UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE

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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE ASSÉDIO MORAL E ÉTICO NAS EMPRESAS Por: CRISTINA DA SILVA EGYPTO Orientador Profª Ana Cristina Guimarães Rio de Janeiro

2 2 2005

3 3 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE ASSÉDIO MORAL E ÉTICO NAS EMPRESAS Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Estratégica e Qualidade. Por: Cristina da Silva Egypto

4 4 AGRADECIMENTOS O meu grato e mais profundo carinho a todos que direta ou indiretamente enriqueceram esta monografia com suas gotas de luz, principalmente ao João de Souza, minha mola mestra, que sempre presente soube amortecer e/ou impulsionar os meus momentos mais delicados. A cada um de vocês meu muito obrigado.

5 5 DEDICATÓRIA Ao ser humano que tem duas opções na vida: ou viver resignadamente consigo mesmo e com tudo que o cerca, ou viver de modo desafiador, buscando a felicidade.

6 6 RESUMO São freqüentes as queixas sobre falta de ética na sociedade, na política, nas empresas até mesmo nos meios esportivos, culturais e religiosos. A sociedade contemporânea valoriza comportamentos que praticamente excluem qualquer possibilidade de cultivo de relações éticas e morais. É fácil verificar que o desejo obsessivo e consumo da maior quantidade possível de bens materiais é o valor central na nova ordem estabelecida no mundo e que o prestígio social é concedido para quem consegue esses bens. Prevalece o desprezo ao tradicional, o culto à massificação e mediocridade que não ameaçam e que permitem a manipulação fácil das pessoas. Um dos campos mais carentes, no que diz respeito à aplicação da ética e da moral é o do trabalho e exercício profissional. O individualismo extremo, muitas vezes associado à falta de ética pessoal, tem levado alguns profissionais a defender seus interesses particulares acima dos interesses das empresas em que trabalham, colocando-as em risco. O comportamento aético, por parte de diferentes profissionais, promove um comportamento duvidoso e por vezes abusivo. Ao retratar o assédio moral é preciso ter em mente que este tipo de comportamento é o reflexo antiético que ameaça a integridade física ou psíquica de uma pessoa. Esta monografia ao abordar o tema propõe a conscientização das pessoas de um problema grave, uma vez que ocorre em qualquer lugar, e seu poder de destruição não depende da situação e sim da intenção do agressor e intensidade da agressão. Capítulo I Þ tratará da conceituação e definição de ética e moral e seu papel nas empresas.

7 7 Capítulo II Þ tem como objetivo apresentar o assédio moral como um fenômeno coexistente nas organizações, explorando as diversas definições e caracterizando-o como um distúrbio a ser identificado, combatido e corrigido. Capítulo III Þ Apresenta o papel do agressor, sua característica e suas estratégias. Capítulo IV Þ Verifica-se através da definição da vítima, os atributos de relacionamentos, conseqüências do ato, como a humilhação e problemas de saúde, perda da auto-estima e proposta de sinergia entre o agressor e o agredido. Capítulo V Þ Um breve apanhado das leis e dos projetos de lei em vigor no território nacional.

8 8 METODOLOGIA Foram utilizados artigos publicados em revistas, livros, jornais; artigos e monografias disponíveis na internet, amplamente utilizados nos processos de metodologia científica, sendo encontrado em bibliotecas, sites organizadores dos temas abordados e de pesquisa na Web. Foi observado o amplo interesse pelo tema, que se reflete em áreas afins, inclusive legislativa. Para se livrar da responsabilidade, busca-se um culpado; alguém que possa assumir sozinho esta situação. Este artigo vem questionar esta atitude e propõe discutir o assédio moral e ético a partir de outras variáveis que também influenciam na qualidade de vida. Os artigos e monografias apresentados em diferentes Seminários e Congressos apresentados nos sites assediomoral.org.br, assediomoral.com.br, filosofia.org.br entre outros, as revista eletrônica da uemg, sitientibus da uefs e livros relacionados em nossa referência bibliográfica.

9 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I ÉTICA E MORAL 14 CAPITULO II ASSÉDIO MORAL 21 CAPÍTULO III O AGRESSOR 31 CAPÍTULO IV A VÍTIMA 35 CAPÍTULO V LEIS E JUSTIÇA 39 CONCLUSÃO 44 ANEXOS 46 REFERÊNCIAS 62 ÍNDICE 67 FOLHA DE AVALIAÇÃO 69

10 10

11 11 INTRODUÇÃO Vivemos um mundo selvagem de homens explorando homens. Um mundo mercenário onde vale quem tem mais.1 Nestes tempos de globalização e reestruturação competitiva, as empresas que se preocupam com a ética e conseguem converter suas preocupações em práticas efetivas, mostram-se mais capazes de competir com o sucesso e conseguem obter não apenas a satisfação e a motivação dos seus profissionais, mas também resultados compensadores em seus negócios. A ética tem sido o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade. Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões etc. Também é verdade que a ética não garante o progresso moral da humanidade O fato de que os seres humanos são capazes de concordar minimamente entre si sobre princípios como justiça, igualdade de direitos, dignidade da pessoa humana, cria chances para esses princípios possam vir a ser postos em prática. Ética, princípios ou pautas da conduta humana, também denominada filosofia moral. Como ramo da filosofia é considerada uma ciência normativa. É milenar, desde os trabalhos de Pitágoras, no séc VI a.c., e se irmana quer nos fragmentos que chegam de escritos antiqüíssimos, quer na obra específica de Aristóteles (Ética a Nicômaco, Livro I,4). 1 GONÇALVES(2005 site

12 12 Na verdade, teríamos uma concepção segura sobre Ética na definição de Aristóteles: para o homem não existe maior felicidade que a virtude e a razão (A política. Livro IV, Cap 1). Menos rigorosos, os filósofos estóicos apresentam a Ética como uma conduta voltada à realidade de cada época, portanto, mutável. O que confirma a forma de entender a conduta humana em relação a diversos ilustres pensadores. Thomas Hobbes (1651), filósofo inglês, em Leviatã, cap. XIII considerava que o homem não assegura para si prazer na convivência uns dos outros quando inexiste um poder capaz de manter a todos em respeito. Asseverava que os seres humanos são maus e necessitam de um estado forte para que os reprima. Baruch Spinoza (1677) filósofo holandês a razão humana é o critério para uma conduta correta e só as necessidades e interesses do homem determinam o que pode ser considerado bom e mau, o bem e o mal. Entendendo que desejar o bem para si mesmo é uma condicionante relevante, mas que conhecer a natureza divina é algo que tudo se sobrepõe (Ethica, ordine geométrico demonstrata). Uma das maiores contribuições a Ética foi a de Immanuel Kant (filósofo alemão), em fins do século XVIII. Segundo ele, a moralidade de um ato não deve ser julgada por suas conseqüências, mas apenas por sua motivação ética. Partindo do pressuposto que a razão guia a moral e que três são os pilares em que se sustenta: Deus, liberdade e imortalidade. Diversos outros pensadores também cuidaram da Ética, sob prismas repetitivos, vez ou outra atribuindo pequenos detalhes, mas de forma que de essência. Pensadores Modernos e Contemporâneos como Augusto Comte (francês), pai do positivismo, reforçou a moral do altruísmo. Herbert Spencer (inglês), defensor da ética biológica, acredita em uma ética evolutiva, onde através das experiências consecutivas o homem vai adaptando-se às mutações

13 13 da vida e termina por estabelecer os costumes que passa a influir sobre as condutas. Bertrand Russell, escocês (1919) negou à ética sua condição científica ao afirmar que não possuía senão expressões de desejos. Reivindica a idéia de que os juízos morais expressam desejos individuais ou hábitos aceitos. A seu ver, seres humanos completos são os que participam plenamente da vida social e expressam tudo que faz parte de sua natureza. Embora o termo ética seja empregado comumente como sinônimo da moral, a distinção se impõe. A primeira, moral propriamente dita, é a moral teórica, ao passo que a segunda seria ética, ou a moral prática. Vários pensadores, a exemplo de Karl Marx (1847), filósofo, político socialista alemão, sustentam que foi o trabalho que fundou a humanidade. O homem, dizem, seria essencialmente um bicho que trabalha. Mesmo os que não compartilham dessa visão devem concordar que o trabalho tem um papel central na constituição das sociedades e na vida dos indivíduos. O trabalho é uma dimensão essencial do mundo que conhecemos. Tanto que, ao defender o fim do trabalho, Robert Kurz (2003, p. 12) almeja uma transformação das sociedades contemporâneas. Com alastramento, partir das últimas décadas do século passado, da terceira Revolução Industrial baseada na difusão de novas tecnologias, como a microeletrônica, a robótica e a informática, e de novos modelos de produção e gestão, aliada ao neoliberalismo, um número crescente de indivíduos mundo afora se vê entre a cruz e a espada. De um lado, o desemprego, do outro, um trabalho a cada dia mais absorvente, exigente, instável, estressante.

14 14 No Japão, dezenas de famílias de vítimas de karoshi, a morte por excesso de trabalho, são indenizadas pelo governo todo ano. Os ingleses batem recordes de faltas ao trabalho em razão do estresse e gastam bilhões com terapias para combater o problema. No Brasil, a grande maioria das ocupações criadas nos últimos anos não é apenas precária e estressante: resultado de estratégias de sobrevivência no limite do desespero. No mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde, 30% dos trabalhadores têm sintomas de depressão, transtornos de ansiedade (como síndrome do pânico ou estresse). A insegurança tem aumentado tanto em relação à conquista e manutenção do emprego quanto à renda, já que parcelas crescentes dos ganhos são vinculados ao lucro e à produtividade. Fica difícil planejar o futuro e construir uma identidade associada á profissão e a grupos sociais com interesses semelhantes aos seus. (CARDOSO, 2003.p. 13, anexo1)2 Além da baixa renda e da ausência de garantias trabalhistas, as agressões físicas e/ou psíquicas sofridas pelo trabalhador levam a uma amostragem estatística de que um em cada cinco brasileiros sofre ou já sofreu pressão excessiva ou perseguição sistemática no ambiente de trabalho. Diante desses números não é de se estranhar o aumento das doenças relacionadas ao trabalho. Uma estimativa do Banco do Brasil, segundo a qual as lesões por esforço repetitivo (LER) atingem cerca de oito milhões de pessoas no País. Em seguida vêm transtornos como depressão e estresse, conta Sérgio Rodrigues, psiquiatra do Hospital das Clínicas, de São Paulo. A OMS estima que os transtornos depressivos, que hoje estão em quarto lugar no ranking das doenças mais onerosas, alcançarão o segundo lugar em E o estresse no trabalho é considerado um dos fatores determinantes da depressão. O estresse é um padrão de reação que prepara o organismo para a luta ou a fuga. Muito útil para um homem primitivo ao se deparar com um predador ou para um passante

15 15 qualquer em muitas ruas brasileiras, mas normais das vezes inadequado diante do chefe, colega ou cliente. Inadequação que se persistente e intensa, pode causar doença e morte. Segundo as pesquisas de Estelle Morin (2003, p. 16), as pessoas querem sim, trabalhar, mas sonham com um emprego que seja ético, divertido, útil um emprego que faça sentido. As reivindicações não são só utopia. A falta dessas qualidades está fazendo com que empregados literalmente enlouqueçam. No Canadá, companhias de seguros já ameaçam parar de pagar as despesas de saúde mental se as corporações não começarem a fazer algo para prevenir o problema. É importante que o trabalho seja moralmente correto, que possa ser comentado com tranqüilidade com as pessoas de seu círculo. Quando as pessoas consideram ética a atividade que desempenham, passam a obter o melhor de suas vidas. O propósito do trabalho, a busca da eficiência, e adequação as pressões do trabalho levam a satisfação pessoal quando há uma sobrecarga e a pessoa passa a esconder as tarefas que não consegue desempenhar bem, trabalha sem interesse e perde sua auto-estima. O ambiente de trabalho interage diretamente. Em um ambiente amistoso pode-se confiar uns nos outros, conversar e buscar soluções mais adequadas aos problemas apresentados, quando isso não ocorre, situações de risco aparecem e levam a resultados inadequados. 2 CARDOSO, Adalberto, especialista em sociologia do trabalho e professor do Instituto de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj).in CARTACAPITAL, 22 DE OUTUBRO DE 2003 pag..13)

16 16 CAPÍTULO I ÉTICA E MORAL Onde está a paz? Onde está a civilização, a ética e a boa vontade. 1.1 O CONCEITO Ethos - ética, em grego - designa a morada humana. O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente. A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma só vez. O ser humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para si. Ético significa, portanto tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: materialmente sustentável, psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda. Na ética há o permanente e o mutável. O permanente é a necessidade do ser humano de ter uma morada. Todos estão envolvidos com a ética, porque todos buscam uma moradia permanente. O mutável é o estilo com que cada grupo constrói sua morada. É sempre diferente, embora diferente e mutável, o estilo está a serviço do permanente: a necessidade de ter casa. A casa, nos seus mais diferentes estilos, deverá ser habitável. Quando o permanente e o mutável se casam, surge uma ética verdadeiramente humana.

17 17 De acordo com as diversas orientações filosóficas, surgem controvérsias quanto a denominação e conceituação da ética. Jacques Maritain em Filosofia moral (tradução de Alceu Amoroso Lima, Agir, 1964) realiza um estudo histórico e crítico de grandes sistemas do pensamento humano que considerou os mais significativos quanto à evolução e às aventuras da filosofia moral. Moral - do latim, mos, more - designa os costumes e as tradições. Quando um modo de ser organiza a casa é considerado bom a ponto de ser uma referência coletiva e ser reproduzido constantemente, surge então uma tradição. Assistimos, ao nível dos comportamentos humanos, ao nascimento da moral. Nesse sentido, moral está ligada a costumes e tradições específicas de cada povo, vinculada a um sistema de valores, próprio de cada cultura e de cada caminho espiritual. Por sua natureza, a moral é sempre plural. Existem muitas morais, tantas quantas culturas e se refletem em grupos. A moral dos yanomamis é diferente da moral dos garimpeiros. Existem morais de grupos dentro de uma mesma cultura: são diferentes: a moral do empresário, que visa o lucro e a moral o operário, que procura o aumento de salário. Aqui se trata da moral de classe. Todas as morais têm de estar a serviço da ética. Existem sistemas morais que permanecem inalterados por séculos. São renovadamente reproduzidos e vividos por determinadas populações ou regiões culturais. Por sua natureza, a moral se concretiza como sistema fechado.

18 18 Embora o termo ética seja empregado, comumente, como sinônimo de moral, a distinção se impõe. A primeira, moral propriamente dita, é a moral teórica, ao passo que a segunda seria a ética, ou moral prática. 1.2 ÉTICA X MORAL A ética e a moral se articulam, a ética assume a moral, quer dizer, o sistema fechado de valores vigentes e de tradições comportamentais. Ela respeita o enraizamento necessário de cada ser humano na realização de sua vida, para que não fique dependurada das nuvens. Mas a ética introduz uma operação necessária: abre esse enraizamento. Está atenta às mudanças históricas, às mentalidades e às sensibilidades cambiáveis, aos novos desafios derivados das transformações sociais.a ética acolhe transformações e mudanças que atendam a essas exigências. Sem essa abertura às mudanças, a moral se fossiliza e se transforma em moralismo. A ética, portanto, desinstala a moral. Impede que ela se feche sobre si mesma. Obriga a uma constante renovação no sentido de garantir a habitabilidade e a sustentabilidade da moradia humana: pessoal, social e planetária (BOEFF, Leonardo, www. suigeneris.pro.br/fili.sociaed07.htm). A moral representa um conjunto de atos, repetidos, tradicionais, consagrados. A ética corporifica um conjunto de atitudes que vão além desses atos. O ato, é sempre concreto e fechado em si mesmo. A atitude é sempre aberta à vida com suas incontáveis possibilidades. A ética nos possibilita a coragem de abandonar elementos obsoletos das várias morais.

19 19 Não basta ser apenas moral, apegado a valores de tradição. Isso é o reflexo de moralistas e tradicionalistas, fechados sobre o nosso sistema de valores. Cumpre ser ético. algumas pessoas pensam que a moral está ultrapassada nos dias que correm. Encaram com a moral como proibições puritanas descabidas que se destinam, sobretudo a evitar que as pessoas se divirtam. Os moralistas pretendem ser os defensores da moral em geral, mas o que defendem na realidade é uma determinação. A ética não é um sistema ideal nobre na teoria, mas inútil na prática. O inverso está na verdade: um juízo ético que seja mau na prática sofre necessariamente de um defeito teórico. (SINGER,2000, p.1) Na atualidade, falar sobre ética é um grande desafio. O mercado globalizado vem ampliando suas determinações e se tornando mais abrangente, criticando ambientes de trabalho não receptivos aos trabalhadores tradicionalmente discriminados, estigmatizados ou marginalizados. Nos dias de hoje, as empresas que quiserem competir nos mercados nacional e internacional, precisam manter uma sólida reputação de comportamento ético seja com seus clientes, seja com seus funcionários, uma vez que os bons resultados empresariais resultam de decisões morais e éticas. O comportamento ético deve fazer parte da política e de um código de conduta da empresa, para que possa despertar nos administradores de pessoas a consciência de como é possível errar na tentativa de padronizar as pessoas à nossa maneira, prejudicando com isso o indivíduo em primeiro plano e a organização posteriormente. Moral é um conjunto de valores e de regras de comportamento, um código de conduta que coletividades adotam, quer sejam uma nação, uma categoria social, uma comunidade religiosa ou uma organização. Enquanto ética diz respeito à disciplina teórica, ao estudo sistemático, a moral corresponde às representações imaginárias que dizem aos agentes sociais o que se espera deles, quais comportamentos são bem-vindos e quais não (SROUR, 2001) 3 3 Definição de Robert H. Srour sobre ética e moral.

20 ÉTICA CORPORATIVA Exercitar o individualismo está cada vez mais na moda. São dados passos largos para o estreitamento, em termos de avanço e conhecimento/informativo, daqueles menos preparados para o mercado produtivo e, cada vez mais, assistimos ao alargamento daqueles que contornam a economia buscando especialização e capacitação. Portanto, como entender a prática da ética corporativa? Como garantir coesão, compromisso e fidelidade dos colaboradores da empresa, uma vez que a concorrência para se sair bem no trabalho desencadeia mecanismos egoístas, cujo único intuito é se dar bem e garantir o emprego? Isso não é bom porque destrói o trabalho e permite entroncamentos desnecessários ao processo produtivo da corporação. Hoje empresários entendem que, se o grupo não está bem, seja qual for o motivo, o negócio da empresa estará radicalmente comprometido. No mundo dos negócios, a falta de ética pode ser um risco muito grande para distanciar as relações entre empregadores, clientes e empregados que para uma empresa funcionar bem, o fator humano deve ser valorizado; o lado humano fundamenta, nos dias atuais, a cultura empresarial, estrutura suas bases influindo nas decisões da empresa e abrem caminhos para acompanhar transições do novo milênio, transições impostas pelo mundo global e que hoje direcionam a economia mundial. A partir dessas mudanças na era do capital intelectual (gestão do conhecimento), o RH está cada vez mais comprometido para reconstruir tarefas voltadas ao empreendedorismo social e competitivo. É preciso dar continuidade ao processo educativo e formar um profissional comprometido com o interesse público. O conhecimento deve ser compartilhado para crescer, pois representa o bem de produção de uma empresa um ambiente criativo, informal, sorridente, sem permissividade, pois

21 21 só assim conquistará a confiança do colaborador, afim de que apóie os ideais da empresa para chegar às metas estabelecidas. 1.4 ÉTICA E PROFISSIONALISMO A partir da década de 90, as empresas têm dado uma atenção especial à ética corporativa promovendo debates com os funcionários e chegando, inclusive, a criar um instrumento que esclarece as diretrizes e as normas da organização: o código de ética. Através dessa ferramenta, tanto a empresa quanto o colaborador podem esclarecer dúvidas e evitar problemas..a elaboração de um código de ética próprio faz lembrar a época em que as empresas disseminaram seus planos de missão, valores e visão. Com isto as empresas deixavam claro para seus funcionários, clientes, fornecedores e acionistas a que vieram e onde queriam chegar COMISSÃO DE ÉTICA A criação de um código de ética elaborado pelas empresas é muito interessante, pois é uma forma prática e aberta da organização apresentar novamente aos seus funcionários, clientes, fornecedores e acionistas o modo de conduta da empresa, cumprindo assim um papel fundamental na consolidação da credibilidade perante a sociedade. As informações, recolhidas de diferentes áreas, como: Recursos Humanos, Marketing, Jurídica e outras, dará a base para a confecção do Código de Ética ( alguns chamam de Código de Conduta, Cartilha de Valores, Carta de Princípios). O Código de ética deverá conter: objetivos, definições, princípios gerais, abrangência, condutas aceitáveis e não aceitáveis.

22 22 Os Códigos de Ética oferecem a orientação necessária e estabelecem diretrizes para serem seguidas, visando manter um nível digno de conduta profissional. 1.5 ÉTICA E QUALIDADE NAS RELAÇÕES A atuação baseada nos princípios éticos e a busca de qualidade nas relações são responsabilidade social empresarial. Numa em que os negócios não podem ter segredos absolutos, a transparência passou a ser a alma do negócio: tornou-se ato social e um importante atributo positivo para a imagem pública e reputação, exigindo cada vez mais a adoção de padrões de conduta ética e moral que valorize a sociedade e o meio ambiente. A empresa é socialmente responsável quando vai além da obrigação de repassar impostos e observar as condições adequadas de segurança e saúde para os trabalhadores por acreditar que assim será uma empresa melhor e estará contribuindo para uma sociedade mais justa. A prática da responsabilidade social revela-se internamente na constituição do trabalho saudável e propício à realização profissional das pessoas. A empresa, com capacidade de recrutar e manter talentos, fator chave para seu sucesso na criatividade e inteligência são recursos cada vez mais valiosos.

23 23 CAPÍTULO II ASSÉDIO MORAL A qualidade de vida, aquela que tão apregoada nos meios de comunicação e nos manuais internos das organizações. Acorda! Assédio moral ou Violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho. A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho. A reflexão e o debate sobre o tema são recentes no Brasil, tendo ganhado força após a divulgação da pesquisa brasileira realizada por Dra. Margarida Barreto. Tema da sua dissertação de Mestrado em Psicologia Social foi defendida em 22 de maio de 2000 na PUC/ SP, sob o título "Uma jornada de humilhações". A primeira matéria sobre a pesquisa brasileira saiu na Folha de São Paulo, no dia 25 de novembro de 2000, na coluna de Mônica Bérgamo. Desde então o tema tem tido presença constante nos jornais, revistas, rádio e televisão, em todo país. O assunto vem sendo discutido amplamente pela sociedade, em particular no movimento sindical e no âmbito do legislativo. Em agosto do mesmo ano, foi publicado no Brasil o livro de MarieFrance Hirigoyen " Le Harcèlement Moral: la violence perverse au quotidien". O livro foi traduzido pela Editora Bertrand Brasil, com o título Assédio moral: a violência perversa no cotidiano.

24 24 No início do século XXI mais de 80 projetos de lei tramitam em diferentes municípios do país. Vários projetos já foram aprovados e, entre eles, destacamos: São Paulo, Natal, Guarulhos, Iracemápolis, Bauru, Jaboticabal, Cascavel, Sidrolândia, Reserva do Iguaçu, Guararema, Campinas, entre outros. No âmbito estadual, o Rio de Janeiro, que, desde maio de 2002, condena esta prática. Existem projetos em tramitação nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraná, Bahia, entre outros. No âmbito federal, há propostas de alteração do Código Penal e outros projetos de lei. 2.1 O QUE É ASSÉDIO MORAL? O Assédio Moral é todo comportamento abusivo (gesto, palavra e atitude) que ameaça, por sua repetição, a integridade física ou psíquica de uma pessoa, degradando o ambiente de trabalho. São microagressões, pouco graves se tomadas isoladamente, mas que, por serem sistemáticas, tornam-se muito destrutivas. Trata-se de um fenômeno íntimo e que causa vergonha a suas vítimas. Os profissionais a quem se poderia recorrer (médicos, psicólogos, advogados) duvidam dessas pessoas, que preferem ficar caladas. O medo do desemprego também contribui para o silêncio. O problema do assédio moral não é de agora. Há séculos que os trabalhadores são vítimas psicologicamente no local de trabalho, a diferença é que antigamente uns mandavam, outros obedeciam. Antes se pensava que isso era natural. Hoje as pessoas têm consciência de seus direitos. E a consciência tem sido o primeiro passo para a mudança.

25 25 A prática isolada das agressões não é prejudicial, entretanto a pessoa perde sua auto-estima a cada dia, quando essas agressões passam a ser constantes, levando o indivíduo a acreditar que as agressões são verdadeiras e que ele é realmente incapaz, o que torna o fenômeno ainda mais destruidor, pois uma pessoa sem sua estima não tem condições de raciocinar se realmente é ou não incapaz. Quando a agressão é fruto de uma discussão ou irritação, não caracteriza o início do assédio, principalmente se o agressor se retratar com um pedido de desculpas, por exemplo. Mas se este tipo de agressão se tornar repetitivo, e não ocorrer nenhum tipo de esforço de abrandá-las, é um início forte da prática do assédio moral fenômeno que assusta pela sua capacidade de destruição psíquica e física do assediado. Toda a prática é resultado de atos antiéticos do agressor e, caso esse agressor tenha uma posição de líder, esses atos tendem a contaminar todo o sistema organizacional, fazendo com que a empresa inicie a sua perda moral, cultural e principalmente ética. 2.2 ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.

26 26 Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o pacto da tolerância e do silêncio no coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, 'perdendo' sua auto-estima E O QUE É ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO? O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do novo' trabalhador: autônomo, flexível, capaz, competitivo, criativo, agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam para a demanda do mercado que procura a excelência e saúde perfeita. Estar apto significa responsabilizar os trabalhadores pela formação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da pobreza urbana e miséria, desfocando a realidade e impondo aos trabalhadores um sofrimento perverso. 2.3 HUMILHAÇÃO A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde

27 27 física e mental, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho. BARRETO (2000, Conceitua humilhação como um sentimento de ser ofendido/a, menosprezado/a, rebaixado/a, inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a, constrangido/a e ultrajado/a pelo outro/a. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a, mortificado/a, traído/a, envergonhado/a, indignado/a e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento. A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com diversos paises desenvolvidos. A pesquisa aponta para distúrbios da saúde mental relacionado com as condições de trabalho em países como Finlândia, Alemanha, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos. As perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois segundo a OIT e Organização Mundial da Saúde, estas serão as décadas do mal estar na globalização", onde predominará depressões, angústias e outros danos psíquicos, relacionados com as novas políticas de gestão na organização de trabalho e que estão vinculadas as políticas neoliberais FASES DA HUMILHAÇÃO NO TRABALHO A humilhação no trabalho envolve os fenômenos vertical e horizontal. O fenômeno vertical se caracteriza por relações autoritárias, desumanas e antiéticas, onde predomina os desmandos, a manipulação do medo, a competitividade, os programas de qualidade total associado a produtividade. Com a reestruturação e reorganização do trabalho, novas

28 28 características foram incorporadas à função: qualificação, polifuncionalidade, visão sistêmica do processo produtivo, rotação das tarefas, autonomia e flexibilização. Exige-se dos trabalhadores/as maior escolaridade, competência, eficiência, espírito competitivo, criatividade, qualificação, responsabilidade pela manutenção do seu próprio emprego (empregabilidade) visando produzir mais a baixo custo. A flexibilização inclui a agilidade das empresas diante do mercado, agora globalizado, sem perder os conteúdos tradicionais e as regras das relações industriais. Se para os empresários competir significa dobrar-se elegantemente ante as flutuações do mercado, com os trabalhadores não acontece o mesmo, pois são obrigados a adaptar-se e aceitar as constantes mudanças e novas exigências das políticas competitivas dos empregadores no mercado global. O fenômeno horizontal está relacionado à pressão para produzir com qualidade e baixo custo. O medo de perder o emprego e não voltar ao mercado formal favorece a submissão e fortalecimento da tirania. O enraizamento e disseminação do medo no ambiente de trabalho, reforça atos individualistas, tolerância aos desmandos e práticas autoritárias no interior das empresas que sustentam a cultura do contentamento geral. Enquanto os adoecidos ocultam a doença e trabalham com dores e sofrimentos, os sadios que não apresentam dificuldades produtivas, mas que carregam a incerteza de vir a tê-las, mimetizam o discurso das chefias e passam a discriminar os improdutivos, humilhando-os. A competição sistemática entre os trabalhadores incentivada pela empresa, provoca comportamentos agressivos e de indiferença ao sofrimento do outro. A exploração de mulheres e homens no trabalho explicita a excessiva freqüência de violência vivida no mundo do trabalho. A globalização da economia

29 29 provoca, ela mesma, na sociedade uma deriva feita de exclusão, de desigualdades e de injustiças, que sustenta, por sua vez, um clima repleto de

30 30 agressividades, não somente no mundo do trabalho, mas socialmente. Este fenômeno se caracteriza por algumas variáveis: Internalização, reprodução, reatualização e disseminação das práticas agressivas nas relações entre os pares, gerando indiferença ao sofrimento do outro e naturalização dos desmandos dos chefes. Dificuldade para enfrentar as agressões. Agressões da organização do trabalho e interagir em equipe. Rompimento dos laços afetivos entre os pares, relações afetivas frias e endurecidas, aumento do individualismo e instauração do 'pacto do silêncio' no coletivo. Comprometimento da saúde, da identidade e dignidade, podendo culminar em morte. Sentimento de inutilidade e coisificação. Descontentamento e falta de prazer no trabalho. Aumento do absenteísmo, diminuição da produtividade. Demissão forçada e desemprego. A organização e condições de trabalho, assim como as relações entre os trabalhadores condicionam em grande parte a qualidade da vida. O que acontece dentro das empresas é, fundamental para a democracia e os direitos humanos. Portanto, lutar contra o assédio moral no trabalho é estar contribuindo com o exercício concreto e pessoal de todas as liberdades fundamentais. É sempre positivo que associações, sindicatos, coletivos e pessoas sensibilizadas individualmente intervenham para ajudar as vítimas e para alertar sobre os danos a saúde deste tipo de assédio DANOS DA HUMILHAÇÃO À SAÚDE A humilhação constitui um risco invisível, porém concreto nas relações de trabalho e a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, revelando

31 31 uma das formas mais poderosas de violência sutil nas relações organizacionais, sendo mais freqüente com as mulheres e adoecidos. Sua reposição se realiza invisivelmente nas práticas perversas e arrogantes das relações autoritárias na empresa e sociedade. A humilhação repetitiva e prolongada tornou-se prática costumeira no interior das empresas, onde predomina o menosprezo e indiferença pelo sofrimento dos trabalhadores/as, que mesmo adoecidos/as, continuam trabalhando. Freqüentemente os trabalhadores/as adoecidos são responsabilizados/as pela queda da produção, acidentes e doenças, desqualificação profissional, demissão e conseqüente desemprego. São atitudes como estas que reforçam o medo individual ao mesmo tempo em que aumenta a submissão coletiva construída e alicerçada no medo. Por medo, passam a produzir acima de suas forças, ocultando suas queixas e evitando, simultaneamente, serem humilhados/as e demitidos/as. Os laços afetivos que permitem a resistência, a troca de informações e comunicações entre colegas, se tornam alvo preferencial de controle das chefias se alguém do grupo, transgride a norma instituída. A violência no intramuros se concretiza em intimidações, difamações, ironias e constrangimento do transgressor diante de todos, como forma de impor controle e manter a ordem. Em muitas sociedades, ridicularizar ou ironizar crianças constitui uma forma eficaz de controle, pois ser alvo de ironias entre os amigos é devastador e simultaneamente depressivo. Neste sentido, as ironias mostram-se mais eficazes que o próprio castigo. O/A trabalhador/a humilhado/a ou constrangido/a passa a vivenciar depressão, angustia, distúrbios do sono, conflitos internos e sentimentos confusos que reafirmam o sentimento de fracasso e inutilidade. As emoções são constitutivas de nosso ser, independente do sexo. Entretanto a manifestação dos sentimentos e emoções

32 32

33 33 nas situações de humilhação e constrangimentos são diferenciadas segundo o sexo: enquanto as mulheres são mais humilhadas e expressam sua indignação com choro, tristeza, ressentimentos e mágoas, estranhando o ambiente ao qual identificava como seu, os homens sentem-se revoltados, indignados, desonrados, com raiva, traídos e têm vontade de vingar-se. Sentem-se envergonhados diante da mulher e dos filhos, sobressaindo o sentimento de inutilidade, fracasso e baixa auto-estima. Isolam-se da família, evitam contar o acontecido aos amigos, passando a vivenciar sentimentos de irritabilidade, vazio, revolta e fracasso. Passam a conviver com depressão, palpitações, tremores, distúrbios do sono, hipertensão, distúrbios digestivos, dores generalizadas, alteração da libido e pensamentos ou tentativas de suicídios que configuram um cotidiano sofrido. É este sofrimento imposto nas relações de trabalho que revela o adoecer, pois o que adoece as pessoas é viver uma vida que não desejam, não escolheram e não suportam Sintomas do assédio moral na saúde. 2.4 A EXPLICITAÇÃO DO ASSÉDIO MORAL: Gestos, condutas abusivas e constrangedoras, humilhar repetidamente, inferiorizar, amedrontar, menosprezar ou desprezar, ironizar, difamar, ridicularizar, risinhos, suspiros, piadas jocosas relacionadas ao sexo, ser indiferente à presença do/a outro/a, estigmatizar os/as adoecidos/as pelo e para o trabalho, colocá-los/as em situações vexatórias, falar baixinho acerca da pessoa, olhar e não ver ou ignorar sua presença, rir daquele/a que apresenta dificuldades, não cumprimentar, sugerir que peçam demissão, dar tarefas sem sentido ou que jamais serão utilizadas ou mesmo irão para o lixo, dar tarefas através de terceiros ou colocar em sua mesa sem avisar, controlar o tempo de idas ao banheiro, tornar público algo íntimo do/a subordinado/a, não explicar a causa da perseguição, difamar, ridicularizar.

34 AS MANIFESTAÇÕES DO ASSÉDIO SEGUNDO O SEXO: Entrevistas realizadas com 870 homens e mulheres vítimas de opressão no ambiente profissional revelam como cada sexo reage a essa situação (em porcentagem). Com as mulheres: os controles são diversificados e visam intimidar, submeter, proibir a fala, interditar a fisiologia, controlando tempo e freqüência de permanência nos banheiros. Relaciona atestados médicos e faltas a suspensão de cestas básicas ou promoções. Com os homens: atingem a virilidade, preferencialmente.

35 35 CAPÍTULO III O AGRESSOR Julgar o bom e o belo. Julgar o pobre e o feio. Julgar sempre uns mais outros menos. A diferença entre o agressor e uma pessoa que já experimentou um ódio passageiro, apesar da falta de ética de ambos, é que no agressor essa experimentação do ódio é agravada pela perversidade que ele manipula e por esta situação lhe causar prazer, o que não ocorre nas pessoas "comuns", pois após ter experimentado o ódio, ele é seguido de um sentimento de arrependimento. Toda pessoa em crise pode ser levada a utilizar mecanismos perversos para defender-se. Os traços narcísicos de personalidade são muito comumente encontráveis (egocentrismo, necessidade de ser admirado, intolerância à crítica). Não são por si só patológicos. Além disso, já nos aconteceu, a todos, manipular outra pessoa visando obter uma vantagem, e todos já experimentamos um passageiro ódio destruidor. (HIGIGOYEN, 2003 p.139) 3.1 CARACTERISTICA DO AGRESSOR O agressor tem personalidade narcísica, sendo ela caracterizada da seguinte forma: - o sujeito tem um sendo grandioso da própria importância; - é absorvido por fantasias de sucesso ilimitado, de poder; - tem excessiva necessidade de ser admirado; - pensa que tudo lhe é devido;

36 36 - explora o outro nas relações interpessoais; - não tem a menor empatia; - inveja muitas vezes os outros; - dá provas de atitudes e comportamentos arrogantes Essa pessoa tem em sua personalidade a característica de se utilizar coisas que não são próprias dela, sugando a vítima esses atributos, não conseguindo estabelecer uma relação verdadeira, pois o sentimento de perversidade estará, nela, em evidência. O agressor julga-se superior e moralista com relação às outras pessoas em todos os aspectos, entretanto entendemos que esse sentimento é um conflito de personalidade, uma vez que esta de moralidade e superioridade não são verdadeiras, pois na realidade estes sentimentos são de deficiência, os quais serão satisfeitos por meio do assédio moral, que tem como um dos objetivos retirar da vítima o que ela tem de melhor, nem que para isso, os conceitos de moral e ética, até então presentes, porém não utilizados, sejam deixados de lado de uma vez por todas. Para tanto, a força do agressor está em não ter sensibilidade de qualquer natureza, são pessoas frias, com o objetivo único de satisfazer a sua necessidade de destruição e auto-realização. Para o agressor, quanto mais destruída a vítima se torna, mais prazer em assediar o agressor possui. Quando o agressor for, eventualmente questionado a respeito de sua conduta perversa, imediatamente retornará à condição "normal" podendo até se passar por vítima. Sendo, portanto, a vítima a única pessoa que se depara com a dupla personalidade do agressor, se torna difícil a comprovação para um superior imediato da prática do assédio moral, uma vez que o superior somente conhece a personalidade "normal" (falsificada) do agressor.

37 37 Para agredir, o agressor se utiliza de estratégias perversas, jamais imaginadas por pessoas possuidoras de moral e ética. Algumas táticas são utilizadas pelo agressor, com a finalidade de obter sucesso absoluto em suas agressões. São elas: recusar a comunicação direta, desqualificar e desacreditar a vítima, isolar, agregar tarefas inúteis à vítima, induzi-la ao erro, além de alguns casos ocorrer até o assédio sexual, agregado com as práticas utilizadas para o assédio moral. O nível hierárquico do agressor (quanto maior, melhor) contribui para que o assédio seja ele sexual ou moral, aconteça com mais facilidade, pois a vítima é amedrontada, é chantageada, fazendo com que ela se reduza a uma posição de impotência e se renda aos ataques perversos do agressor. Quando nos deparamos com pessoas com estas características, o melhor que a vítima tem a fazer é denunciar, expor o agressor sempre que possível e nunca se calar, se render a estas atitudes antiéticas e sem nenhuma moral. Denunciar sempre é a melhor medida a ser tomada. Se calar, é contribuir para o sucesso da agressão e auto-realização do agressor, uma vez que ele se fortalece a cada derrota da vítima, tendo como final da sua atitude perversa, que varia desde o pedido de demissão da vítima ou até a sua morte ESTRATÉGIAS DO AGRESSOR Escolher a vítima e isolar do grupo. Impedir de se expressar e não explicar o porquê. Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares. Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar.

38 38 Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gradativamente vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho. Destruir a vítima (desencadeamento ou agravamento de doenças pré- existentes). A destruição da vítima engloba vigilância acentuada e constante. A vítima se isola da família e amigos, passando muitas vezes a usar drogas, principalmente o álcool. Livrar-se da vítima que são forçados/as a pedir demissão ou são demitidos/as, freqüentemente, por insubordinação. Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.

39 39 CAPÍTULO IV A VÍTIMA Fui forjada nessa sociedade que sabe ser indulgente com suas próprias faltas e falhas, Mas que massacra os que estão fora de seu círculo de benefícios A vítima é vítima porque foi designada como tal pelo agressor. Torna-se o bode expiatório, responsável por todo o mal. Será daí em diante alvo da violência, evitando a seu agressor a depressão ou o questionamento. A vítima, enquanto tal, é inocente do crime pelo qual vai pagar. No entanto, mesmo as testemunhas da agressão desconfiam dela. Tudo se passa como se não pudesse existir uma vítima inocente. Imagina-se que ela tacitamente consinta, ou que seja cúmplice, conscientemente, ou não, de sua agressão. 4.1 QUEM SÃO AS VÍTIMAS? De acordo com Hirigoyen (2003), os funcionários-modelo são o alvo principal do agressor, uma vez que ele sente que poderá perder um funcionário em função de uma situação particular, como por exemplo, a gravidez de uma funcionária, pois ele terá que dividi-la com esta nova situação, fazendo com que o agressor acredite que a sua produtividade ou a sua capacidade irá diminuir. Contrariando o que seus agressores tentam fazer crer, as vítimas, de início, não são pessoas portadoras de qualquer patologia, ou particularmente frágeis. Pelo contrário, freqüentemente o assédio se inicia quando uma vítima reage ao autoritarismo de um chefe, ou se recusa a deixar-se subjugar. É sua capacidade de resistir à autoridade, apesar das pressões, que a leva a tornar-se um alvo. O assédio torna-se possível porque vem precedido de uma desvalorização da vítima pelo perverso, que é aceita e até caucionada posteriormente

40 40 pelo grupo. Essa depreciação dá uma justificativa a posteriori à crueldade exercida contra ela e leva a pensar que ela realmente merece o que lhe está acontecendo. No entanto, as vítimas não são francoatiradoras. Pelo contrário, encontramos entre elas inúmeras pessoas escrupulosas, que apresentam um "presenteísmo patológico": são empregados perfeccionistas, muito dedicados a seu trabalho, e que almejam ser impecáveis. Ficam até tarde no escritório, não hesitam em trabalhar nos fins de semana e vão trabalhar mesmo que estão doentes. (HIGIGOYEN, 2001, p. 162) Por outro lado, esse funcionário-modelo pode ameaçar a posição de liderança do agressor, uma vez que suas qualidades podem superar as do agressor, fazendo com que haja uma ascensão do funcionário na organização, colocando em risco a posição atualmente ocupada pelo agressor. Nesse caso, as pessoas estão competindo em função dos métodos de gerência atuais, os quais tentam estimular a pessoas, o que leva a comportamentos antiéticos, fazendo com que haja a prática do assédio moral que, uma iniciada, espalha-se rapidamente a todo o grupo, fazendo com que ele fique do lado do mais forte, ou seja, aquele que tema maior capacidade de influenciar a maioria, não importando qual a técnica utilizada, seja ela ética ou não. 4.2 O QUE A VÍTIMA DEVE FAZER? Resistir: anotar com detalhes todas as humilhações sofrida (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário). Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor.

41 41 Organizar. O apoio é fundamental dentro e fora da empresa. Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas. Ir sempre com colega de trabalho ou representante sindical. Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual resposta do agressor. Se possível mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo. Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para diretores e outras instancias como: médicos ou advogados do sindicato assim como: Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina ( Resolução do Conselho Federal de Medicina n.1488/98 sobre saúde do trabalhador). Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo. Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania. 4.3 PROBLEMAS À SAÚDE Quando vemos empregados perseguidos em seu próprio local de trabalho e propomos uma licença para tratamento, é raro que ela seja aceita: se eu parar vai ser pior, vão me fazer pagar caro por isso! O medo faz com que aceitem tudo (HIGIGOYEN, 2001, p. 162) As conseqüências do assédio moral são de vários tipos e são muito graves no que diz respeito à saúde. São depressões e, eventualmente suicídio. São também, distúrbios psicossomáticos muito importantes e muito graves.

42 42 Pessoas cuja saúde é destruída por distúrbios cardíacos, endócrinos e digestivos. Estes distúrbios às vezes são irreversíveis. O que podemos constatar é q eu quanto mais o assédio moral é prolongado, mais grave são as conseqüências à saúde. TABELA 1: SINTOMAS DO ASSÉDIO MORAL NA SAÚDE Sintomas Crises de choro Dores generalizadas Palpitações, tremores Sentimento de inutilidade Insônia ou sonolência excessiva Depressão Diminuição da libido Sede de vingança Aumento da pressão arterial Dor de cabeça Distúrbios digestivos Tonturas Idéia de suicídio Falta de apetite Falta de ar Passa a beber Tentativa de suicídio Fonte: BARRETO, 2000 PUC/SP Mulheres , ,3 16,2 13, Homens , ,6 33,2 15 3, , ,3

43 43 CAPÍTULO V LEIS E JUSTIÇA Se eu calar a minha voz diante da injustiça e mazelas do mundo, quem será por mim? Às vezes o Assédio Moral só pode ser resolvido com a intervenção da justiça, mas um julgamento só se estabelece a partir de provas concretas, por isso, para defender-se eficazmente, é preciso que se conheça bem seus direitos. Denunciar é o único meio para acabar com as agressões provenientes do assédio moral. A vítima precisa estar convicta de que realmente quer denunciar, pois toda a agressão sofrida e já adormecida em seu psicológico, despertará repentinamente, tendo o mesmo teor de agressão da situação em si. Mas para poder denunciar esta agressão, serão necessários alguns procedimentos, como por exemplo, uma ruptura definitiva com a empresa, também obter comprovantes comprovações de trocas de da ocorrência correspondências, do assédio, como: 's, testemunhas ocultas na empresa, ou até mesmo a gravação de conversas entre a vítima e o agressor. O assédio moral já existe há muito tempo, entretanto as pessoas não tinham condições de avaliar a gravidade, bem como a possibilidade de defesa, sabiam que existia a agressão, porém não sabiam como lidar com ela. A justiça atual prevê acusação penal desse tipo de delito, entretanto uma resolução adotada pela Assembléia das Nações Unidas, em anexo à declaração dos princípios fundamentais de justiça, relativo às vítimas de criminalidade e às vítimas de abuso de poder, define as vítimas desse tipo de abuso da seguinte forma: Entende-se por vítimas pessoas que, individual ou coletivamente,

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