Monitoramento do rio Jucu Braço Sul: Caracterização e avaliação dos parâmetros físico-químicos e microbiológicos.
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- Ana Carolina Frade Regueira
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1 Copyright 2009 do(s) utor(es). Pulicdo pel ESFA. Terr VR, Prtte-Sntos R, Aliprndi RB, Brcelos FF, Mrch PAS, Mrtins JLD, Azevedo Jr RR & Briéri RS (2009) Monitormento do rio Jucu Brço Sul: Crcterizção e vlição dos prâmetros físico-químicos e microiológicos. Nturez on line 7 (1): [on line] Vilm R Terr 1,4, Rodrigo Prtte-Sntos 1,2,5, Roert B Aliprndi 1,6, Fernndo F Brcelos 1,7, Phellippe AS Mrch 1,9, João LD Mrtins 1,10, Romildo R Azevedo Jr 1,8, & Roerto S Briéri 3,11 Monitormento do rio Jucu Brço Sul: Crcterizção e vlição dos prâmetros físico-químicos e microiológicos. Monitoring of sesonlity of the Jucu Brço Sul river: chrcteriztion nd evlution of the physiochemicls nd microiologicls prmeters Resumo A ci do rio Jucu, de âmito estdul, é constituíd por dois rços, o norte e o sul. O rço sul dren principlmente, no estdo do Espírito Snto, o município de Mrechl Florino. Este trlho foi desenvolvido no rço sul com o ojetivo de vlir qulidde d águ por meio de prâmetros físicoquímicos e microiológicos. Vários impctos form oservdos nesse mnncil como: despejo de esgoto doméstico e hospitlr e de grotóxicos, extrção de rei, ssoremento, diminuição e/ou eliminção de mts mrginis. Form relizds qutro cmpnhs no período de julho/2006 mrço/2007, em sete pontos de mostrgem, definidos de form se oter o representtividde do mnncil como um todo. Os pontos de mostrgem que demonstrrm mior contminção por coliformes termotolerntes form o ponto qutro, que recee contriuição do rio Fundo, stnte poluído, e o ponto 5, que recee despejo de esgoto doméstico, in ntur, d cidde de Mrechl Florino. Pelos resultdos otidos, s águs do Jucu rço sul, no gerl, são considerds de o qulidde e se clssificm como clsse 2, de cordo com Resolução CONAMA 357/2005. Medids como crição de rede coletor de esgoto e trtmento n região centrl de Mrechl Florino e propost de um conscientizção mientl serim um usc pr melhori d qulidde d águ desse mnncil que, junto o rio Snt Mri d Vitóri, stece região mis populos do estdo do Espírito Snto. 1 Centro Universitário Vil Velh - UVV. Ru Comissário José Dnts de Melo, 21, Bo Vist, Vil Velh, ES, Brsil. CEP Fculdde PIO XII, Ru Bolivr de Areu, Cricic,ES, CEP Fculdde de Mins-FAMINAS, Murié, MG, CEP , 4 vilm.terr@uvv.r 5 rodrigoprtte@hotmil.com 6 roert.liprndi@gmil.com 7 fernndo.rcelos@uvv.r 8 romildo@uvv.r 9 phellippe.mrch@uvv.r 10 joo.mrtins@uvv.r 11 roertosrieri@yhoo.com.r Plvrs chves qulidde d águ, prâmetros físicoquímicos e microiológicos, poluição Astrct The river sin Jucu in the stte consists of two rnches, the north nd south. The southern rnch drins minly, in the stte of Espírito Snto, the city of Mrechl Florino. This study ws developed in tht rnch out to evlute the wter qulity through physicl, chemicl nd microiologicl prmeters. Severl impcts were oserved in tht spring, including: domestic nd hospitl sewge, extrction of snd silting, reduction nd elimintion of forest fringe. There were four cmpigns etween July/2006 to Mrch/2007, in seven smpling points wich were defined in order to otin good representtion of the spring s whole. The smpling points which showed contmintion y thermotolernt coliform were the point four, which receives ssistnce from the Fundo river, very polluted, nd point five, which receives dumping of domestic sewge, in ntur, from the city of Mrechl Florino. By the results, its wter, in generl, is considered of good qulity nd is clssified s clss 2, ccording to CONAMA resolution 357/2005. Mesures such s the cretion of sewerge system in the centrl region of Mrechl Florino nd the proposl for n environmentl wreness would e serch for improving wter qulity in tht spring tht, with the river Snt Mri d Vitori, supplies the most populous region in the stte of Espirito Snto. Keywords wter qulity, physiochemicl nd microiologicl prmeters, pollution. Introdução Dentre os recursos nturis fundmentis, águ é o que present mior destque, pois su disponiilidde é
2 Terr et l. Monitormento do rio Jucu Brço Sul 6 fundmentl tods s espécies, compreendendo tnto su qulidde como su quntidde. A qulidde d águ está relciond o tipo de uso e deve ser mntido um constnte monitormento de sus quliddes físics, químics e iológics fim de impedir dnos o sistem quático e, em últim nálise, à súde humn (Srdinh et l., 2008) A usênci de mt cilir, o uso indequdo do solo, o crescimento populcionl desordendo, o lnçmento de esgoto e s prátics grícols como pulverizção de pesticids e plicção de fertilizntes germ impctos como contminção por microorgnismos ptogênicos, lterção d iodiversidde, porte de mtéri orgânic, trzendo como consequêncis eutrofizção, deposição de resíduos no sedimento dos mnnciis e disseminção de enfermiddes (Mrtins et l., 2008; Gonçlves et l., 2005; Dondio et l., 2005). A ci hidrográfic do rio Jucu, com um extensão de cerc de 80km té su foz no Oceno Atlântico, se sudivide em dois rços: norte e sul. O rio Jucu rço sul nsce no interior do Prque Estdul d Pedr Azul (Domingos Mrtins), pel junção dos córregos dos Cvlos e São Florino, 1.700m de ltitude, estndo situdo principlmente no município de Mrechl Florino ( hitntes), desemocndo no rio Jucu rço norte, qundo pss ser chmdo pens de rio Jucu (Iem, 2008). Ess ci, tod pertencente o estdo do Espírito Snto, conforme indicdo n Figur 1, em conjunto com ci do rio Snt Mri d Vitóri, é responsável por todo o stecimento hídrico d região d Grnde Vitóri e recee um lt crg de nutrientes, tnto orgânicos como industriis, e de grotóxicos, origindos principlmente pelo escomento superficil de áres cultivds com cfé e nn. Às mrgens do rio, oservm-se diverss tividdes impctntes como extrção de rei pr construção civil; emissão de resíduos sólidos domésticos e industriis; lnçmentos de resíduos de pocilgs, curris e tedouros de ves sem o devido trtmento (Guzzo, 2008) Medinte o relto d litertur, em como d oservção in loco de ftores degrdntes como os nteriormente citdos, este trlho, em um primeir fse de pesquis, uscou relizr nálises físico-químics e microiológics ds águs do rio Jucu rço sul, visndo vlir seu nível de poluição, podendo, prtir desse dignóstico, dr sugestões pr um plnejmento de mnejo sustentável de grnde importânci não só pr populção rieirinh, ms tmém pr tod populção d Grnde Vitóri, que se stece d águ desse mnncil. Métodos Crcterizção d áre de estudo A ci do rio Jucu possui um áre de drengem proximd de km 2. O curso principl deste rio se desenvolve num extensão proximd de 166 km té desgur n pri de Brr do Jucu, no município de Vil Velh. De su extensão totl, 123 km correspondem o trecho conhecido como Brço Norte. O rio Jucu rço sul tem proximdmente 80 km e um áre de drengem de 480 km 2. Os 43 km restntes correspondem o do trecho do rio Jucu, desde confluênci dos rços norte e sul té foz (Iem, 2008). As vzões médis nuis e mínims dest ci são de 27,0 m 3 s -1 e 8,30 m 3 s -1, à montnte ds cptções d águ d Compnhi Espírito Sntnense de Snemento - CESAN, pr o período de retorno de 10 nos (Brg, et l., 2003). O Município de Mrechl Florino está loclizdo n região Sudeste do Brsil, situ-se n região ds montnhs, ficndo pens 45 km d cpitl do Espírito Snto, Vitóri. Su áre territoril é de 284,84 km² e s coordends geográfics são: ltitude 20º24 48 e longitude 40º A ltitude médi é de 544 metros. O relevo do município é montnhoso e cidentdo. O clim é tropicl de ltitude, com tempertur men durnte mior prte do no. As áres com mts remnescentes d Mt Atlântic loclizm-se principlmente no lto dos morros. O restnte d vegetção é formdo por pstgens, plntio de cfé, culturs permnentes e temporáris. O rio Jucu rço sul nh todo o município, de Oeste Leste. Tmém cortm o município pequenos rios e córregos, tis como o rio Fundo e o rio Peixe Verde (Prefeitur Municipl de Mrechl Florino, 2008). Pontos de mostrgem Pr execução ds nálises, form seleciondos sete pontos de colet de mostrs de águ, em qutro cmpnhs distints, no período de julho de 2007 mrço de Os pontos de colet estão indicdos e descritos, respectivmente, n Figur 1 e n Tel 1. Os prâmetros nlisdos form: demnd ioquímic de oxigênio (DBO), demnd químic de oxigênio (DQO), fósforo totl, nitrogênio totl, sólidos totis, turidez, ph, condutividde, oxigênio dissolvido (OD), tempertur, trnsprênci e coliformes termotolerntes. A medição de todos os prâmetros foi relizd em triplict. As metodologis utilizds pr determinção dos prâmetros físico-químicos e microiológicos seguirm s norms mericns, conforme método de nálise citdo n Tel 2 (Aph, 1995).
3 Terr et l. Monitormento do rio Jucu Brço Sul 7 Tel 2 Metodologis utilizds pr determinção dos prâmetros físico-químicos e microiológicos. Prâmetros Metodologi Limites do Conm n 357/05 Limites de quntificção DBO (mg L -1 ) Método Winker = 3,0 2,0mg.L -1 Fó sforo tot l (mg L -1 ) Ácido scórico = 0,02 0,05 mg.l -1 Turidez (UNT) = 40,0 0,1 UNT Multiprâmetro OD (mg L -1 ) = 6,0 - ph phmetro 6,0 9,0 - Coliformes termotolerntes (NMP) Tuos múltiplos < ,0mg.L -1 DQO Método de refluxo - 0,02 mg.l -1 Nitrogênio totl ,0mg.L -1 Figur 1 Bci hidrográfic do rio Jucu e seus respectivos pontos de mostrgem. Tel 1 Distriuição e loclizção dos sete pontos de colet ds águs do rio Jucu Brço Sul. Pontos Loclizção dos pontos de colet Ponto referente à nscente do rio Jucu Brço Sul (rio dos Cvlos), Loclizdo em Arcê, no município de Domingos Mrtins. Entrd pel Br 262, km 86. Loclizdo à jusnte (1 km) do resturnte Cs d Bic, em Alto Snt Mri, receendo contriuição dos córregos São Florino, Areinh, d União e Vítor Hugo. Entrd pel Br 262, km 68. Loclizdo à jusnte (1 km) do encontro com s águs do rio Fundo, fluente que deságu ntes do ponto 4. Loclizdo à montnte (1,5 km) do centro de Mrechl Florino, receendo contriuição ds águs do rio Fundo. Loclizdo à jusnte (1,5 km) do centro urno de Mrechl Florino. Neste ponto o rio já receeu todo o esgoto in ntur produzido em Mrechl Florino. Loclizdo 500 metros à montnte d junção dos rços sul e norte do rio Jucu. Loclizdo à jusnte (800 metros) d junção dos rços sul e norte, já no rio Jucu proprimente dito. Pr nálise esttístic dos ddos, lém de confecção de tels e gráficos, em como tomd de medids, form relizds nálises de vriâncis e testes posteriori, optndose pel metologi de tukey pr estes. Adotou-se 5 % como vlor de significânci em tods os testes. Um nálise de clusters foi relizd fim de se considerr simultnemente tods s informções otids pelos vários prâmetros levntdos e discutir proximidde entre os pontos. Resultdos e Discussão De modo gerl, os vlores encontrdos pr os diversos prâmetros físico-químicos vlidos neste estudo no rio Jucu rço sul estiverm de cordo com limites estelecidos por órgãos mientis competentes. Em relção o prâmetro tempertur isto ocorreu, sendo oservdo n nscente um menor vlor, em torno de 17 ºC, com diferenç significtiv pelo teste de tukey (p-vlor = 0,04) qundo comprdo somente o ponto 7, em que tempertur médi foi de 23 C. Esses ddos estão de cordo com os resultdos de Dondio et l. (2005), qundo estudrm o comportmento ds vriáveis físicoquímics entre o ponto d nscente e pontos distncidos dest e verificrm que tempertur umentou sucessivmente à medid que o ponto se distnciv d nscente. Aind oservndo o prâmetro tempertur, verificrmse diferençs significtivs entre s cmpnhs, como se pode oservr n Figur 2. As diferençs oservds são entre s cmpnhs 1, 2 e 3, com médis de 17,9 ºC, 19,2 ºC e 19,9 ºC, respectivmente, qundo comprds à cmpnh 4, qundo médi foi de 23,6 ºC. Conclui-se, portnto, que tempertur é influencid pelo szonlidde. Considerndo o prâmetro ph, s medids mntivermse prticmente constntes em todos os pontos de tods s cmpnhs, com vlores próximos d neutrlidde, com exceção do ponto 1, loclizdo n nscente do rio, onde form encontrdos vlores médios de ph levemente ácidos, n fix de 5,6 6,3. Esse fto pode ser justificdo pel decomposição d mtéri orgânic presente no locl, um vez que é crcterizdo por um mt fechd e preservd (Frnc et l., 2006). Com relção os outros pontos, oservou-se diferenç significtiv pr o ponto 2 (phmédio = 6,9), qundo comprdo os pontos 6 (phmédio = 7,4) e 7 (phmédio = 7,38). Entre cmpnhs, nálise de vriânci relizd mostr não hver diferenç significtiv pr ph, pois p-vlor =
4 Terr et l. Monitormento do rio Jucu Brço Sul 8 Tempertur (ºC) - 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0, Cmpnh Figur 2 Médis e respectivos desvios pdrões do prâmetro tempertur ns qutro cmpnhs relizds. Letrs distints indicm diferenç significtiv pelo teste de tukey 5% de significânci. 0,705. Vle slientr que o ph pode ser influencido por despejos domésticos e/ou industriis, pelo tipo de solo e pel erosão de áres grícols com o emprego de corretivos e fertilizntes (Frnc et l., 2006). Assim como pr o ph, pr o prâmetro OD, no ponto 1, form oservdos os vlores mis ixos, o que pode ser explicdo pelo fto de que águ, qundo retird de lençol freático, present-se isent deste gás por não ter contto com tmosfer, segundo Souz & Nunes (2008). Aind segundo esses utores, o Conm não estipul vlores de OD pr nscentes. A resolução Conm 357/2005 estelece um limite mínimo pr OD de 5,0 mg O 2 L -1, pr rios de clsse 2. Portnto, o rio Jucu rço sul, de um modo gerl, enqudr-se ns exigêncis dess resolução em qulquer ds dts vlids. Os resultdos d DQO form muito vridos. No ponto 1, foi otido o mior vlor médio, 69,8 mg L -1, e, no ponto 5, o menor, 10,5 mg L -1. Porém, nálise de vriânci não indicou diferenç significtiv, com p-vlor de 0,854. Entre s cmpnhs, n terceir, período chuvoso - verão, houve um umento significtivo no vlor de DQO qundo comprdo às outrs cmpnhs (p-vlor < 0,01, em todos os comprtivos pelo teste de tukey), sendo o vlor médio d cmpnh 3 de 127,3 mg L -1 de O 2 e, ns cmpnhs 1, 2 e 4, de 21,9 mg L -1, 10,0 mg L -1 e 6,1 mg L -1 de O 2, respectivmente. A resolução Conm 357/2005 não estelece limites pr esse prâmetro de qulidde d águ. No presente cso, especul-se que águ ds chuvs tenh crredo resíduos ricos em mtéri orgânic e levdo esse umento nos vlores de DQO. Ess suposição está em cordo com Zimmermnn & Perlt-Zmor (2008), em seu estudo sore o rio Tigi, o vlirem relção de diversos prâmetros, dentre eles DQO, com precipitção mensl e vzão, concluírm que elevção desses prâmetros está diretmente relciond com o crremento de crgs difuss, principlmente originds pels tividdes grícols e pecuáris crcterístics d região. Ests crgs são gerds de form distriuíd o longo d superfície do solo por inúmeros gentes poluidores, que fluem os corpos d águ preferencilmente por ocsião ds chuvs. A nálise do prâmetro DBO demonstrou que o ponto 1 presentou-se com crcterístic diferencid, pois, neste ponto, encontrou-se o mior vlor médio de DBO, sendo o menor vlor encontrdo no ponto 7. Porém não se oservou diferenç significtiv entre os pontos (p-vlor = 0,143). Entre s cmpnhs, n terceir, ocorreu mior médi de DBO (3,0 mg L -1 ), sendo significtiv pelo teste de tukey qundo comprd às ds cmpnhs 1 (médi de 1,7 mg L -1 e p-vlor = 0,006) e 2 (médi de 1,8 mg L -1 e p-vlor = 0,016), e não significtiv qundo comprd à cmpnh 4 (médi de 2,3 mg L -1 e p-vlor = 0,222). Como terceir cmpnh foi o período de mior incidênci de chuvs, cim de 200 mm, poderi se esperr princípio um qued nos vlores de DBO, porém, oservou-se extmente o contrário. Se-se que DBO é influencid pel decomposição de mtéri orgânic e que ess decomposição elev DBO. Lnçmentos de esgoto doméstico e resíduos provenientes d pecuári contriuem pr ltos vlores de DBO (Cmpello et l, 2005). Mis um vez, especul-se que águ ds chuvs tem ppel importnte no umento dos vlores do prâmetro, conforme reltdo por Zimmermnn & Perlt-Zmor (2008). Resslt-se que, pesr d vrição inesperd, em tods s cmpnhs, os vlores de DBO, form inferiores o limite máximo estelecido pel resolução Conm, 357/2005 pr águs de clsse 2, o qul corresponde 5,0 mg L -1. Já pr o prâmetro sólidos totis (Figur 3), pel nálise de vriânci, não foi verificd diferenç significtiv entre pontos (p-vlor = 0,962), indicndo que vrição é provvelmente ftor do cso, porém, prtir do ponto 4, o corpo d águ já está stnte poluído e não stisfz às especificções de águ clsse 4 d Resolução n o 357/05 (Conm, 2005). O umento d crg de sólidos totis nos pontos 4 e 5 não surpreendeu, visto que, n região próxim estes pontos, pôde-se oservr durnte s colets um mior descrg de esgoto doméstico. Além disso, no ponto 4, já houve o porte do fluente rio Fundo no rio Jucu rço sul e, de cordo com s nálises, pode-se inferir que este fluente contriui de form representtiv pr um umento no teor de poluição orgânic. O rio Fundo está sujeito, o longo d su microci, váris ções ntrópics, por ser um região de intens tividde gropecuári e de ocupção urn. Além disso, esse rio recee crg de vários fluentes, sendo lguns deles muito impctdos, com gru elevdo de eutrofizção. No ponto 5, o rio Jucu rço sul segue o ldo do centro de Mrechl Florino, que por su vez despej esgoto in ntur, sem qulquer trtmento prévio. Ao contrário, entre s cmpnhs, foi verificd diferenç significtiv (p-vlor = 6x10-8 ). Os vlores pr sólidos totis form miores pr cmpnh 4, vrindo de
5 Terr et l. Monitormento do rio Jucu Brço Sul 9 mg.l -1, com médi de 755,7 mg.l -1. Verific-se que ess cmpnh 4 presentou vlor médio diferencido de tods s demis, sendo d ordem de 755,7 mg.l -1. Além disso, cmpnh 1 presentou o segundo mior vlor médio, 193,3 mg.l -1, tendo se diferencido significtivmente ds cmpnhs 2 e 3, que form s de menor vlor médio pr este prâmetro, 37,9 e 65,7 mg.l -1, respectivmente, não se encontrndo diferenç esttístic entre esss dus últims. Esses resultdos não condizem com o que seri esperdo em função do regime de chuvs pr s qutro cmpnhs, um vez que os miores volumes oservdos form ns cmpnhs 2 (cim de 100 mm) e 3 (cim de 200 mm), que presentrm os menores vlores de sólidos totis, e os menores vlores de pluviosidde, n 1 e 4 (ms, ixo de 100 mm), qundo form verificdos os miores vlores de sólidos totis. Diversos utores reltm que um novo porte de águ ument concentrção de sólidos totis dissolvidos (Crvlho et l., 2004; Mdrug & Reis, 2008). Porém, existe possiilidde de um efeito contrário, ou sej, que, em períodos de menor pluviosidde, ix vzão e redução do volume de águ concentrem os sólidos totis. Sólidos Totis C m pnh Figur 3 Médis e respectivos desvios pdrões do prâmetro sólidos totis (mg L -1 ) ns qutro cmpnhs relizds. Letrs distints indicm diferenç significtiv pelo teste de tukey 5% de significânci. Pr o nitrogênio totl, não foi encontrd diferenç significtiv entre pontos (p-vlor = 0,719). No ponto 1, oservrm-se miores vlores em tods s cmpnhs. Conforme já comentdo nteriormente, nesse ponto locliz-se nscente, com mteril rico em húmus, o que explicri este comportmento. Entre cmpnhs, oservou-se diferenç significtiv (p-vlor = 3x10-5 ) pr o nitrogênio totl. As cmpnhs 1 e 2, médis de 0,9 mg L -1 e 0,7 mg L -1, respectivmente, não se mostrrm diferentes entre si, ms se diferencirm significtivmente ds cmpnhs 3 e 4, cujs concentrções médis form de 0,1 mg L -1 e 0,2 mg L -1, respectivmente. É possível que s miores concentrções de nitrogênio estejm relcionds à intensificção d tividde grícol n região, que prtir do uso de técnics grícols convencionis, como dução, poss levr o crremento de sustâncis pr o corpo d águ, representndo um contriuição de fonte difus. Ns nálises de fósforo totl, oservrm-se ixos teores e sem miores vrições, d ordem de 0,01 mg L -1, em todos os pontos e pr tods s cmpnhs, não sofrendo, portnto, influênci nem mesmo d szonlidde. Vlores elevdos de fósforo são responsáveis por induzir processo de eutrofizção (Cmpello et l, 2005). Em mientes com fluxo intermediário de águ, como é o cso do rio Jucu rço sul, o vlor máximo de fósforo permitido é de 0,05 mg L -1. O fósforo nos níveis em que foi oservdo neste trlho não trz prolems de ordem snitári pr águ. Não foi oservd vrição significtiv pr condutividde elétric, nem entre pontos (p-vlor = 0,07) e nem entre cmpnhs (p-vlor = 0,41). Os vlores medidos indicm que este mnncil tem slinidde ix, como é comum se encontrr n miori dos trlhos com mnnciis de grnde porte. A condutividde, não diferente dos outros prâmetros físico-químico vlidos, presentou-se dentro dos limites estelecidos por órgãos legisldores de prâmetros mientis. Considerndo o que preconiz Cetes (2008), níveis superiores 100 µs.cm -1 indicm mientes impctdos. Pr o prâmetro turidez, entre pontos não se verificou significânci esttístic, pois p-vlor = 0,111. Já entre cmpnhs, significânci foi oservd com p-vlor d ordem de 0,03. N Figur 4, oservm-se miores vlores ns cmpnhs 2 e 4, sem diferenç significtiv entre ests dus, porém, ms presentrm diferenç significtiv com s cmpnhs 1 e 3, enqunto ests dus últims não presentrm significânci entre si. A turidez se mostrou dentro dos níveis estelecidos por órgãos competentes, pois, pel Resolução do Conm 357/2005, o limite de turidez estelecido pr rios de clsse 2 é de té 100 UNT, o qul não foi excedido em nenhum ds mostrs efetuds neste trlho. A turidez n águ é cusd pel mtéri orgânic e inorgânic em suspensão. Vlores mis elevdos de turidez devemse o escomento pels águs superficiis (Srdinh et l, 2008). Os vlores médios oservdos pr coliformes termotolerntes encontrdos (Tel 3), considerndo tods s mostrgens relizds, form miores nos pontos 4 e 5. A nálise de vriânci mostrou hver diferenç significtiv pr este prâmetro qundo se comprm os diferentes pontos (p-vlor = 7x10-4 ) e o teste de tukey evidenci que diferenç é significtiv qundo se confrontm o ponto 4 ou o ponto 5 com qulquer dos outros pontos. O comprtivo entre esses dois pontos mostr não existir diferenç significtiv. Nos pontos de mostrgem 4 e 5, o corpo d águ se encontr mis impctdo e não stisfz às especificções de águ clsse 4 d Resolução nº 357 (Conm, 2005). No ponto 4, há o porte do fluente rio Fundo e, de cordo com
6 Terr et l. Monitormento do rio Jucu Brço Sul 10 Turidez Cm pnh Figur 4 Médis e respectivos desvios pdrões do prâmetro turidez (UNT) ns qutro cmpnhs relizds. Letrs distints indicm diferenç significtiv pelo teste de tukey 5% de significânci. os resultdos, pode-se inferir que este fluente contriui de form representtiv pr um umento no teor de poluição orgânic. N mostrgem do ponto 5, oservou-se um porte representtivo de esgoto oriundo d cidde de Mrechl Florino. Entre cmpnhs não se oservou diferenç significtiv (p-vlor = 0,998) pr o prâmetro coliformes termotolerntes. Dess form, conclui-se que szonlidde não influenciou de mneir determinnte n concentrção deste prâmetro. A nálise de clusters, relizd fim de considerr simultnemente tods s informções otids pelos vários prâmetros mensurdos nos diferentes pontos, mostrou, prtir do dendogrm (Figur 5), que sudivisão em grupos (clusters) é stnte oportun. Form formdos dois grupos: o primeiro composto pelos pontos 1, 2, 3, 6 e 7 e o segundo, pelos pontos 4 e 5, corroorndo o que já vinh sendo delinedo pelos resultdos ds nálises de vriânci e dos testes de Tukey té então discutidos. Os pontos 4 e 5 formm um grupo independente dos outros, sendo este o grupo com os pontos que presentm menor qulidde de águ. Provvelmente, o grupmento destes pontos foi designdo pel descrg de poluentes oriund ds águs do rio Fundo, que por su vez desemoc à montnte do ponto 4 do rio Jucu rço sul e pelo despejo de esgoto in ntur do centro urno de Mrechl Florino, à jusnte do ponto 5. Tel 3 Vlores d médi ± erro pdrão pr o prâmetro coliformes termotolerntes (NMP). Pontos Coliformes termotolerntes 1 350,0 ± 20, ,0 ± 35, ,5 ± 92, ,0 ± 64, ,0 ± 424, ,5 ± 224,9 Figur 5 Análise de grupmento dos 7 pontos de colet de águ do rio Jucu Brço Sul. Já o grupo representdo pelos pontos 1, 2, 3, 6 e 7 present sudivisões interns. Os pontos 1 e 2, por exemplo, possuem um equivlente de similridde mior entre si, qundo comprdo os outros pontos deste grupo. Provvelmente, pesr d distânci entre estes pontos (11,5 km, proximdmente), o grupmento se mntém mis forte pelo fto destes pontos ind não terem receido grnde contriuição de esgoto. A qulidde ds águs do rio Jucu rço sul pode ser considerd rzoável pr o stecimento e consumo humno, de cordo com os resultdos otidos, sendo clssificd como clsse 2, segundo o Conm. Os pontos 4 (à montnte do centro de Mrechl Florino, pós receer o porte do rio Fundo) e 5 (à jusnte do centro urno de Mrechl Florino) merecem tenção especil, pois formm um grupo à prte, comprdos os outros pontos n nálise de clusters, crcterizndo-se como sendo os de menor qulidde em mos os períodos. Dest form, identificção dos principis gentes poluidores, pode judr n prevenção de possíveis doençs veiculds pel águ, em como n usc de soluções pr diminuição ou errdicção do gente poluidor, gerndo enefícios pr súde púlic. A diminuição do despejo de esgoto doméstico com crição de rede coletor de esgoto e trtmento n região centrl de Mrechl Florino já seri um excelente medid n usc de melhori pr qulidde d águ. Vle slientr que pens 1,4% d populção do Estdo que vive n áre rurl tem rede coletor de esgoto ( miori - 42,5 % - us fosss rudimentres), sendo o Espírito Snto o primeiro colocdo em despejo de esgoto em mres, rios e lgos. Resslt-se que colet e o trtmento do esgoto doméstico é um prolem ncionl. Como proposts pr estudos posteriores são indispensáveis nálises mis detlhds d áre de estudo, lém de incluir outros tipos de nálises, como grotóxicos, produtos muito utilizdos n região, e tmém propor um estudo de monitormento d qulidde d águ do rio Jucu rço norte e do rio Fundo, que foi detectdo como um provável veículo de contminção cteriológic do rio Jucu rço sul ,0 ± 25,0
7 Terr et l. Monitormento do rio Jucu Brço Sul 11 Referêncis Aph - Americn Pulic Helth Assocition (1995) Stndrd methods for the exmintion of the wter nd wstewter, 19th ed., New York: APHA. Brg B, Hespnhol I, Conejo JGL, Brros MTL, Vers JMS, Porto MFA, Nucci NLR, Julino NMA & Eiger S (2003) Introdução à engenhri mientl. São Pulo: Prentice Hll. Cmpello FD, Brg CF, Gonçlves CB, Gonçlves CS, Fuhro D, Sntos Júnior JE, Rodrigues GG, Guerr T & Hrtz SM (2005) Avlição preliminr d qulidde ds águs d Florest Ncionl de São Frncisco de Pul, RS, Brsil. Revist Brsileir de Biociêncis 3: Crvlho, CF, Ferreir, AL, Stpelfeldt, F (2004) Qulidde ds águs do rieirão Uá- MG : Revist d Escol de Mins, Ouro Preto, 57 (3): Cetes. IQA - Índice de qulidde d águ (2008) Disponível em: < sp>. Acesso em: 20/03/2009 Conm - Conselho Ncionl do Meio Amiente (2005) Resolução n. 357, de 17 de mrço de Brsíli, DF. Dondio NMM, Glitti JÁ & Pul RC ( 2005) Qulidde d Águ de nscentes com diferentes usos do solo n Bci Hidrográfic do Córrego Rico, São Pulo, Brsil. Engenhri Agrícol 1: Frnc RM, Frischkorn H, Sntos MRP, Mendonç LAR & Beserr MC (2006) Contminção de Poços Tuulres de Juzeiro do Norte-CE. Engenhri Snitári e Amientl 11: Guzzo FJM. Amplição do Sistem de Astecimento de Águ d Grnde Vitóri-ES, disponível em: unesco.org.uy/phi/liros/estrtegis/rt02.html, cesso em: 18 de fevereiro de Iem, As Bcis Hidrográfics do Estdo do Espírito Snto, disponível em: cesso em: 18 de fevereiro de Mdrug FV & Reis FAGV (2008) Avlição d Influênci do Córrego dos Mccos n Qulidde d Águ do Rio Mogi Guçu, no Município de Mogi Guçu SP. Engenhri Amientl 5: Mrtins RF & Froehner S (2008) Avlição d composição químic de sedimentos do Rio Brigüi n região metropolitn de Curiti. Químic Nov 38: Prefeitur Municipl de Mrechl Florino. Disponível em Acesso em 20 de Fevereiro de Srdinh DS, Conceição FT, Souz ADG, Silveir AJM, Gonçlves JCSI (2008) Avlição d Qulidde d Águ e Autodepurção do Rieirão do Meio, Leme (SP) Engenhri Snitári e Amientl 13: Souz HML & Nunes JRS (2008) Avlição dos Prâmetros Fisicoquímicos e cteriológicos do Córrego Figueir pertencente à Microci do Queim-Pé de Tngrá d Serr -MT. Engenhri Amientl 5: Zimmermnn MC, Guimrães MO & Perlt-Zmor PG (2008) Avlição d qulidde do corpo hídrico do rio Tigi n região de Pont Gross utilizndo nálise de componentes principis (pc). Químic Nov 31:
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