Transcrição da Teleconferência Resultados do 3T10 Rossi Residencial (RSID3 BZ) 12 de novembro de 2010

Transcrição

1 Operadora: Bom dia, senhoras e senhores. Obrigada por aguardarem. Sejam bem-vindos à teleconferência da Rossi para discussão dos resultados referentes ao 3T10. O áudio desta teleconferência está sendo transmitido simultaneamente pela Internet, no endereço Naquele endereço pode também ser encontrada a respectiva apresentação em PowerPoint para download. Informamos que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de alguma assistência durante a conferência, queira, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Companhia, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da Diretoria da Rossi, bem como em informações atualmente disponíveis para a Companhia. Considerações futuras não são garantias de desempenho, e envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais podem afetar os resultados futuros da Empresa e podem conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras. Gostaria agora de passar a palavra ao Sr. Heitor Cantergiani, Diretor Superintendente da Rossi. Por favor, Sr. Heitor, pode prosseguir. Heitor Cantergiani: Bom dia a todos. Obrigado pela participação nesta conferência. Como podemos ver no slide quatro, nossos lançamentos registraram crescimento de 22% no 3T em comparação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$1,4 bilhão, sendo R$930 milhões a parte Rossi. Com esse resultado, atingimos 70% do guidance de lançamento anunciado para As vendas contratadas totais atingiram R$1,1 bilhão, sendo R$802 milhões a parte Rossi. O indicador VSO manteve uma trajetória de crescimento, alcançando 27%, um recorde histórico para a Companhia. No segmento econômico, lançamos unidades no trimestre, o que representou 51% do VGV total do período. Em relação ao desempenho financeiro, o lucro líquido atingiu R$95 milhões no trimestre, um crescimento de 54% em relação ao 3T09, e no acumulado do ano totalizou R$269 milhões, um crescimento de 90%. 1

2 O EBITDA atingiu R$132 milhões, e teve uma variação positiva de 26% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem EBITDA do 3T10 foi de 20,5%, e no acumulado do ano, foi de 22,3%. O ROE anualizado atingiu 15% no 3T10. Encerramos o trimestre com um caixa de R$1,3 bilhão, índice de endividamento líquido sobre o patrimônio líquido de 34%, e ainda com destaque para o crescimento trimestral de 10% do nosso estoque de terrenos, totalizando um land bank da parte Rossi de R$20,1 bilhões. Mudando para o slide seis, gostaria de comentar brevemente sobre a joint venture que anunciamos mês passado com a Toctao Engenharia, para operação no mercado imobiliário de Goiás. Essa joint venture está em linha com a nossa estratégia de crescimento para novos mercados através da associação com fortes parceiros locais. A parceria com a Toctao já inicia com land bank de R$4,1 bilhões, prontos para lançamento no segmento econômico e também no de média e alta renda. A Rossi completou, em outubro, 30 anos, e eu gostaria de aproveitar a oportunidade para agradecer a parabenizar todos os nossos colaboradores, acionistas, fornecedores e parceiros, sem os quais não teríamos alcançado esses resultados. Eu passo a palavra ao nosso Diretor de Engenharia, Renato Diniz, que fará alguns comentários sobre a expansão da Rossi e pré-fabricados. Obrigado. Renato Diniz: Bom dia a todos. Quanto ao slide sete, a Rossi possui diversas tecnologias de construção. No segmento econômico, utilizamos principalmente quatro sistemas construtivos, e a escolha de qual sistema será utilizado depende das características de cada empreendimento. Esses quatro sistemas são: alvenaria estrutural com laje moldada in loco; alvenaria estrutura com laje pré-moldada; parede e laje monolítica com forma de alumínio; e sistema de paineis e lajes em concreto pré-fabricados. À esquerda do slide, temos a central de pré-fabricados de Serra, no Espírito Santo, que entrou em operação em maio deste ano e agora já está trabalhando com sua capacidade total, que é de unidades por ano de lajes e escadas pré-fabricadas. A foto da direita mostra outro sistema construtivo, que é o de paredes e lajes monolíticas de concreto com forma de alumínio. Esta obra é em Manaus, e temos a capacidade de produzir, com estas formas, unidades ao ano. 2

3 Temos cada vez mais optado por sistemas construtivos mais industrializados, já que a utilização desses sistemas tem garantido para a Rossi: ganhos de escala, redução de custo, redução do prazo e menor dependência de mão-de-obra. Passo a palavra agora para o Leonardo Diniz, Diretor Comercial. Leonardo Diniz: Bom dia a todos. No slide nove, vocês poderão acompanhar o crescimento dos nossos lançamentos, tanto no trimestre, quanto nos 9M10, com crescimento significativo em relação ao ano de Nos 9M10 acumulados, 86% de crescimento, atingindo no total R$3,241 bilhões e a parte Rossi dos lançamentos R$2,257 bilhões, o que representa aproximadamente 70% do ponto médio do nosso guidance para o ano. Ou seja, uma posição realmente bastante confortável para o cumprimento desse guidance. Já em outubro, o volume de lançamentos continuou bastante forte. Os lançamentos no ano aconteceram em 14 estados da União, já temos land bank hoje em pelo menos mais dois estados e os lançamentos foram em 14, mostrando nossa forte diversificação geográfica, com uma distribuição bastante significativa entre os estados e as regiões. No segmento econômico, lançamos 55% do volume, muito em cima do que prometemos para o ano; falamos que ficaria em torno de 55%, 56% do volume de segmento econômico dentro dos lançamentos da Rossi. No slide dez, volume de vendas, tanto no 3T quanto no período acumulado, os 9M10, também com crescimento forte em relação ao ano passado, de 87%, atingindo R$2,8 bilhões o total e R$2,1 bilhões a parte Rossi nos 9M. De novo, uma forte distribuição geográfica, com vendas em todos os estados, e o segmento econômico representando 40% das vendas por VGV. No slide 11, a evolução do VSO. O mercado, como nós temos conversado, continua bastante forte, a demanda alta, temos tido bastante sucesso com os lançamentos, e o VSO tem crescido trimestre após trimestre, já chegando a 27% no 3T10, que foi o maior número já alcançado pela Empresa. No banco de terrenos, continuamos investindo na captação de terrenos para suportar o crescimento deste ano e o que estamos prometendo para o ano que vem. Esse banco de terrenos continua com uma parte muito grande adquirida em permuta. Hoje temos R$29,3 bilhões de estoque de terrenos, sendo a parte Rossi em torno de R$20 bilhões, bastante distribuído, no Brasil inteiro, e 45% desse land bank focado no segmento econômico, para todas as linhas de produtos: Villa Flora, Rossi Ideal, Praças Residenciais e o Rossi Mais, agora. 3

4 O slide 13 mostra a evolução desse banco de terrenos. Com o estoque final do 2T, mais o que teve de lançamentos e novas aquisições, atingimos R$20,1 bilhões. Esse estoque é composto por 314 terrenos, em 81 cidades do Brasil, e tem um volume aproximado de unidades. Como eu falei, 80% desse estoque foi adquirido em permuta. Então, os números mostram a fertilidade da nossa estratégia, temos construído o que temos prometido, a estratégia da Empresa, definida desde o ano passado, está sendo seguida, e para o ano que vem já estamos preparados, como vocês podem ver pelo land bank, para o nosso crescimento. É isso, e queria passar a palavra para o Cássio. Obrigado. Cássio Elias Audi: Bom dia a todos. Vou começar minha parte com destaques financeiros. O desempenho financeiro no 3T foi bastante relevante. Nosso lucro líquido atingiu R$95 milhões nesse período, uma alta de 54% versus o mesmo período do ano passado. Nossa margem líquida atingiu 14,7%, o que é 0,4 p.p. superior ao mesmo período do ano passado. O EBITDA atingiu R$132 milhões no 3T, uma alta de 26%, também comparado com o 3T09, e a margem EBITDA atingiu 20,5% no 3T. Nos 9M10 acumulados, que é um período maior e mostra maior distribuição, maior uniformidade dos nossos resultados, nosso lucro líquido atingiu R$269 milhões, uma alta de 90% em relação aos 9M09. Nossa margem líquida atingiu 15,1% nesse período, ou 2,1 p.p. versus o mesmo período do ano passado; o EBTIDA atingiu praticamente R$400 milhões, ou seja, uma alta de 61% versus o mesmo período do ano passado, e a margem EBITDA nos 9M09 atingiu 22,3%, o que é acima das nossas expectativas, do que estávamos esperando para o período. Indo para a próxima página, damos destaque à nossa receita líquida e evolução, tanto no 3T quanto nos 9M10, que também mostra um crescimento bastante importante, com altos duplos dígitos de ponta a ponta. Começando pela receita, que saltou de R$431 milhões no 3T09, para agora, nesse resultado, R$644 milhões, uma alta expressiva de 50%. Nos 9M10, comparado com os 9M09, 63% de crescimento. Isso obviamente é acompanhado pelo lucro bruto, que subiu 47% nesse resultado do 3T comparado com o mesmo período do ano passado, e 66% comparando uma base maior dos 9M10 versus os 9M09. Notem que a margem bruta nesse período de 9M também é superior à margem bruta entregue no mesmo período do ano passado. Ainda nos destaques financeiros, o EBTIDA teve uma alta no trimestre de 26% versus o mesmo período do ano anterior, e 61% quando comparamos os 9M10 versus os 9M09, com as margens virtualmente em linha. 4

5 O lucro líquido subiu 54% em valor absoluto, e as margens saíram de 14,3% para 14,7% no trimestre. E nos 9M10, o lucro líquido subiu de R$141 milhões no ano passado para R$269 milhões, uma alta de 90%, como eu mencionei. E é importante salientar aqui a margem líquida, que saltou de 12,9% para 15,1% nos 9M10. No último slide da minha apresentação, eu queria comentar sobre nosso endividamento. A Rossi tem uma estrutura de capital bastante sólida, uma das mais sólidas do setor, com uma posição de disponibilidades de R$1,284 bilhão e um endividamento líquido de 34,3% sobre o nosso patrimônio, isso incluindo o SFH. Se excluirmos o SFH, nosso endividamento líquido sobre o patrimônio é de -10,7%. Como vocês podem ver nesse gráfico, nossa estrutura de capital tem se tornado cada vez mais sólida, também pela característica e distribuição do nosso endividamento, como temos ainda mais detalhado no nosso release. A posição do longo prazo do nosso endividamento saltou de 57% em dezembro de 2009 para, em setembro de 2010, 68% sendo representados pelo longo prazo. O último slide da apresentação mostra a performance da Rossi nos últimos 12 meses em relação aos dois principais benchmarks, ou o índice imobiliário e o Ibovespa. Termino aqui nossa apresentação e abro para perguntas e respostas. Obrigado. Guilherme Vilazante, Barclays: Bom dia. Minha pergunta é muito específica, é em relação à margem EBITDA. Existe um componente da margem EBITDA, que é o juro sobre o recebível performado, que poucas empresas colocam na receita, e a Rossi é uma delas. Esse número não está no release, então eu queria saber quanto é esse número, e deixem-me explicar mais detalhadamente o porquê: se tomarmos como referência o valor do trimestre passado, que foi em torno de R$22 milhões, e usar para esse trimestre, se o IGP-M for, inclusive maior, isso implicará em uma redução da sua margem efetiva de quase 3 p.p., levando sua margem EBITDA operacional, em termos comparativos a outras empresas, para 17%. Então eu queria entender, primeiro, qual é esse número, se de fato é nessa casa de R$20 milhões, e se for, o que explica essa queda, ou essa margem inferior nesse trimestre, de 17% na parte operacional. Se isso é recorrente e se podemos ver para frente. Gerson Cohen: Em relação à sua pergunta, só para relembrar a todos, a Rossi foi uma das últimas empresas a alocar tanto INCC quanto IGP-M na receita operacional, isso foi a partir da O IGP-M no 3T representou R$20 milhões, em linha com o que foi o trimestre anterior; o trimestre anterior teve aquele maior impacto por conta do INCC. E, até onde eu sei, todas as companhias têm adotado o mesmo critério. 5

6 Então, comparando as mesmas bases, nossa margem tem se mantido estável em relação ao trimestre passado, exceção do 2T por conta do INCC. Guilherme Vilazante: Exatamente. Você teve uma queda na parte operacional, então, de 3 p.p. Isso foi INCC? Só para entender, então: ex esse ganho de inflação de R$20 milhões, essa margem EBITDA da parte operacional na casa de 17%, essa é a margem que a Empresa considera mais normalizada? Gerson Cohen: Só para não misturar os assuntos, primeiro, em relação à margem bruta, no trimestre passado foi um pico para cima por conta do INCC. E sempre comentamos, demos direcionamento, embora não seja um guidance oficial, entre 30% e 32% de margem. Em relação à margem EBITDA, nesse trimestre tivemos uma contribuição menor por conta do aumento do resultado financeiro no 3T, em função de uma melhor gestão das aplicações financeiras. Basicamente, é isso. Para frente, sempre direcionamos entre 20 e 22, e nós estamos no topo do guidance. Rossi: Vilazante, de fato a inflação teve uma contribuição na margem bruta no 2T, como ficou bastante claro. Nós fizemos questão de deixar isso bastante claro, mostrando o quanto foi esse valor. A contribuição do INCC, como é notório, foi menor no 3T, mas a margem bruta está exatamente em linha com a margem bruta esperada, que, como o Gerson mencionou, é de 20% a 22%. Guilherme Vilazante: Só um detalhe: o que me preocupa não é nem o INCC, é a questão do juro sobre o recebível performado. Qual foi a contribuição do juro? Porque eu entendo que foi na casa de R$20 milhões. Só para checar. Se vocês puderem me dar um número preciso, porque esse é um número importante. Existe, sim, uma diferença da maneira como as empresas reportam, algumas colocam na receita e outras não. E aí, na hora de ajustar, eu gostaria de tirar esse valor. Como não temos esse número aberto, só checando: no trimestre passado foi R$22 milhões. Nesse trimestre foi mais ou menos a mesma coisa? Gerson Cohen: Vilazante, como eu disse, foi R$20 milhões. Guilherme Vilazante: Está ótimo. 6

7 Rafael Pinho, Morgan Stanley: Bom dia a todos. Duas perguntas, a primeira em relação ao que vocês estão esperando para o ano que vem. Vocês já devem estar em época de discutir orçamento e volume para o ano que vem, e eu queria entender como está a cabeça de vocês, se algo mudou, se vocês estão mais otimistas em relação a Não sei se vocês poderão falar, por conta de governança, em termos de guidance, mas se vocês puderem ao menos nos dar uma cor de quando devemos ter alguma visão melhor sobre o ano que vem. E a segunda pergunta é em relação a métodos construtivos. Nós vimos o exemplo de vocês, uma fábrica usando os pré-moldados e a outra com a questão do alumínio. Eu queria entender qual é a regra, a decisão, o que faz um lugar usar uma tecnologia e outro usar outra, se é logística; como vocês conjugam essas duas tecnologias? Obrigado. Cássio Elias Audi: Gostaria de começar comentando sobre o guidance. Nós reenfatizamos o nosso guidance onde o ponto médio é R$3,3 bilhões de lançamentos para este ano, e para o ano que vem, de R$4,5 bilhões, que já é o guidance formal, informado pela Companhia há um ano. Nós reforçamos o nosso guidance. Com relação ao mercado, nós temos diversificado nossas operações, como tem sido divulgado trimestre a trimestre, geograficamente, por segmento econômico, o que já era nossa estratégia. Isso tem colaborado fortemente para a diluição dos riscos da nossa indústria, minimização desses riscos e potencialização dos nossos lançamentos. Então, nós estamos, como o Leonardo comentou no começo da apresentação, não só bem preparados do ponto de vista operacional, mas também do nosso banco de terrenos, para entregar o nosso guidance, e entregar exatamente o que estamos prometendo para o mercado. Quanto à tecnologia construtiva, vou passar para o Diretor de Engenharia, o Renato Diniz. Renato Diniz: Quando eu citei os quatro sistemas construtivos, eu comentei do menos industrializado para o mais industrializado. O menos é alvenaria estrutura com laje moldada in loco, e o mais industrializado é sistemas de painéis e lajes em concreto pré-fabricados. A escolha dos sistemas depende muito dos valores dos insumos do local, material e mão-de-obra, e principalmente de que horizonte vemos pela frente. Quando nós temos um horizonte de produção muito grande pela frente, acabamos optando pelo que é mais industrializado, que precisa de mais investimento, que é o sistema de paineis e lajes em concreto pré-fabricados. 7

8 Rafael Pinho: OK. Então, dá para entender que, no caso ali é porque, imagino, no Norte os projetos devem ser um pouco menores que no Sudeste, portanto um processo menos industrializado que a parte de pré-moldados, certo? Renato Diniz: Do que a decisão depende muito para nós, realmente, é o que temos de volume anual. Nós temos hoje duas fábricas em funcionamento, uma aqui em Campinas e outras em Canoas, que uma tem uma capacidade de produzir unidades por ano e a outra unidades por ano. Mas nós já temos um horizonte de produção em cada um desses lugares de, pelo menos, mais unidades. Então, sim, aí vale a pena pensarmos no que há de mais industrializado, que é esse sistema de paineis e lajes em concreto pré-fabricados. Rafael Pinho: OK. Obrigado. E obrigado, Cássio, pela confirmação do guidance. Eduardo Silveira, Fator Corretora: Bom dia a todos. Eu tenho duas perguntas, a primeira em linha com a pergunta do Vilazante: queria entender essa queda trimestral da margem bruta, se isso foi meramente efeito de correção do INCC, que foi menor no trimestre, ou se teve alguma mudança de mix. E a segunda, se vocês puderem dar uma ideia sobre atraso de obras, e o quanto a Companhia pretende entregar de obras nos próximos 12 meses. Obrigado. Cássio Elias Audi: Eduardo, novamente sobre o tema das margens, como você sabe bem, o nosso setor tem certa volatilidade por trimestre. E o 3T especificamente foi um trimestre bastante desuniforme do ponto de vista de lançamentos principalmente, e vendas, onde julho foi um mês de Copa do Mundo e férias, um mês sazonalmente muito fraco, agosto na média histórica, e setembro um mês muito forte em lançamentos, onde concentramos muitos lançamentos de baixa renda. E como se não bastasse essa sazonalidade do 3T, o mix foi também bastante desuniforme. No começo do 3T nós lançamos empreendimentos grandes, que tiveram uma performance muito boa de vendas na média e alta renda, mais notadamente o Cerâmica São Caetano, que soma aproximadamente R$200 milhões, R$240 milhões de VGV no começo do trimestre, e muitos empreendimentos de baixa renda no final do 3T. 8

9 Claramente, o mix contribuiu para essa redução na margem EBTIDA em comparação com o mix do 2T, mas novamente, quando analisamos um período maior, onde conseguimos ganhar mais uniformidade e diminuir essa sazonalidade do mix e também do nosso negócio, nós notamos que a nossa margem EBTIDA está levemente acima do topo da nossa meta não é um guidance, que inclusive temos conversado, não só com imprensa, quanto com analistas e investidores, que está entre 20% e 22%. Ou seja, nós estamos entregando acima das nossas expectativas e do que nós temos comentado com a comunidade, tanto de investidores, quanto de analistas. Espero ter respondido sua pergunta na questão do mix. Eduardo Silveira: Sim. Cássio Elias Audi: Você tem mais alguma dúvida nesse tema? Eduardo Silveira: Nesse tema, não. De margem, está bem claro. Cássio Elias Audi: Eu só comentei a primeira parte da sua pergunta, e a segunda parte foi sobre atraso de obras. Eu vou passar para o Renato Diniz. Renato Diniz: Quanto a prazo de empreendimento, o que temos feito é cada vez mais investir em tecnologia, como mostramos nos slides anteriores, e cada vez mais em planejamento. Este ano, devemos entregar algo em torno de unidades, e a preparação para os anos que vêm está acontecendo justamente em remuneração variável para equipe, em planejamento, como eu falei, e também com as empresas coligadas à Rossi e as sócias, que também têm parte dessa produção. Eduardo Silveira: OK. Obrigado. Paulo Renelli, Banco Safra: Bom dia a todos. Eu tenho duas perguntas, a primeira com relação à performance de vendas. Se vocês pudessem comentar um pouco mais, acho que vocês tiveram uma performance bem forte no segmento de média e média-alta, mas se isolamos o segmento econômico, teve uma queda de venda contratada trimestre contra trimestre, apesar de um número de lançamentos maior. 9

10 Queria entender se teve algum motivo; vocês mencionaram que os lançamentos do segmento econômico foram bem concentrados no final do trimestre, se além disso teve algum outro motivo para essa queda nas vendas, e se vocês pudessem comentar um pouco como estão indo as vendas do segmento econômico agora, no 4T. E minha segunda pergunta é em relação ao banco de terrenos. Comparando a informação do release do trimestre passado com este, notamos um aumento no land bank em termos de VGV de mais ou menos R$2 bilhões, mas um aumento no número de terrenos de 173 para 314. Eu queria entender se essa informação está correta e se isso realmente significa que os últimos terrenos comprados são de projetos significativamente menores que o restante do land bank. Obrigado. Leonardo Diniz: Bom dia, Paulo. Com relação às vendas no segmento econômico, pelo contrário. A velocidade de vendas no segmento econômico tem nos surpreendido, nos nossos canais de distribuição, nas lojas, o mix de produtos tem funcionado perfeitamente. A Rossi Vendas tem desempenhado um papel muito importante, porque é uma venda muito específica, os corretores têm que ser muito bem preparados, têm que estar focados. Hoje, já temos lojas em várias cidades, temos 800 corretores dentro da Rossi Vendas. Então, o segmento econômico nos tem sido uma surpresa, sempre positiva, no sentido de velocidade de vendas, de receptividade, de mix de produtos etc. Especificamente nesse trimestre, houve, de fato, uma concentração de grande parte dos lançamentos do mês de setembro muito no fim do mês, porque não conseguimos gerar todas as vendas internamente, contabilizar todas as vendas dentro do trimestre ainda, mas é um efeito esporádico. Tivemos um lançamento muito forte, um volume de vendas muito forte, como o Cássio citou, que é um projeto em São Caetano, naquele loteamento novo da Cerâmica São Caetano. Temos dois lançamentos lá, o segundo deve acontecer talvez ainda este ano, ou no início do ano que vem. Mas vendemos R$230 milhões em um espaço muito curto de tempo. Isso, de certa forma, puxou a velocidade média dos convencionais para cima. Mas no segmento econômico, estamos muito tranquilos. Outubro já foi um mês bastante forte, e novembro e dezembro, com certeza teremos uma velocidade de vendas muito alta. Com relação ao banco de terrenos, continuamos adquirindo bastante coisa em permuta. O nosso banco de terrenos, como temos falado, se divide em duas principais categorias: terrenos de maturação mais rápida, que são as glebas urbanizadas, que lançamos e conseguimos uma velocidade rápida; e os que trabalhamos, principalmente para fazer comunidades planejadas, que são os que chamamos de terrenos para Villa Flora, que passam por um processo de loteamento que tem um prazo de aprovação longo. 10

11 Na hora em que esse projeto é aprovado, uma gleba única que está como um terreno, só para fazermos a questão da quantidade de terrenos, o Villa Flora Votorantin, por exemplo, era uma gleba quando estava no land bank, e quando ele foi aprovado e começamos a fazer as várias incorporações, virou 45 terrenos de incorporação. Então, eventualmente pode ter essa variação de quantidade de terrenos. Mas o importante é que temos investido constantemente em terrenos de curta, média e longa maturação, para termos o mix, e distribuídos no Brasil inteiro. O produto Villa Flora é uma vantagem; eventualmente, demora para aprovar, mas quando lança, dependendo da absorção de mercado, temos matéria-prima para fazer vários lançamentos em seguida, conseguimos eventualmente até acelerar. Então, essa nossa estratégia de ter esse mix é bastante importante. Acho que esse é o motivo principal. Paulo Renelli: Perfeito. Se eu puder complementar essa pergunta, o que podemos esperar de estratégia com relação ao tamanho do land bank nos próximos trimestres? Ele deve continuar crescendo? Já está em um tamanho razoável? Leonardo Diniz: Nós temos um aging do land bank. Temos a previsão de lançamento desse land bank, em função dos prazos de aprovação, ano a ano, para fazer ponto à nossa estratégia de lançamentos. Obviamente que não trabalhamos dentro de um ano com um volume de terrenos que seja exatamente o que precisamos lançar. Sabemos que tem atrasos de aprovação, que tem os mais diversos motivos possíveis pelos quais precisamos ter um colchão. Então, trabalhamos sempre com uma folga para conseguirmos fazer a meta do ano, mas a estratégia é em linha com a estratégia de crescimento da Empresa. Se estamos dando um salto deste ano para o outro, e eventualmente possibilidade mais crescimento para os próximos anos, ainda não temos o guidance para 2012, a estratégia de aquisição de terrenos tem que seguir o crescimento da Empresa. A partir do momento em que você pretende diversificar, pretende ir para novas praças, ter vários produtos, a estratégia de aquisição tem que acompanhar isso. Então, a estratégia de aquisição acompanha a estratégia de crescimento da Empresa, e os guidances que divulgamos para o mercado. Paulo Renelli: OK. Obrigado. 11

12 Marcello Milman, Credit Suisse: Bom dia a todos. A maioria das minhas perguntas já foi respondida, mas eu queria ouvir de vocês, com o guidance que vocês têm, esses R$3,3 bilhões e R$4,5 bilhões para o ano que vem, qual é a expectativa da Companhia de gerar caixa positivo? Em quanto tempo? Obrigado. Cássio Elias Audi: A nossa expectativa de geração de caixa acontece no próximo ano. Pelo nosso orçamento já percebemos um ponto de equilíbrio em meados do ano que vem, para se tornar geração de caixa positiva a partir de metade do ano que vem para frente. Acho que você deve ter visto nesse relatório trimestral uma tendência já de queda, a geração de um recebível performado que poderia ser imediatamente securitizado; infelizmente ainda não temos um preço bastante atrativo para fazermos isso, então estamos esperando uma melhor oportunidade. Mas se você analisar sob essa perspectiva, você percebe já um declínio do que eu vou chamar de cash burn líquido desse recebível. O que tem contribuído para isso, claramente, é o segmento econômico e o ciclo mais curto de construção, além de tudo o que nós lançamos no passado que agora está sendo repassado. Então, mesmo combinando com esse crescimento, respondendo diretamente sua pergunta, o ponto de equilíbrio nós vemos no ano que vem, na metade do ano que vem, para se tornar caixa positivo na segunda metade do ano que vem. Marcello Milman: Obrigado. E aproveitando o gancho de algo que você mencionou, se você pudesse dar um update de como está indo o desempenho da Rossi dentro do Minha Casa, Minha Vida, no quesito repasse e recebimento de caixa, seria interessante. Em termos de dias, se está atrasando, esse tipo de coisa. Rodrigo Martins: Bom dia, Marcello. De maneira geral, todos os nossos empreendimentos estão obedecendo ao ciclo previsto de contratação. Neste momento, temos cerca de unidades dentre os empreendimentos lançados, todos eles contratados, no que chamamos de PJ; boa parte deles já contratada na pessoa física, seguindo em linha com o nosso planejamento, os desligamentos mês a mês. É óbvio que de vez em quando há eventuais problemas pontuais, mas temos resolvido em um prazo muito rápido, que não tem comprometido o nosso planejamento. Então, posso dizer que a operação está andando de maneira bastante satisfatória, absolutamente dentro do nosso planejamento de contratação com a Caixa. 12

13 Marcello Milman: OK. Obrigado pelas respostas. Leonardo Zambolin, Goldman Sachs: Bom dia. Tenho duas perguntas, a primeira relacionada mais ao lado de despesa de vendas, que acabou vindo um pouco maior do que esperávamos, talvez por algum tipo de concentração no final. Só queria entender se houve algum tipo de evento específico pontual relacionado a marketing nesse trimestre propriamente dito, ou se estava totalmente em linha com as perspectivas da Companhia. E a segunda pergunta, quero voltar à questão construtiva, se vocês já têm algum tipo de amostragem que mostre algum tipo de diferença na margem bruta de um projeto que teve um maior nível de padronização, talvez terceiro ou quarto nessa escala de padronização que vocês comentaram, versus um projeto tradicional, de alvenaria estrutural. Mais para termos uma ideia em termos de lucratividade e de execução, de como essas técnicas se comparam. Obrigado. Rossi: Bom dia. A questão das despesas comerciais, nós temos dois parâmetros internos de gerenciá-las. O principal ponto é a questão da eficiência, nós medimos despesa versus venda, sempre, para que fique sempre de acordo com os estudos e as viabilidades que falamos. O segundo é o orçamento trimestral, anual, semestral da Empresa, em termos de Reais gastos nessas despesas. Obviamente que a forma de apropriação de despesa comercial é diferente da apropriação de receita, então isso sempre gera, quando se compara contra receita e descasamento. Mas hoje, nossas despesas estão absolutamente controladas. O planejamento que fazemos está dentro dos custos que bookamos dos nossos orçamentos. Eventualmente, de um trimestre para outro pode ter tido despesas de lançamentos que vêm pela frente. Obviamente, quando você está em trimestres fortes de lançamento, como serão o 3T e o 4T, é natural que as despesas comerciais tenham uma largada mais alta, é natural que elas impactem um pouco. Mas se colocarmos isso ao longo do tempo, está 100% da nossa eficiência planejada e do orçamento da Empresa. Cássio Elias Audi: Sobre o método construtivo, como o Renato comentou bem, nós temos tanto o método construtivo de alvenaria estrutural, quanto o pré-fabricado também, dentro da Companhia, de maneira que conhecemos bem o impacto de um e do outro. 13

14 Claramente, o método construtivo de pré-fabricados traz um benefício no custo de construção de aproximadamente 7% a 9%, e isso, na margem bruta, seria de aproximadamente 2%, eventualmente um pouco mais que 2% de impacto positivo pela construção por esse método construtivo. Mas é importante salientar que não é só isso, a velocidade com que a construção é feita no pré-fabricado pode ser até três vezes mais rápida que na alvenaria convencional, ou estrutural, o que também ajuda na parte de estrutura de capital. Leonardo Zambolin: Está ótimo. Obrigado. Marcelo Motta, JPMorgan: Bom dia a todos. Eu queria saber se a Empresa tem algum update sobre implementação de IFRS. Vimos que teve uma reunião na sexta-feira passada, parece que nada foi decidido, ainda. Acho que a próxima reunião, se não me engano, também está marcada para o dia 3 de dezembro. Queria saber em que pé está essa discussão e como a Rossi está se preparando, o que pode acontecer se, no último segundo, realmente for decidido que é IFRS. Gerson Cohen: Marcelo, bom dia. Acho que você já tem conhecimento que a CVM este ano montou um grupo de trabalho para estudar o tema. Ao longo deste ano, após diversas reuniões, o consenso das companhias, representadas através da Abrasca, dos analistas através da Apimec e do próprio grupo de trabalho e de estudo, ainda não oficialmente, continua pela manutenção do POC. Esse é o consenso entre as companhias. Na reunião de sexta-feira o tema não foi analisado. Houve uma solicitação por parte do Ibracon em relação a prazo para complementar os estudos que o Ibracon está fazendo; a reunião do dia 3 de dezembro é a última reunião do CPC do ano, e esperamos que até lá o Ibracon já conclua e possamos sentar e ter o fechamento do tema, ou uma conclusão sobre o tema. O que eu posso dizer, do meu ponto de vista, ou do ponto de vista das companhias que estão participando desse grupo através da Abrasca, é que o que nós estudamos é que a utilização do POC no nosso setor, da forma como a atividade imobiliária é praticada no Brasil, em absolutamente nada infringe as normas emanadas pelo IFRS; muito pelo contrário, a nossa interpretação é de que está totalmente alinhada aos princípios que o IFRS apregoa. Há um compromisso de todo este grupo de trabalho de ter o desfecho ainda este ano, para que não gere mais insegurança para ninguém: nem para as companhias, nem para os auditores, nem para o mercado de forma geral. 14

15 Operadora: Encerramos neste momento a sessão de perguntas e respostas. Gostaria de passar a palavra aos diretores da Rossi para as considerações finais. Heitor Cantergiani: Eu queria agradecer a presença de todos vocês, e ressaltar que os resultados obtidos acumulados neste ano já apontam para um excelente final de 2010, quando deveremos atingir todas as metas do orçamento, e deveremos entregar, mais uma vez, todos os guidances que foram fornecidos ao mercado. Obrigado a todos. Operadora: A audioconferência da Rossi está encerrada. Agradecemos a participação de todos, tenham um bom dia, e obrigada por usarem Chorus Call. "Este documento é uma transcrição produzida pela MZ. A MZ faz o possível para garantir a qualidade (atual, precisa e completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Portanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais danos ou prejuízos que possam surgir com o uso, acesso, segurança, manutenção, distribuição e/ou transmissão desta transcrição. Este documento é uma transcrição simples e não reflete nenhuma opinião de investimento da MZ. Todo o conteúdo deste documento é de responsabilidade total e exclusiva da empresa que realizou o evento transcrito pela MZ. Por favor, consulte o website de relações com investidor (e/ou institucional) da respectiva companhia para mais condições e termos importantes e específicos relacionados ao uso desta transcrição. 15