ANÁLISE PARA TOMADA DE DECISÕES ECONÔMICAS DE UMA FÁBRICA DE CONCRETO COM BASE NO SISTEMA DE APOIO À DECISÃO POC
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- Rosa Assunção Monteiro
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1 ANÁLISE PARA TOMADA DE DECISÕES ECONÔMICAS DE UMA FÁBRICA DE CONCRETO COM BASE NO SISTEMA DE APOIO À DECISÃO POC Monaliza Ferreira Rodrigues de Paula (UFERSA) Vanessa Elionara Souza Ferreira (UFERSA) Antonia Claudenice Pinheiro de Almeida (UFERSA) Abraao Freires Saraiva Junior (UFC) O aumento da competitividade tem se tornado um motor que move as organizações a buscarem excelência na gestão dos processos produtivos com o intuito de melhorar o resultado econômico. Como auxílio nessa busca, o sistema de apoio à decisão POC - Preços, Orçamentos e Custos Industriais - apresenta-se como ferramenta voltada à realização da modelagem econômica de operações e à análise de custos, preços e margens de contribuição de produtos e faturamento de empresas dos mais diversos setores econômicos. Nesse contexto, o artigo objetiva apresentar a realização da modelagem econômica das operações de uma empresa fabricante de concreto através do sistema de apoio à decisão POC. Para tal, metodologicamente o artigo é construído a partir de uma pesquisa bibliográfica e de uma pesquisa de campo a partir da qual foram levantadas, tratadas e analisadas as informações coletadas in loco acerca da organização analisada. Tendo o processo produtivo conhecido, utilizou-se o POC para fazer modelagens, simulações e análises econômico-financeiras e, através dos resultados, foram indicadas ações visando a melhoria das operações e do resultado econômico da empresa estudada. Finalmente, conclui-se que a
2 utilização do sistema POC mostrou-se útil no que tange à realização da modelagem econômica e pode auxiliar no processo de tomada decisões para beneficiar à gestão da empresa fabricante de concreto abordada no estudo. Palavras-chave: Sistema de apoio à decisão, modelagem econômica de operações, sistema de apoio à decisão POC, fabricante de concreto 2
3 1. Introdução Segundo a EXAME (2012), a construção civil no Brasil deve crescer entre 3,5% a 4% em 2013, dados afirmados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon SP). Esses dados mostram a necessidade de estar preparado para a grande demanda dentro das construções. Atrelada às construções civis, a atividade de produção de concreto apresenta um crescimento proporcional, uma vez que tal insumo está presente na maioria das construções. Então tornase fundamental, mensurar os insumos constituintes do concreto, como um meio de evitar e/ou diminuir o desperdício de materiais, tempo e dinheiro em seu processo produtivo. Para tanto, os gestores necessitam de dados precisos para uma análise econômica confiável de forma a abalizar suas tomadas de decisões. O sistema de apoio à decisão POC - Preços, Orçamentos e Custos Industriais, apresenta-se como uma ferramenta de gestão de informações, provendo ao gestor informações importantes para modelar os processos industriais e análise gerencial de custos e preços para tomada de decisões baseadas nos custos. (COSTA, FERREIRA, SARAIVA JR; 2010). Objetivando analisar a modelagem econômica de uma concreteira, através do POC, foram feitos simulações de preço de venda dos 4 tipos de concreto analisados, medições da capacidade de produção da empresa, determinação do custo unitário e a margem de contribuição para cada tipo de concreto, elaboração da curva ABC dos tipos de concreto e seus materiais, determinação do ponto de equilíbrio multiproduto e definição do resultado da empresa em termos de lucro líquido no período. 2. Metodologia A pesquisa foi realizada em três fases, nessa ordem: pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e operacionalização do sistema POC. A princípio, foi realizada a pesquisa bibliográfica que segundo Gil (2002), é desenvolvida com base em material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos. Marconi e Lakatos (2008, apud 3
4 Souza et al, 2012) corroboram que a finalidade da pesquisa é colocar o pesquisador em contato direto com o que foi escrito sobre determinado assunto. Posteriormente, foi feita uma pesquisa de campo que, de acordo com Marconi e Lakatos (2008, apud Souza et al, 2012), baseia-se na observação de fatos e fenômenos, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que se presume relevantes para analisá-los. Tal pesquisa teve a finalidade então de conhecer a empresa fabricante de concreto, os produtos, seu processo produtivo e coleta de dados. Por fim, realizou-se a modelagem econômica financeira da fabricante de concreto com base na metodologia de operacionalização do sistema POC. 3. Fundamentação Teórica 3.1 O Sistema Preços, Orçamentos e Custos Industriais POC O Novo Sistema de Apoio a Decisões sobre Preços, Orçamentos e Custos de Pequenas e Médias Indústrias POC /PMI visa estudar a viabilidade técnica da reformulação do sistema de gestão de custos e preços (POC ), a qual já desenvolvida pela PPE Engenheiros Associados LTDA, tornando-o mais flexível e generalista. O software POC possui uma rapidez e confiança no tratamento dos dados e sua utilização se constitui como um instrumento de apoio a decisões sobre custos e preços com que se defrontam firmas industriais pequenas, médias e grandes, que se dedicam à manufatura de produtos nos mais diversos segmentos de atividades. 3.2 Contabilidade gerencial e de custos Segundo Atkinson et al. (2008, apud Brito 2012), a Contabilidade Gerencial pode ser entendida como um processo de produção de informações financeiras e operacionais, tanto para funcionários quanto para gerentes, sendo orientado pelas necessidades de informações internas. Este tipo de contabilidade fornece dados financeiros e operacionais a respeito de unidades operacionais, produtos e/ou serviços e clientes de uma determinada organização é 4
5 uma das principais fontes de controle de processo e tomadas de decisão. A Contabilidade de Custos também é uma ferramenta de gerenciamento financeiro, e conforme Martins (2010) há duas funções relevantes da contabilidade de custos: auxílio ao controle e a ajuda no processo de tomar decisões. Tal gerenciamento auxilia na coleta de dados fundamentais para a realização dos mais diversos tipos de previsão, e os mesmos servem como parâmetros de comparação com dados futuros e presentes, na alimentação de valores sobre as consequências de curtos e longos prazos relacionados à, por exemplo, preços de vendas, decisões de mix de produtos, aquisição de novo maquinário. 3.3 Margem de contribuição e ponto de equilíbrio A margem de contribuição é o reflexo de quanto tal produto contribui para o faturamento da empresa. Em termos matemáticos, a margem de contribuição unitária é obtida pelo preço de venda subtraído dos custos variáveis unitários do produto, sendo assim, a margem de contribuição é o todo da receita retirando os custos variáveis e, para alguns autores, custos diretos, além das despesas variáveis, que é onde entram os impostos sobre receitas e comissões sobre vendas (BORNIA, 2010). O ponto de equilíbrio é o ponto em que os gastos totais se igualam à quantidade de receita acumulada, caracterizando um equilíbrio, como o próprio nome sugere. Nesse ponto, a empresa produz o suficiente para igualar a receita ao custo, desta forma, representa a quantidade de produtos ou serviços que vendidos cobrem todos os custos e despesas fixas e variáveis, e qualquer outro acima dele, irá gerar lucro e abaixo, prejuízo (MARTINS, 2010). 3.4 MRPI e CRP O MRP I, material requirement planning e o CRP, capacity requirement planning, são ferramentas utilizadas para o planejamento e programação de um processo produtivo, sendo que o MRP I trata do planejamento da necessidade de materiais e o CRP trata do planejamento da capacidade de produção da empresa. Corrêa et al. (1997) pontuam que o MRP baseia-se no fato de que se conhecem os 5
6 componentes que irão constituir o produto e o tempo de suas obtenções, assim, é possível ter uma visão das necessidades futuras da disponibilidade do produto a fim de evitar a falta ou sobra de algum insumo (componente). 3.6 Diagrama de montagem Diagrama de montagem é uma ferramenta de descrição do processo produtivo. Segundo Costa, Ferreira Saraiva Jr (2010), diagrama de montagem é uma maneira gráfica de apresentação de estrutura dos produtos. Nesses diagramas podemos encontrar nomes e códigos dos produtos, além de exibir as operações internas e com elas, o consumo de mão-deobra, máquinas e tempo. 3.6 Curva ABC A Curva ABC baseia-se no princípio de Pareto, o qual afirma que para a maior parte dos fenômenos que acontecem 80% de suas consequências provêm de 20% das causas. Sendo assim, apresenta-se como uma ferramenta de auxílio para controle e gestão de estoques, indicando os componentes (materiais) e os produtos que se destacam e merecem atenção para a programação da produção dentro da organização. Bruni e Famá (2010) dividem a curva ABC em três grupos: Itens A: componentes ou produtos cujos estoques apresentam elevados valores relativos, merecendo uma maior atenção. Itens B: componentes ou produtos que também apresentam elevada aplicação de recursos, mas não são tão representativos quantitativamente quanto os itens A. Itens C: estoques numerosos em itens, mas representam pouco em valores e merecem menos destaque. 4. Aplicação do sistema POC na fabricante de concretos 6
7 4.1 Caracterização da empresa A empresa estudada está localizada na cidade Mossoró, estado do Rio Grande do Norte, e é uma filial cuja matriz está localizada no Rio de Janeiro, com capital 100% nacional. A REDIMIX produz diversos tipos de concreto e tem entre seus principais clientes grandes construtoras da cidade. Quanto ao seu quadro de funcionários, a empresa conta com 9 colaboradores com as seguintes funções: 04 motoristas: responsáveis pela a entrega do concreto e pelos caminhões, desde a limpeza até a percepção de falhas dos mesmos; 01 balanceiro: responsável por colocar a dosagem da mistura do concreto, carregar a balança e o caminhão betoneira; 01 operador de bomba: encarregado de bombear o concreto para as lajes da construção; 01 tecnólogo em concreto: encarregado por gerenciar a produção e visitar os clientes e as obras; 02 funcionários no escritório: são responsáveis por a parte contábil e gerencial da empresa Processo produtivo O processo se inicia a partir da encomenda feita pelo cliente, o qual especificará o tipo de concreto desejado. Vale salientar que há uma diferenciação no processo produtivo quanto à quantidade de matéria-prima utilizada, pois o tipo de concreto caracteriza-se pela presença ou não de cascalho e a quantidade de cada componente seu, ressaltando que a quantidade é determinada por m³. Os insumos necessários ao processo são areia lavada, brita, cascalho (utilizado dependendo do tipo), cimento, água e aditivo retardador de secagem. A primeira etapa do processo é o transporte da areia lavada e a brita por um trator (também chamado de enchedeira) à balança de agregados, onde estes serão depositados até que se atinja o peso determinado. O cimento é 7
8 levado até uma balança através de um mangote ligado ao silo. Cada balança marca seu peso referente, então o balanceiro observa o peso marcado, controlando sua quantidade. A água é canalizada da cisterna ou pela distribuição de água da rede pública. O aditivo é canalizado a partir do recipiente milimetrado. A mistura do agregado, cimento, água e aditivo acontece dentro do caminhão betoneira, ao mesmo tempo, gradualmente e automaticamente. Salientando que a dosagem do aditivo já é certa e é depositada de uma vez no caminhão Produtos analisados A escolha dos produtos se deve às vendas dos produtos. Para realizar a análise econômicofinanceira, foram escolhidos os 4 tipos de concreto mais vendidos da REDIMIX, que são: Concreto 9 MPa: Concreto Leve Não Bombeável; Concreto 20 MPa: Concreto Bombeável; Concreto 30 MPa: Concreto Bombeável; Concreto 40 MPa: Concreto Bombeável de Alta Resistência. O concreto de 9 MPa são utilizados em pisos ou contrapisos em edificações com enchimento de baixa densidade, reposição de solos, assentamento de alvenaria, revestimento interno e externo, chapisco, dentre outras aplicações. Quanto aos concretos de 20, 30 e 40 MPa, a aplicação pode ser necessária em indústrias de pré-moldados, em estruturas convencionais, na fabricação de tubos e artefatos de concreto, estruturas submersas, circulação de veículos pesados, dentre outras, isso vai depender da resistência calculada de cada projeto. 4.2 Implementação Do Sistema De Apoio À Decisão POC Para realizar a modelagem econômico-financeira, a implantação dos dados colhidos no sistema POC é feita seguindo uma sequência, a qual é descrita no decorrer do desenvolvimento do trabalho. 8
9 4.2.1 Cadastro primário O cadastro primário consiste em cadastrar os custos fixos, despesas fixas, impostos e taxas sobre venda da empresa em análise. Vale a ressalva de que os custos fixos e despesas fixas cadastrados são da fábrica, ou seja, para todos os tipos de concreto fornecidos pela fábrica. Porém, para efeito de cadastro, foram rateados os custos e despesas fixos para os 4 tipos de concreto analisados. Para o cadastro de despesas, foi considerado um grupo, o qual é composto por pessoal administrativo - administrador e contador, pessoal da limpeza - 1 funcionário, gastos com 3 telefones móveis, material de expediente, telefone fixo, com valores de R$ 4.900, R$ 84,69, R$ 678,00, R$ 850,00, R$ 240,00 e R$ 220,00, respectivamente. Para o cadastro de custos fixos, foi considerado um grupo, o qual é composto combustível caminhão betoneira, por energia elétrica, manutenção do maquinário, inclusive do caminhão betoneira, Tecnólogo de concreto encarregado pelo processo de produção de concreto, com valores de R$ 3.200, R$ 600,00, R$ ,00, R$ 850,00, e R$ 3.750,00, respectivamente. A empresa se enquadra no regime tributário Simples Nacional, pois seu faturamento anual possui uma média de R$ ,00 (três milhões e quinhentos mil reais). E as taxas são mostrados no Quadro 1. Devido ao fato da empresa possuir sete produtos e para a análise do POC terem sido utilizados quatro produtos, tidos como os mais vendidos pela a empresa, foi considerado que estes representam um custo de 60% das despesas e custos fixos da empresa Cadastro principal Nesta etapa são cadastrados os produtos, mão-de-obra, máquinas, materiais, operações, subconjuntos e serviços terceirizados. Para efeitos de cálculo, foi considerado 8m³ de concreto, que é a capacidade de um caminhão betoneira. No caso em questão, foram cadastrados os 4 tipos de concreto, 9 MPa, 20 MPa, 30 MPa e 40 MPa. 9
10 4.2.3 Diagrama de montagem O diagrama de montagem foi feito com base na capacidade do caminhão betoneira, que é de 8m³. Primeiramente, foram adicionadas as atividades necessárias para a produção de cada tipo de produto e em seguida as máquinas utilizadas em cada tipo de operações com o seu respectivo tempo de uso por minuto. Posteriormente, a mão de obra foi ligada a cada produto com o tempo despendido de cada operador para produzir os produtos. O último passo para gerar o diagrama foi a adição dos materiais ingredientes. Os diagramas de montagem dos concretos 9 MPa, 20 MPa, 30 MPa e 40 MPa são semelhantes, pois o modo de produção é o mesmo, o que difere um concreto de outro é apenas a quantidade dos componentes utilizados. Sendo assim, na Figura 1 está exposto o diagrama do concreto de 30MPa, o qual é o mais vendido. Figura 1 - Diagrama de montagem do concreto 30 MPa 10
11 4.2.4 Simulação de preço e venda A partir de uma sequência de funcionalidades, o POC permite variar a quantidade de pedidos e preços, sendo possível gerar orçamentos e analisar as diferentes margens inferiores e superiores geradas para os produtos, que no caso, são 4 tipos de concreto. Para a simulação foi utilizada a margem inferior de 10% e superior de 30% e todos os impostos incidentes, tendo em vista que a forma de pagamento se dá sempre à vista. O gráfico de sensibilidade tem as margens superiores e inferiores referentes aos limites mínimos e máximos, respectivamente, assim, permite ao gestor uma melhor visualização da relação entre o preço de venda do concreto e sua margem de contribuição. As figuras 2 e 3 expõe os 11
12 cálculos de orçamento, margem inferior e superior e gráfico de sensibilidade do concreto de 9 MPa. Figura 2 - Margem Inferior do concreto 9 MPa Figura 3 - Margem Superior do concreto 9 MPa 12
13 4.2.5 MRP I O sistema POC oferece a ferramenta MRP I, a qual calcula as quantidades que devem ser produzidas, material e mão-de-obra, bem como seus custos em um determinado período. Na Figura 4 demonstra o MRP dos quatro tipos de concreto em análise. Figura 4 - MRP de materiais 13
14 4.2.6 CRP Os relatórios de CRP feitos pelo POC são mostrados nas Figuras 5 e 6, que confronta a real necessidade com a capacidade de produção para verificar se é possível a execução do plano de produção somente com os recursos que estão disponíveis. Figura 5 - CRP de mão-de-obra Figura 6 - CRP de máquinas 14
15 Verifica-se então, que há uma grande ociosidade, tanto de mão-de-obra quanto de máquinas, porém, essa ociosidade também é devido ao fato de que o tempo de mão-de-obra as máquinas analisado é referente a todos os tipos de concreto fornecidos pela fábrica e não somente os quatro aqui estudados Custo unitário e margem de contribuição Outra contribuição do POC que auxilia o gestor na tomada de decisão é o fornecimento do cálculo dos custos unitários dos produtos e suas margens de contribuição para cada tipo. A Figura 6 mostra os cálculos das margens e dos custos unitários para o concreto de 30 MPa (mais vendido). O gráfico que demonstra o ponto de equilíbrio e relatório de rentabilidade são demonstrados nas figuras 7 e 8. Figura 7 - Custo unitário e margem de contribuição do Concreto 30 MPa 15
16 Figura 8 - Ponto de equilíbrio e resultado econômico 16
17 Figura 9 - Relatório de Rentabilidade Para uma melhor compreensão da comparação foi feito um gráfico demonstrando as margens de contribuição reais e preços de venda dos quatro tipos de concreto (Tabela 1 e Figura 10). Tabela 1- Comparação de Margens de Contribuição Produto Preço de Venda Margem Real Unit. R$ 9 MPa ,71 20 MPa ,09 30 MPa ,39 17
18 40 MPa ,09 Figura 10 Preço de Venda e Margem de Contribuição Percebemos que, apesar de o concreto 40MPa ter um maior preço de venda e o concreto de 30 MPa ser o mais vendido, é o concreto de 9 MPa que apresenta margem de contribuição maior Curva ABC A curva ABC para os custos dos materiais utilizados na fabricação do concreto é exibida na Figura 11, pode ser percebido então que o cimento é o ingrediente que demanda mais custo para a empresa. Figura 11 - Curva ABC de Custo por Material 18
19 Outro tipo de curva ABC fornecido pelo sistema POC é a curva ABC de faturamento por produto, a qual revela o nível de lucratividade e quais produtos têm maior representatividade no faturamento da empresa (Figura 12). Podemos concluir que o concreto 30 MPa contribui com 42,593% do faturamento da REDIMIX. Figura 12 - Curva ABC de Faturamento por Produto 19
20 4.2.9 Simulação de preços de encomendas excepcionais O POC realiza simulações a fim de verificar a viabilidade econômica de aceitar um pedido de produção do tipo excepcional, que se caracteriza como um pedido às vezes não previsto, em que o cliente impõe exigências como preço e formas de pagamento. Um caso que criamos para simular o preço de venda é um pedido feito por uma empresa construtora de grande porte, a qual demanda 350m³ de concreto 9 MPa, 150m³ de concreto 20 MPa, 720m³ de concreto 30 MPa e 280m³ concreto 40 MPa, com preços são de R$ , R$ , R$ e R$ , respectivamente. Considerando um desconto de 20% no preço (Figura 13). Figura 13 - Margem de Rentabilidade para encomendas excepcionais A Figura 14 demonstra o gráfico do lucro líquido e o ponto de equilíbrio para a encomenda excepcional. Percebemos que tal pedido apresenta um LAIR de R$ 5.412,89 negativos, o que significa que a empresa tem um prejuízo de 1,64%. Sendo assim, é financeiramente inviável a empresa atender a demanda dessa encomenda. Figura 14 - Lucro líquido e ponto de equilíbrio para encomenda excepcional 20
21 Simulação e análise econômico-financeira do mix de produtos Mix de produtos consiste em uma quantidade ideal a ser produzida e vendida de cada tipo de produto. O POC permite a simulação de uma grande variedade de mix de produtos, variando preços de venda e quantidade, objetivando a análise da viabilidade econômicofinanceira. No caso em questão, foi dobrada a quantidade de pedidos do mix de produtos, a qual é exibida através da Figuras 15. Figura 15 - Relatório do mix dos produtos utilizados Outra questão importante da análise do mix de produto é a determinação do ponto de equilíbrio, representando o valor da receita mínima que a organização deve obter para evitar o 21
22 prejuízo, isto é, que o ponto de equilíbrio é o ponto em que as despesas são iguais às receitas. A Figura 16 mostra o ponto de equilíbrio e o lucro líquido, percebe-se então, que ao duplicar a quantidade do mix de produtos, o LAIR apresentou um valor de R$ ,38, representando uma porcentagem de 16,36%. Figura 16 - Lucro líquido e ponto de equilíbrio para o mix de produtos utilizados 5. Conclusões do estudo Não é à toa que o POC é classificado como um SAD, sistema de Apoio à Decisão, pois diante do exposto e analisado, percebeu-se que tal software mostra-se como uma exímia ferramenta de apoio à decisão de gestores, o que o caracteriza como um sistema de bastante eficiência, já que, através do mesmo, relatórios podem ser gerados e com isso, decisões mais precisas e confiantes podem ser tomadas pelos gestores. No referente estudo, pode-se analisar econômico-financeiramente uma fábrica de concreto através dos relatórios gerados pelo sistema POC, como relatório de MRP, CRP, margem de contribuição unitária, curva ABC, mix de produtos ideal e ponto de equilíbrio. Através dos relatórios de MRP e CRP, o gestor da fábrica de concreto pode planejar de forma eficiente o 22
23 quanto de material é necessário para fabricar os tipos de concreto, verificar se há quantidade significativa ou não de mão-de-obra ociosa, podendo tomar decisões para alocação desses funcionários, se necessário. Com os cálculos fornecidos pelo POC, compreende-se que o concreto de 9 MPa oferece uma maior margem, conclui-se então que a empresa deve promover tal produto. Por meio da curva ABC, notou-se que o cimento é a matéria-prima que tem um maior custo para a empresa, e com essa informação, o gestor pode tomar decisões junto ao fornecedor de modo a obter tal material de forma mais barata ou até mesmo procurar outro fornecedor. A simulação de vendas também mostrou o quanto a empresa iria lucrar com os pedidos simulados, que no caso, iria ter prejuízo e seria inviável aceitar tal pedido. A simulação do mix de produtos mostrou o quanto o LAIR iria aumentar se a demanda pelos concretos fosse duplicada. Por fim, tendo em vista a análise de todas as informações que o POC forneceu, entende-se que a fábrica estudada deve focar o marketing de seus produtos no concreto 30 MPa, pois é o produto que oferece maior margem de contribuição. Conclui-se, portanto, que o software POC mostra rendimento satisfatório, uma vez que as informações geradas por ele condizem com a realidade da empresa estudada. REFERÊNCIAS BRITO, A. K. B. et al. Análise para Tomada de Decisões Econômicas de um Restaurante Universitário com Base no Sistema de Apoio à Decisão POC. In VII SEPRONE Simpósio de Engenharia de Produção do Nordeste. Mossoró, Disponível em: < Acesso em 23 ago BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. São Paulo: Bookman, BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preços. 5ª ed. São Paulo: Atlas, CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N.; CAON, M. Planejamento, programação e controle da produção: MRP II / ERP conceitos, uso e implantação. São Paulo: Atlas, COSTA, R. P.; FERREIRA, H. A. S.; SARAIVA JR. A. F. Preços, Orçamentos e Custos Industriais Fundamentos da Gestão de Custos e de Preços Industriais. São Paulo: Elsevier, EXAME. Disponível em: < Acesso em 11 ago
24 GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, LAKATOS, E.M.; MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia científica.5ª edição. São Paulo: Atlas MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 10ª ed. São Paulo: Atlas, SARAIVA JR., A. F.; RODRIGUES, M. V.; COSTA, R. P. Simulação de Monte Carlo aplicada à decisão de mix de produtos. Produto & Produção, v. 11, SIMPLES NACIONAL. Disponível em: < Acesso em 18 ago SOUZA, M. K. M. L. et al. Aplicação do Sistema de Apoio à Decisão POC na Modelagem Econômica de uma Indústria de Saneantes. In VII SEPRONE Simpósio de Engenharia de Produção do Nordeste. Mossoró, Disponível em: < Acesso em 23 ago
Sumário Capítulo l - Introdução l Capítulo 2 - Engenharia Industrial 11 Capítulo 3 - Economia 21
Sumário Capítulo l - Introdução 1.1. Objetivos 3 1.1.1. Objetivos amplos 3 1.1.2. Objetivos específicos 3 1.2. Mapa cognitivo 4 1.3. Engenharia industrial (Materiais e processos) 5 1.4. Custos e preços
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