PLANEJAMENTO PLURIANUAL PARTICIPATIVO: UM NOVO PARADIGMA PARA A GESTÃO PÚBLICA DO RIO GRANDE DO NORTE
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- Afonso Delgado Fidalgo
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1 PLANEJAMENTO PLURIANUAL PARTICIPATIVO: UM NOVO PARADIGMA PARA A GESTÃO PÚBLICA DO RIO GRANDE DO NORTE Américo Maia Gustavo Maurício Filgueiras Nogueira Diego Tenório da Paz
2 2 Painel 28/003 Planejamento Plurianual nos Estados: Oportunidades para Democratização do Planejamento Público PLANEJAMENTO PLURIANUAL PARTICIPATIVO: UM NOVO PARADIGMA PARA A GESTÃO PÚBLICA DO RIO GRANDE DO NORTE Isidro-Filho Américo Maia Gustavo Maurício Filgueiras Nogueira Diego Tenório da Paz RESUMO Por meio do planejamento, a gestão pública estabelece prioridades e indica caminhos para desenvolver um conjunto de políticas visando à promoção de uma sociedade mais próspera, democrática e socialmente mais justa. A experiência do Rio Grande do Norte para o desenvolvimento de seu planejamento dos próximos quatro anos se deu com a elaboração do Plano Plurianual Participativo que apresenta três inovações: uma abordagem mais estratégica, adoção de uma visão territorial mais explícita e a participação direta da sociedade. A nova metodologia comunica com mais clareza os compromissos e metas do governo, orientando taticamente a ação do Estado para a realização dos objetivos pretendidos e contribuindo para a promoção da transparência. Os Encontros Territoriais do PPA Participativo e a consulta via internet conferiram um novo paradigma da gestão pública estadual, permitindo que participação direta da sociedade indicasse claramente as suas demandas mais urgentes. Diante disso, faz-se uma análise da participação social no planejamento do Estado e aponta os desafios a serem superados frente ao novo paradigma e as mudanças necessárias dela decorrente.
3 3 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo apresentar o processo de elaboração do Plano Plurianual do Estado do Rio Grande do Norte, tendo em vista as mudanças ocorridas na concepção do planejamento e os desafios decorrentes da nova forma de pensar as estratégias para se alcançar um modelo de políticas voltadas à redução das desigualdades territoriais existentes no Estado com ênfase na participação social. Este artigo segue estruturado apresentando características do processo de elaboração do PPA anterior, a importância da participação social no atual plano, as demandas incorporadas, bem como, a dimensão estratégica e territorial. Até o PPA , o Rio Grande do Norte elaborava o Plano internamente, ou seja, sem a participação direta da sociedade. Baseava-se na consulta de documentos e estudos produzidos anteriormente incorporando as prioridades definidas pelos gestores e equipes técnicas estaduais. As políticas públicas eram formuladas de maneira homogênea, sem considerar as desigualdades regionais. O PPA Participativo do Rio Grande do Norte foi elaborado a partir de uma definição estratégica de governo, por meio de determinações do Governador e do Secretário de Estado do Planejamento e das Finanças. Ambos entendem que, diante da realidade atual, não são mais aceitas formas indiretas de participação social, de modo que a sociedade não seja ouvida diretamente e possa apontar os reais problemas vivenciados em seu dia-a-dia. Desse modo, estabeleceu-se como uma das estratégias, que a elaboração do Plano Plurianual fosse realizada com a participação direta da sociedade potiguar. A participação social se deu a partir de consulta aos 10 territórios da cidadania que compõe o Estado, definidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, com a realização de encontros territoriais de participação social, onde ocorreram oficinas temáticas para discutir os temas de interesse da comunidade. Foram realizados encontros nos territórios Agreste Litoral Sul, Alto Oeste, Sertão do Apodi, Açu/Mossoró, Potengi, Trairi, Mato Grande, Seridó, Sertão Central,Cabugi e Litoral Norte e, por fim, Terras Potiguaras. A realização desses encontros com a sociedade
4 4 resultou numa participação de mais de pessoas e um total de 574 propostas coletadas e mais de 50 horas de atividades diretamente com a sociedade. As oficinas foram divididas por tema, sendo de modo geral estruturado em dimensões, a dimensão político-institucional, a dimensão econômica, dimensão ambiental e a dimensão sociocultural, dentre os temas discutidos e as principais demandas apontadas estão: o problema de abastecimento de água que vive o Estado, provocado, de modo geral, pela escassa presença de uma estrutura de hídrica que garanta o abastecimento de água em momentos de seca prolongada, outra demanda se refere ao tema segurança, visto a as altas taxas de criminalidade no Estado, os temas da saúde, com demandas voltadas a melhorias de hospitais, atendimento e abastecimentos farmacêutico, e educação onde a demanda foi para melhorias de estrutura física e condições de trabalho, ainda surgiram temas como melhoria das rodovias, fortalecimento de cadeias produtivas e dos setores industrial e turístico. De posse das demandas sociais as secretarias de Estado puderam avaliar as contribuições e demandas sociais, e com isso elaborar objetivos, metas e iniciativas, absorvendo total ou parcialmente as propostas relacionadas às atribuições de cada órgão estadual. É importante considerar que durante os eventos territoriais houve a participação de técnicos de cada área da administração pública para auxiliar nas discussões, permitindo esclarecimentos de eventuais dúvidas da sociedade, e serviu ainda para que os técnicos pudessem compreender as necessidades da sociedade e considerá-las no momento de elaboração do plano. De todas as demandas sociais coletadas durante os eventos territoriais, 67% foram atendidas pelos órgãos na elaboração do PPA. Os outros 33% por não serem, em alguns casos, de responsabilidade do Estado, mas sim dos municípios ou da União, ou porque a avaliação técnica feita pelo órgão a demanda não foi priorizada, desse modo não foram incorporados como propostas no plano. Quando a análise foi feita por território pode-se verificar que o atendimento supera os 70% na maioria dos casos. Nos territórios do Mato Grande e Agreste Litoral Sul o atendimento das demandas foi de 76%, no território Terras Potiguaras foram 73% das demandas atendidas, no Sertão Central, Cabugi e Litoral Norte o atendimento foi de 71%, nos territórios do Seridó e no Alto Oeste foi de 70%, os territórios Potengi, Trairí e Sertão
5 5 do Apodi o atendimento foi de 67%, 64% e 61%, respectivamente, e o atendimento no território Assu-Mossoró foi de 59%. Cabe ressaltar que a elaboração da proposta do plano pelos órgãos foi submetida aos conselhos de política pública, onde foi apresentada a estrutura do plano, os objetivos, metas e iniciativas para contribuições e validação. 2. PLANO MAIS ESTRATÉGICO O plano é mais estratégico porque orienta considerar ações mais amplas, tendo em vista aonde se quer chegar, com a seguinte visão de futuro: um pacto por um Rio Grande do Norte mais próspero, democrático e socialmente mais justo. Desse modo, buscou-se apresentar um conjunto de 32 programas que atendam às necessidades sociais, contemplando objetivos que conseguissem abarcar as demandas da sociedade e as atribuições legais de cada órgão do poder público, assim como definir metas tangíveis e possíveis de serem acompanhadas pela sociedade, bem como, o estabelecimento das Agendas Transversais. A adoção da divisão territorial estabelecida tem o foco na diminuição das desigualdades territoriais, direcionando as políticas públicas para promover a equidade. Busca, também, o alinhamento com as políticas públicas executadas pela União e, desse modo, implementar políticas públicas sem superposição de atividades. Permite, também, que o Estado fique mais próximo da sociedade e consiga atender suas demandas. Destaca-se que o Estado, também, estabeleceu através do Projeto Governança Inovadora, o planejamento de longo prazo, a redefinição da estrutura organização, o mapeamento e redesenho dos processos e a contratualização de resultados que são iniciativas que contribuirão para uma boa execução o PPA. 3. DESAFIOS Entre os desafios que se apresentam a execução do Plano Plurianual estão:
6 6 1. promover o monitoramento que implica em ações que acompanhem as atividades propostas no Plano de modo que sejam possíveis intervenções no processo de desenvolvimento dessas ações, afim de que os problemas diagnosticados sejam solucionados sem comprometer o cumprimento das metas e objetivos estabelecidos. 2. resposta à sociedade, que ao considerar que o planejamento estadual para o período foi realizado seguindo metodologia diferente a adotada até então, espera-se que a atual forma de planejar, assim como foi o processo de elaboração que contou com a presença e atuação direta da sociedade, implique em uma plataforma direta de consulta e relação social direta, para que a prestação de contas com a sociedade seja feita de forma real, com atualizações em tempo real. 3. mudança de cultura na forma de planejar. 4. CONCLUSÃO Conclui-se que o Plano Plurianual é um instrumento de médio prazo com caráter estratégico e que ajudará o Estado a atingir os resultados pretendidos através da mensuração dos indicadores estabelecidos nos programas temáticos. Dessa forma, dar-se-á um novo caminho para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte considerando a redução das desigualdades sociais e territoriais, aliado ao crescimento econômico sustentável.
7 7 REFERÊNCIAS RIO GRANDE DO NORTE Plano Plurianual (PPA ). Natal. AUTORIA Américo Maia Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças Endereço eletrônico: americo.maia@hotmail.com Telefone: (84) Gustavo Maurício Filgueiras Nogueira Diego Tenório da Paz
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