia mais

FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA

FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA QUESTÕES CRÍTICAS Quais são os propósitos e objetivos da organização? Diz aos administradores onde a organização quer chegar. Evitar que a formulação da estratégia esteja contra

Leia mais

III - Entendendo o Comportamento de Compra do Produtor Rural

III - Entendendo o Comportamento de Compra do Produtor Rural III - Entendendo o Comportamento de Compra do Produtor Rural Roberto Fava Scare Leonardo Silva Antolini A produção agropecuária, sendo uma atividade econômica que visa o processamento de insumos e não

Leia mais

Avaliação de Empresas EAC0570

Avaliação de Empresas EAC0570 Avaliação de Empresas EAC0570 ANÁLISE ESTRATÉGICA O Processo de Avaliação de Empresas Objetivo da avaliação estratégica Por que a análise estratégica é importante? A estratégia direciona as ações de uma

Leia mais

Vantagem competitiva e Sistemas de Informação

Vantagem competitiva e Sistemas de Informação Vantagem competitiva e Sistemas de Informação VANTAGEM COMPETITIVA GESTÃO DA INFORMAÇÃO Qual o valor da informação para uma organização? Quais os objetivos de uma organização? O que pode mudar em uma organização

Leia mais

Planejamento Estratégico

Planejamento Estratégico Planejamento Estratégico Unidade 2: Análise e diagnóstico do ambiente e objetivos organizacionais 1 SEÇÃO 2.1 ANÁLISE DO AMBIENTE GERAL E DO SETOR 2 Objetivo Coleta de informações Objetivo: Avaliação para

Leia mais

ADM. Professor Douglas Pereira da Silva. DPS Gestão Negócios ADM

ADM. Professor Douglas Pereira da Silva. DPS Gestão Negócios ADM ADM Gestão de Negócios Professor Douglas Pereira da Silva 1 A constituição do talento humano Conhecimento SABER Aprender a aprender Aprender continuadamente Aumentar o conhecimento Habilidade SABER FAZER

Leia mais

MEDIÇÃO DE DESEMPENHO VIA BSC

MEDIÇÃO DE DESEMPENHO VIA BSC MEDIÇÃO DE DESEMPENHO VIA BSC Quais indicadores podem ser utilizados para avaliar um sistema operacional? Alguns Exemplos de Indicadores Qualidade; Eficiência Operacional; Grau de Inovação; Superávit;

Leia mais

Inteligência Corporativa de Recursos

Inteligência Corporativa de Recursos Inteligência Corporativa de Recursos Jaime Evaldo Fensterseifer (UFRGS) jaime.ef@terra.com.br Eduardo de Oliveira Wilk (UFRGS) wilk@cpovo.net RESUMO Para enfrentar os desafios competitivos atuais, os gestores

Leia mais

Ambiente externo e interno. Prof. Doutora Maria José Sousa

Ambiente externo e interno. Prof. Doutora Maria José Sousa Ambiente externo e interno 1 Prof. Doutora Maria José Sousa Ambiente Externo e Interno A estratégia global de uma empresa deve ponderar a interacção entre a envolvente externa (macro-ambiente e ambiente

Leia mais

Planejamento Estratégico

Planejamento Estratégico MBA: Gestão Empresarial IESI Planejamento Estratégico Planejamento estratégico: Visão integrada Alcance de objetivos Criar valor, diferencial e identidade Pensamento estratégico Planejamento Estratégico

Leia mais

Vejamos agora as características principais de cada um dos tipos de estratégias adaptativas.

Vejamos agora as características principais de cada um dos tipos de estratégias adaptativas. Capítulo 15 - As Estratégias Adaptativas e Competitivas Iniciaremos este módulo esclarecendo que para um melhor aproveitamento de nosso estudo precisamos perceber que estamos num determinado nível de negócio

Leia mais

CUSTOS DE TRANSAÇÃO E DESEMPENHO CONTRATUAL: O CASO DA TERCEIRIZAÇÃO DA ATIVIDADE DE MANUTENÇÃO EM REFINARIAS DA PETRÓLEO BRASILEIRO S.A.

CUSTOS DE TRANSAÇÃO E DESEMPENHO CONTRATUAL: O CASO DA TERCEIRIZAÇÃO DA ATIVIDADE DE MANUTENÇÃO EM REFINARIAS DA PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências Sociais Aplicadas Departamento de Ciências Administrativas Mestrado Profissional em Administração CUSTOS DE TRANSAÇÃO E DESEMPENHO CONTRATUAL: O CASO

Leia mais

Aula 5 Tópico 5 - Economias de Escala, Concorrência Imperfeita e Comércio Internacional (parte 2):

Aula 5 Tópico 5 - Economias de Escala, Concorrência Imperfeita e Comércio Internacional (parte 2): Economia Internacional Aula 5 Tópico 5 - Economias de Escala, Concorrência Imperfeita e Comércio Internacional (parte 2): - Concorrência Monopolista e comércio - Discriminação internacional de preços (dumping)

Leia mais

Aula 3 ADM. DPS Aula 3 ADM

Aula 3 ADM. DPS Aula 3 ADM Aula 3 ADM Professor Douglas Pereira da Silva 1 Segmentos e Elementos do Ambiente Geral 2 3 Exemplos de Capacitações das Empresas 4 5 Competências Essenciais As competências essenciais são capacitações

Leia mais

Modelo SENAI de Prospecção

Modelo SENAI de Prospecção Modelo SENAI de Prospecção Prospectiva Organizacional São Paulo, 20/3/17 UNIEPRO/DIRET Modelo SENAI de Prospecção Justificativa É longo o ciclo entre captar a demanda, transformar em desenho curricular,

Leia mais

- Análise de mercados para implementação do negócio. - Análise competitiva baseada no tempo de atendimento

- Análise de mercados para implementação do negócio. - Análise competitiva baseada no tempo de atendimento 4 Metodologia 4.1 Introdução O objetivo deste capítulo é apresentar a metodologia estipulada para a realização deste trabalho, construído via estudo de casos. A importância do estudo de localização de

Leia mais

Ambiente das organizações

Ambiente das organizações Ambiente das organizações 1 2 FATORES AMBIENTAIS CENTRAL DE COOPERATIVAS APÍCOLAS DO SEMI-ÁRIDO BRASILEIROS O QUE É A CASA APIS? Central de Cooperativas Apícolas do Semi-Árido Brasileiro; Fundada em 2005,

Leia mais

Economia Industrial. Prof. Marcelo Matos. Aula 18

Economia Industrial. Prof. Marcelo Matos. Aula 18 Economia Industrial Prof. Marcelo Matos Aula 18 A Empresa Transnacional e Reorganização das estruturas produtivas mundiais Gonçalves (K&H 2013, cap17); Introdução ET como principal locus de acumulação

Leia mais

ASPECTOS DA DIMENSÃO HUMANA NA ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL

ASPECTOS DA DIMENSÃO HUMANA NA ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL ASPECTOS DA DIMENSÃO HUMANA NA ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL RH e Administração da Empresa A organização se constitui a partir da somatória de esforços individuais orientados para objetivos grupais pré-determinados.

Leia mais

1 O PROBLEMA. 1.1 Introdução

1 O PROBLEMA. 1.1 Introdução 1 O PROBLEMA Neste primeiro capítulo são abordados alguns pontos que motivaram a realização deste estudo sobre a análise das estratégias competitivas. Também serão verificados os objetivos principais e

Leia mais

CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS

CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS Renata Lèbre La Rovere, Professora e Pesquisadora do Grupo Inovação - IE/UFRJ Aula 4 Estrutura da Aula Capacidades Dinâmicas e Ações Individuais(Teece) O papel das

Leia mais

Desafios tributários para o crescimento sustentável. Page 1

Desafios tributários para o crescimento sustentável. Page 1 Desafios tributários para o crescimento sustentável Page 1 Estratégias de crescimento orgânico e inorgânico / A otimização do footprint das empresas via tributos Page 2 Planejamento Tributário Preventivo:

Leia mais

Estruturas de governança e recursos estratégicos em destilarias do estado do Paraná: uma análise a partir da complementaridade da ECT e da VBR

Estruturas de governança e recursos estratégicos em destilarias do estado do Paraná: uma análise a partir da complementaridade da ECT e da VBR ISSN 0080-2107 Estruturas de governança e recursos estratégicos em destilarias do estado do Paraná: uma análise a partir da complementaridade da ECT e da VBR Cleiciele Albuquerque Augusto José Paulo de

Leia mais

IED Instituições, Estratégias e Desenvolvimento

IED Instituições, Estratégias e Desenvolvimento IED Instituições, Estratégias e Desenvolvimento Objetivo A preocupação de fundo desta área de concentração é a relação entre inovações, formulação e execução de estratégias, mudança institucional e o desenvolvimento.

Leia mais

Campus Capivari Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) Prof. André Luís Belini /

Campus Capivari Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) Prof. André Luís Belini   / Campus Capivari Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) Prof. André Luís Belini E-mail: prof.andre.luis.belini@gmail.com / andre.belini@ifsp.edu.br MATÉRIA: INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO Aula N : 03 Tema:

Leia mais

Gestão de Micro e Pequenas Empresas

Gestão de Micro e Pequenas Empresas Gestão de Micro e Pequenas Empresas Planejamento Estratégico (Parte 2) Professor: Charles Leite Análise Ambiental Qualquer uma das ferramentas ou técnicas já citadas fundamenta sua atuação na divisão ambiental

Leia mais

Vantagem competitiva sustentável na construção civil: estudo qualitativo na região central do Paraná

Vantagem competitiva sustentável na construção civil: estudo qualitativo na região central do Paraná Vantagem competitiva sustentável na construção civil: estudo qualitativo na região central do Paraná Gylmar Teixeira (Mestrando da Universidade Estadual do Centro Oeste) gylmart@yahoo.com.br Mario Luiz

Leia mais

Economia Industrial. Prof. Marcelo Matos. Aula 4

Economia Industrial. Prof. Marcelo Matos. Aula 4 Economia Industrial Prof. Marcelo Matos Aula 4 O Modelo Estrutura - Conduta - Desempenho Hasenclever e Torres [cap 4 de K&H, 2013]; Scherer e Ross, 1990; Mason: Esforço empírico Antecedentes A Firma Ativa

Leia mais

5 Conclusão 5.1. Conclusões

5 Conclusão 5.1. Conclusões 5 Conclusão 5.1. Conclusões Entre os resultados mais significativos da pesquisa cabe destacar, primeiramente, a conclusão de que as empresas brasileiras ainda possuem poucas práticas que relacionam a Gestão

Leia mais

04/05/2017. Aula 9 Planejamento e Estratégia. Conceitos de Estratégia. Planejar ou Administrar? Capítulo 15 Modelo de Negócios e Estratégia

04/05/2017. Aula 9 Planejamento e Estratégia. Conceitos de Estratégia. Planejar ou Administrar? Capítulo 15 Modelo de Negócios e Estratégia Aula 9 Planejamento e Estratégia Capítulo 15 Modelo de Negócios e Estratégia Jéssica - jessica.costa.pereira@usp.br Conceitos de Estratégia Grécia: A Arte dos Generais Os Estrategos; Estratégia: escolha

Leia mais

nativo para a terra. Apesar dos resultados serem relativamente robustos e bastante significativos, não há como estabelecer um teste conclusivo apenas

nativo para a terra. Apesar dos resultados serem relativamente robustos e bastante significativos, não há como estabelecer um teste conclusivo apenas Conclusão As principais lições que podem ser extraídas dos resultados apresentados são as seguintes: (i) imperfeições de mercado vêm impedindo uma utilização eficiente de recursos na agricultura brasileira;

Leia mais

Análise do Ambiente Externo: Macroambiente e Modelo de Porter Ampliado. Prof. Moacir Miranda

Análise do Ambiente Externo: Macroambiente e Modelo de Porter Ampliado. Prof. Moacir Miranda Análise do Ambiente Externo: Macroambiente e Modelo de Porter Ampliado Prof. Moacir Miranda Moacir de Miranda Oliveira Junior Livre Docente, Doutor e Mestre em Administração pela FEA-USP. Professor da

Leia mais

EMENTAS DAS DISCIPLINAS

EMENTAS DAS DISCIPLINAS EMENTAS DAS DISCIPLINAS CURSO DE GRADUAÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO Nome da Evolução do Pensamento Administrativo I Semestre 1º Estudo da administração, suas áreas e funções, o trabalho do administrador e sua

Leia mais

APÊNDICE 7 ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS DO TCC NO FORMATO DE RELATÓRIO TÉCNICO GERENCIAL

APÊNDICE 7 ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS DO TCC NO FORMATO DE RELATÓRIO TÉCNICO GERENCIAL APÊNDICE 7 ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS DO TCC NO FORMATO DE RELATÓRIO TÉCNICO GERENCIAL 1 INTRODUÇÃO Explicar o formato de análise de diagnóstico/relatório técnico do trabalho. Contextualizar o leitor, descrevendo

Leia mais

Desempenho de empresas

Desempenho de empresas gestão Desempenho de empresas Vistas em conjunto, as empresas apresentam desempenhos que divergem de forma expressiva uns dos outros. O artigo explora alguns dos principais fatores que determinam essas

Leia mais

Material para avaliação. Professor Douglas Pereira da Silva

Material para avaliação. Professor Douglas Pereira da Silva Material para avaliação Gestão de Negócios Professor Douglas Pereira da Silva 5 Forças de Porter DPS Gestão Negócios ADM 2016.2 2 Condições de fatores de produção De acordo com Porter, as condições dos

Leia mais

ASI - Administração de Sistemas de Informação. Sistemas de Informações e Processos Decisórios

ASI - Administração de Sistemas de Informação. Sistemas de Informações e Processos Decisórios ASI - Administração de Sistemas de Informação Sistemas de Informações e Processos Decisórios Aula 1 Conceitos Fundamentais de Sistemas Sistemas de Informações Gerenciais Introdução à Tecnologia da Informação

Leia mais

Logística E gerenciamento da cadeia de abastecimento

Logística E gerenciamento da cadeia de abastecimento Logística E gerenciamento da cadeia de abastecimento Conceitos básicos Logística e Varejo Entendendo a cadeia de abastecimento integrada OBJETIVOS Os conceitos, definições e importância da cadeia de abastecimento;

Leia mais

Aluna do Curso de Administração da UNIJUÍ. 3

Aluna do Curso de Administração da UNIJUÍ.   3 CLASSIFICAÇÃO DA GESTÃO À LUZ DA TEORIA DAS ESCOLAS DE FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS: UM ESTUDO MULTICASO EM ORGANIZAÇÕES FARMACÊUTICAS DE IJUÍ 1 CLASSIFICATION OF MANAGEMENT IN THE LIGHT OF STRATEGIC SCHOOL

Leia mais

Vantagem competitiva sustentável na construção civil: estudo na região Centro-Oeste do Paraná

Vantagem competitiva sustentável na construção civil: estudo na região Centro-Oeste do Paraná Vantagem sustentável na construção civil: estudo na região Centro-Oeste do Paraná Gylmar Teixeira (Mestrando da Universidade Estadual do Centro Oeste) gylmart@yahoo.com.br Mario Luiz Brunetti (Mestrando

Leia mais

ABC COSTING INSTRUMENTO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS

ABC COSTING INSTRUMENTO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS ABC COSTING INSTRUMENTO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS Camila Narciso Costa Resumo: O artigo aborda o rateamento dos custos fixos não mais pelo custo de mão de obra direta e sim por outros critérios ("cost

Leia mais

Vantagem Competitiva com SI

Vantagem Competitiva com SI Vantagem Competitiva com SI CEA145 Teoria e Fundamentos de Sistemas de Informação Universidade Prof. Federal George de H. G. Ouro Fonseca Preto DECEA / João Monlevade Universidade Federal

Leia mais