O ICN o stress ocupacional e a ameaça à saúde dos trabalhadores
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- Airton Braga Aranha
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1 A ENFERMAGEM É IMPORTANTE A Enfermagem é importante fornece informação breve de referência, com uma perspectiva internacional da profissão de enfermagem sobre questões sociais e de saúde actuais O ICN o stress ocupacional e a ameaça à saúde dos trabalhadores Folha Informativa Se pretendesse criar o ambiente óptimo para a produção de stress, muitos dos factores que incluiria seriam claramente reconhecidos pelos enfermeiros como ocorrências com os quais se deparam nas suas rotinas diárias. Estes incluem uma atmosfera fechada, pressões de tempo, ruído excessivo ou silêncio incomum, mudanças súbitas de tarefas intensas para tarefas desinteressantes, não existência de uma segunda hipótese, imagens e ruídos desagradáveis e ficar de pé durante muitas horas 1. O que é o stress ocupacional? O stress ocupacional consiste nas reacções emocionais e físicas prejudiciais, resultantes das interacções entre o trabalhador e o seu ambiente de trabalho, quando as exigências do trabalho excedem as capacidades e recursos do trabalhador 2. Quando estamos sob stress, os nossos organismos preparam-se para uma resposta de luta ou fuga : liberta-se adrenalina, colesterol e açúcar na corrente sanguínea. Algumas das experiências sentidas com frequência são os ataques de pânico ou de ansiedade, enxaquecas, problemas gástricos, problemas lombares, taquicardia, tontura, mãos transpiradas e boca seca. É necessária uma determinada quantidade de stress para viver e apreciar a vida; no entanto, quando estamos sob stress incessante, ou se não lidarmos adequadamente com ele, causamos desgaste nos nossos organismos, o que leva a problemas físicos e psicológicos, tais como a depressão e a hipertensão. ICN CIE CII 3, Place Jean-Marteau, 1201 Geneve - Switzerland - Tel Fax: icn@icn.ch - web:
2 O ICN o stress ocupacional e a ameaça à saúde dos trabalhadores, pág. 2/5 Figura 1: Risco: vias do prejuízo para o risco 3 O que provoca o stress ocupacional? 4 Condições de trabalho: trabalho por turnos e ao fim-de-semana, remuneração inadequada, horas de trabalho, conflito, discriminação e perigo no ambiente de trabalho. Relações laborais: qualidade das relações com os colegas, subordinados ou supervisores. Conflito e ambiguidade de papéis: papel, funções, expectativas e deveres mal definidos. Estrutura e clima da organização: política e prática de comunicação, alterações profundas no local de trabalho, cultura da organização e ausência de participação na tomada de decisão. Interface trabalho - casa: incompatibilidade entre as exigências de tempo e as expectativas. Desenvolvimento na carreira: sub-utilização de aptidões ou não conseguir atingir o potencial na totalidade, alteração para uma posição mal adequada às aptidões e interesses do indivíduo, incerteza quanto às expectativas no trabalho, insegurança no emprego e falta de oportunidades para aprender e progredir. Natureza do trabalho: quantidade de energia, resistência física e emocional necessárias, carga laboral e ritmo de trabalho. Principais fontes de stress para os enfermeiros 5 1. Lidar com a morte e o morrer. 2. Conflitos com colegas, incluindo supervisores e outros profissionais de cuidados de saúde. 3. Preparação inadequada para lidar com as necessidades emocionais dos doentes e das suas famílias. 4. Falta de apoio do pessoal. 5. Carga laboral. 6. Incerteza relativamente aos planos de salário.
3 O ICN o stress ocupacional e a ameaça à saúde dos trabalhadores, pág. 3/5 Factos e valores acerca do stress ocupacional O stress relacionado com o trabalho é responsável por 200 a 300 biliões de dólares de despesa no local de trabalho nos EUA 6. O stress dos trabalhadores está implicado em 60-90% dos problemas médicos. 7 O Instituto de Indemnização aos Trabalhadores da Califórnia reporta que o número de pedidos de indemnização devido a stress mental aumentou em quase 700 por cento entre 1979 e Os trabalhadores que revelam stress elevado têm uma probabilidade 30 por cento maior de terem acidentes do que aqueles com baixo stress 7. Na União Europeia, em 1996, 28% dos trabalhadores reportaram problemas de saúde relacionados com o stress (o que perfaz cerca de 41 milhões de trabalhadores da UE) 3. A violência no trabalho constitui um problema crescente: na UE, 3 milhões de trabalhadores referiram serem sujeitos a assédio sexual, 6 milhões sujeitos a violência física e 12 milhões sujeitos a intimidação e violência psicológica 8. Nos EUA, quase 1000 trabalhadores por ano são assassinados no emprego, sendo o homicídio nas mulheres, 9 a principal causa de morte no local de trabalho Efeitos do stress POTENCIAIS IMPACTOS Fadiga e falta de atenção. Probabilidade aumentada de desenvolvimento de problemas cardiovasculares, gastrointestinais, músculo-esqueléticos e psicológicos (incluindo o suicídio). Alterações comportamentais. Sentimentos de desamparo, isolamento, frustração e impotência. Sentimento de insegurança, incluindo aumento do medo de violência. Aumento do absentismo, falta de pontualidade e atritos. ALGUNS RESULTADOS Aumento das lesões no local de trabalho e dos erros de julgamento. Custos financeiros: para os empregadores (ou seja, substituir trabalhadores ausentes), para os trabalhadores (ou seja, comprar medicamentos, estar de baixa), e para o sistema de cuidados de saúde. Aumento do uso de nicotina e álcool e aumento/diminuição da ingestão de alimentos. Incapacidade geral em lidar com as actividades rotineiras da vida. Sentimentos de desajustamento e de não conseguir "fazer as coisas bem". Aumento da centração em si próprio e correspondente insensibilidade às necessidades dos outros. Aumento dos abusos verbais e físicos. Diminuição da produtividade do trabalho. Fraco desempenho profissional.
4 O ICN o stress ocupacional e a ameaça à saúde dos trabalhadores, pág. 4/5 Gestão do stress O que podem fazer os enfermeiros: 1. Vida saudável: dormir o suficiente, fazer uma alimentação equilibrada e fazer exercício regular. 2. Auto-consciencialização: reconhecer os sinais de stress em si próprio. Identificar quais os pensamentos, sensações e comportamentos que apresenta quando está sob stress. 3. Estratégias de coping: aprender técnicas de relaxação eficazes, ter pensamentos positivos, estabelecer prioridades, definir limites e desenvolver o sentido de humor. 4. Apoio: partilhe as suas preocupações com membros da família, colegas e amigos com os quais tenha empatia. Se necessário, procure aconselhamento profissional. 5. Satisfação no trabalho: saiba qual o tipo e ambiente de trabalho que aprecia e procure-os. 6. Limite o uso de tabaco e outras substâncias: diminua o consumo de álcool e de tabaco. O que podem fazer as organizações de cuidados de saúde: 1. Aplicar o ciclo de controlo de avaliação e gestão do risco através da identificação, análise e gestão dos riscos, bem como da protecção dos trabalhadores Garantir que as cargas laborais correspondem às capacidades e recursos dos trabalhadores. Definir claramente as responsabilidades dos trabalhadores. 3. Conceber os deveres profissionais de forma a que os trabalhadores possam tomar decisões, assumir responsabilidades e sentir-se com poder. 4. Procurar, junto dos trabalhadores, ideias válidas para melhoramentos. 5. Melhorar os canais de comunicação. 6. Proporcionar orientação e formação em serviço. 7. Apoiar a iniciativa e elogiar o trabalho bem feito. 8. Apoiar a tolerância zero para a discriminação sexual, assédio e violência. 9. Proporcionar segurança no trabalho a longo prazo, aumentos salariais e promoções. Para mais informações, contacte: Mireille Kingma, kingma@icn.ch 1 Dewe, P. (1987). New Zealand Ministers of Religion: Sources of Stress at Work. Work and Stress, 1, European Agency for Safety and Health at Work. Stress at Work. November European Agency for Safety and Health at Work. Research on Work Related Stress. November 2000.
5 O ICN o stress ocupacional e a ameaça à saúde dos trabalhadores, pág. 5/5 4 Wynne, R., Clarkin, N. & McNieve, A. (1993). The Experience of Stress Amongst Irish Nurses: A Survey of Irish Nurses Organisation Members, and Cox, T. & Griffiths, A. (1996). Work-related Stress in Nursing: Controlling the Risk to Health. Working paper, CONDI/T/WP.4/1996. International Labour Office, Geneva. 5 Gray-Toft, P. & Anderson, T.G. (1981). The Nursing Stress Scale: Development of an Instrument. Journal of Behavioural Assessment, 3, The 20 th Century Disease. November Employee Stress. November European Agency for Safety and Health at Work. Work Hazards and Stress. November International Labour Organization. When Working Becomes Hazardous. November Edição Portuguesa Tradução do original inglês "ICN on Occupational Stress and the Threat to Worker Health" Ordem dos Enfermeiros (Hermínia Castro) Revisão Maria Isabel Soares / Lisete Fradique
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