FLUIDOS IDEAIS EM RELATIVIDADE GERAL E COSMOLOGIA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "FLUIDOS IDEAIS EM RELATIVIDADE GERAL E COSMOLOGIA"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA FELIPE DE MELO SANTOS FLUIDOS IDEAIS EM RELATIVIDADE GERAL E COSMOLOGIA VITÓRIA 2016

2 FELIPE DE MELO SANTOS FLUIDOS IDEAIS EM RELATIVIDADE GERAL E COSMOLOGIA COMISSÃO EXAMINADORA: Prof. Dr. Davi Cabral Rodrigues (Orientador). Universidade Federal do Espírito Santo Prof. Dr. Júlio César Fabris (Coorientador). Universidade Federal do Espírito Santo Prof. Dr. Felipe Tovar Falciano. Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas Prof. Dr. Winfried Ernst Wilhelm Zimdahl. Universidade Federal do Espírito Santo Prof. Dr. Oliver Fabio Piattella. Universidade Federal do Espírito Santo VITÓRIA 2016

3 FLUIDOS IDEAIS EM RELATIVIDADE GERAL E COSMOLOGIA

4 FELIPE DE MELO SANTOS FLUIDOS IDEAIS EM RELATIVIDADE GERAL E COSMOLOGIA Dissertação apresentada ao Programa de Pós- -Graduação em Física do Centro de Ciências Exatas da Universidade Federal do Espírito Santo como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Física, na área de concentração de Física Teórica Orientador: Prof. Dr. Davi Cabral Rodrigues Coorientador: Prof. Dr. Júlio César Fabris Vitória 31 de março de 2016

5 de Melo Santos, Felipe D1234p FLUIDOS IDEAIS EM RELATIVIDADE GERAL E COSMOLOGIA / Felipe de Melo Santos. Vitória, 2016 xii, 60 f. : il. ; 29cm Dissertação (mestrado) Universidade Federal do Espírito Santo Orientador: Prof. Dr. Davi Cabral Rodrigues 1. Dissertações. 2. Dissertações. I. Orientador. II. Título. CDU 000.0*00.00

6 Scanned by CamScanner

7 Dedicado aos meus pais.

8 Agradecimentos À Deus, onipotente, onipresente e onisciente, em minha vida. Aos meus pais, Raimunda Nonata e Reinaldo Santos, por seus exemplos de carinho, atenção, ajuda e acima de tudo por seu amor incondicional. Aos meus irmãos, Tiago Santos e Jaime Neto, pelo amor e pelos conselhos nessa jornada. Às minhas cunhadas, Karla Renata e Dielle Petri e aos meus sobrinhos. Ao Prof. Dr. Davi Cabral Rodrigues pela paciência e pela dedicada e excelente orientação neste trabalho. Ao Prof. Dr. Júlio César Fabris pelas ideias e conselhos dados na coorientação. Aos professores da Pós Graduação em Física da UFES, Antônio Brasil Batista, José Alexandre Nogueira, Winfried Ernst Wilhelm Zimdahl e Oliver Fabio Piattella. À minha amiga, irmã, Tays Miranda, pela paciência, pelos conselhos, pelo companheirismo e pelo amor. À família Miranda. Aos irmãos Bruno Rodrigues e Márcio Sousa. Aos meus amigos e colegas de Vitória: Denis C. Rodrigues, Pedro Otavio, Carla R. Almeida, Gabriela Guerra, Mariniel Galvão, Igor Badke, Michael F. Gusson, Eddy Chirinos, Álefe Freire, Cássio Cecato Favarato, Fernando Pansini, Alan J. Romanel, Fabio Arthur, Mario Junior, Adriano Mesquita, Rafael Perez, Jefferson Moraes, Arthur Cavichini. Ao meu amigo Glauber Tadaeisky. Aos amigos de Belém: Leonardo Teixeira, Sarah Lopes, Ingrid Costa, Isaac Torres, Henrique. À minha querida amiga Lívia Santos. Ao meu amor incondicional, minha princesa, Sara Aviz, pelo amor, carinho, atenção, paciência,dedicação, companheirismo... durante todo esses anos de relacionamento e pelos que ainda virão. À minha sogra, meu sogro e meu cunhado. Ao secretario da Pós J. Carlos Coutinho. A todos que não foram citados aqui mais que contribuíram de forma direta ou indireta, para este trabalho. Finalmente, também agradeço à CAPES pela bolsa de estudo. vi

9 Dust in the wind, all we are is dust in the wind. (Kansas) vii

10 Resumo O conteúdo material que permeia o universo é comumente descrito por modelos de fluidos ideais. Uma revisão sobre a dinâmica destes fluidos é feita neste trabalho e uma formulação para a ação de fluido ideal é estudada. Mostra-se que modelos de campo escalar minimamente acoplado, como o campo escalar canônico e o campo tipo K-essência, mimetizam fluidos ideais. É feita a definição de campos não usuais, chamados fantasmas e táquions. Por fim, teoria de sistemas dinâmicos é usada para analisar a evolução desses fluidos num fundo cosmológico. Palavras-chave: Fluidos, Campos Escalares, Relatividade Geral, Cosmologia Sistemas Dinâmicos. viii

11 Abstract The matter content that permeates the universe is usually described by ideal fluids. Fluid dynamics is here reviewed, and an action for general ideal fluids is studied. It is shown that models of scalar fields minimally coupled, as the canonical scalar field and K-essence field, can mimic certain types of ideal fluids. The definitions of certain unusual fields, called ghosts and tachyons, are presented as part of the analysis of K-essence. At last, dynamical system theory is used to study these fluids on a cosmological background. Keywords: Fluid, Scalar Field, General Relativity, Cosmology, Dynamical Systems. ix

12 Lista de Figuras 6.1 Diagrama do Espaço de Fase do modelo cosmológico com matéria tipo poeira, radiação e constante cosmológica Diagrama de espaço de fase para o caso 1 3 < ω < 1. Nesta região as soluções do tipo fluido ideal são não inflacionárias Diagrama de espaço de fase para o caso 1 < ω < 1 3. Nesta região as soluções do tipo fluido ideal são inflacionárias Diagrama para ω = 1. O eixo de u = 0 torna-se singular e as soluções correspondentes são do tipo de Sitter com diferentes valores do fator de Hubble Diagrama de fase para n = 2 (ω = 1 3 ). As funções em laranja e vermelho representam equação de vínculo (6.46) Diagrama de um fluido ideal com ω = 1 3. As funções em vermelho e laranja representam a equação de vínculo do sistema, primeira equação de Friedmann.. 49 x

13 Sumário Agradecimentos Resumo Abstract Lista de Figuras vi viii ix x 1 Introdução 1 2 Revisão de Fluidos Ideais Dinâmica Não Relativística de Fluidos Ideais Dinâmica Relativística de Fluidos Ideais Equações da Dinâmica Relativística de Fluidos Ideais na Ausência de Campo Gravitacional Equações da Dinâmica Relativística de Fluidos Ideais para uma Métrica Genérica Velocidade de Propagação de Perturbações num Fluido Ideal Equação de Estado Ação Geral do Fluido Ideal Introduzindo a Ação do Fluido Ideal Fluxo Rotacional Isentrópico Movimentos Generalizados do Fluido Modelo de Campo Escalar Canônico Correspondência entre os Modelos de Campo Escalar Minimamente Acoplado e Fluido Ideal Representações sobre a Dinâmica de Fluido Não Usual Modelo de Campo Escalar tipo K-essência Correspondência entre Modelo de Campo Escalar tipo K-essência e Fluido Ideal xi

14 5.2 Caso Particular f (φ, X) = αx n Análise Qualitativa de Modelos Cosmológicos Modelo Cosmológico com Matéria, Radiação e Constante Cosmológica Modelo Cosmológico com Campo Escalar Canônico mais Potencial Modelo Cosmológico com Campo Escalar tipo K-essência Conclusão 50 Apêndice A Método da Esfera de Poincaré 53 Referências Bibliográficas 56 xii

15 Capítulo 1 Introdução A cosmologia consiste no estudo do universo como um todo e de sua composição. Ela é uma tentativa de explicar os detalhes da evolução, dos primórdios até a atual configuração. No caso do atual Modelo Padrão Cosmológico 1 (ΛCDM) há questões ainda não resolvidas, entre eles estão o paradigma inflacionário, e a origem da matéria e energia escuras. A inflação, proposta inicialmente por Alan H. Guth [4], afirma que o universo deve ter passado por um período de expansão acelerada, seu objetivo é resolver questões relacionadas ao universo primordial, como os problemas do horizonte, planura, entropia e outros. A matéria escura é uma forma postulada de matéria que não interage com a matéria comum, nem consigo mesma (ou é fracamente interagente), ela compõe 25% do conteúdo energético do universo. Por aparentemente interagir somente gravitacionalmente, sua presença é atualmente exclusivamente inferida a partir de efeitos sobre a matéria visível, como estrelas, galáxias e aglomerados de galáxias. A energia escura, uma forma exótica de energia que possui pressão negativa, é uma das formas atribuídas para explicar o atual cenário de expansão acelerada do universo [5]. Em cosmologia, o conteúdo material do universo é comumente modelado por fluidos ideais. A dinâmica de fluidos ideais, que é parte da hidrodinâmica, é uma teoria há muito estudada [6]. A hidrodinâmica é um quadro extremamente bem sucedido para descrever a dinâmica da matéria nas maiores medidas do universo [7]. A importância de se estudá-la está ligada à analise do estado de movimento do fluido. Isto dependerá da forma que o fluido se encontra, ou seja, se ele possui movimento relativístico ou não relativístico, ou ainda, se há ou não interação gravitacional sobre o sistema. Além disso, neste contexto é considerado que o fluido que permeia o universo é caracterizado por uma equação de estado de fluido barotrópico [7], p = p(e), especificamente por p = ωe, sendo p e E, respectivamente, a pressão e a densidade de energia do fluido, e ω [ 1, 1]. A expansão acelerada do universo observada atualmente faz com que se busque explicações para suas evidências [8 11]. Para manter a Teoria da Relatividade Geral [12, 13] intacta, necessita-se de um tipo de fluido que exerça o efeito de aceleração observado. Neste 1 Para um descrição detalhada do Modelo Padrão Cosmológico ver [1 3] 1

16 1. Introdução 2 contexto, verifica-se que a condição de energia 2 forte, E + 3p 0, deva ser violada, pois isto implica que a equação de estado do fluido obedeça a condição p E 1 3, ou seja, as pressões no fluido se tornam negativas ao ponto de superar a contribuição de energia. Existem ainda fortes evidências de que os dados observacionais favoreçam valores para ω < 1 [17] de tal forma que a condição de energia nula E + p 0 (condição de positividade da densidade de energia) seja também violada. Se isto de fato ocorrer, a densidade de energia do fluido deverá crescer a medida em que o universo se expande, conduzindo-o a uma possível singularidade no futuro, Big Rip [17 19]. Observa-se também que existem muitos indícios de um violação da condição de energia dominante E p, de modo que, diversos trabalhos dedicam-se a essa questão [20]. Da literatura [21, 22] sabe-se que existem modelos de campo escalar que efetivamente se comportam como fluidos ideais. Campos escalares fornecem modelos particulares de fluidos, com precisas consequências fenomenológicas, e estão em maior proximidade de uma teoria fundamental [23]. Um método bem adequado para estudar muitos aspectos de cosmologia são sistemas dinâmicos. Em geral, a teoria de sistemas dinâmicos é usada para estudar sistemas físicos que evoluem no tempo. Para se ter uma ideia sobre o que consiste o método, supõese que o estado do sistema físico em um instante de tempo pode ser descrito por um determinado elemento de um espaço de estado (espaço de fase), de dimensão finita ou infinita. A evolução do sistema é descrito por uma equação diferencial autônoma que tem simbolicamente a forma ẋ = f (x), de modo que, o ponto denota deriva com respeita a variável temporal atribuída ao sistema. Se o espaço de fase é dimensionalmente finito então esta equação diferencial representará um sistema autônomo de equações diferenciais ordinárias, enquanto que, se o espaço de fase for um espaço funcional, o mapa da função f (x) envolveria derivadas espaciais e a equação diferencial representaria um sistema autônomo de equações diferenciais parciais. No contexto cosmológico, com espaço homogêneo e isotrópico, estudase equações diferenciais ordinárias, desta forma, o espaço de fase analisado neste contexto possui dimensão finita. O objetivo da aplicação destes métodos é obter qualitativamente informações sobre a evolução das diversas classes de modelos cosmológicos à custa de fazer suposições idealizadas sobre os processos físicos no universo. A técnica de sistemas dinâmicos e sua aplicação em cosmologia pode ser vista de forma detalhada em [24 26]. A estrutura deste trabalho tem a seguinte forma. O segundo capítulo revisa o conceitos básicos sobre mecânica, não relativística e relativística, de fluidos ideais [6,12]. Serão obtidas as equações que descrevem o comportamento do fluido no tempo. Este comportamento é analisado em regime de baixas e altas velocidades, com e sem interação gravitacional. No capítulo três é feito uma discussão a respeito do princípio variacional para o fluido ideal [27]. O quarto capítulo descreve o modelo de campo escalar canônico minimamente acoplado. Dada as circunstâncias, verifica-se que este sistema mimetiza o modelo de fluido ideal [21, 28, 29]. Ainda, discute-se brevemente outras formas de campos escalares discutidos na literatura, o do tipo fantasma e do tipo taquiônico [30]. Outro sistema minimamente acoplado 2 Estudos sobre condições de energia podem ser vistos em [13 16]

17 1. Introdução 3 de campo escalar é descrito no capítulo cinco, o modelo de K-essência [22, 31 33]. Diferente do modelo canônico, este sistema é formado por uma função arbitrária que dependerá do termo cinético do campo escalar. As mesmas condições usadas para mimetizar o modelo de fluido ideal ao de campo escalar canônico, são utilizadas para o caso de K-essência. A princípio as equações que descrevem a dinâmica deste modelo serão obtidas com o um função arbitrária do termo cinético, em seguinte, será admitida uma forma para esta função. É feita análise por diagrama de espaço de fase, de forma a construir diagramas para cada modelo proposto e, por fim, verificar a riqueza e as semelhanças entre os gráficos obtidos. A análise final deste trabalho e suas perspectivas futuras são discutidas na conclusão.

18 Capítulo 2 Revisão de Fluidos Ideais 2.1 Dinâmica Não Relativística de Fluidos Ideais O estudo do movimento dos fluidos 1 denomina-se dinâmica dos fluidos [6]. Como seus fenômenos são estudados em meios macroscópicos, um fluido pode ser tratado como meio contínuo, ou seja, pode-se sempre pressupor que qualquer elemento de volume do fluido, pequeno que seja, é suficientemente grande para conter um grande número de moléculas. Neste contexto é feita a análise do movimento de um elemento de volume do fluido, que também será denominado partícula fluida 2. No entanto, os estudos feitos no decorrer do texto são baseados em movimento de fluidos onde a condutividade térmica e a viscosidade são insignificantes. Este tipo de fluido é denominado fluido ideal. De modo geral, ele também é definido como localmente isotrópico, ou seja, dado um observador movendose junto ao fluido, as propriedades físicas medidas por ele serão as mesmas em qualquer direção, entretanto, isto será válido se o caminho livre médio 3 entres as colisões no fluido forem pequenas em comparação com a escala de comprimentos utilizadas pelo observador. A descrição que fornece o estado do fluido é dado em função do seu campo de velocidade, v = v(x, y, z, t) (determinada em um ponto fixo (x, y, z) e em um instante t) e das suas respectivas magnitudes termodinâmicas, por exemplo, a pressão p(x, y, z, t) e densidade de massa ρ(x, y, z, t). Uma vez que estas grandezas são determinadas o estado do fluido em movimento é completamente estabelecido. A partir de então, podem ser obtidas as equações fundamentais da dinâmica de fluidos. A princípio, deve-se adquirir a equação que expressa a conservação de matéria, a equação de conservação de massa. Para isto, considera-se um certo volume V 0 do espaço, a massa do fluido contida nessa região é dada por ρdv, de modo que, a integração é feita sobre todo volume V 0. A massa do fluido que atravessa, por unidade de tempo, um elemento de área, da, da superfície que limita este volume é v d a, sendo d a tomado na direção normal a superfície e seu módulo igual a área do elemento de superfície. Desta maneira, a massa que 1 O estudo é direcionado tanto para líquidos quanto para gases. 2 Um volume extremamente pequeno comparado com o volume total do corpo. 3 Distância ou espaço entre duas colisões sucessivas das moléculas do fluido. 4

19 2. Revisão de Fluidos Ideais 5 sai de V 0, por unidade de tempo, é ρ v d a. A integração é feita sobre toda superfície fechada que delimita o volume em questão. Por outro lado, a redução da massa por unidade de tempo no volume é dada por ρdv. t Igualando estas duas equações, obtém-se: t ρdv = ρ v d a. (2.1) Mediante Teorema de Green, a integral de superfície se transforma em uma integral de volume, resultando [ ] ρ t + (ρ v) dv = 0. (2.2) Esta equação deve ser válida para qualquer elemento de volume dv, desta maneira, ρ + (ρ v) = 0, (2.3) t sendo esta a equação de conservação de massa. O termo ρ v representa a densidade de fluxo massivo, sua direção é a mesma do movimento do fluido e sua magnitude é igual a massa que atravessa, por unidade de tempo, a unidade de área perpendicular a velocidade. Como (2.3) fornece a conservação da massa no interior de V 0, a dinâmica de uma quantidade do fluido que sai desse volume será representada pela equação de Euler. Deste modo, considera-se certo volume do fluido, a força que atuará sobre ele será igual a integral da pressão feita sobre toda superfície que limita o volume, pd a. Do teorema de Green obtém-se pd a = pdv. (2.4) Deve-se notar que o termo p é a força atuante, por unidade de volume, sobre dv. Então, a equação de movimento do elemento de volume do fluido é obtida igualando este termo ao produto da massa por unidade de volume ρ pela aceleração d v, ou seja,4 dt ρ d v dt = p. (2.5) 4 Isto se refere a segunda lei de Newton, a qual diz que a força atuante em um corpo é diretamente proporcional à sua aceleração e o fator de proporcionalidade é a massa do corpo.

20 2. Revisão de Fluidos Ideais 6 A derivada de v refere-se à variação temporal da velocidade da partícula fluida quando ela se move no espaço. Sendo esta uma derivada total, tem-se Substituindo esta equação em (2.5) obtém-se d v dt = v + ( v ) v. (2.6) t v t + ( v ) v = 1 p, (2.7) ρ sendo esta a equação de Euler. Se o fluido está contido no interior de um campo gravitacional g, a força que atuará sobre qualquer elemento de volume é adicionada no segundo membro da equação (2.5). Assim, (2.7) fica v t + ( v ) v = 1 p + g. (2.8) ρ Uma característica importante de ser analisada refere-se à entropia do sistema. Dada relação de Gibbs dψ = sdt + Vdp, (2.9) sendo Ψ o potencial termodinâmico por unidade de massa 5 e V = 1 ρ o volume específico, e dada ausência da troca de calor entre as diferentes partes do fluido ideal, e também entre o meio externo, presume-se que o movimento do fluido é do tipo adiabático, desta forma, verifica-se que a entropia de qualquer partícula fluida permanece constante com o passar do tempo, 6 ds dt = 0, (2.10) sendo s a entropia por unidade de massa da partícula fluida. A condição do movimento adiabático também pode ser escrita como s + ( v )s = 0. (2.11) t Esta é a equação que descreve, de modo geral, o movimento adiabático do fluido ideal. Utilizando (2.3), a equação (2.11) pode ser escrita como uma "equação de conservação"para entropia: o termo ρs v representa a densidade de fluxo de entropia. 5 Potencial de Gibbs ou entalpia livre. 6 Para mais detalhes sobre este resultado ver [7, 34, 35]. (ρs) + (ρs v) = 0, (2.12) t

21 2. Revisão de Fluidos Ideais 7 A equação adiabática pode adquirir uma forma muito mais simples. Se a entropia é constante através do volume do fluido em um determinado instante inicial e segue mantendo este valor durante qualquer movimento subsequente do fluido (como muitas vezes acontece), a equação adiabática pode ser escrita simplesmente como este movimento é denominado isentrópico. s = constante, (2.13) Como dito inicialmente, a descrição que fornece o estado de um fluido é determinado pelo seu campo de velocidade, pressão e densidade de massa. Deste modo, o sistema completo que determinará a dinâmica do fluido ideal é composto pelas equações da conservação de massa, de Euler e a adiabática. Agora, considera-se o caso de um fluido em repouso em um campo gravitacional uniforme. A equação de Euler toma a forma: p = ρ g, (2.14) sendo esta a equação que descreve o equilíbrio mecânico do fluido no campo. Se não existe nenhuma compressão, devido ação de força externa, a densidade permanece constante em todo volume. Tomando o eixo z para cima, a pressão terá dependência somente nessa componente, assim, p = ρg, que, da integração, resultará z p = ρgz + constante. (2.15) A partir da condição de que o fluido, em repouso, está sujeito a uma pressão externa p 0 (a mesma em todos os pontos), em uma superfície livre de altura h, a constante em (2.15) a ser determinada é p 0 + ρgh, resultando 7 p = p 0 + ρg(h z). (2.16) Supondo que o fluido não só está em equilíbrio mecânico mas também equilíbrio térmico, desta maneira, considerando (2.9) e (2.14), obtém-se (Ψ + gz) = 0, de modo que, g está dirigido ao longo do eixo z negativo. O resultado é que em todo fluido Ψ + gz = constante, (2.17) sendo gz a energia potencial por unidade de massa do fluido no campo gravitacional. Uma consequência simples desta situação é que, havendo equilíbrio mecânico dentro do campo, a pressão sobre o fluido poderá ser uma função somente da altura z, isto induz que a 7 No caso de gases, como a atmosfera, não se pode pressupor que a densidade é constante.

22 2. Revisão de Fluidos Ideais 8 densidade será também uma função somente de z. Desta maneira, estas duas grandezas, juntas, determinam a temperatura do sistema, ou seja, esta outra grandeza também só dependerá da altura. No entanto, se a temperatura for diferente em distintos pontos com a mesma altura, não haverá equilíbrio mecânico. Pode-se também determinar a equação de equilíbrio para um fluido com massa muito grande, cuja estrutura é mantida por atração gravitacional. 8 Seja ψ o potencial gravitacional 9 criado pelo fluido que satisfaz a equação de Poisson 2 ψ = 4πGρ. (2.18) A aceleração gravitacional e a força sobre ρ são dadas, respectivamente, por ψ e ρ ψ. Desta maneira, a condição de equilíbrio hidrostático será p = ρ ψ. (2.19) Tomando o divergente desta ultima equação e substituindo em (2.18), obtém-se ( ) p = 4πGρ. (2.20) ρ Deve-se notar que esta situação se refere somente ao equilíbrio mecânico, pois a equação de Poisson não pressupõe a existência de um equilíbrio térmico completo. 2.2 Dinâmica Relativística de Fluidos Ideais Estabelecer equações que descrevem a dinâmica relativística de fluidos ideais têm uma importância fundamental quando se considera que o sistema analisado possui velocidades suficientemente grandes (perto da velocidade da luz c). De [12] verifica-se que o fluido ideal é caracterizado, neste contexto relativístico, pelo quadritensor momento-energia, T µν. Assim, considera-se um frame em repouso com relação ao fluido em determinado tempo e posição (descrito por "linha"), de maneira que, a hipótese de fluido ideal diz que T µν toma a forma característica de simetria esférica, ou seja, suas componentes são dadas por T ij = pδ ij, T ij = T ij = 0 e T 00 = E, sendo p e E a pressão e a densidade de energia do fluido, respectivamente. Agora, este mesmo frame é posto em repouso com relação ao laboratório, onde estão sendo feitas as medidas, e supõe-se que o fluido esteja se movendo em relação ao frame, num determinado ponto do espaço-tempo, com velocidade v. A conexão entre as coordenadas comóveis 10 ao fluido e as do laboratório são dadas por x α = Λ α β ( v) x β, 8 Este é o caso designado, por exemplo, para uma estrela. 9 Também chamado de Potencial Gravitacional Newtoniano. 10 Um observador que se move junto ao fluido.

23 2. Revisão de Fluidos Ideais 9 sendo Λ α ( v) a matriz transformação, ela assume os seguintes valores 11 β Λ 0 0 = Λ i 0 = γ v i c, ( 1 v 2 ) 1 2 c 2 γ, (2.21a) (2.21b) Λ i j = δ i j + vi v j (γ 1) v 2, (2.21c) Λ 0 j = γ v j c. (2.21d) No entanto, T µν é um tensor, sendo que o seu valor no frame do laboratório será obtido em analogia com a transformação feita nas coordenas, isto é, T µν = Λ µ α( v)λ ν β ( v)t αβ, de maneira que, suas componentes serão dadas por T ij = pδ ij + ( p + E ) vi v j T i0 = ( p + E ) vi c γ2, ( ) v T 00 = γ 2 2 c 2 p + E. c 2 γ2, (2.22) Estas componentes são agrupadas em uma única equação T µν = pη µν + ( p + E ) uµ u ν c 2, (2.23) sendo η µν a métrica do espaço-tempo de Minkowski 12, ou seja, as primeiras análises foram feitas com ausência de gravitação, posteriormente os estudos serão feitos considerando uma métrica generalizada. O quadrivetor u µ é definido como a quadrivelocidade do fluido, com u µ = dxµ dτ, (2.24) sendo dτ o tempo próprio da partícula fluida. Tem-se também u µ = γ(c, v), e normalização igual à de maneira que u µ u µ = η µν u µ u ν = c 2, (2.25) ( ) u µ u µ x ν u µ = 2uµ = 0. (2.26) xν 11 Para mais detalhes ver secção 2.1 de [12]. 12 Será considerada a seguinte assinatura η µν = ( 1, 1, 1, 1), também utilizada durante todo o trabalho.

24 2. Revisão de Fluidos Ideais Equações da Dinâmica Relativística de Fluidos Ideais na Ausência de Campo Gravitacional A expressão que fornece as equações de conservação do tensor momento-energia do sistema físico é T µν x ν = 0. (2.27) As equações de movimento relativístico do fluido são obtidas através desta equação. No entanto, a conservação de outras quantidades, como a carga do sistema, número de átomos, etc, não está contida em (2.27). Assim, precisa-se obter um princípio de conservação destas quantidades. Para isto, é utilizada uma destas quantidades referindo-se como o número de partículas 13 do volume. Sendo n a densidade do número de partículas em um frame que se move junto ao fluido num determinado ponto do espaço-tempo. Neste frame as componentes do quadrivetor fluxo de partículas, N µ, são N i = 0 e N 0 = n. (2.28) Em qualquer outro frame, que se move com velocidade v em relação ao fluido, o fluxo de partículas estará relacionado à (2.28) pelas seguintes transformações N i = Λ i µ( v)n µ = nγ vi c, (2.29) N 0 = Λ 0 µ( v)n µ = γn, (2.30) desta maneira, nota-se que N µ é proporcional a quadrivelocidade u µ, ou seja, N µ = n uµ c. (2.31) De modo geral, para qualquer frame, a componente temporal fornece a densidade do número de partículas, e as três componentes espaciais formam o vetor fluxo de partículas. A divergência de N µ fornece 0 = Nα x α = x α (nuα ) = ( ) ( ) nγ + nγ v. (2.32) t Esta é a conservação do número de partículas. Entretanto, se cada partícula possuir a mesma massa de repouso, a equação (2.32) fornecerá a equação de continuidade relativística (ou de conservação de massa) sendo ρ é a densidade de massa de repouso do sistema. 0 = x α ( ρu α ), (2.33) 13 Não confundir com o conceito de partícula fluida atribuído no início do capítulo.

25 2. Revisão de Fluidos Ideais 11 Pode-se obter uma extensão da conservação do tensor momento-energia através de uma projeção na direção da quadrivelocidade u µ. Para isto, substitui-se (2.23) em (2.27) de modo a obter a seguinte equação µν p 0 = η x ν + [ (p ) u µ u ν ] + E x ν c 2 Ao projetar (2.34) na direção da quadrivelocidade u µ, obtém-se. (2.34) µν p 0 = η x ν u µ + [ (p ) u µ u ν ] + E x ν c 2 u µ, (2.35) de maneira que, ao considerar (2.25) e (2.26), a equação (2.35) resultará na forma estendida da conservação de T µν 0 = u ν E x ν + ( p + E ) uν x ν. (2.36) Existe outra forma de projetar a conservação do tensor momento-energia, uma vez que esta fornecerá a forma relativística da equação de Euler. Este outro método projeta (2.34) no espaço tridimensional perpendicular à quadrivelocidade. Para que esta projeção espacial seja realizada contrai-se o vetor projeção, h µρ = η µρ + u ρu µ, com a equação (2.34), ou seja, c 2 0 = h µρ u µ u ν ( ) ( ) p + E + p + E hµρ x ν u µ uν x ν + ( p + E ) h µρ u ν uµ x ν + c2 µν p h µρ η x ν, que terá como resultado 0 = ( p + E ) u ν u ρ x ν + p p uν u ρ + c2 xν x ρ. (2.37) Esta forma relativística da equação de Euler pode ser escrita em termos da velocidade v. Para obtê-la basta fazer µ = 1 em (2.34), escrevendo u i = vi c u0, e depois usar (2.7) com µ = 0. Isto resultará v t + ( v ) [ 1 v = γ 2 ( p + E ) c 2 p + v p ]. (2.38) t resultando A equação do movimento adiabático pode ser obtida substituindo (2.32) em (2.35), Considerando a identidade termodinâmica [ 0 = nu ν p ( ) 1 x ν + ( ) ] E n x ν. (2.39) n ( ( ) 1 E KTdσ = pd + d n) n, (2.40)

26 2. Revisão de Fluidos Ideais 12 sendo 1 n o volume por partícula (volume molecular), K a constante de Boltzman14, T a temperatura e σ a entropia por partícula. Desta maneira, da última equação, (2.39) pode ser escrita como sendo esta a equação do movimento adiabático do sistema. 0 = u ν σ x ν σ + ( v )σ, (2.41) t Nota-se que, se tratando de um regime de baixas velocidades, a equação relativística da continuidade (ou da conservação de massa) resultará em (2.3). No caso da forma estendida de (2.27), deve-se ter um certo cuidado, pois, ao tomar este limite, a equação (2.36) poderá fornecer (2.3), no entanto, a obtenção desta equação dependerá de como é definida densidade de massa total do sistema neste limite. Esta mesma observação é valida para o caso da equação relativística de Euler ao ser colocada no mesmo regime. Todas as relações obtidas nesta subseção determinam a dinâmica relativística do fluido no espaço-tempo de Minkowski, ou seja, na ausência de campo gravitacional. A análise feita na próxima subseção será destinada a fornecer estas equações num ambiente onde há presença de gravitação Equações da Dinâmica Relativística de Fluidos Ideais para uma Métrica Genérica Até agora, as equações de movimento de um fluido ideal foram obtidas e analisadas no espaço-tempo de Minkowski, ou seja, sem a interação de um campo gravitacional. Na presença de um campo gravitacional o tensor momento-energia de um fluido ideal assume a forma T µν = pg µν + ( p + E ) uµ u ν c 2, (2.42) sendo g µν a métrica da variedade curva e u µ = dxµ dτ o quadrivetor velocidade da partícula fluida. Nota-se que (2.42) e (2.23) são semelhantes, no entanto, a métrica de Minkowski é substituída por uma métrica genérica em (2.42). Esta semelhança é garantida pelo Princípio da Equivalência. 15 A equação da conservação de T µν na presença de campo gravitacional é obtida simplesmente substituindo a sua derivada ordinária pela derivada definida em espaços curvos, ou seja, a derivada covariante ν T µν = 0. (2.43) Da mesma forma, as equações de determinaram a dinâmica relativística geral do 14 Esta constante é introduzida aqui para fazer σ adimensional. 15 Este princípio da Relatividade Geral diz que não é possível fazer uma distinção entre um campo gravitacional e um referencial acelerado. Em ambos os casos, deve-se observar os mesmos fenômenos físicos [12, 13].

27 2. Revisão de Fluidos Ideais 13 fluido são obtidas realizando a mesma substituição de derivada. 16 Assim, as equações da continuidade (2.32), 17 a estendida da conservação de T µν (2.36), de Euler (2.37) e do movimento adiabático (2.41), são dadas, respectivamente, por 0 = α (ρu α ), (2.44) 0 = u µ µ E + ( p + E ) µ u µ, (2.45) 0 = ( p + E ) u ν ν u ρ + u ρ u ν ν p + c 2 ρ p, (2.46) 0 = u µ µ (σ). (2.47) A normalização da quadrivelocidade (2.25) tomará a forma g µν u µ u ν = c 2, (2.48) implicando em ( ) ν u µ u µ = 2uµ ν u µ = 0. (2.49) A partir destas equações é possível obter a condição de equilíbrio mecânico no fluido, como obtido no final da seção anterior. Desta maneira, notando que em equilíbrio o campo é estático, isto é, o fluido não está se movendo, (2.48) dará u 0 = ( c 2 g 00) 1 2 e u i = 0. (2.50) Além disso, todas as magnitudes, g µν, p e E, são independentes do tempo e as componentes mistas da métrica são nulas, g 0i = g i0 = 0. Assim, a partir da equação (2.46), tem-se que resultará em 0 = c 2 γ p + Γ µ ( ) 00 p + E ( g00 ) 1 g µγ [ ] g 0 = c 2 µγ ( ) (p ) γ p + g00 + E ( g00) 1 2 x γ g µγ, γ p = ( p + E ) x γ ln( g 00) 1 2, (2.51) Quando γ assume o valor γ = 0 é obtido um valor trivial para esta equação, no entanto, para 16 É claro que ao atuar a derivada covariante em um escalar esta resulta em uma derivada ordinária. 17 Definir esta equação como a conservação de massa do sistema físico acaba por ser um tanto errada, pois, sabe-se que em relatividade geral o conceito de massa não é bem definido, desta maneira, é bom que fique claro que esta equação refere-se a conservação do número de partículas do sistema.

28 2. Revisão de Fluidos Ideais 14 γ = i obtém-se, no limite de baixas velocidades, a equação não relativística do equilíbrio hidrostático (2.19), exceto que o termo ( p + E ) aparece no lugar de ρ e ln( g 00 ) 2 1 aparece no lugar do potencial gravitacional. 2.3 Velocidade de Propagação de Perturbações num Fluido Ideal Uma importante análise feita em dinâmica dos fluidos é calcular a velocidade de propagação de perturbações em seu volume. Como exemplo, considera-se um fluido relativístico homogêneo e estático [12]. Para um estado imperturbável tem-se n 0, E 0, p 0, e σ constantes no espaço e tempo, e v 0 = 0. A perturbação resulta em n = n 0 + n 1, E = E 0 + E 1, p = p 0 + p 1 e v = v 1, no entanto, de acordo com (2.41), σ não sofre mudança. Por aproximação em primeira ordem as equações (2.32) e (2.38) tornam-se v 1 t Mas, com dσ = 0, a identidade termodinâmica (2.40) fornece Desta maneira, a equação (2.53) dará 0 = n 1 t + n v 1, (2.52) = c2 p 1 (p 0 + E 0 ). (2.53) ( p0 + E 0 ) n1 n 0 + E 1 = 0. (2.54) v 1 t = v 2 n 1 pert, (2.55) n 0 sendo v 2 pert a velocidade de perturbação, definida por v 2 pert c2 p 1 E 1 = c 2 ( ) p E σ. (2.56) O índice σ indica que a derivada é feita à entropia por partícula fixa. Ao combinar as equação para n 1 e v 1 é obtido a equação de onda 2 n 1 t 2 v2 pert. 2 n 1 = 0, (2.57) na qual mostra que a perturbação no fluido se propaga com velocidade igual a v pert, exatamente como em um fluido não-relativístico. 2.4 Equação de Estado Uma relação importante que descreve as propriedades de um fluido é sua equação de estado. É uma relação entre grandezas termodinâmicas que descrevem o fluido ou, mais

29 2. Revisão de Fluidos Ideais 15 especificamente, é uma equação termodinâmica que descreve o estado da matéria sob um dado conjunto de condições iniciais. Existe uma grande classe de fluidos estudados na literatura com equação de estado específica (ver [7]), no entanto, admitindo o universo homogêneo e isotrópico de Friedman-Lemaître-Robertson-Walker, a expressão mais simples da hidrodinâmica que pode ser utilizada para descrever o fluido que permeia este universo é a equação de estado p = (γ 1)E, (2.58) sendo γ = ω + 1 é denominado de índice barotrópico. O valor dele determina o tipo de fluido analisado. Com γ = 0 (caso da constante cosmológica) tem-se o limite entre o fluido cosmológico considerado convencional (γ > 0) e o fluido dito fantasma 18 (γ < 0). Além disso, existem outros casos característicos determinados pelo índice barotrópico, como, γ = 4 3 para radiação ou γ = 1, poeira. O caso fantasma, com γ < 0, implica em ω < 1. Entretanto, observa-se que a maioria dos trabalhos consideram o parâmetro ω para efeito de análise, ou seja, a equação (2.58) toma a forma p = we, (2.59) de maneira que, a partir daqui, ω assumirá o papel de parâmetro de equação de estado. O próximo capítulo tem por objetivo apresentar a ação geral do fluido ideal e, a partir do princípio variacional, obter as mesmas equações de movimento do fluido verificadas neste capítulo. 18 Fluidos que violam as condições de energia do sistema [13 16]

30 Capítulo 3 Ação Geral do Fluido Ideal 3.1 Introduzindo a Ação do Fluido Ideal Normalmente o tensor momento-energia de um fluido ideal é utilizado em relatividade geral como fonte de campo gravitacional. A obtenção das equações de movimento deste tipo fluido a partir do princípio variacional se torna um pouco complicada devido os vínculos relacionados as variáveis do fluido, no entanto, na literatura existem vários trabalhos que estudam diferentes formulações variacionais [27, 36 38]. Desta maneira, será atribuído um princípio variacional ao fluido ideal que descreverá movimentos simples, o movimento isentrópico assim como o movimento irrotacional do fluido, de modo que, em seguida, este princípio será generalizado para descrever movimentos gerais para um fluido ideal. Esta generalização não altera a forma básica que será atribuída à Lagrangiana, entretanto, acrescenta mais equações de vínculo que deverão ser satisfeitas. Deste modo, seja ρ, ɛ, s e u µ, a densidade de massa, a energia interna por unidade de massa, a entropia por unidade de massa e a quadrivelocidade do fluido, respectivamente. As medidas de ρ, ɛ e s são feitas no frame de repouso ao fluido. Em geral, um fluido ideal possui dois graus de liberdade termodinâmicos, de modo que, serão escolhidos a densidade ρ e a entropia s como tais parâmetros. No caso isentrópico, com s constante, todas as variáveis termodinâmicas podem ser escritas em termo de ρ. É conhecido que o fluido ideal pode ser descrito por duas densidades de Lagrangiana equivalentes, L 1 = p e L 2 = E [14, 27, 36, 37, 39, 40], entretanto, a forma da densidade de Lagrangiana básica a ser adotada é dada por [27, 36] L = L G + L 2. (3.1) O primeiro termo representa a densidade de Lagrangiana da gravitação e o segundo a densidade de Lagrangiana do fluido ideal [36], dadas respectivamente por L G = 1 2κ R e L 2 = ρ [ c 2 + ɛ(ρ) ]. Sendo E = ρ [ c 2 + ɛ(ρ) ] [36] e κ = 8πG. No entanto, deve-se notar que as variáveis do fluido, c 4 16

31 3. Ação Geral do Fluido Ideal 17 como ρ e u µ, satisfazem equações de vínculo representadas por (2.44) e (2.48) ( µ ρu µ ) = 0, g µν u µ u ν + c 2 = 0. Assim, a densidade de Lagrangiana do fluido a ser considerada é dada pela soma da L 2 mais os termos de vínculo ( L 3 = L 2 + λ 1 gµν u µ u ν + c 2) ( + λ 2 µ ρu µ ). (3.2) A ação que representa o acoplamento entre a gravitação e o fluido ideal é dada por S [ g µν, ρ, u µ ], λ 1, λ 2 = (L G + L 3 ) gd 4 x = [ 1 2κ R ρ ( c 2 + ɛ(ρ) ) + +λ 1 ( gµ u µ u ν + c 2) + λ 2 µ ( ρu µ ) ] gd 4 x. (3.3) Pelo princípio variacional, δs = 0, logo 1 δs = δ (L G ) gd 4 x + δ (L 3 ) gd 4 x + (L G + L 3 ) δ ( g ) d 4 x = 0. (3.4) De modo que, a variação δ(l G ) será δl G = 1 2κ R µνδg µν, (3.5) uma vez que foi desprezado termo de fronteira que aparece em δr µν. E, como [12] a equação (3.4) toma a forma, δs = = δ ( g ) = g 2 g µνδg µν, (3.6) ( 1 R µν 1 ) 2κ 2 g µνr δg µν gd 4 x + + δ (L 3 ) gd 4 L3 x 2 g µν gδg µν d 4 x ( 1 R µν 1 2κ 2 g µνr L ) 3 2 g µν δg µν gd 4 x + + δ (L 3 ) gd 4 x = 0. (3.7) 1 Todas as integrais de fronteiras são desconsideradas.

32 3. Ação Geral do Fluido Ideal 18 Dada dependência do sistema físico com respeito às varáveis g µν, ρ, u µ, λ 1, λ 2, a integral com δ (L 3 ) é δ (L 3 ) gd 4 x = δl3 δg µν δgµν gd 4 δl3 x + δρ δρ gd 4 δl3 x + δu µ δuµ gd 4 x δl3 δl3 + δλ 1 + δλ 2. (3.8) δλ 1 δλ 2 Considerando estas quantidades fixas na fronteira de integração, suas variações δg µν, δρ, δu µ, δλ 1 e δλ 2 serão nulas nesta fronteira. Desta maneira, as equações (3.7) e (3.8) obtém-se ( G µν = κ g µν L 3 2 L ) 3 g µν = κt µν, (3.9a) δl3 δρ δρ gd 4 x = 0, (3.9b) δl3 δu µ δuµ gd 4 x = 0, (3.9c) δl3 δλ 1 gd 4 x = 0 = g µν u µ u ν + c 2 = 0, (3.9d) δλ 1 δl3 δλ 2 gd 4 ( x = 0 = µ ρu µ ) = 0. (3.9e) δλ 2 De modo que (3.9a) são as equações de Einstein do sistema físico. Entretanto, ao resolver δl 3 e as equações (3.9b) e (3.9c), obtém-se δg µν e o tensor momento-energia λ 2 x µ uµ = (c 2 + ɛ + ρɛ ), (3.10) ρ λ 1 = 2c 2 (c2 + ɛ + ρɛ ), (3.11) T µν = ρ 2 ɛ g µν + ρ (1 + ɛ ) c 2 + ρ ɛ c 2 u µ u ν. (3.12) O termo ɛ representa a derivada da densidade de energia interna com relação a densidade de massa de repouso. Para o frame em questão esta derivada é obtida através da identidade termodinâmica Tds = dɛ + pd ( ) 1 ρ de maneira que, dado um fluxo isentrópico esta última equação fica, (3.13) dɛ dρ = p ρ 2. (3.14)

33 3. Ação Geral do Fluido Ideal 19 Desta maneira, as equações (3.10), (3.11) e (3.12), tomam a forma ( λ 2 x µ uµ = c 2 + ɛ + p ), (3.15) ρ ( ρ λ 1 = 2c 2 c 2 + ɛ + p ), (3.16) ρ ( T µν = pg µν + ρ 1 + ɛ c 2 + p ) ρc 2 u µ u ν = pg µν + ( p + E ) u µ u ν c 2. (3.17) Logo, sabendo que para obter a forma estendida da conservação do tensor momentoenergia e a equação de Euler, é necessário projetar a conservação de T µν paralelamente e perpendicularmente à direção da quadrivelocidade, respectivamente, então, para conservação de (3.17) obtém-se ( 0 = u µ µ ρ 1 + ɛ c 2 + p ) [ ( p ρc 2 + c 2 + ρ 1 + ɛ c 2 + p )] ρc 2 µ u µ, (3.18) ( 0 = ρ 1 + ɛ c 2 + p ) ρc 2 u ν ν u ρ + u ρu ν c 2 ν p + ρ p. (3.19) Estas ultimas equações juntamente com de conservação de massa (2.44) e a que representa o movimento isentrópico (3.14) descrevem a dinâmica do fluido. Agora, do resultado de (3.9c) e da equação (3.11) encontra-se a quadrivelocidade u µ = ( c 2 c 2 + ɛ + p ρ ) λ 2 x µ. (3.20) 3.2 Fluxo Rotacional Isentrópico A partir do valor de u µ dada por (3.20) e da equação da quadrivelocidade de rotação do fluido [41] w µ = 1 2 εµναβ u ν u α x β, (3.21) verifica-se que, { ( w µ = c4 2 εµναβ c 2 + ɛ + p ρ + ( c 2 + ɛ + p ρ ) 1 λ2 λ 2 x α x ν } ) 2 λ2 x ν 2 λ 2 x α x β x β ( c 2 + ɛ + ρ) p 1 = 0. (3.22)

34 3. Ação Geral do Fluido Ideal 20 A quadrivelocidade de rotação w µ é nula pois há uma contração entre o tensor antissimétrico ε µναβ (tensor de Levi-Civita), com dois tensores simétricos, A αν = λ 2 x α λ 2 x ν e B αβ = 2 λ 2 x α x β. 2 Desta forma, a Lagrangiana (3.2) descreve apenas um movimento isentrópico irrotacional. Assim, com o intuito de se livrar desta restrição é feita uma generalização do princípio variacional desta Lagrangiana para que ela descreva movimentos isentrópicos rotacionais, bem como irrotacionais. Para que isso ocorra é atribuído para cada partícula um número (uma "identidade") X(x) e é exigido que este número não mude a medida que avançamos com a partícula fluida, isto é, DX dτ = X x µ uµ = 0. (3.23) Na literatura está equação é denominada conservação de identidade da partícula [36]. Desde modo, a densidade de Lagrangiana que deve ser considerada é ( ) X L 4 = L 3 + λ 3 x µ uµ. (3.24) As variações são feitas como antes, ou seja, são obtidas as equações (3.9) bem como δl4 δx δx gd 4 x = 0, (3.25a) δl4 δλ 3 gd 4 x = 0 = X δλ 3 δx µ uµ = 0. (3.25b) No entanto, ao usar L 4 nos sistemas (3.9) e (3.25), a alteração vem na equação (3.9c), de maneira que, em vez de (3.20) obtém-se u µ = c 2 ( c 2 + ɛ + p ) λ 2 x µ λ 3 c 2 ( ρ c ρ 2 + ɛ + p ) X x µ. (3.26) ρ Substituindo (3.26) em (3.21), obtém-se w µ = 1 { ( 2 εµναβ c4 c 2 + ɛ + p ρ ρ ( c 4 c 2 + ɛ + p ) 1 λ 2 X λ 3 ρ x ν x α c4 ρ ( c 2 + ɛ + p ρ ) 1 λ 3 λ 2 x α X x ν ) 2 λ2 λ 3 X x ν x β x α ( x β x β 1 ρ ( c 2 + ɛ + p ρ) 1 c 2 + ɛ + p ρ ) 1 }. (3.27) A quadrivelocidade de rotação do fluido não é necessariamente nula, pois dependerá do valor do quadrigradiente de X(x), ou seja, se este quadrigradiente for ou não igual a zero. Desta forma, ambos movimentos rotacionais e irrotacionais estão inclusos nos extremos do 2 O produto entre um tensor simétrico e um antissimétrico ser nulo pode ser visto em [12, 13].

35 3. Ação Geral do Fluido Ideal 21 princípio variacional. Com exceção da equação (3.26) todos os outros resultados obtidos para o movimento do fluido continuam sendo os mesmos. Desta maneira, pode-se descrever todo movimento isentrópico do fluido através da Lagrangiana (3.24). 3.3 Movimentos Generalizados do Fluido Como dito no início deste capítulo, um fluido ideal possui, em geral, dois graus de liberdade termodinâmicos, de modo que, para o caso estudado, foram escolhidas a densidade de massa e entropia por unidade de massa, todas medidas no referencial de repouso do fluido. No movimento geral de um fluido ideal a entropia não permanece constante ao longo do fluido, no entanto, ela é constante para uma dada partícula fluida, isto significa que não há nenhuma troca de calor entre as diferentes partes do fluido. Esta condição implica que s não muda a medida que o elemento de volume avança, resultando na equação do movimento adiabático (2.41) u µ s x µ = 0. Desta maneira, a Lagrangiana que deve ser considerada é ( ) s L 5 = L 4 + λ 4 x µ uµ. (3.28) A Lagrangiana (3.28) juntamente com L G fornecem a ação total para o modelo de fluido ideal S T = { 1 2κ R ρ [ c 2 + ɛ(ρ) ] ( + λ 1 gµ u µ u ν + c 2) + ( +λ 2 µ ρu µ ) ( ) ( ) } X s gd + λ 3 x µ uµ + λ 4 x µ uµ 4 x. (3.29) Assim, as equações de movimento são originadas dos sistemas (3.9), (3.25) e do adicional δl5 δs δs gd 4 x = 0, (3.30a) δl5 δλ 4 gd 4 x = 0 = u µ s λ 4 x µ = 0. (3.30b) Como estão sendo considerados os dois grau de liberdade termodinâmicos, ρ e s, a energia interna por unidade de massa será uma função da forma ɛ(ρ, s). Com isso, a equação (3.14) é escrita ( ) ɛ = p ρ s ρ 2. (3.31)

36 3. Ação Geral do Fluido Ideal 22 a derivada é feita à entropia por unidade de massa fixa. As equações (3.10), (3.11) e do tensor momento-energia do fluido ideal, (3.17), permanecem inalteradas. No entanto, ao utilizar L 5 nos sistemas (3.9), (3.25) e (3.30), o quadrivetor u µ toma a forma u µ = c 2 ( c 2 + ɛ + p ) λ 2 x µ λ 3 c 2 ( ρ c ρ 2 + ɛ + p ) X x µ λ 4 c 2 ( ρ c ρ 2 + ɛ + p ) s x µ. (3.32) ρ Este valor continua garantindo que a velocidade de rotação do fluido não é necessariamente nula. A equação de Euler e a forma estendida da conservação de T µν permanecem inalteradas. Lembrando que a descrição do movimento geral do fluido é garantida por estas duas equações e pelas equações de vínculo postas ao longo da construção de (3.28). Nos próximos capítulos serão analisados modelos de campos escalares que, dadas as circunstâncias serão apresentadas, estes modelos se comportam efetivamente como fluidos ideais.

37 Capítulo 4 Modelo de Campo Escalar Canônico 4.1 Correspondência entre os Modelos de Campo Escalar Minimamente Acoplado e Fluido Ideal Há muitas décadas, modelos de campo escalar estão presentes no estudo de gravitação e cosmologia, de maneira a ter uma particular importância no contexto de universo inflacionário e modelos de quintessência (ver [5, 42 44]). De modo geral, é reconhecido que um campo escalar minimamente acoplado à gravitação pode ser representado como um fluido ideal [28, 29], no entanto, do ponto de vista conceitual um campo escalar e um fluido ideal são sistemas físicos muito diferentes. Como dito no início do capítulo 2 um fluido pode ser tratado como meio contínuo, porém, esta continuidade é perdida quando o fluido é observado de maneira fundamental, ou seja, ao se considerar escalas cada vez menores do fluido nota-se o aparecimento das partículas que o constituem. Entretanto, um campo escalar é fundamentalmente contínuo. Desta maneira, a densidade de Lagrangiana que representa o modelo de campo escalar minimamente acoplado à gravitação é dada por L = L G + L φ. (4.1) O segundo termo desta equação é a densidade de Lagrangeana do campo escalar φ usual dada por L φ = 1 2 µ φ µ φ V(φ). (4.2) Este campo auto-interage através de um potencial V(φ). A ação deste sistema é S = (LG + L φ ) gd 4 x, (4.3) 23

38 4. Modelo de Campo Escalar Canônico 24 de modo que, pelo princípio variacional, tem-se δs = δ (L G ) gd 4 x + δ ( L φ ) gd 4 x + (LG + L φ ) δ ( g ) d 4 x = 0. (4.4) Das equações (3.5) e (3.6) esta variação toma a forma ( 1 δs = R µν 1 ) 2κ 2 g µνr δg µν gd 4 x + + δ ( ) gd Lφ L 4 φ x 2 g µν gδg µν d 4 x = 0. (4.5) A dependência deste sistema é dada em função das variáveis g µν e φ, deste modo, a integral com δ ( L φ ) é δ ( ) gd L 4 φ x = δlφ δlφ δg µν δgµν gd 4 x + δφ δφ gd 4 x, (4.6) sendo δg µν e δφ arbitrários, a equação (4.5) fornece o sistema ( G µν = κ L φ g µν 2 L ) φ g µν = κt (φ) µν, (4.7a) ( ) δlφ δφ gd 4 x = 0. (4.7b) δφ Verifica-se da equação (4.7a) que o tensor momento-energia do campo escalar, T (φ) µν, é usual T (φ) µν = L φ g µν 2 L φ = g µν [ 1 ] 2 µ φ µ φ V(φ) g µν 2 [ g µν 1 ] 2 µ φ µ φ V(φ) = µ φ ν φ 1 2 g µν ρ φ ρ φ Vg µν. (4.8) A integral (4.7b) fornece a seguinte equação diferencial satisfeita por um campo escalar µ µ φ = V (φ), (4.9) sendo V (φ) a derivada do potencial em relação ao campo escalar. Desta maneira, as equações (4.7a) e (4.9) formam as equações de movimento deste sistema físico. Agora, para que o tensor T (φ) µν assuma a forma do tensor momento-energia do fluido ideal (2.42) é necessário que µ φ seja um campo vetorial tipo tempo [21,28,29]. A componente covariante da quadrivelocidade do fluido efetivo do campo escalar, em termos do gradiente

39 4. Modelo de Campo Escalar Canônico 25 de φ, pode ser tomada da seguinte forma [21] u µ = c µ φ ν φ ν φ, (4.10) assumindo que ν φ ν φ 0. A normalização da quadrivelocidade é Como µ φ é tipo tempo então α φ α φ < 0, que resultará u µ u µ = c 2 ν φ ν φ α φ α φ. (4.11) u µ u µ = c 2. A densidade de energia e a pressão relativas para um observador que se move junto ao fluido são obtidas através das seguintes equações 1 E = T µν u µ u ν c 2 (4.12a) e p = 1 3 T µνh µν. (4.12b) Para o caso do tensor T (φ) µν, (4.12) toma a forma E (φ) = 1 2 α φ α φ + V(φ) (4.13a) e p (φ) = 1 2 α φ α φ V(φ). (4.13b) Deste modo, a partir das equações (4.10) e (4.13), o tensor momento-energia do campo escalar pode ser obtido do tensor T µν do fluido ideal, isto é, pg µν + ( p + E ) u µ u ν c 2 = µ φ ν φ 1 2 g µν ρ φ ρ φ Vg µν T (φ) µν. (4.14) Esta ultima equação não mostra somente que um campo escalar minimamente acoplado pode ser descrito por um modelo de fluido ideal, mas também que qualquer fluido ideal, com equação barotrópica p = p(e), pode ser reproduzido por um campo escalar, de maneira que este tenha um potencial adequado V(φ). A afirmação do início deste capítulo na qual diz que um campo escalar não é composto 1 Estas equação são validas quando se relaciona um T µν qualquer com um tensor momento-energia do fluido Ideal.

40 4. Modelo de Campo Escalar Canônico 26 fundamentalmente por partículas mostra que, de modo geral, não faz sentido falar de conservação do número de partículas para um fluido efetivo de φ, ou seja, um campo escalar não é dotado de uma equação do tipo (2.44), que descreve a conservação de massa 2. Neste sentindo, este fluido é dito do tipo irrotacional devido não haver uma conservação de identidade de partícula (3.23), já que esta assegurava também a existência de fluxos rotacionais no fluido. Além disso, a priori, nada se pode afirmar sobre a entropia do fluido efetivo de φ, no entanto, ao compará-lo à um fluido ideal isentrópico isto faz com que seja natural associar φ com σ [45]. As projeções da conservação do tensor T µν de um fluido ideal também fornecem resultados satisfatórios quando nelas são utilizadas as equações (4.10) e (4.13). A forma estendida da conservação do tensor momento-energia (2.45) fornece a equação (4.9), enquanto que a forma relativística da equação de Euler gera a identidade obtida em espaços sem torção, o qual diz que o comutador de derivadas covariantes atuando em um escalar é igual a zero, [ µ, ν ]φ = 0. A velocidade das perturbações em fluidos efetivos de campo escalar não podem, em geral, ser obtidas pela equação (2.56), isto se deve ao fato de não ser possível inverter as funções 3 p = p(x, φ) e E = E(X, φ) a fim de fornecer a equação barotrópica p = p(e). 4 Entretanto, ao assumir φ e X como variáveis independentes pode-se definir v pert como a razão das diferenciais totais dp e de à σ fixo, ou seja, ( ) px v 2 pert = dx + p φ dφ c2 E X dx + E φ dφ σ, (4.15) sendo p X = p X e p φ = p. O caso isentrópico implica que dφ = 0 equivale à dσ = 0 [45], φ desta forma, (4.15) fica v 2 pert = c2 p X E X. (4.16) É importante deixar claro que dφ = 0 não significa dizer que o campo é constante, isto resultaria que a teoria estudada seria bastante trivial, pois X = 0. Nestas considerações, o valor dφ = 0 expressa que as diferenciais totais dp e de devem ser calculadas mantendo o campo φ fixo (ele continua variável no espaço-tempo) enquanto permite que X varie de forma arbitrária. Nota-se que esta expressão é válida para qualquer função V(φ). Para o modelo de campo escalar canônico a velocidade de perturbações no fluido efetivo de φ é v pert = c. Além do φ usual, existem outros tipos de campo que, dependendo do regime que estão colocados, afetam a estabilidade do sistema. Estes campos são chamados de táquions e fantasmas. As características usadas para definir estes campos são retiradas de [30] e de 2 Para o caso de um fluido ideal isentrópico são possíveis obter estes valores (ver [45]). 3 Sendo X 1 2 µ φ µ φ o termo cinético do campo escalar [22] 4 Uma vez que V(φ) = 0 ou V = cte pode-se obter p = p(e).

FLUIDOS IDEAIS EM RELATIVIDADE GERAL E COSMOLOGIA

FLUIDOS IDEAIS EM RELATIVIDADE GERAL E COSMOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA FELIPE DE MELO SANTOS FLUIDOS IDEAIS EM RELATIVIDADE GERAL E COSMOLOGIA VITÓRIA 2016 FELIPE DE MELO

Leia mais

Aula 2: Cosmologia Relativística

Aula 2: Cosmologia Relativística Aula 2: Cosmologia Relativística Primeira Escola de Ciências Física Brasil-Cabo Verde 3-13 de abril 2017 Oliver F. Piattella Universidade Federal do Espírito Santo Vitória, Brasil Abordagem matemática

Leia mais

Lista 3 - FIS Relatividade Geral Curvatura, campos de Killing, fluidos, eletromagnetismo.

Lista 3 - FIS Relatividade Geral Curvatura, campos de Killing, fluidos, eletromagnetismo. Lista 3 - FIS 404 - Relatividade Geral Curvatura, campos de Killing, fluidos, eletromagnetismo. 2 quadrimestre de 2017 - Professor Maurício Richartz Leitura sugerida: Carroll (seções 3.1-3.4,3.6-3.8),

Leia mais

Prof. Rodrigo Negreiros UFF XI Escola do CBPF

Prof. Rodrigo Negreiros UFF XI Escola do CBPF Prof. Rodrigo Negreiros UFF XI Escola do CBPF I. Introdução. Aula I II. Visão geral de estrelas compactas. III. Física nuclear relativística. Aula II IV. Estrelas de Nêutrons no contexto da física nuclear.

Leia mais

A teoria geométrica-escalar da gravitação e sua aplicação à cosmologia

A teoria geométrica-escalar da gravitação e sua aplicação à cosmologia A teoria geométrica-escalar da gravitação e sua aplicação à cosmologia Júnior Diniz Toniato Instituto de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica - ICRA Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas - CBPF Rio

Leia mais

Formulação Covariante do Eletromagnetismo

Formulação Covariante do Eletromagnetismo Capítulo 12 Formulação Covariante do Eletromagnetismo O objetivo deste capítulo é expressar as equações do Eletromagnetismo em forma manifestamente covariante, i.e. invariante por transformações de Lorentz

Leia mais

Introdução à Magneto-hidrodinâmica

Introdução à Magneto-hidrodinâmica Introdução à Magneto-hidrodinâmica Gilson Ronchi November, 013 1 Introdução A magneto-hidrodinâmica é o estudo das equações hidrodinâmicas em uidos condutores, em particular, em plasmas. Entre os principais

Leia mais

Introdução à Cosmologia: 1 - a cosmologia newtoniana

Introdução à Cosmologia: 1 - a cosmologia newtoniana 1 Introdução à Cosmologia: 1 - a cosmologia newtoniana Laerte Sodré Jr. August 15, 2011 objetivos: abordagem rápida dos principais conceitos de cosmologia foco no modelo cosmológico padrão veremos como

Leia mais

Cinemática relativística et al. Carlos Alexandre Wuensche Processos Radiativos I

Cinemática relativística et al. Carlos Alexandre Wuensche Processos Radiativos I Cinemática relativística et al. Carlos Alexandre Wuensche Processos Radiativos I 1 1 Transformações de Lorentz e cinemática relativística Postulados da relatividade especial As leis da natureza são as

Leia mais

Mecânica de fluidos. Fluidos perfeitos

Mecânica de fluidos. Fluidos perfeitos Capítulo 7 Mecânica de fluidos. Fluidos perfeitos A designação de fluidos abrange todos os líquidos e gases. Estes têm algumas propriedades distintas excepto em regiões críticas. Assim um líquido ocupa

Leia mais

INTRODUÇÃO À GRAVITAÇÃO E À COSMOLOGIA

INTRODUÇÃO À GRAVITAÇÃO E À COSMOLOGIA INTRODUÇÃO À GRAVITAÇÃO E À COSMOLOGIA Victor O. Rivelles Aula 1 Instituto de Física da Universidade de São Paulo e-mail: rivelles@fma.if.usp.br http://www.fma.if.usp.br/~rivelles Escola Norte-Nordeste

Leia mais

INTRODUÇÃO À RELATIVIDADE GERAL - Aula 2 p. 1

INTRODUÇÃO À RELATIVIDADE GERAL - Aula 2 p. 1 INTRODUÇÃO À RELATIVIDADE GERAL - Aula 2 Victor O. Rivelles Instituto de Física Universidade de São Paulo rivelles@fma.if.usp.br http://www.fma.if.usp.br/ rivelles/ XXI Jornada de Física Teórica 2006 INTRODUÇÃO

Leia mais

COSMOLOGIA RELATIVÍSTICA

COSMOLOGIA RELATIVÍSTICA COSMOLOGIA RELATIVÍSTICA A GEOMETRIA DO ESPAÇO Idéias da Teoria da Relatividade Geral! Não se define intensidade da gravidade e sim CURVATURA DO ESPAÇO-TEMPO Deve-se pensar em termos de geometria do universo

Leia mais

LOQ Fenômenos de Transporte I

LOQ Fenômenos de Transporte I LOQ 4083 - Fenômenos de Transporte I FT I 07 Equações básicas na forma integral para o volume de controle Prof. Lucrécio Fábio dos Santos Departamento de Engenharia Química LOQ/EEL Atenção: Estas notas

Leia mais

F ısica Estat ıstica Mecˆanica Estat ıstica Cl assica

F ısica Estat ıstica Mecˆanica Estat ıstica Cl assica UFPel O método estatístico: a teoria de ensemble Um exemplo simples Espaço amostral (ensemble) Lançamento de 2 dados (1, 1) (2, 1) (3, 1) (4, 1) (5, 1) (6, 1) (1, 2) (2, 2) (3, 2) (4, 2) (5, 2) (6, 2)

Leia mais

INTRODUÇÃO À GRAVITAÇÃO E À COSMOLOGIA

INTRODUÇÃO À GRAVITAÇÃO E À COSMOLOGIA INTRODUÇÃO À GRAVITAÇÃO E À COSMOLOGIA Victor O. Rivelles Aula 2 Instituto de Física da Universidade de São Paulo e-mail: rivelles@fma.if.usp.br http://www.fma.if.usp.br/~rivelles Escola Norte-Nordeste

Leia mais

Aula 5: Gravitação e geometria

Aula 5: Gravitação e geometria Aula 5: Gravitação e geometria A C Tort 1 1 Departmento de Física Teórica Instituto Física Universidade Federal do Rio de Janeiro 12 de Abril de 2010 Tort (IF UFRJ) IF-UFRJ Informal 1 / 20 Massa Inercial

Leia mais

AA-220 AERODINÂMICA NÃO ESTACIONÁRIA

AA-220 AERODINÂMICA NÃO ESTACIONÁRIA AA-22 AERODINÂMICA NÃO ESTACIONÁRIA Aerodinâmica Linearizada Prof. Roberto GIL Email: gil@ita.br Ramal: 6482 1 Linearização da Equação do Potencial Completo - proposta ( φ φ) 2 2 1 φ φ ( φ φ) φ 2 + + =

Leia mais

INTRODUÇÃO À RELATIVIDADE GERAL p. 1

INTRODUÇÃO À RELATIVIDADE GERAL p. 1 INTRODUÇÃO À RELATIVIDADE GERAL Victor O. Rivelles Instituto de Física Universidade de São Paulo rivelles@fma.if.usp.br http://www.fma.if.usp.br/ rivelles/ XXI Jornada de Física Teórica 2006 INTRODUÇÃO

Leia mais

ASPECTOS MATEMÁTICOS DAS EQUAÇÕES

ASPECTOS MATEMÁTICOS DAS EQUAÇÕES ASPECTOS MATEMÁTICOS DAS EQUAÇÕES Classificações: Ordem: definida pela derivada de maior ordem Dimensão: em função de x, y e z (Ex. 1D, D ou 3D) Tipos de fenômenos 1. Transiente; e. Estacionário, ou permanente.

Leia mais

TÓPICO. Fundamentos da Matemática II APLICAÇÕES DAS DERIVADAS PARCIAIS9. Licenciatura em Ciências USP/ Univesp. Gil da Costa Marques

TÓPICO. Fundamentos da Matemática II APLICAÇÕES DAS DERIVADAS PARCIAIS9. Licenciatura em Ciências USP/ Univesp. Gil da Costa Marques APLICAÇÕES DAS DERIVADAS PARCIAIS9 TÓPICO Gil da Costa Marques 9. Introdução 9. Derivadas com significado físico: o gradiente de um Campo Escalar 9.3 Equação de Euler descrevendo o movimento de um fluido

Leia mais

Curso de Fenômenos de Transporte

Curso de Fenômenos de Transporte Curso de Fenômenos de Transporte Profa. Mônica F. Naccache E-mail: naccache@puc-rio.br PUC-Rio Capítulo 1: Princípios básicos Equações de conservação: massa, momentum, energia Equações constitutivas Condições

Leia mais

2 Elementos da Hidrodinâmica

2 Elementos da Hidrodinâmica 2 Elementos da Hidrodinâmica Neste capítulo, queremos apresentar algumas noções fundamentais da teoria dos fluidos. Na física, a noção geral de fluido engloba líquidos e gases. Trata-se de uma teoria de

Leia mais

O espectro medido da maior parte das galáxias, em todas as direções no céu, apresenta linhas com deslocamento para s

O espectro medido da maior parte das galáxias, em todas as direções no céu, apresenta linhas com deslocamento para s LEI DE HUBBLE O espectro medido da maior parte das galáxias, em todas as direções no céu, apresenta linhas com deslocamento para s maiores em relação ao em repouso (REDSHIFT). Efeito observado em grandes

Leia mais

Eletromagnetismo I. Preparo: Diego Oliveira. Aula 2

Eletromagnetismo I. Preparo: Diego Oliveira. Aula 2 Eletromagnetismo I Prof. Dr. R.M.O Galvão - 1 Semestre 2015 Preparo: Diego Oliveira Aula 2 Na aula passada recordamos as equações de Maxwell e as condições de contorno que os campos D, E, B e H devem satisfazer

Leia mais

Cinemática da partícula fluida

Cinemática da partícula fluida Cinemática da partícula fluida J. L. Baliño Escola Politécnica - Universidade de São Paulo Apostila de aula 2017, v.1 Cinemática da partícula fluida 1 / 16 Sumário 1 Descrição do movimento 2 Cinemática

Leia mais

FIS Cosmologia e Relatividade

FIS Cosmologia e Relatividade FIS02012 - Cosmologia e Relatividade Profa. Thaisa Storchi Bergmann Bibliografia: baseado no capítulo 4 do livro de Barbara Ryden Dinâmica Cósmica Num Universo isotrópico em expansão, as quantidades fundamentais

Leia mais

Disciplina : Mecânica dos fluidos I. Aula 4: Estática dos Fluidos

Disciplina : Mecânica dos fluidos I. Aula 4: Estática dos Fluidos Curso: Engenharia Mecânica Disciplina : Mecânica dos fluidos I Aula 4: Estática dos Fluidos Prof. Evandro Rodrigo Dário, Dr. Eng. Estática dos Fluidos A pressão gerada no interior de um fluido estático

Leia mais

CONCEITOS DE RELATIVIDADE RESTRITA

CONCEITOS DE RELATIVIDADE RESTRITA 1. Introdução. O Experimento de Michelson-Morley 3. Postulados da Relatividade Restrita 4. Transformações de Lorentz 5. A Dilatação Temporal e a Contração Espacial 6. A Massa, a Energia e o Momento Linear

Leia mais

PLANO DE ATIVIDADE ACADÊMICA NOME

PLANO DE ATIVIDADE ACADÊMICA NOME ANO LETIVO Centro: CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS - CCE Departamento: FÍSICA 2013 CÓDIGO 2FIS034 RELATIVIDADE RESTRITA PLANO DE ATIVIDADE ACADÊMICA NOME CURSO FÍSICA 3ª SÉRIE CARGA HORÁRIA SEM. DE OFERTA HABILITAÇÃO(ÕES)

Leia mais

Mecânica Analítica. Dinâmica Hamiltoniana. Licenciatura em Física. Prof. Nelson Luiz Reyes Marques MECÂNICA ANALÍTICA PARTE 2

Mecânica Analítica. Dinâmica Hamiltoniana. Licenciatura em Física. Prof. Nelson Luiz Reyes Marques MECÂNICA ANALÍTICA PARTE 2 Mecânica Analítica Dinâmica Hamiltoniana Licenciatura em Física Prof. Nelson Luiz Reyes Marques Princípio de Hamilton O caminho real que uma partícula percorre entre dois pontos 1 e 2 em um dado intervalo

Leia mais

5.1 Espaço euclidiano tridimensional

5.1 Espaço euclidiano tridimensional Capítulo V Espaço-Tempo de Minkowski O propósito deste capítulo é fazer uma breve incursão na geometria e na nomenclatura do espaço-tempo quadridimensional de Minkowski, onde as equações relativísticas

Leia mais

Teoria Quântica de Campos em Meios Desordenados

Teoria Quântica de Campos em Meios Desordenados Teoria Quântica de Campos em Meios Desordenados Instituto de Física Teórica - UNESP Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas - RJ 2011 1 Publicações 2 Quantização estocástica 3 Meios desordenados 4 Conclusões

Leia mais

INTRODUÇÃO À RELATIVIDADE GERAL - Aula 4 p. 1

INTRODUÇÃO À RELATIVIDADE GERAL - Aula 4 p. 1 INTRODUÇÃO À RELATIVIDADE GERAL - Aula 4 Victor O. Rivelles Instituto de Física Universidade de São Paulo rivelles@fma.if.usp.br http://www.fma.if.usp.br/ rivelles/ XXI Jornada de Física Teórica 2006 INTRODUÇÃO

Leia mais

Teoria da Relatividade Restrita (1905) Parte III. Física Geral IV - FIS503

Teoria da Relatividade Restrita (1905) Parte III. Física Geral IV - FIS503 Teoria da Relatividade Restrita (1905) Parte III Física Geral IV - FIS503 1 Nesta aula: Efeito Doppler da Luz Momento Relativístico Energia Relativística Efeito Doppler do Som É a mudança na frequência

Leia mais

Mecânica II - FFI0111: Lista #3

Mecânica II - FFI0111: Lista #3 Mecânica II - FFI0111: Lista #3 Fazer até 11/04/2011 L.A.Ferreira ; Seg.Qua. 10:10 11:50 Estagiário: Gabriel Luchini 1 Problema 1 A equação de Newton é de segunda ordem no tempo. Você aprendeu que, para

Leia mais

Equações de Navier-Stokes

Equações de Navier-Stokes Equações de Navier-Stokes J. L. Baliño Escola Politécnica - Universidade de São Paulo Apostila de aula 2017, v. 1 Equações de Navier-Stokes 1 / 16 Sumário 1 Relações constitutivas 2 Conservação do momento

Leia mais

Relatividade Especial & Geral

Relatividade Especial & Geral Relatividade Especial & Geral Roteiro Relatividade Especial: Conceitos básicos e algumas conseqüências Paradoxo dos gêmeos Relatividade Geral: Conceitos básicos, conseqüências e aplicabilidade. Relatividade

Leia mais

Medindo parâmetros cosmológicos. Introdução à Cosmologia 2012/02

Medindo parâmetros cosmológicos. Introdução à Cosmologia 2012/02 Medindo parâmetros cosmológicos Introdução à Cosmologia 2012/02 Até agora... Universo de Friedmann: Espacialmente homogêneo e isotrópico; Expande com fator de escala a(t): Obedece a Lei de Hubble: { Espaço-tempo

Leia mais

Dinâmica da partícula fluida

Dinâmica da partícula fluida Dinâmica da partícula fluida J. L. Baliño Escola Politécnica - Universidade de São Paulo Apostila de aula 2017, v.1 Dinâmica da partícula fluida 1 / 14 Sumário 1 Tipo de forças 2 Dinâmica da partícula

Leia mais

3 Cálculo Variacional

3 Cálculo Variacional 3 Cálculo Variacional Este capítulo tem por objetivo fundamentar e fornecer ferramentas para a discussão dos capítulos que virão, onde os sistemas tratados serão formulados através de uma segunda forma,

Leia mais

Introdução Equações médias da turbulência Estrutura turbulenta de cisalhamento Transporte de energia cinética turbulenta. Turbulência. J. L.

Introdução Equações médias da turbulência Estrutura turbulenta de cisalhamento Transporte de energia cinética turbulenta. Turbulência. J. L. Turbulência J. L. Baliño Escola Politécnica - Universidade de São Paulo Apostila de aula 2017, v. 1 Turbulência 1 / 29 Sumário 1 Introdução 2 Equações médias da turbulência 3 Estrutura turbulenta de cisalhamento

Leia mais

Aula 02 : EM-524. Capítulo 2 : Definições e Conceitos Termodinâmicos

Aula 02 : EM-524. Capítulo 2 : Definições e Conceitos Termodinâmicos Aula 02 : EM-524 Capítulo 2 : Definições e Conceitos Termodinâmicos 1. Termodinâmica Clássica; 2. Sistema Termodinâmico; 3. Propriedades Termodinâmicas; 4. As propriedades termodinâmicas pressão, volume

Leia mais

A Energia Escura. Eduardo Cypriano. June 24, 2009

A Energia Escura. Eduardo Cypriano. June 24, 2009 June 24, 2009 Aceleração Cósmica A evidêcias obtidas através da RCF e principalmente das SNe tipo Ia indicam que o Universo está numa fase de expansão acelerada. Esse tipo de comportamento não pode ser

Leia mais

POTENCIAIS TERMODINÂMICOS

POTENCIAIS TERMODINÂMICOS Universidade Federal de Juiz de Fora POTENCIAIS TERMODINÂMICOS Grupo: Anna Beatriz Cruz Fontes Bernardo Soares Pereira Ferreira Dyhogo Garcia Fonseca Ruan Silva de Deus Thiago do Vale Cabral JUIZ DE FORA

Leia mais

superfície que envolve a distribuição de cargas superfície gaussiana

superfície que envolve a distribuição de cargas superfície gaussiana Para a determinação do campo elétrico produzido por um corpo, é possível considerar um elemento de carga dq e assim calcular o campo infinitesimal de gerado. A partir desse princípio, o campo total em

Leia mais

Equações de conservação e Equações constitutivas

Equações de conservação e Equações constitutivas Equações de conservação e Equações constitutivas Profa. Mônica F. Naccache naccache@puc-rio.br Sala 153-L, R 1174 http://naccache.usuarios.rdc.puc-rio.br/cursos/fnnip.html Soluções de escoamentos Equações

Leia mais

Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ. 1º. semestre de 2010 Aula 4 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.4

Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ. 1º. semestre de 2010 Aula 4 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.4 Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ 1º. semestre de 2010 Aula 4 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.4 Equação da Difusão Um problema importante para vários ramos da Física é saber como

Leia mais

Conceitos pré-relativísticos. Transformações de Galileu. Princípio da Relatividade de Galileu. Problema com a dinâmica newtoniana

Conceitos pré-relativísticos. Transformações de Galileu. Princípio da Relatividade de Galileu. Problema com a dinâmica newtoniana Vitor Oguri Conceitos pré-relativísticos Transformações de Galileu Princípio da Relatividade de Galileu Problema com a dinâmica newtoniana O espaço-tempo de Einstein Medições de tempo Medições de distância

Leia mais

Equações de Navier-Stokes

Equações de Navier-Stokes Equações de Navier-Stokes Para um fluido em movimento, a pressão (componente normal da força de superfície) é diferente da pressão termodinâmica: p " # 1 3 tr T p é invariante a rotação dos eixos de coordenadas,

Leia mais

18 1ª LEI DA TERMODINÂMICA

18 1ª LEI DA TERMODINÂMICA FÍSICA Professor Ricardo Fagundes MÓDULO 18 1ª LEI DA TERMODINÂMICA 1ª LEI DA TERMODINÂMICA Energia interna (U): a energia interna de um gás é a soma das energias cinéticas das partículas que o compõe

Leia mais

Ney Lemke. Departamento de Física e Biofísica

Ney Lemke. Departamento de Física e Biofísica Revisão Matemática Ney Lemke Departamento de Física e Biofísica 2010 Vetores Sistemas de Coordenadas Outline 1 Vetores Escalares e Vetores Operações Fundamentais 2 Sistemas de Coordenadas Coordenadas Cartesianas

Leia mais

POTENCIAL ELÉTRICO. Prof. Bruno Farias

POTENCIAL ELÉTRICO. Prof. Bruno Farias CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR UNIDADE ACADÊMICA DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: FÍSICA III POTENCIAL ELÉTRICO Prof. Bruno Farias Introdução Um dos objetivos da Física é determinar

Leia mais

Resolução das questões objetivas* da 1ª e da 2ª Prova de Física II Unificada do Período UFRJ

Resolução das questões objetivas* da 1ª e da 2ª Prova de Física II Unificada do Período UFRJ Resolução das questões objetivas* da ª e da ª Prova de Física II Unificada do Período 0.-UFRJ *Assuntos: Termodinâmica, Hidrodinâmica e Hidrostática. Resolução: João Batista F. Sousa Filho (Graduando Engenharia

Leia mais

Teorias Alternativas de Gravitação - Implicações nos Estudos de Ondas Gravitacionais

Teorias Alternativas de Gravitação - Implicações nos Estudos de Ondas Gravitacionais Teorias Alternativas de Gravitação - Implicações nos Estudos de Ondas Gravitacionais Orientada por: Dr. José Carlos N. de Araujo Co-orientada por: Dr. Márcio Alves INPE 2 de maio de Relatividade Geral

Leia mais

Notas de aula resumo de mecânica. Prof. Robinson RESUMO DE MECÂNICA

Notas de aula resumo de mecânica. Prof. Robinson RESUMO DE MECÂNICA RESUMO DE MECÂNICA Ano 2014 1 1. DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA 1.1. O referencial inercial. O referencial inercial é um sistema de referência que está em repouso ou movimento retilíneo uniforme ao espaço absoluto.

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA ENG 008 Fenômenos de Transporte I A Profª Fátima Lopes

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA ENG 008 Fenômenos de Transporte I A Profª Fátima Lopes Fluido Newtoniano Viscosidade dos fluidos: Definimos fluido como uma substância que se deforma continuamente sob a ação de um esforço cisalante. Na ausência deste esforço, ele não se deformará. Os fluidos

Leia mais

Eletromagnetismo I. Preparo: Diego Oliveira. Aula 4

Eletromagnetismo I. Preparo: Diego Oliveira. Aula 4 Eletromagnetismo I Prof. Ricardo Galvão - 2 emestre 2015 Preparo: Diego Oliveira Aula 4 Equações de Maxwell O livro texto inicia a apresentação de Eletromagnetismo pela Eletrostática. No entanto, antes

Leia mais

Potencial Elétrico. Energia. Energia pode ser vista como trabalho armazenado, ou capacidade de realizar trabalho.

Potencial Elétrico. Energia. Energia pode ser vista como trabalho armazenado, ou capacidade de realizar trabalho. Eletricidade e Magnetismo - IME Potencial Elétrico Oliveira Ed. Basilio Jafet sala 202 crislpo@if.usp.br Energia Energia pode ser vista como trabalho armazenado, ou capacidade de realizar trabalho. Equipamentos

Leia mais

Teoria Clássica de Campos

Teoria Clássica de Campos Teoria Quântica de Campos I 7 No passo (1) o que estamos fazendo é quantizar (transformar em operadores) uma função definida em todo espaço (um campo) e cuja equação de movimento CLÁSSICA é de Dirac ou

Leia mais

Tópicos Especiais em Física

Tópicos Especiais em Física Tópicos Especiais em Física Vídeo-aula 2: cosmologia e relatividade geral Vídeo-aula 2: cosmologia e relatividade geral 18/06/2011 Cosmologia: aspectos históricos Fundamentos da Relatividade Geral Cosmologia

Leia mais

Constante Cosmológica e Energia Escura

Constante Cosmológica e Energia Escura mailto:ronaldo@astro.iag.usp.br 11 de junho de 2007 1 As Supernovas e o Universo Acelerado Supernovas Como Indicadores de Distância Calibração das Curvas de Luz Supernovas e a Geometria do Universo O Universo

Leia mais

RELATIVIDADE ESPECIAL

RELATIVIDADE ESPECIAL 1 RELATIVIDADE ESPECIAL AULA N O 4 ( Tensor Eletromagnético Equação de Onda ) Vamos buscar entender o conceito de força, não eatamente sobre a sua origem, mas sim sobre um mais profundo conceito de força.

Leia mais

FÍSICA-MATEMÁTICA RUDI GAELZER (INSTITUTO DE FÍSICA - UFRGS)

FÍSICA-MATEMÁTICA RUDI GAELZER (INSTITUTO DE FÍSICA - UFRGS) FÍSICA-MATEMÁTICA RUDI GAELZER (INSTITUTO DE FÍSICA - UFRGS) Apostila preparada para as disciplinas de Física- Matemática ministradas para os Cursos de Bacharelado em Física do Instituto de Física da Universidade

Leia mais

4 SOLUÇÕES ANALÍTICAS

4 SOLUÇÕES ANALÍTICAS 4 SOLUÇÕES ANALÍTICAS 4 Desenvolvimento Dentre os mais diversos tipos de estruturas que fazem uso de materiais compósitos, os tubos cilindricos laminados são um caso particular em que soluções analíticas,

Leia mais

Capítulo I Introdução

Capítulo I Introdução Capítulo I Introdução No contexto filosófico e científico atual, é consenso que o ser humano não ocupa nenhuma posição privilegiada no universo, assim como nada indica que haja alguma orientação espacial

Leia mais

A radiação de uma estrela cai com quadrado da distância, enquanto o número de estrelas aumenta com o quadrado da distância,

A radiação de uma estrela cai com quadrado da distância, enquanto o número de estrelas aumenta com o quadrado da distância, Cosmologia Observação Cosmológicas : 1)Paradoxo de Olbers. A mais simple observação cosmológica e que a noite e escura. Este fato chamou a atenção de Kepler, Galileo, Halley. Olbers em 1826, explicou que

Leia mais

2. No instante t = 0, o estado físico de uma partícula livre em uma dimensão é descrito pela seguinte função de onda:

2. No instante t = 0, o estado físico de uma partícula livre em uma dimensão é descrito pela seguinte função de onda: Universidade Federal do Pará Instituto de Ciências Exatas e Naturais Programa de Pós-Graduação em Física Exame de Seleção - Data: 03/08/2011 Nome do Candidato: Nível: Mestrado Doutorado 1. No cálculo da

Leia mais

Transferência de Calor

Transferência de Calor Transferência de Calor Escoamento Sobre uma Placa Plana Filipe Fernandes de Paula filipe.paula@engenharia.ufjf.br Departamento de Engenharia de Produção e Mecânica Faculdade de Engenharia Universidade

Leia mais

Resolução da 1ª Prova de Física II Unificada do Período UFRJ. Assuntos: Termodinâmica, Hidrodinâmica e Hidrostática.

Resolução da 1ª Prova de Física II Unificada do Período UFRJ. Assuntos: Termodinâmica, Hidrodinâmica e Hidrostática. Resolução da ª Prova de Física II Unificada do Período 04.-UFRJ Assuntos: Termodinâmica, Hidrodinâmica e Hidrostática. Resolução: João Batista F. Sousa Filho (Graduando Engenharia Civil 04.) Contato: contatoengenhariafacil@gmail.com

Leia mais

EUF. Exame Unificado

EUF. Exame Unificado EUF Exame Unificado das Pós-graduações em Física Para o segundo semestre de 016 Respostas esperadas Parte 1 Estas são sugestões de possíveis respostas Outras possibilidades também podem ser consideradas

Leia mais

Modelos e técnicas para epidemias na rede

Modelos e técnicas para epidemias na rede Modelos e técnicas para epidemias na rede Wellington G. Dantas 4 de março de 2010 W. G. Dantas () Modelos e técnicas 4 de março de 2010 1 / 28 1 Sistemas em equiĺıbrio e fora-do-equiĺıbrio Condições de

Leia mais

Mecânica Clássica I 2011/2012

Mecânica Clássica I 2011/2012 Mecânica Clássica I 2011/2012 Constança Providência Gabinete D.44 Departamento de Física Universidade de Coimbra Horário de atendimento: quarta-feira das 11h30-12h30 quinta-feira das 10h30-12h30 Bibliografia

Leia mais

Simetrias e grandezas conservadas

Simetrias e grandezas conservadas Capítulo 1 Simetrias e grandezas conservadas Na Mecânica Clássica, o teorema de Noether nos ensinou que simetrias em sistemas físicos levavam a correspondentes grandezas conservadas durante o movimento.

Leia mais

Revisão, apêndice A Streeter: SISTEMAS DE FORÇAS, MOMENTOS, CENTROS DE GRAVIDADE

Revisão, apêndice A Streeter: SISTEMAS DE FORÇAS, MOMENTOS, CENTROS DE GRAVIDADE UNVERSDDE FEDERL D BH ESCOL POLTÉCNC DEPRTMENTO DE ENGENHR QUÍMC ENG 008 Fenômenos de Transporte Profª Fátima Lopes FORÇS HDRÁULCS SOBRE SUPERFÍCES SUBMERSS Revisão, apêndice Streeter: SSTEMS DE FORÇS,

Leia mais

Fundamentos da Mecânica dos Fluidos

Fundamentos da Mecânica dos Fluidos Fundamentos da Mecânica dos Fluidos 1 - Introdução 1.1. Algumas Características dos Fluidos 1.2. Dimensões, Homogeneidade Dimensional e Unidades 1.2.1. Sistemas de Unidades 1.3. Análise do Comportamentos

Leia mais

ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Departamento de Engenharia Mecânica

ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Departamento de Engenharia Mecânica ESCA PITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃ PAU Avenida Professor Mello Moraes, nº 31. cep 558-9, São Paulo, SP. Telefone: (xx11) 391 5337 Fax: (xx11) 3813 188 MECÂNICA II - PME 3 Primeira Prova de abril de 17

Leia mais

6 Escoamentos Incompressíveis

6 Escoamentos Incompressíveis 6 Escoamentos Incompressíveis Fluidos em movimento estão presentes em toda a natureza: o sangue no corpo humano, as correntes marítimas, os ventos, os fluxos de água, o fluxo ao redor de aerofólios, a

Leia mais

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR UNIDADE ACADÊMICA DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: FÍSICA I EQUILÍBRIO. Prof.

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR UNIDADE ACADÊMICA DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: FÍSICA I EQUILÍBRIO. Prof. CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR UNIDADE ACADÊMICA DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: FÍSICA I EQUILÍBRIO Prof. Bruno Farias Introdução Neste capítulo vamos aprender: As condições que

Leia mais

Gil de Oliveira Neto

Gil de Oliveira Neto Gil de Oliveira Neto 1. Motivações; 2. Relatividade Geral Quântica; 3. Cosmologia Quântica; 4. Um Modelo para o Início do Universo; 5. Conclusões. 1. Relatividade Geral Clássica; 2. Cosmologia Moderna;

Leia mais

Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) Segunda prova de seleção para ingresso em 2012/2. Nome: Data: 13/08/2012

Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) Segunda prova de seleção para ingresso em 2012/2. Nome: Data: 13/08/2012 Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) Programa de Pós-Graduação em Física Segunda prova de seleção para ingresso em 2012/2 Nome: Data: 13/08/2012 1 Seção A: Mecânica Clássica Uma nave espacial cilíndrica,

Leia mais

Noções de Astronomia e Cosmologia. Aula 15 Cosmologia Parte II

Noções de Astronomia e Cosmologia. Aula 15 Cosmologia Parte II Noções de Astronomia e Cosmologia Aula 15 Cosmologia Parte II Modelo cosmológico atual Parâmetros Cosmológicos São determinados experimentalmente Constante de Hubble Densidade de matéria Idade do universo

Leia mais

INTRODUÇÃO À COSMOLOGIA

INTRODUÇÃO À COSMOLOGIA INTRODUÇÃO À COSMOLOGIA O UNIVERSO EM GRANDE ESCALA O mapa mostra a maior estrutura conhecida no universo: o Sloan Great Wall. Nenhuma estrutura maior do que 300 Mpc é observada. Esta distribuição de matéria

Leia mais

Os vórtices da turbulência bidimensional

Os vórtices da turbulência bidimensional file:///c:/users/utilizador/documents/ficheiros%20universidade/diversos/bolsa%20gulbenkian/2008.09/hurricane%5b1%5d.jpg Os vórtices da turbulência bidimensional Seminário Diagonal 27/05/2009 José Ricardo

Leia mais

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Departamento de Estudos Básicos e Instrumentais Mecânica dos Fluidos Física II Prof. Roberto Claudino Ferreira ÍNDICE ) - Introdução; ) - Densidade; 3) - Pressão;

Leia mais

CSE-MME Revisão de Métodos Matemáticos para Engenharia

CSE-MME Revisão de Métodos Matemáticos para Engenharia CSE-MME Revisão de Métodos Matemáticos para Engenharia Engenharia e Tecnologia Espaciais ETE Engenharia e Gerenciamento de Sistemas Espaciais L.F.Perondi Engenharia e Tecnologia Espaciais ETE Engenharia

Leia mais

Componente Química 11ºAno Professora Paula Melo Silva Unidade 1 Mecânica 1.1. Tempo, posição e velocidade

Componente Química 11ºAno Professora Paula Melo Silva Unidade 1 Mecânica 1.1. Tempo, posição e velocidade Referencial e posição: coordenadas cartesianas em movimentos retilíneos Componente Química 11ºAno Professora Paula Melo Silva Unidade 1 Mecânica 1.1. Tempo, posição e velocidade Distância percorrida sobre

Leia mais

Desenvolvimento de um modelo de ensino da Física

Desenvolvimento de um modelo de ensino da Física Desenvolvimento de um modelo de ensino da Física Modelação ou desenvolvimento de um modelo Processo cognitivo de aplicação dos princípios de uma teoria para produzir um modelo de um objecto físico ou de

Leia mais

Mecânica dos Fluidos Formulário

Mecânica dos Fluidos Formulário Fluxo volúmétrico através da superfície Mecânica dos Fluidos Formulário Fluxo mássico através da superfície Teorema do transporte de Reynolds Seja uma dada propriedade intensiva (qtd de por unidade de

Leia mais

Ferramentas matemáticas

Ferramentas matemáticas Ferramentas matemáticas Diferenciais exactas As variações infinitesimais de grandezas funções de variáveis de estado dizem-se diferenciais exactas. Sejam x e y duas variáveis de estado (T, P,, L, Γ, M,

Leia mais

Prof. Rodrigo Negreiros UFF XI Escola do CBPF

Prof. Rodrigo Negreiros UFF XI Escola do CBPF Prof. Rodrigo Negreiros UFF XI Escola do CBPF I. Introdução. Aula I II. Visão geral de estrelas compactas. III. Física nuclear relativística. Aula II IV. Estrelas de Nêutrons no contexto da física nuclear.

Leia mais

1 CENTRO DE MASSA. da garrafa se concentra ali e que a força P que a garrafa sofre está concentrada sobre esse ponto.

1 CENTRO DE MASSA. da garrafa se concentra ali e que a força P que a garrafa sofre está concentrada sobre esse ponto. ENGENHARIA 1 CENTRO DE MASSA Quando estudamos partículas, tratamos de objetos bem simples, como por exemplo uma bola. No futebol, quando o goleiro chuta a bola em direção ao centro do campo, podemos enxergar

Leia mais

Tunelamento em Teoria Quântica de Campos

Tunelamento em Teoria Quântica de Campos Tunelamento em Teoria Quântica de Campos Leonardo Peixoto de Moura Orientador: Prof. Dr Gabriel Flores Hidalgo March 29, 2017 Sumário 1 Introdução 2 N-dimensional 3 T.C. 4 Método de Aproximação 5 Método

Leia mais

Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque. Física Geral I ( ) - Capítulo 07. I. Paulino*

Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque. Física Geral I ( ) - Capítulo 07. I. Paulino* ROTAÇÃO Física Geral I (1108030) - Capítulo 07 I. Paulino* *UAF/CCT/UFCG - Brasil 2012.2 1 / 25 Translação e Rotação Sumário Definições, variáveis da rotação e notação vetorial Rotação com aceleração angular

Leia mais