COMO CONVERTER BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS EM ACIDENTÁRIOS?
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1 COMO CONVERTER BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS EM ACIDENTÁRIOS?
2 CINDY FERNANDES GOUVEIA Advogada, especialista em Direito Previdenciário e Direito do Trabalho, militante na seara Previdenciária Empresarial. Cindy Fernandes Gouveia PREVITUBE Cindy Fernandes cindy@fgsadv.com.br
3 BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE Auxílio- Doença Aposentadoria por Invalidez Auxílio- Acidente Comum (B31) Acidentário (B91) Comum (B32) Acidentária (B92) Comum (B36) Acidentário (B94)
4 DA PREVISÃO CONSTITUCIONAL Art A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
5 PROTEGEM ENTÃO A DOENÇA? Apesar do texto constitucional trazer a proteção à doença, o que se protege na verdade é a incapacidade para o trabalho. Diante disto, toda a doutrina de Direito Previdenciário nos traz a classificação destes benefícios como Benefícios por Incapacidade. Mas o que é incapacidade?
6 INCAPACIDADE A Organização Mundial da Saúde conceitua incapacidade nos seguintes termos: Qualquer redução ou falta (resultante de uma deficiência ou disfunção) da capacidade para realizar uma atividade de maneira considerada normal para o ser humano, ou que esteja dentro do espectro considerado norma.
7 INCAPACIDADE Para o Professor André Bittencourt: Conclui-se, assim, que a incapacidade pode ser definida como qualquer redução ou falta, seja ela física, psicológica, volitiva, sensorial ou intelectual (resultante de uma deficiência ou disfunção), decorrente ou não de um acidente, que impeçam a pessoa de atuar em igualdade de condições com os demais, sendo necessária, para essa aferição, levar em consideração não só a pessoa, como ainda o ambiente em que está inserida.
8 INCAPACIDADE Leciona o Professor ainda: Diante da moderna leitura da situação incapacitante, devem, então, ser levadas em consideração não só o aspecto saúde, como ainda a atividade e a participação, tendo como referência a pessoa (sua capacidade laborativa em situações normais), porém não só ela, como também os fatores ambientais.
9 AUXÍLIO-DOENÇA Lei 8.213/91: Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.
10 REQUISITOS PARA O AUXÍLIO-DOENÇA 1. Incapacidade para o trabalho ou atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos; 2. Carência de 12 meses; 3. Qualidade de segurado.
11 INCAPACIDADE PARA O TRABALHO OU ATIVIDADE HABITUAL POR MAIS DE 15 DIAS Habitual: Que é usual: constante, frequente, costumeiro, cotidiano, regular, repetido, rotineiro; Que é comum: vulgar, trivial, comum, corriqueiro, normal; Que já está consagrado: crônico, arraigado, inveterado, conhecido, consagrado, convencional.
12 CARÊNCIA 12 MESES Lei 8.213/91: Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais;
13 CARÊNCIA 12 MESES Lei 8.213/91: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiarse ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado;
14 CARÊNCIA 12 MESES Lei 8.213/91: Art Até que seja elaborada a lista de doenças mencionada no inciso II do art. 26, independe de carência a concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido das seguintes doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, esclerose múltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica adquirida (aids) ou contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada.
15 QUALIDADE DE SEGURADO Lei 8.213/91: Art. 27-A. No caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de carência para a concessão dos benefícios de que trata esta Lei, o segurado deverá contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com metade dos períodos previstos nos incisos I e III do caput do art. 25 desta Lei. Cumprir novamente 6 meses!
16 QUALIDADE DE SEGURADO Lei 8.213/91: Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;
17 QUALIDADE DE SEGURADO V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. 2º Os prazos do inciso II ou do 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.
18 IMPORTANTE! Durante os 15 dias que antecedem o auxílio-doença, a responsabilidade pelo pagamento do salário é do empregador. (art. 60 3º da Lei 8.213/91 e art. 75 do Decreto 3.048/99). 3º Se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de sessenta dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o caso.
19 IMPORTANTE! 4 o Se o segurado empregado, por motivo de doença, afastar-se do trabalho durante quinze dias, retornando à atividade no décimo sexto dia, e se dela voltar a se afastar dentro de sessenta dias desse retorno, em decorrência da mesma doença, fará jus ao auxílio doença a partir da data do novo afastamento. 5º Na hipótese do 4º, se o retorno à atividade tiver ocorrido antes de quinze dias do afastamento, o segurado fará jus ao auxílio-doença a partir do dia seguinte ao que completar aquele período.
20 IMPORTANTE! Decreto 3.48/99: Art. 73. O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela previdência social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o mesmo estiver exercendo. 1º Na hipótese deste artigo, o auxílio-doença será concedido em relação à atividade para a qual o segurado estiver incapacitado, considerando-se para efeito de carência somente as contribuições relativas a essa atividade. 2º Se nas várias atividades o segurado exercer a mesma profissão, será exigido de imediato o afastamento de todas.
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22 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ Lei 8.213/91: Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
23 REQUISITOS PARA A APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 1. Incapaz e Insusceptível de Reabilitação para a atividade que lhe garanta subsistência; 2. Carência de 12 meses; 3. Qualidade de segurado.
24 IMPORTANTE! O aposentado por invalidez pode ser demitido? CLT: Art O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do benefício. 1º - Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser paga na forma do art. 497.
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26 AUXÍLIO- ACIDENTE Lei 8.213/91: Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
27 REQUISITOS PARA O AUXÍLIO-ACIDENTE 1. Consolidação das lesões; 2. Acidente de qualquer natureza; 3. Redução da capacidade para o trabalho que exercia; 4. Não exige carência; 5. Qualidade de segurado.
28 IMPORTANTE! O Decreto 3.048/99 traz em seu Anexo III, diversos quadros com situações para concessão do Auxílio-Acidente. Por óbvio, estes quadros são exemplificativos.
29 POR QUE DEVO CONVERTER OS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS EM ACIDENTÁRIOS? A conversão dos benefícios previdenciários em acidentários traz diversos ganhos ao segurado, que passaremos a analisar:
30 CARÊNCIA Lei 8.213/91: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguinte II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado;
31 SALÁRIOS. REQUERIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA INDEFERIDO POR NÃO CUMPRIMENTO DO PERÍODO DE CARÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO DO EMPREGADOR PAGAR SALÁRIOS. Na hipótese de indeferimento pelo INSS do benefício de auxílio-doença pelo não cumprimento do período de carência exigido por lei, o empregador não está obrigado a pagar os salários por incontroversa ausência de prestação de serviços. Isso considerando também o princípio da boa-fé e o dever de colaboração que devem nortear as relações, inclusive a de trabalho, pois, se a reclamante não trabalhou de agosto/2015 a junho/2016, não pode exigir pagamento de salário. Pelo exposto, o recurso é provido para excluir da condenação o pagamento de salários do período compreendido entre agosto/2015 e PROCESSO nº (RO), Relator : Des. RICARDO GERALDO MONTEIRO ZANDONA, 31/05/2017
32 ESTABILIDADE Lei 8.213/91: Art O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílioacidente.
33 DEPÓSITO DE FGTS Lei 8.036/90: Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho.
34 FACILIDADE EM RECLAMAÇÃO TRABALHISTA Reconhecido o caráter acidentário do benefício pelo INSS, a possibilidade da condenação à uma indenização através da Justiça do Trabalho é maior.
35 ACIDENTES DO TRABALHO A legislação previdenciária dispõe o conceito de acidente de trabalho no artigo 19 da Lei 8.213/91: Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
36 ACIDENTES DO TRABALHO 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador. 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular. 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.
37 ACIDENTES DO TRABALHO Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
38 ACIDENTES DO TRABALHO (...) 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
39 ACIDENTES DO TRABALHO Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
40 ACIDENTES DO TRABALHO II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
41 ACIDENTES DO TRABALHO III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
42 ACIDENTES DO TRABALHO c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
43 ACIDENTES DO TRABALHO Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: 1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa;
44 ACIDENTES DO TRABALHO d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
45 COMO COMPROVAR? Através da CAT Comunicação de Acidente do Trabalho Lei 8.213/91: Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.
46 CAT Quais são as modalidades de CAT? a CAT inicial irá se referir a acidente de trabalho típico, trajeto, doença profissional, do trabalho ou óbito imediato; a CAT de comunicação de óbito, será emitida exclusivamente para casos de falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou do trabalho, após o registro da CAT inicial;
47 CAT a CAT de reabertura será utilizada para casos de afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou de doença profissional ou do trabalho; Na CAT de reabertura, deverão constar as mesmas informações da época do acidente, exceto quanto ao afastamento, último dia trabalhado, atestado médico e data da emissão, que serão relativos à data da reabertura. Não será considerada CAT de reabertura a situação de simples assistência médica ou de afastamento com menos de 15 dias consecutivos.
48 CAT Podem ser registrados através da CAT as seguintes modalidades de acidente: Típico; Atípico/ Trajeto; Doença Ocupacional.
49 CAT QUEM PODE EMITIR? Artigo 22, 2º da Lei 8.213/91: o próprio acidentado; seus dependentes; a entidade sindical competente; o médico que o assistiu; ou qualquer autoridade pública.
50 E SE NÃO TIVER A CAT? A legislação previdenciária prevê a caracterização dos acidentes de trabalho através dos nexos acidentários. São eles: Nexo Técnico Profissional ou do Trabalho; Nexo Técnico Individual ou por Doença Equiparada a acidente; Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário.
51 FUNDAMENTAÇÃO IN 31/2008 do INSS: Art. 3º O nexo técnico previdenciário poderá ser de natureza causal ou não, havendo três espécies: I - nexo técnico profissional ou do trabalho, fundamentado nas associações entre patologias e exposições constantes das listas A e B do anexo II do Decreto nº 3.048, de 1999; II - nexo técnico por doença equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico individual, decorrente de acidentes de trabalho típicos ou de trajeto, bem como de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele relacionado diretamente, nos termos do 2º do art. 20 da Lei nº 8.213/91;
52 FUNDAMENTAÇÃO III - nexo técnico epidemiológico previdenciário, aplicável quando houver significância estatística da associação entre o código da Classificação Internacional de Doenças-CID, e o da Classificação Nacional de Atividade Econômica-CNAE, na parte inserida pelo Decreto nº 6.042/07, na lista C do anexo II do Decreto nº 3.048, de 1999;
53 I - nexo técnico profissional ou do trabalho, fundamentado nas associações entre patologias e exposições constantes das listas A e B do anexo II do Decreto nº 3.048, de 1999; LISTA A AGENTES OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL RELACIONADOS COM A ETIOLOGIA DE DOENÇAS PROFISSIONAIS E DE OUTRAS DOENÇAS RELACIONADAS COM O TRABALHO AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL III - Benzeno e seus homólogos tóxicos DOENÇAS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS AGENTES OU FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS SEGUNDO A CID-10) Leucemias (C91-C95.-) Síndromes Mielodisplásicas (D46.-) Anemia Aplástica devida a outros agentes externos (D61.2) Hipoplasia Medular (D61.9) Púrpura e outras manifestações hemorrágicas (D69.-) Outros transtornos especificados dos glóbulos brancos: Leucocitose, Reação Leucemóide (D72.8) Outros transtornos mentais decorrentes de lesão e disfunção cerebrais e de doença física (F06.-)
54 LISTA B (Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009) Nota: 1. As doenças e respectivos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional listados são exemplificativos e complementares. DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo I da CID-10) DOENÇAS VII - Dengue [Dengue Clássico] (A90.-) AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL Exposição ocupacional ao mosquito (Aedes aegypti), transmissor do arbovírus da Dengue, principalmente em atividades em zonas endêmicas, em trabalhos de saúde pública, e em trabalhos de laboratórios de pesquisa, entre outros. (Z57.8) (Quadro XXV)
55 LISTA B (Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009) Nota: 1. As doenças e respectivos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional listados são exemplificativos e complementares. DOENÇAS VI - Dorsalgia (M54.-): Cervicalgia (M54.2); Ciática (M54.3); Lumbago com Ciática (M54.4) AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3) 3. Condições difíceis de trabalho (Z56.5)
56 II - nexo técnico por doença equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico individual, decorrente de acidentes de trabalho típicos ou de trajeto, bem como de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele relacionado diretamente, nos termos do 2º do art. 20 da Lei nº 8.213/91; Acidentes típicos: Este é o tipo de acidente mais comum, e acontece dentro da empresa durante o horário de expediente. É o caso, por exemplo, de quando o trabalhador cai de uma escada ou se machuca ao manusear um equipamento pesado. Ou ainda, são os acidentes que acontecem dentro ou fora da empresa, devido ao exercício do trabalho, que a lei assemelha aos acidentes de trabalho típico.
57 De trajeto: Acontece durante o percurso do trabalhador de sua casa até o local de trabalho, tanto no início e final do expediente quando no horário de almoço. 2º do art. 20 da Lei nº 8.213/91: casos excepcionais em que a doença não se enquadre nas listas A e B, a perícia pode considera-la acidente de trabalho.
58 NTEP - nexo técnico epidemiológico previdenciário, aplicável quando houver significância estatística da associação entre o código da Classificação Internacional de Doenças-CID, e o da Classificação Nacional de Atividade Econômica-CNAE, na parte inserida pelo Decreto nº 6.042/07, na lista C do anexo II do Decreto nº 3.048, de 1999;
59 NTEP LEI 8.213/91 Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser o regulamento.
60 NTEP LEI 8.213/91 1 o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. 2 o A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência Social.
61 NTEP DECRETO 3.048/99 Art O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do INSS, mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo. 3 o Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID em conformidade com o disposto na Lista C do Anexo II deste Regulamento. 4 o Para os fins deste artigo, considera-se agravo a lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome de evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica ou subclínica, inclusive morte, independentemente do tempo de latência. 5 o Reconhecidos pela perícia médica do INSS a incapacidade para o trabalho e o nexo entre o trabalho e o agravo, na forma do 3 o, serão devidas as prestações acidentárias a que o beneficiário tenha direito.
62 CASO 1 Dos Santos Martins, é teleoperadora, 30 anos, e foi diagnosticada com sinovite/tessinovite, CID M Apesar do movimento repetitivo no trabalho, a empregadora negou-se a emitir a CAT. Como fazer o enquadramento acidentário? docs medicos.pdf
63 CASO 2 Dulce, é auxiliar de produção, 35 anos, e foi diagnosticada com Lumbago com Ciática (M54.4). Apesar do movimento repetitivo no trabalho, a empregadora negou-se a emitir a CAT. Como fazer o enquadramento acidentário? Dulce.pdf
64 CASO 3 Rogerio, é vigilante, 32 anos, e foi diagnosticado com Varizes dos Membros Inferiores (I83). Apesar de passar sua jornada de 12 horas em pé, a empregadora negou-se a emitir a CAT. Sabe-se que o CNAE de sua empregadora é Como fazer o enquadramento acidentário?
65 COMO UTILIZAR OS NEXOS? A conversão dos benefícios podem ser feitas de forma administrativa e judicial. Orientação: Sempre faça o requerimento administrativo, antes de ingressar com pedido judicial, tendo em vista que a ausência deste pode ser entendida como carência de ação.
66 REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO Requerimento simples, informando quais são os motivos/ nexos indicados para o caso. Corrobore com documentos médicos, e se for possível, PPP com a descrição da atividade. Endereçamento: Agência mantenedora. req. ben acidentario.docx
67 REQUERIMENTO JUDICIAL Petição inicial informando quais são os motivos/ nexos indicados para o caso. Corrobore com documentos médicos, e se for possível, PPP com a descrição da atividade. Competência: Justiça Estadual, art. 109, I, da CF. Valor da causa: Restabelecimento/ concessão 12x valor do benefício. Conversão apenas, valor de alçada. Quesitos: Apresentar já na inicial. processo Dulce.pdf
68 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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