Panorama. Inflação em queda e desaceleração do crescimento favorecem corte dos juros
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- Raquel Almeida
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1 SETEMBRO 2006
2 Panorama Inflação em queda e desaceleração do crescimento favorecem corte dos juros O s principais índices de preços exibem inflação em doze meses abaixo de 4% e o IPCA ficou praticamente estável em agosto, com variação de apenas 1,78% nos primeiros oito meses do ano. Do ponto de vista dos preços, portanto, o cenário é favorável à continuidade do corte dos juros em ritmo semelhante ao adotado em agosto, quando o BC reduziu a taxa selic em 0,5%. Na mesma direção apontam os sinais de desaceleração do ritmo de crescimento da atividade produtiva. A forte alta das importações não reduz de forma substantiva o saldo comercial, pois as exportações continuam crescendo, ainda que em ritmo inferior ao do ano passado. A taxa de câmbio continua sendo pressionada pela entrada de moeda estrangeira, com os superávits do balanço de pagamentos. A taxa de desemprego permanece praticamente estável e a renda real do trabalho mostra variação positiva em relação a 2005, mas em ritmo declinante nos últimos meses Atividade Econômica Inflação, % PIB (var. em 4 trim % real) 1 2,3 1,2 2o trim IPC-Fipe 4,53 2,10 ago Indústria 1 2,5 1,7 2o trim IPCA Brasil 5,69 3,84 ago Agropecuária 1 0,8-0,6 2o trim IGP-DI 1,22 2,78 ago Serviços 1 2,0 2,0 2o trim IPA-DI geral -0,97 2,56 ago PIB, R$ bi (correntes) o trim IPA-DI industrial 0,85 4,17 ago PIB, US$ bi (correntes) o trim IPA-DI agrícola -6,34-2,42 ago Formação Bruta Capital Fixo (%) 1,6 2,9 2o trim Massa real de rendimentos (%) 2 8,4 5,5 jul-06 Contas externas, US$ bi Câmbio, juros e risco-país Conta corrente 14,2 12,5 jul R$/US$ (var. %) 4-11,8-9,5 ago Em % do PIB 1,8 1,5 jul Cotação fim de período (R$) 2,341 2,139 ago Serviços e rendas -34,1-36,7 jul Juros nominais (CDI) 5, % 19,0 16,9 ago Conta capital e financeira -9,6-0,6 jul Juros reais (IGP-M), % 17,6 14,0 ago Investimento externo direto 15,1 13,5 jul Juros em dólar, % 34,9 29,2 ago Risco-país fim de período (Embi+) ago Contas externas, US$ bi Contas públicas, % do PIB Saldo comercial 44,7 46,0 ago Resultado primário -4,8-4,3 jul Exportações 118,3 130,4 ago Carga de juros nominais 8,1 7,9 jul Importações 73,6 84,4 ago Resultado nominal 3,3 3,6 jul Reservas internacionais 53,8 71,5 ago Dívida líquida total 51,5 50,3 jul 1 Taxa acumulada nos últimos 4 trimestres; 2 Variação percentual em relação ao mesmo período do ano anterior (nova PME); 3 Estatísticas acumuladas em 12 meses até o período mencionado; 4 Fim de período; 5 Taxa acumulada nos últimos 12 meses findos no mês indicado; 6 Valores positivos correspondem a déficits e negativos a superávits. Indicadores relacionados à Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP), excluem desvalorização cambial. Fontes: IBGE, MDIC, Gazeta Mercantil e Banco Central do Brasil. Elaboração própria. 2
3 Balança Comercial Importações chegam a US$ 9,13 bilhões em agosto O superávit da balança comercial declinou para US$ 4,52 bilhões em agosto, depois de atingir a marca de US$ 5,64 bilhões em julho. Como as exportações tiveram igual valor nos dois meses, US$ 13,6 bilhões, o recuo do saldo comercial veio pelo avanço das importações, US$ 9,13 bilhões, 14,32% acima do número de julho e 18,61% maiores que o registrado em agosto de Nos primeiros oito meses do ano, as exportações subiram 15,88% sobre o mesmo período de 2005 e alcançaram US$ 88,16 bilhões, enquanto as importações cresceram 22,52%, na mesma base de comparação, e somaram US$ 58,54 bilhões, o que produziu saldo comercial de US$ 29,63 bilhões, 4,66% maior que o acumulado no mesmo período de Nas exportações de agosto, destacou-se o salto de 60,7% nas vendas de produtos semimanufaturados que alcançaram US$ 1,98 bilhão, passando a representar 14,6% da pauta, bem acima dos 10,9% da pauta observados em agosto de Os produtos básicos atingiram US$ 4,25 bilhões, alta de 10,8% sobre agosto do ano anterior, enquanto os manufaturados foram a US$ 7,10 bilhões, avanço de 19,1% no mesmo intervalo. Os bens de consumo tiveram o maior crescimento nas importações de agosto, 48,7%, e atingiram US$ 1,16 bilhão, o que elevou sua participação na pauta de compras externas para 12,6%, contra 11% em agosto de As compras de matérias-primas e bens intermediários foram de US$ 4,56 bilhões, com alta de 20,2% sobre o mesmo mês de Combustíveis e lubrificantes responderam por US$ 1,71 bilhão, aumento de 5,2%, enquanto a aquisição de bens de capital ficou em US$ 1,70 bilhão, alta de 13,5%, na mesma base de comparação. Em julho, o balanço de pagamentos foi superavitário em US$ 3,9 bilhões, com US$ 3,04 bilhões em transações correntes e US$ 378 milhões na conta capital e financeira. A conta erros e omissões, que compõe o resultado do balanço de pagamentos, alcançou US$ 496 milhões no período. O superávit em transações correntes do balanço de pagamentos alcançou US$ 12,5 bilhões em doze meses, equivalentes a 1,5% do PIB, e os Investimentos Diretos Estrangeiros (IDE) foram de US$ 13,5 bilhões, bem abaixo dos US$ 23,06 bilhões no mesmo período do ano anterior. 3
4 Setor Externo Valores em US$ bi Var. % sobre igual período do ano anterior jun/06 jul/06 ago/06 jan06-ago06 jun/06 jul/06 ago/06 jan06-ago06 Balança comercial Exportações 11,44 13,62 13,64 88,16 12,04 23,14 20,24 15,88 Importações 7,35 7,98 9,13 58,54 19,13 31,79 18,61 22,52 Saldo 4,08 5,64 4,52 29,63 1,19 12,67 23,66 4,66 Reservas internacionais Valores em US$ bi Var. % sobre igual período do ano anterior jun/06 jul/06 ago/06 jan06-ago06 jun/06 jul/06 ago/06 jan06-ago06 Liquidez internacional 62,67 66,82 71,48-4,65 22,18 29,78 - Meses de importação de bens 1 9,30 9,68 10, ,33 1,90 9,57 - Fontes: MDIC e Banco Central; nd = não disponível. 1 Relação Reservas - Importações (média mensal dos últimos 12 meses).
5 Juros e Câmbio BC surpreende o mercado e reduz taxa básica para 14,25% A interrupção do ciclo de alta da taxa de juros nos EUA, que concorreu para reduzir o grau de incerteza sobre a condução da política monetária pelo Fed, a estabilidade da capacidade ociosa da indústria de transformação no Brasil, que indica um ritmo de atividade econômica condizente com a capacidade de oferta estimada, e as expectativas de inflação abaixo do centro da meta para 2006, de 4,5%, foram os principais condicionantes da decisão do Copom de reduzir os juros básicos para 14,25%, corte de 0,5%. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na reunião de agosto ultrapassou as expectativas de que o corte seria de apenas 0,25%. De acordo com o Comitê, as condições monetárias correntes, bem como o cenário prospectivo para a inflação, permitiram uma redução mais acentuada do que a sinalizada na ata da reunião anterior. A autoridade monetária reafirmou que os estímulos já existentes sobre a demanda agregada, associados à defasagem temporal entre a decisão sobre a Selic e o seu impacto sobre o lado real da economia, podem demandar que o processo de flexibilização da política monetária volte a ser conduzido com maior parcimônia. A decisão tomada na reunião de agosto, contudo, sinalizou que o Copom pode ajustar suas opções com rapidez, diante de mudanças correntes e prospectivas em variáveis econômicas que afetam a inflação. As operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional somaram R$ 668,73 bilhões em julho, o equivalente a 32,62% do PIB. As operações com recursos livres cresceram 1,67% em relação ao mês anterior e chegaram a R$ 453,49 bilhões, sendo R$ 217,90 bilhões para pessoas físicas e R$ 235,58 bilhões para empresas, alta de 1,76% e 1,59%, respectivamente. Já o total de operações com recursos direcionados foi a R$ 215,24 bilhões, com aumento de 1,16% no mesmo período. A taxa de câmbio terminou agosto a R$ 2,14 por dólar, com valorização de 1,72% em relação ao mês anterior. Os meios de pagamentos prosseguiram a trajetória de aumento dos últimos meses, em ritmo moderado. 5
6 Câmbio e juros básicos Valores em % Em 12 meses 4 jun/06 jul/06 ago/06 jun/06 jul/06 ago/06 Taxa de câmbio (R$/US$) 1 2,16 2,18 2,14-7,92-8,96-9,51 Juros anualizados (CDI) 2 15,15 14,94 14, Juros mensais (CDI) 3 1,18 1,17 1,25 17,73 14,34 16,88 Juros reais mensais (IGP-M) 0,43 0,99 0,88 16,59 15,59 13,97 Moeda e crédito Valores em R$ milhões Var. % mesmo mês do ano anteiror mai/06 jun/06 jul/06 mai/06 jun/06 jul/06 Base monetária ,06 20,56 17,82 Meio de pagamento M ,03 13,27 15,25 Meio de pagamento M ,78 17,34 16,98 Meio de pagamento M ,22 19,73 18,84 Meio de pagamento M ,66 18,81 18,61 Crédito SFN ,57 21,71 21,85 Em % PIB 5 32,43 32,38 32,62 4,09 3,59 3,32 Crédito rec. livres ,53 25,20 24,73 Pessoas físicas ,03 30,24 29,68 Pessoas jurídicas ,85 20,87 20,49 Crédito rec. Direcionados ,00 14,99 16,19 Juros e spread bancário Valores em % ao ano Var. p.p. mesmo mês do ano anteiror mai/06 jun/06 jul/06 mai/06 jun/06 jul/06 Taxa aplicação rec. livres (a) 5 43,80 43,20 42,20-4,00-4,10-5,00 Taxa captação rec. livres (b) 5 15,30 15,20 14,70-4,10-4,00-4,30 Spread bancário (a - b) 5 28,50 28,00 27,50 0,10-0,10-0,70 1 Fim de período - Ptax; 2 Taxa diária do último dia do mês anualizada, tomando-se por base 1 ano = 252 dias; 3 Taxa acumulada no mês e nos últimos 12 meses, respectivamente; 4 taxa de câmbio refere-se à variação percentual em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto os demais indicadores refletem o acumulado no período; 5 variação em ponto percentual (p.p.); 6 Inclui crédito referenciado em moeda estrangeira. Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração própria. 6
7 Inflação IPCA praticamente estável em agosto, com ligeira alta de 0,05% A inflação de agosto pelo IPCA foi de apenas 0,05%, bem abaixo do 0,19% de julho. O recuo se deveu especialmente à queda de 0,32% nos preços do grupo transportes, depois de terem subido 0,37% no mês anterior. O grupo despesas pessoais foi o que registrou maior alta em agosto, 0,96%, com impacto por variações moderadas nos demais grupos de produtos e serviços. Com a variação quase nula em agosto, o IPCA acumula inflação de apenas 1,78% nos primeiros oito meses de 2006 e de 3,84% em doze meses. Pelo IGP-M, a inflação de agosto subiu para 0,37%, bem acima da taxa de 0,18% em julho. O aumento dos preços no atacado passou de 0,21% em julho para 0,46% em agosto, enquanto os preços ao consumidor, que tinham registrado deflação de 0,08% em julho, subiram 0,13% em agosto. Apenas o INCC registrou inflação descendente do período, de 0,57% para 0,35%. Mesmo com o número de agosto, a inflação acumulada pelo IGP-M é de apenas 1,96% no ano e 2,43% em doze meses. No município de São Paulo, o IPC-FIPE variou 0,12% em agosto, depois de ter subido 0,21% em julho. A queda dos preços do grupo habitação (-0,17%) compensou parte da forte alta no grupo alimentação (0,47%), que respondeu sozinho por quase toda a inflação paulistana em agosto. A inflação acumulada no ano em São Paulo é de apenas 0,43%, patamar bem inferior ao registrado nos mesmos oito meses de 2005 (2,81%), enquanto a taxa acumulada em doze meses até agosto ficou em 2,10%. Índices de Inflação Variações mensais Acumulado no ano Acum. em 12 meses Expectativas de mercado (%) (%) (%) (11/09/2006) jun/06 jul/06 ago/06 jun/06 jul/06 ago/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/ Índice geral de preços (IGP-DI) 0,67 0,17 0,41 1,28 1,45 1,87 0,98 1,56 2,78 0,35 3,10 4,15 Índice geral de preços (IGP-M) 0,75 0,18 0,37 1,40 1,58 1,96 0,86 1,39 2,43 0,34 3,19 4,25 Preços no atacado (IPA-M) 1,11 0,21 0,46 1,33 1,55 2,02-0,14 0,73 2, Preços ao consumidor (IPCA) -0,21 0,19 0,05 1,54 1,73 1,78 4,03 3,97 3,84 0,33 3,32 4,40 Preços ao consumidor (Fipe) -0,31 0,21 0,10 0,08 0,31 0,43 1,86 1,77 2,10 0, Fontes: IBGE, Fipe, FGV e Banco Central. Elaboração própria.
8 Finanças públicas Superávit primário de R$ 5,61 bilhões em julho O saldo primário do setor público não-financeiro em julho, R$ 5,61 bilhões, foi muito inferior ao obtido em junho, R$ 10,44 bilhões, e em julho de 2005, R$ 8,80 bilhões. No âmbito do governo central, cujo superávit primário alcançou R$ 3,60 bilhões, o governo federal economizou R$ 7,04 bilhões, dos quais R$ 3,44 bilhões foram neutralizados pelo déficit do INSS. No mais, os governos regionais contribuíram com R$ 1,68 bilhão, com os estados respondendo por R$ 1,28 bilhão e os municípios com o restante, enquanto as empresas estatais apresentaram superávit de R$ 337 milhões. Até julho, o superávit primário do setor público não financeiro representa 5,39% do PIB em 2006 e 4,33% do PIB em doze meses, patamares inferiores aos observados nos mesmos intervalos até julho de 2005, de 6,36% e 4,52% do PIB, respectivamente. O pagamento de juros nominais em julho totalizou R$ 13,45 bilhões, valor inferior aos R$ 17,43 bilhões pagos em junho, explicado pela redução das perdas com as operações de swap cambial, mas superior aos R$ 12,14 bilhões gastos no mesmo período de O gasto com juros foi de R$ 9,43 bilhões pelo governo central e de R$ 4,07 bilhões pelos governos subnacionais, enquanto as empresas estatais receberam R$ 48 milhões. No acumulado até julho, os gastos com juros atingem R$ 95,10 bilhões, 8,16% do PIB, enquanto nos últimos 12 meses sobem a R$ 159,98 bilhões, o equivalente a 7,92% do PIB. Com esses resultados, a necessidade de financiamento do setor público registrou déficit nominal de R$ 7,84 bilhões. O resultado foi financiado por aumento de R$ 23,6 bilhões da dívida mobiliária, parte da qual foi compensada pela redução de R$ 13,7 bilhões nos financiamentos externos e de R$ 2,8 bilhões na dívida bancária. Até julho, o déficit nominal soma R$ 32,33 bilhões no ano, 2,78% do PIB, e R$ 72,45 bilhões em doze meses, 3,59% do PIB, acima do percentual em doze meses registrado em junho de 3,38% do PIB. A dívida líquida do setor público (DLSP) alcançou R$ 1,03 trilhão em julho, o equivalente a 50,29% do PIB, abaixo dos 50,35% de junho e dos 51,88% verificados em julho de Já a dívida bruta do governo geral atingiu R$ 1,45 trilhão em julho, ou 70,8% do PIB.
9 Necessidade de Financiamento Acum. nos últimos 12 meses, em % do PIB mai/06 jun/06 jul/06 Resultado nominal 3,33 3,38 3,59 Juros nominais 7,83 7,90 7,92 Resultado primário -4,50-4,52-4,33 Endividamento do Setor Público Em % do PIB mai/06 jun/06 jul/06 Dívida líquida total 50,49 50,35 50,29 - Governo federal 34,30 33,77 33,81 - Banco Central -0,32 0,27 0,26 - Governos estaduais 15,14 15,04 14,98 - Governos municipais 2,23 2,21 2,20 - Empresas estatais -0,86-0,94-0,96 - Dívida interna líquida 50,37 50,38 50,99 - Dívida externa líquida 0,12-0,04-0,69 Títulos Públicos Federais e Op. de Mercado Aberto - Composição Em % do total mai/06 jun/06 jul/06 Over selic 1 44,35 43,25 42,87 Câmbio 1-1,63-1,32-1,30 Prefixado 27,12 29,42 27,74 TR 1,86 1,87 2,03 Índice de preços 20,10 20,33 20,02 Outros 0,00 0,00 - Operações mercado aberto 8,21 6,45 8,63 Total 100,00 100,00 100,00 1 Com swap. Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração própria. 9
10 Emprego e renda Desemprego sobe em julho, com pequeno recuo da renda real do trabalho A taxa de desemprego medida pelo IBGE aumentou de 10,4% para 10,7% entre junho e julho. Apesar de o contingente de pessoas ocupadas ter crescido 0,42%, de 20,14 milhões para 20,23 milhões de pessoas, a População Economicamente Ativa (PEA) subiu 0,78%, de 22,48 milhões para 22,66 milhões de pessoas. Na região metropolitana de São Paulo, contudo, pela apuração do Seade/Dieese, a taxa de desemprego teve ligeira queda, de 16,8% para 16,7% no mesmo período, com a redução do desemprego oculto, de 5,5% para 5,4%, e estabilidade do desemprego aberto em 11,3%. Foram criadas 154,36 mil vagas de trabalho com carteira assinada no país em julho, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego. Não obstante o ligeiro recuo de 0,71% em relação ao número de empregos criados em junho, o resultado é bem superior ao verificado no mesmo mês de 2005, quando foram criados 117,47 mil postos de trabalho. O resultado teria sido bem melhor, não fosse a queda na geração de vagas na agropecuária entre junho e julho, equivalente a 36,96 mil empregos. O rendimento médio real caiu 0,68% em julho, de R$ para R$ 1.028, após cinco meses consecutivos de aumento, o que implicou redução de 0,27% na massa de rendimento real, já que o aumento da ocupação não foi suficiente para compensar a diminuição da renda. Em comparação com julho de 2005, contudo, a massa real de rendimentos, de R$ 20,81 bilhões, cresceu 5,52%. Emprego Var. % mesmo mês do ano anterior mai/06 jun/06 jul/06 mai/06 jun/06 jul/06 Taxa de desemprego (Seade/Dieese), em % 1 17,00 16,80 16,70-0,50-0,70-0,80 Taxa de desemprego (IBGE), em % 1 10,20 10,40 10,70 0,00 1,00 1,30 PEA, pessoa (mil) ,77 2,74 3,57 Pessoas ocupadas, pessoa (mil) ,76 1,57 2,08 Rendimento Var. % mesmo mês do ano anterior mai/06 jun/06 jul/06 mai/06 jun/06 jul/06 Rendimento médio nominal (R$) 1.027, , ,50 10,18 9,27 6,22 Rendimento médio real (R$) , , ,50 7,73 6,68 3,37 Massa real de rendimentos (R$ milhão) ,55 8,35 5,52 1 Variação expressa em ponto percentual (p.p.); 2 A preços do último mês considerado. Valores inflacionados pela média ponderada do INPC das seis regiões metropolitanas. Fonte: IBGE e Seade/Dieese. Elaboração própria. 10
11 Panorama do Mercado de Capitais O mercado acionário encerrou agosto com o Índice Bovespa (Ibovespa) em pontos, representando uma desvalorização de 2,2% em termos nominais e de 0,6% em dólar. O IBrX- 50, da mesma forma, exibiu uma queda de 2,7% em termos nominais, com pontos. Quanto aos demais índices da BOVESPA, o único que acompanhou a performance negativa do Ibovespa e do IBrX-50 foi o Índice Brasil (IBrX-100), com uma queda de 1,5%. Apresentaram comportamento positivo, o Índice Valor Bovespa (IVBX-2), com alta de 5,3%; o Índice Setorial de Telecomunicações (ITEL), com 1,0%; o Índice de Energia Elétrica (IEE), com 5,5%; o Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG), com 1,7%; o Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC), com 0,3%; o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), com 1,2%; e o Índice do Setor Industrial (INDX), com 1,9%. O volume total negociado de R$ 50,3 bilhões foi 36,1% superior ao do mês anterior, correspondendo a uma média diária de R$ 2.185,4 milhões. As transações a vista (lote-padrão), responsáveis por 84,0% das negociações, somaram R$ 42,3 bilhões, representando uma média diária de R$ 1.836,1 milhões (22,0% acima da média do mês anterior). Valor de Mercado das Ações do Ibovespa e do IBrX Empresas R$ mil Variação US$ mil Variação Julho Agosto (%) Julho Agosto (%).PETROBRAS , ,91-4, , ,25-2,94.VALE R DOCE N , ,99-8, , ,79-7,06.BRADESCO N , ,11-3, , ,27-1,71.ITAUBANCO N , ,28 4, , ,87 6,18.AMBEV , ,02 9, , ,56 11,00.BRASIL NM , ,30-3, , ,49-2,12.ITAUSA N , ,86-0, , ,22 1,50.UNIBANCO N , ,75-10, , ,09-9,19.ELETROBRÁS , ,71 1, , ,08 3,18.TELESP , ,77 7, , ,11 9,42.ARCELOR BR N , ,32 6, , ,82 8,73.GERDAU N , ,04-8, , ,44-7,25.SID NACIONAL , ,42-10, , ,38-8,61.USIMINAS , ,65-10, , ,52-8,45.TELEMAR N L , ,96-5, , ,58-3,77 SUBTOTAL (CIAS DO IBOVESPA) , ,96-1, , ,15-0,24 SUBTOTAL (CIAS DO IBrX-100) , ,31-0, , ,84 1,27 TOTAL GERAL( 340 CIAS) , ,18-0, , ,21 1,45 NOTAS: NÚMERO TOTAL DE EMPRESAS LISTADAS NA BOVESPA EM 31/08/2006 = 387 Total IBrX: Valor de Mercado das empresas da CarteiraTeórica do IBrX-100. Total Ibovespa: Valor de Mercado das empresas da CarteiraTeórica do Ibovespa (somente empresas com o sinal (.) à esquerda). N1 - Companhia do Nível 1 de Governaça Corporativa. N2 - Companhia do Nível 2 de Governaça Corporativa. NM - Companhias do Novo Mercado 11
12 O número médio diário de negócios passou de em julho para em agosto, indicando um aumento de liquidez no mês. No dia 16, a Bolsa de Valores de São Paulo atingiu um novo recorde no número de negócios realizados em um único dia, totalizando operações. O montante de prêmios transacionado no mercado de opções sobre ações totalizou R$ 1.983,5 milhões, revelando um acréscimo de 26,4% relativamente ao mês anterior. O segmento de opções sobre o índice também apresentou performance positiva, tendo sido realizados 997 negócios, cifra 3,4% superior à de julho. Participação dos Investidores na BOVESPA - (Compras + Vendas) - Agosto/2006 Tipos de Investidores Vista Termo Opções Exerc. de Outros Total (%) (R$) (R$) (R$) Opções (R$) (R$) (R$) Pessoas Físicas ,03 Institucionais ,77 Investidores Estrangeiros ,84 Empresas Públicas e Privadas ,60 Instituições Financeiras ,55 Outros ,21 Total Geral ,00 Evolução dos Índices no Mês Índice Abertura Mínimo Médio Máximo Fechamento Oscilação(%) 1/8/ /8/2006 IBOVESPA Pontos ,20% US$ ,6% IBrX - Índice Brasil Pontos ,50% US$ ,2% IVBX-2 - Índice Valor Bovespa 2 Pontos ,30% US$ ,2% ITEL - Índice de Telecomunicações Pontos ,00% US$ ,8% IEE - Índice Setorial de Energia Elétrica Pontos ,50% US$ ,4% IGC - Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada Pontos ,30% US$ ,1% IBrX-50 Pontos ,70% US$ ,0% ITAG - Índice de Ações com Tag Along Diferenciado Pontos ,70% US$ ,6% ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial Pontos ,20% US$ ,0% INDX - Índice do Setor Industrial Pontos ,90% US$ ,7% Obs: Deflacionado pela variação da cotação R$/US$ de fechamento diário (Taxa de Venda - Dólar Comercial). Fonte: Banco Central. 12
13 No mercado a termo, o número de negócios passou de em julho para em agosto, respondendo por um movimento financeiro de R$ 2.142,4 milhões, valor 45,6% superior ao mês anterior. Do total dos contratos negociados, 52,9% foram para prazos até 30 dias, 29,2% para prazos entre 31 e 60 dias e 17,9% para prazos superiores a 60 dias. Em agosto, a Eternit migrou do Nível 2 de Governança Corporativa para o Novo Mercado. Atualmente, são 81 o número de empresas listadas nos segmentos especiais de Governança Corporativa da BO- VESPA, que contam com 34 empresas listadas no Novo Mercado, 12 no Nível 2 e 35 no Nível 1. A capitalização bursátil das empresas listadas na BOVESPA, ao final de agosto, registrou R$ 1.268,0 bilhões, registrando uma queda de 0,29% em relação a julho. As empresas integrantes do Ibovespa e do IBrX-100 representaram 74,9% e 87,4%, respectivamente, do valor total da capitalização. Os investidores estrangeiros foram os que apresentaram maior participação na BOVESPA no mês, respondendo por 33,84% do volume total transacionado. Em segundo lugar vieram os investidores institucionais, com 28,77%, seguidos pelos investidores pessoas físicas, com uma participação de 25,03%. Com um volume de compras de R$ ,3 milhões e de vendas de R$ ,0 milhões, o saldo das operações dos investidores estrangeiros na BOVESPA foi vendedor em R$ 1.200,7 milhões. Em agosto, mais uma empresa passou a contar com as atividades do Formador de Mercado para ativos de renda variável, a Datasul, tendo a Pactual Corretora como Formador de Mercado. Atualmente, 26 ativos possuem Formador de Mercado, sendo 24 para ações, um para cotas do PIBB (Papéis Índice Brasil Bovespa) e um para debêntures no BOVESPA FIX. Com a recomposição quadrimestral das carteiras teóricas dos índices da BOVESPA, que vigorarão no período de setembro a dezembro de 2006, em 1º de setembro deixam de fazer parte do Ibovespa a Contax ON e PN, passando a integrá-lo: units da ALL, Natura ON, Pão de Açúcar PN e TAM PN. 13
14 ATENÇÃO Este texto não é uma recomendação de investimento. Para esclarecimentos adicionais, sugerimos a leitura de outros folhetos editados pela BOVESPA. Procure sua Corretora. Ela pode ajudá-lo a avaliar os riscos e benefícios potenciais das negociações com valores mobiliários. Publicação da Bolsa de Valores de São Paulo. É expressamente proibida a reprodução de parte ou da totalidade de seu conteúdo, mediante qualquer forma ou meio, sem prévia e formal autorização, nos termos da Lei n.o 9.610/98. Para maiores informações a respeito dessa publicação, favor enviar para: eco@bovespa.com.br Bolsa de Valores de São Paulo Rua XV de Novembro, São Paulo SP Tel.: (5511) Fax (5511) bovespa@bovespa.com.br
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