MRP II. Planejamento e Controle da Produção 3 professor Muris Lage Junior
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- Heloísa Leveck Correia
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1 MRP II
2 Introdução A lógica de cálculo das necessidades é conhecida há muito tempo Porém só pode ser utilizada na prática em situações mais complexas a partir dos anos 60 A partir de meados da década de 60 surgiram os primeiros sistemas de computador para gestão de materiais que utilizavam esse conceito.
3 Introdução A lógica da utilização do cálculo das necessidades partiu da constatação da diferença entre itens de demanda independente e itens de demanda dependente Muitos sistemas produtivos erroneamente utilizam modelos que tratam todos os itens como se tivessem demanda independente O que equivale a considerar que os itens de demanda dependente possuem incertezas na demanda, o que na verdade não é válido
4 Introdução Por exemplo, poder-se-ia utilizar o modelo do lote econômico e revisão contínua para repor os itens quando o nível do estoque chegasse ao ponto de reposição Pode-se verificar que os itens filhos e netos não têm curvas de demanda que se aproximam da hipótese de demanda constante (o que deveria ocorrer para se utilizar o modelo do lote econômico)
5 Introdução Nesses casos as ordens são colocadas de forma bastante independente da demanda de produtos finais Isto significa que, às vezes, uma pequena variação de demanda do produto final possa repercutir na colocação de um grande número de ordens quando os níveis de estoque dos itens abaixo do nível 0 estiverem todos muito próximos dos seus respectivos pontos de reposição em um mesmo período Resultado: enorme dificuldade em se administrar a capacidade
6 Introdução O MRP contribui muito para simplificar a gestão dos materiais nas empresas determinando o que, quanto e quando comprar e/ou fabricar No entanto, para que a produção ocorra não basta simplesmente determinar essas necessidades, é preciso determinar se há capacidade suficiente para realizar o plano sugerido pelo MRP!
7 Introdução Isso porque a função do MRP é ajudar a produzir e comprar somente o necessário e no último momento possível (programação para trás) O objetivo é reduzir níveis de estoque por meio de uma série de encontros marcados entre componentes programados de acordo com o nível na lista de materiais e lead times
8 Introdução Exemplo: considere a figura e a tabela abaixo, que mostram a estrutura de um determinado produto A, os lead times de obtenção de seus componentes e estoques atuais. Os itens B, D e E são comprados e os demais produzidos internamente. Supondo que há um pedido de 50 unidades de A para ser entregue na semana 20, determine: a) a liberação de ordens, sendo permitido zerar os estoques b) a quantidade dos recursos (homens e montagem final) necessárias. B A D C 2 E Item Lead time Horas/homem Horas/MF Estoque A 1 semana B 2 semanas C 1 semana 1 1,5 10 D 1 semana E 2 semanas - - 5
9 Introdução Qualquer problema como atraso na entrega de um item irá gerar dois problemas: atraso na produção do produto final formação de estoques dos componentes que não atrasaram O que fazer?
10 Introdução Para evitar tais problemas pode-se ou manter sempre capacidade em excesso ou superestimar os lead times Em ambos os casos tem-se custos adicionais, pois a primeira solução significa altos custos com capacidade ociosa e a segunda implica em formação de estoques antecipados A evidência prática desses problemas fez com que pesquisadores percebessem que com a mesma técnica do MRP apenas agregando mais algumas informações (centros produtivos, roteiros de produção e taxas de consumo de recurso por item produzido) poder-se-ia calcular as necessidades de recursos produtivos.
11 Introdução Essa inclusão do cálculo de necessidades de capacidade nos sistemas MRP fez com que um novo tipo de sistema fosse criado, o chamado MRP II A numeração II é para deixar claro que é uma extensão do MRP (ou depois dessa evolução, também chamado de MRP I) Embora a sigla seja a mesma, o significado é outro: Manufacturing Resources Planning
12 Introdução A diferença entre os dois é que o MRP define o que, quanto e quando produzir e comprar Já o MRP II, além disso, determina também como produzir (com que recursos) Na verdade, o MRP II é mais do que o MRP com cálculo de capacidade, pois inclui (nos softwares comerciais) uma lógica estruturada de cálculos, verificações e decisões muito mais ampla, formando um conjunto de módulos ou funções.
13 Como funciona O MRP II é um sistema hierárquico em que os planos de longo prazo são sucessivamente detalhados até se chegar ao nível do planejamento de componentes e máquinas específicos. Normalmente são disponíveis no mercado na forma de pacotes computacionais
14 Como funciona Esses sistemas são divididos em módulos que executam funções diferentes relacionadas entre si: planejamento agregado planejamento mestre cálculo das necessidades de materiais cálculo das necessidades de capacidade controle de chão de fábrica
15 Como funciona O funcionamento desses módulos dependem fundamentalmente do cadastros dos seguintes dados: níveis de estoque estrutura do produto centros produtivos roteiros de produção consumo de recursos por item processado
16 Pressupostos por trás do MRP II A tomada de decisão no MRPII é bastante centralizada Há pouca margem de manobra para o nível operacional (operadores) Isso tem implicações no nível de responsabilidade e comprometimento que se espera da mão de obra que deve cumprir fielmente os planos.
17 Pressupostos por trás do MRP II Por ter programação para trás, o sistema torna a operação menos tolerante a atrasos. O MRP II não considera as restrições de capacidade no momento da explosão de materiais A checagem da viabilidade em termos de capacidade é feita a posteriori A partir da checagem é que são feitos os ajustes
18 Pressupostos por trás do MRP II Os lead times são dados de entrada do sistema (cadastrados) Como os lead times de uma determinada ordem dependem de outras ordens (tempos de fila), esses valores podem não corresponder à realidade em algumas situações
19 Uso híbrido do MRP II / JIT Sistemas híbridos são sistemas de PCP que utilizam mais de uma lógica básica de forma integrada, aproveitando suas vocações de maneira complementar. A principal vocação do MRP II é a capacidade de planejamento de nível mais alto (horizontes maiores e informações mais agregadas) e de planejamento de materiais
20 Uso híbrido do MRP II / JIT No entanto, o MRP tem capacidade infinita Não atende muito bem a necessidades de unidades produtivas que tenham problemas operacionais mais complexos como diferentes níveis de produtividade e lead times diferentes em função das ordens diferentes Outro problema é a alta burocratização do sistema de SFC do MRP II.
21 Uso híbrido do MRP II / JIT Já o JIT tem como principal vocação a descentralização das decisões e aproveitamento das contribuições dos operadores que são os que realmente estão em contato direto com os problemas dos processos Abordagem ativa em relação a melhoria da qualidade No entanto, com relação ao planejamento de longo prazo, o JIT tem procedimentos muito simplificados
22 Uso híbrido do MRP II / JIT As vocações do JIT são justamente os pontos fracos do MRP II e vice-versa Muitas empresas usam as duas abordagens da seguinte maneira: o MRP II é usado para estruturar o planejamento futuro de longo e médio prazos e para planejar e controlar a obtenção de matérias primas e componentes. o JIT é utilizado para planejar e controlar a fábrica no curto prazo, principalmente por meio do sistema kanban e gestão visual
23 Uso híbrido do MRP II / JIT Mais detalhadamente... o MRP II, por meio dos módulos MPS e RCCP apóia a decisão de produção dos produtos finais, verificando inclusive a viabilidade em termos de capacidade para elaboração da programação da montagem final A partir da programação de montagem final, o JIT puxa a produção dos componentes por meio do sistema kanban Quando os fornecedores não forem integrados por meio do JIT, então o MRP faz a explosão e emissão das ordens de compra também
24 Uso híbrido do MRP II / Sistemas de programação com capacidade finita Como o MRP é um sistema de capacidade infinita e que desconsidera a mudança dos lead times em função das ordens de produção, é bastante comum utilizar sistemas de programação com capacidade finita para realizar a função de SFC do MRP II Isso torna-se ainda mais importante quando se tem como critério de desempenho principal o cumprimento de prazos e ao mesmo tempo a capacidade produtiva como maior limitante do sistema produtivo Os sistemas de programação com capacidade finita têm vocação justamente para tratar problemas complexos de alocação de carga aos centros produtivos e programação detalhada da produção
25 Uso híbrido do MRP II / Sistemas de programação com capacidade finita Como funciona: a partir do plano de materiais gerado pelo MRP II (no módulo do MRP), são gerados os programas de produção para determinados períodos A partir desses programas, o sistema de programação finita faz o sequenciamento das ordens de acordo com seus algoritmos (que simulam a passagem das ordens pelo sistema produtivo) gerando um novo programa mais adequado Como esse novo programa é normalmente diferente do programa sugerido pelo MRP II, ele deve ser retroalimentado ao MRP II, para que o planejamento de materiais seja alterado de acordo
26 Vantagens do MRP II Muito útil em sistemas complexos, com muitos níveis na estrutura dos produtos e roteiros complexos (job-shop) Facilita e executa rapidamente mudanças em planos Permite tratar de maneira mais adequada itens de demanda dependente em relação a sistemas de revisão contínua ou revisão periódica É um sistema de informações integrado que disponibiliza muitas informações a um grande número de usuários
27 Limitações do MRP II Pode ser caro para ser adquirido por empresas pequenas (pacotes computacionais caros) Às vezes necessita que a empresa se adapte ao sistema em vez do contrário Depende de alimentação correta, sistemática e padronizada dos dados por toda a organização Não é um sistema ativo em relação a qualidade
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