CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO. Prof. Pedro Bonifácio. AULA 68 27/11/2017 Direito Tributário EXECUÇÃO FISCAL
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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO. Prof. Pedro Bonifácio AULA 68 27/11/2017 Direito Tributário EXECUÇÃO FISCAL Legitimidade Ativa = Pessoa Jurídica de Direito Público: Entes Federados (União, DF, Estados e Município); Autarquias e Fundações públicas. Organização Administrativa: Administração Direta (U, E, DF, M) = Pessoa Jurídica de Direito Público Administração Indireta = Autarquias, Fundações Públicas e Empresas Estatais (sociedades de economia mista e empresas públicas). OBS: somente as Autarquias e as Fundações Públicas são Pessoas Jurídicas de Direito Público. Porém, há algumas exceções: FGTS Caixa Econômica Federal E.C.T correios Conselhos de Classe Universidades Públicas Podem usar a EXECUÇÃO FISCAL
2 DEFESAS: ENDOPROCESSUAL = Defesa dentro da própria Ação de Execução Fiscal Embargos e EPE. HETEROTÓPICAS = Ação que corre paralelamente à Execução Fiscal Ação Anulatória (para discussão do crédito) e o Mandado de Segurança (no prazo de 120 dias). Art. 1 Lei 6.830/80. A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil. JURISPRUDÊNCIA... RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. OAB. ANUIDADE. NATUREZA JURÍDICA NÃO TRIBUTÁRIA. EXECUÇÃO. RITO DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 1. A OAB possui natureza de autarquia especial ou sui generis, pois, mesmo incumbida de realizar serviço público, nos termos da lei que a instituiu, não se inclui entre as demais autarquias federais típicas, já que não busca realizar os fins da Administração. 2. As contribuições pagas pelos filiados à OAB não tem natureza tributária. 3. As cobranças das anuidades da OAB, por não possuírem natureza tributária, seguem o rito do Código de Processo Civil, e não da Lei n /80. Recurso especial provido. (STJ, Relator: Ministro Humberto Martins, Data de julgamento: , T2, - SEGUNDA TURMA). CASO...
3 Determinada empresa optante pelo regime simplificado do Simples Nacional, recebe notificação de inclusão de Dívida Ativa da União, em razão do não pagamento dos tributos incluídos na apuração. No caso em tela a cobrança alcançará todos os tributos incidentes no regime, ou apenas tributos federais? Em regra, é a União a competente sobre todo o valor não pago, mas de acordo o o 5º do art. 41 da LC 123/06, a União pode delegar essa competência para os Estados, DF ou Municípios. Art. 41 LC 123/06. Os processos relativos a impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional serão ajuizados em face da União, que será representada em juízo pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto no 5º deste artigo. Legitimidade Passiva = art. 4º Lei 6.830/80: Art. 4 Lei 6.830/80. A execução fiscal poderá ser promovida contra: I - O devedor; III - O espólio; IV - A massa; V - O responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado; e VI - Os sucessores a qualquer título. CASO... Em uma determinada Execução Fiscal promovida em nome de Euclides Ferreira novo proprietário de um imóvel relacionado a dívidas de IPTU praticadas anteriormente a sua aquisição, o devedor se manifesta dentro do prazo legal, alegando que o alienante possui bens a serem penhorados suficientes a garantia da dívida, e por este motivo, conforme preceitua a Lei 6.830/80 em seu artigo 4º, 3º, não deveria arcar diretamente com o ônus tributário. O juiz ao receber a inicial, realiza despacho para citar a Fazenda Municipal que de pronto se manifestou contrário ao pedido. Em face da negativa, o juízo intimou a parte devedora para que apresente os bens à penhora sob pena de constrição de bens através do sistema eletrônico Bacenjud. Art. 130 CTN Responsabilidade sobre aquisição de bens imóveis, sendo uma responsabilidade pessoal do adquirente. Portanto, não pode ser aplicada a regra do Art. 4, 3 Lei 6.830/80, pois, é o CTN que regula esse tipo de responsabilidade. Nem mesmo se fosse responsabilidade solidária, poderia aplicar este artigo, pois colide com o art. 124 PU do CTN.
4 Só poderia aplicar o Art. 4, 3 Lei 6.830/80 na responsabilidade subsidiária em questões tributárias. Art. 4, 3 Lei 6.830/80. Os responsáveis, inclusive as pessoas indicadas no 1º deste artigo, poderão nomear bens livres e desembaraçados do devedor, tantos quantos bastem para pagar a dívida. Os bens dos responsáveis ficarão, porém, sujeitos à execução, se os do devedor forem insuficientes à satisfação da dívida. Numa Execução Fiscal, sempre analisar o Termo de Inscrição de Dívida Ativa + Certidão da D.A. Só após estes 02 elementos obrigatórios é possível haver uma Execução Fiscal, porém, se na CDA não tiver os requisitos abaixo, conforme o art. 2º 5º da LEF, caso não tiver todos os requisitos abaixo, é possível acusar um vício formal, contudo a Fazenda Pública pode corrigir (art. 203 CTN), com isso, o contribuinte ganha prazo: A ÚNICA coisa que não se pode alterar é em relação ao NOME do DEVEDOR SUM. 392 STJ:
5 SUM. 392 STJ. A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução. Para redirecionar para o sócio é preciso que tenha ocorrido os casos previstos no art. 135 do CTN. CASO... A Pessoa Jurídica Talentos Ltda em conversa com o seu departamento jurídico e financeiro, optou pela não declaração do Imposto sobre os serviços que realizava, passando a não recolher o ISS no período de março a agosto de 2012, passando a recolher regularmente nos demais meses. Em face disso a Fazenda Municipal ajuíza a Execução Fiscal em janeiro de 2017, sendo que a empresa foi citada regularmente em para pagar ou garantir juízo. Acompanhada do pedido de execução foi entregue a Certidão de Dívida Ativa com a descrição dos valores relacionados, incluindo juros e multa em razão da sonegação fiscal. SUM 106 STJ retroage a data da distribuição, portanto, está dentro do prazo prescricional. Em casos que o contribuinte não declarou o tributo, o fisco não pode executar direto, o fisco deve constituir o CT antes de Executar. Veja a SUM.555 STJ. Desta forma, é possível pedir a EXTINÇAO da EF, pois, não há CT constituído. Neste caso, deve-se contar a decadência e não a prescrição. Súmula 555 STJ. Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. JURISPRUDÊNCIA... PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO DO DEVEDOR DO
6 LANÇAMENTO DO TRIBUTO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DEFICIENTE. VÍCIO QUE CONTAMINA A CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PRESUNÇÃO DE LIQUIDEZ E CERTEZA DA CDA AFASTAD A. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO CARACTERIZADA. 1. Agravo regimental interposto contra decisão que negou provimento a agravo de instrumento porquanto o Tribunal a quo, em consonância com a jurisprudência desta Casa, extinguiu execução fiscal por vício em sua constituição, qual seja, não há comprovação quanto à notificação do devedor do lançamento da contribuição de melhoria. 2. Defende o agravante que a dívida ativa regularmente inscrita goza de presunção de certeza e liquidez, não precisando ela vir acompanhada da prova de notificação ou de qualquer outro ato administrativo para se constituir em instrumento apto aos fins executivos, competindo ao executado o ônus de provar a inexigibilidade total ou parcial da quantia que está sendo cobrado. 3. Com efeito, o título executivo possui presunção de certeza e liquidez juris tantum, admitindo prova em contrário quando questionada sua validade em sede de execução. Contudo, o vício alegado é antecedente à inscrição, isto é, refere-se à não ocorrência do procedimento de notificação ao contribuinte do lançamento, fato esse que contamina a constituição do crédito tributário. Precedentes. 4. No caso dos autos, o Tribunal a quo atestou a ausência da notificação do lançamento. Por conseguinte, inexistindo a notificação do contribuinte, o lançamento não se perfaz, o que torna nula a execução fiscal nele fundada. 5. Não se tem caracterizada divergência jurisprudencial porquanto os paradigmas colacionados para esse fim não se revestem de similitude fática com o caso em apreço. 6. Agravo regimental não provido. Superior Tribunal de Justiça STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO : AgRg no Ag SP 2010/ CASO... Ainda de acordo com o caso anterior, se após o fato gerador de 2012, houve alteração no quadro societário em 2014, com a saída de um dos seus principais dirigentes, e posteriormente o novo sócio realiza a dissolução irregular, é possível a caracterização de responsabilidade tributária ao novo sócio com base na súmula 435 do STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. A regra que o STJ mais utiliza é que o sócio era o responsável à época do FG, ou se deu causa ao redirecionamento, vejamos a jurisprudência abaixo:
7 JURISPRUDÊNCIA... Ainda, embora seja necessário demonstrar quem ocupava o posto de gerente no momento da dissolução, é necessário, antes, que aquele responsável pela dissolução tenha sido também, simultaneamente, o detentor da gerência na oportunidade do vencimento do tributo. É que só se dirá responsável o sócio que, tendo poderes para tanto, não pagou o tributo (daí exigir-se seja demonstrada a detenção de gerência no momento do vencimento do débito) e que, ademais, conscientemente, optou pela irregular dissolução da sociedade (por isso, também exigível a prova da permanência no momento da dissolução irregular) (AgRg no Resp /SP Relator(a) Ministro SÉRGIO KUKINA (1155) PRIMEIRA TURMA Dje ). A EXECUÇÃO FISCAL POSSUI GARANTIAS E PRIVILÉGIOS? Garantias são as formas que o Estado tem para assegurar o recebimento do tributo. Privilégios referem-se a uma ordem de preferência para o pagamento das dívidas tributárias, tendo um certo privilégio em relação as demais art. 186 CTN. Concurso de credores (P.J.D. Público): União, Estados e Municípios Havendo mais de um Estado ou mais de um Município, será realizado um pró rata. Súmula 563 STF. O concurso de preferência a que se refere o parágrafo único do art. 187 do Código Tributário Nacional é compatível com o disposto no art. 9º, I, da Constituição Federal. STJ REsp / STF AgRg no AI ) Essa súmula foi criada antes da CF/88, mas o artigo 9º, I que se refere a súmula, é válido. EXECUÇÃO FISCAL Embargos art. 16 da LEF: observar o prazo e a garantia As opções de garantia são: nomear bens, dinheiro, fiança, seguro garantia No prazo de 30 dias para opor os embargos, após a intimação. Sempre pedir para distribuir os embargos por dependência à EF. Art º CPC sempre pedir para SUSPENDER a EF.
8 Se o juiz negar preliminarmente os EMBARGOS, através de sentença, o meio de defesa é a APELAÇÃO. EPE art. 319 CPC, SUM 393 STJ, art. O XXXV CF. Na EPE quando houver decisão desfavorável, trata-se de decisão interlocutória, portanto, o recurso cabível é o AGRAVO DE INSTRUMENTO. Na EPE não precisa garantir a dívida ATT: O juiz pode se manifestar no processo através de: SENTENÇA = termina o processo DESPACHO = não representa uma decisão, portanto, não é cabível recurso (art CPC) DECISÃO INTERLOCUTÓRIA = não termina o processo BONS ESTUDOS!!! MONITORIA: CRISTINA CASARES
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