A EFICÁCIA DA IMUNOTERAPIA EM DOENÇAS ALÉRGICAS RESPIRATÓRIAS
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- Cláudia Coelho Almada
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1 A EFICÁCIA DA IMUNOTERAPIA EM DOENÇAS ALÉRGICAS RESPIRATÓRIAS PEREIRA, A.V 1 ; SOUSA, S.G 2 ; FONSECA, K.M 3 ; MIRANDA, J.A.L 4 ; SILVA, L.C 5 ; SANTANA, L.S.O.S 6 ; NELLS, T.F 7 ; MARTINS, T.M 8 ; SANTOS, L.C.R 9 ; PEREIRA JÚNIOR, J.L FACULDADE SANTO AGOSTINHO, TERESINA-PI 2,3,4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ, PARNAÍBA-PI 5,6,7,8,9,10. FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE BACABAL- BACABAL-MA RESUMO Introdução: Doenças alérgicas respiratórias, como a asma e rinite afetam muitas pessoas em todo mundo, afetando sua qualidade de vida. A terapêutica atual utilizada para esses indivíduos é baseada em fármacos que apresentam efeitos colaterais como os glicocorticoides e os agonistas β2 de longa ação. A imunoterapia torna-se neste contexto um potencial alternativo no tratamento deste tipo de doença alérgica. Desta forma este estudo objetivou analisar artigos científicos disponíveis na literatura sobre a eficácia da imunoterapia nas doenças alérgicas respiratórias. Metodologia :Trata-se uma revisão bibliográfica do tipo narrativa da literatura, à qual se utilizou os seguintes descritores: doenças alérgicas respiratórias, "imunoterapia", "tratamento da asma", "tratamento da rinite" e "tratamento da DPOC" ou "Allergic respiratory diseases" and "immunotherapy", "treatment asthma", "treatment of rhinitis" and "treatmentof COPD".A pesquisa foi realizada nas principais bases de dados: Scielo, Bireme, Google Acadêmico selecionando-se artigos que datavam de 2006 a 2016 que se encontravam livres para acesso em forma completa. Resultados e Discussão: A busca resultou em 290 artigos, mas foram selecionados 8 artigos originais que atenderam aos critérios de inclusão. Os resultados mostraram que muitos anticorpos ainda estão em fase de estudos quanto sua eficácia e segurança, e que o medicamento Omalizumab vem se mostrando promissor na terapêutica da asma, porém são necessários mais estudos para basear a acurácia deste tipo de terapia. Conclusão : Conclui-se que a imunoterapia apresenta-se eficaz no controle das doenças respiratórias, porém mais estudos precisam ser realizados. Palavras-chave tratamento da asma ; tratamento da rinite tratamento da DPOC. _ ABSTRACT Introduction: Allergic respiratory diseases such as asthma and rhinitis affect many people around the world, affecting their quality of life. The current therapy used for these individuals is based on drugs that have side effects such as
2 glucocorticoids and long acting agonists. Immunotherapy becomes in this context an alternative potential in the treatment of this type of allergic disease. In this way, this study aimed to analyze scientific articles available in the literature on the efficacy of immunotherapy in allergic respiratory diseases. Methodology: This is a bibliographic review of the narrative type of the literature, using the following descriptors: "allergic respiratory diseases", "immunotherapy", "asthma treatment", "rhinitis treatment" and "COPD treatment" or "Allergic respiratory diseases" and "immunotherapy", "treatment asthma", "treatment of rhinitis" and "treatmentof COPD". The research was carried out in the main databases: Scielo, Bireme, Google Scholar selecting articles dating from 2006 to 2016 that were free for full access. Results and Discussion: The search resulted in 290 articles, but 8 original articles were selected that met the inclusion criteria. The results showed that many antibodies are still under study as to their efficacy and safety, and that the drug Omalizumab has shown promise in asthma therapy, but more studies are needed to base the accuracy of this type of therapy. Conclusion: It is concluded that immunotherapy is effective in the control of respiratory diseases, but more studies need to be performed. Keywords - "Treatment of asthma"; "Treatment of rhinitis" "treatment of COPD". INTRODUÇÃO A exposição prolongada a poluentes emitidos, sobretudo por veículos automotores está associada ao aumento de hospitalizações por morbidades cardiorrespiratórias e pode afetar negativamente o desenvolvimento cognitivo de crianças. Essa situação se agrava no inverno devido ao aumento de inversões térmicas, que dificultam a dispersão de poluentes atmosféricos primários provocando episódios agudos de poluição (NICOLUSSI et al., 2014) Dentre tais complicações, encontram-se os processos alérgicos. A alergia é uma reação imunológica exagerada a proteínas (alérgenos), em especial aos aeroalérgenos (ácaros, plantas, fungos, pelos de animais), além desses, outros fatores podem ser responsáveis pelo seu desenvolvimento como, por exemplo: fatores genéticos e idade média de exposição à alérgenos (SOLDERA, 2015). As doenças respiratórias/alérgicas caracterizadas por bronquite aguda, rinite (alérgica) e sinusite (rinossinusite crônica) são importantes causas de morbidade em crianças e em adolescentes no mundo e constituem-se uma das principais manifestações alérgicas (SOUSA et al., 2013).
3 Prevenir o aparecimento de doenças alérgicas, reduzir ou até mesmo impedir o que se conhece como "marcha atópica" é assunto cada vez mais discutido e estudado, onde a prevenção primária das doenças alérgicas é um objetivo a ser atingido (PASTORINO, 2014). Tais manifestações exigem um tratamento farmacológico eficaz, onde a imunoterapia é um dos tratamentos. Utilizada de forma ampla, a imunoterapia diz respeito a qualquer estratégia terapêutica que utilize a administração de antígenos (imunoterapia ativa) ou outros produtos, como interleucinas e anticorpos (imunoterapia passiva), com atividade direta e mais ou menos específica sobre componentes da resposta imunológica, com a finalidade de alterá-la, seja no sentido da sua modulação/redução ou da sua estimulação. Desta forma, a imunoterapia abrange uma grande variedade de abordagens terapêuticas para manipulação da resposta imune em saúde pública (vacinação), alergia (imunoterapia em alergia respiratória e reações a picadas de insetos) e imunologia clínica (certas infecções recorrentes e imunoterapia em oncologia) (SILVA, 2008). Tendo-se em vista o exposto acima, viu-se a necessidade de realizar o presente estudo, sobre Imunoterapia em doenças alérgicas respiratórias, visto a grande prevalência e morbidade em todo o mundo desta doença, e o grande potencial terapêutico da imunoterapia no tratamento de doenças alérgicas. METODOLOGIA Neste estudo foi realizada uma revisão bibliográfica do tipo narrativa da literatura, utilizando como base de levantamento de dados Scielo, Bireme, Google Acadêmico. Como critério de inclusão foram utilizados os descritores: "doenças alérgicas respiratórias, "imunoterapia"; "tratamento da asma", "tratamento da rinite" e "tratamento da DPOC" ou "Allergic respiratory diseases", "immunotherapy", "treatment of asthma", "treatment of rhinitis" and "treatment of COPD", com publicações entre os anos de 2006 a 2016, nos idiomas português e inglês. Foram excluídos os artigos que não satisfizeram aos descritores selecionados, artigos repetidos, ou que não abordassem a temática em questão.
4 Realizou-se a elaboração de um quadro de acordo com os seis passos operacionais: identificação do problema; elaboração da questão norteadora; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão; coleta em bases científicas; seleção dos artigos; análise e interpretação dos artigos; análise e interpretação dos resultados, sendo a pesquisa norteada pela seguinte temática: Uso da imunoterapia em doenças alérgicas respiratórias. RESULTADOS E DISCUSSÃO As diretrizes e publicações referem-se à asma mal controlada por uma variedade de termos: asma grave, asma refratária, asma refratária severa, asma difícil / resistente à terapia, asma difícil de tratar e asma descontrolada (NAEPP, 2007; GINA, 2016; KATIAL et al., 2017). A rinite alérgica é definida como uma inflamação da mucosa nasal, induzida pela exposição à alérgenos que, após sensibilização, desencadeiam uma resposta inflamatória mediada por imunoglobulina E (IgE), que pode resultar em sintomas crônicos ou recorrentes (IBIAPINA et al., 2008). Autores têm referido que asma e rinite fazem parte de uma mesma doença, defendendo o conceito de via aérea única, com manifestações clínicas mais intensas e evidentes que dependeriam do órgão mais acometido. As alterações de função nas vias aéreas superiores poderiam levar a alterações nas vias aéreas inferiores e vice-versa, caracterizadas por inflamação da mucosa que podem ser mantidas e amplificadas por mecanismos imunológicos similares e inter-relacionados (ANDRADE et al., 2008). O tratamento de doenças respiratórias, incluindo a asma, a rinite alérgica e a DPOC é principalmente farmacológico e baseado no uso de glicocorticoides orais ou inalado e fármacos agonistas β-2 de longa ação (GINA, 2011). Além desses, ultimamente o maior foco dos estudos para o tratamento das doenças respiratórias tem como objetivo a investigação da eficácia e segurança de anticorpos, constituindo, desse modo, a imunoterapia contra essas enfermidades. Em um estudo clínico realizado com 101 pacientes com DPOC e contagens elevadas de eosinófilos no escarro, o Benralizumab, um anticorpo monoclonal humanizado anti-il-5rα, reduziu os níveis de eosinófilos e
5 basófilos no escarro e sangue dos pacientes por aumentar a citotoxicidade mediada por células dependentes de anticorpo. Para esses pacientes, o Benralizumab não teve qualquer efeito sobre as exacerbações da DPOC, mas melhorou significativamente o volume de expiração forçado em comparação com o placebo. A literatura apontou ainda o uso do Omalizumab, o qual é um anticorpo monoclonal aprovado como terapêutica adicional na asma alérgica grave. Em um estudo realizado por Maltby e colaboradores (2016), foi avaliada a eficácia do tratamento com esse anticorpo em pacientes portadores de asma severa e asma relacionada com a DPOC. Como resultados, foi observado que o Omalizumab melhorou o controle da asma e a qualidade de vida relacionada à saúde de todos os pacientes que foram avaliados CONCLUSÕES Com base nesses achados, nota-se que a imunoterapia para doenças alérgicas do trato respiratório constitui-se uma alternativa eficaz frente ao tratamento convencional. Observou-se que muitos anticorpos estão em fase de avaliação de eficácia e segurança, principalmente no que se refere aos estudos com portadores de asma, rinite alérgica e DPOC. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, C. R. et al. Asthma and allergic rhinitis co-morbidity: a crosssectional questionnaire study on adolescents aged years. Primary Care Respiratory Journal. v. 17, p GINA. Global Initiative for Asthma.Global strategy for asthma management and prevention.nih. Publicação 02 de janeiro de 1995 (atualizado em 2011). Disponível em: < >. Acesso em: 09 mar Global Initiative for Asthma (GINA).Global Strategy for Asthma Management and Prevention Updated Disponível em < Acesso em 09 mar KATIAL, R. K. et al. Changing Paradigms in the Treatment of Severe Asthma: The Role of Biologic Therapies. J Allergy Clin Immunol Pract. p. S1-S
6 National Asthma Education and Prevention Program (NAEPP). Expert Panel Report 3: Guidelines for the Diagnosis and Management of Asthma. Bethesda, MD: National Heart, Lung, and Blood Institute (US) Disponível em: Acesso em: 09 mar NICOLUSSI, F.H. et al.,.poluição do ar e doenças respiratórias alérgicas em escolares. Revista de Saúde Pública, v. 48, n. 2, p , PASTORINO, A. C. O impacto da nutrição precoce na incidência de manifestações alérgicas e doenças respiratórias comuns em crianças. Pediatr. mod, v. 50, n SILVA, E. C.. Imunoterapia específica em alergia respiratória. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, v. 7, n SOLDERA, K. et al. Teste cutâneo em doenças alérgicas: uma revisão sistemática. Scientia Medica, v. 25, n. 1, p SOUSA, C.A.D. et al. Doenças respiratórias e fatores associados: estudo de base populacional em São Paulo, Caderno de Saúde Pública, v. 46, n. 1, p
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