EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA CAPITAL FORUM JOÃO MENDES JR.

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1 EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA CAPITAL FORUM JOÃO MENDES JR. Ação N.º ordinária. GILBERTO GERONIMO OLLER contra CGN CONSTRUTORA LTDA. e outro. CONTROLE 869 Leonel Kern Ernesto, CRC 1SP172076/O-0, Perito nomeado e compromissado nos autos do processo supra, às fls.160, vem mui respeitosamente peticionar à V. Excia. o que abaixo se segue: ENTREGA DE LAUDO COMPLEMENTAR DE RESPOSTA AOS COMENTÁRIOS AO SEU LAUDO PERICIAL, composto de folha de rosto assinado e Fls de Laudo e fls de anexos, totalizando fls numeradas e rubricadas. Nestes termos P.Deferimento. SÃO PAULO, 25 de Agosto de 2002 LEONEL KERN ERNESTO PERITO NOMEADO PELO JUÍZO

2 COMENTÁRIOS DA RÉ - GOLDFARB SOBRE O LAUDO PERICIAL A Ré ratifica o laudo pericial em todos os seus termos, principalmente quanto ao demonstrado que não existem valores a serem devolvidos ao Autor, ou seja, que não existe repetição do indébito, um dos pontos fundamentais da presente demanda (fls. 387, 388). Outrossim, é de se demonstrar que o Sr. Perito Judicial fez por bem constatar que metodologia utilizada para cálculo do valor das parcelas constantes do Instrumento Particular de Venda e Compra está correta (fls. 386), bem como que as parcelas estão sendo cobradas de acordo com o avençado contratualmente e com o permitido em lei, ressaltando-se que, o Sistema Francês de amortização está sendo aplicado corretamente. COMENTÁRIOS DO ASSISTENTE DO AUTOR G. OLLER SOBRE O LAUDO PERICIAL. Sumário Conclusivo Conforme comprova o Laudo Pericial apresentado, todas as alegações do Autor quanto à cobrança de juros antes da entrega das chaves do imóvel, atualização monetária destes mesmos juros indevidamente cobrados e a aplicação de juros capitalizados na operação de financiamento em questão são procedentes. Desta forma, a Perícia concluiu que o Autor é credor de R$ ,82 (dezesseis mil, novecentos e trinta reais e oitenta e dois centavos) em novembro de 2001, mais R$ 424,24 (quatrocentos e vinte e quatro reais e vinte e quatro centavos) em março de Tais valores a crédito do Autor, atualizados pela tabela prática de atualização monetária do Tribunal, equivaleriam a:

3 Data Valor Índice Índice Valor em Data Dez/01 Dez/01 nov/ ,82 26, , mar/98 424,24 21, , ,75 Total ,98 Nota do Perito: Vê-se que o I. Assistente Técnico do autor se enganou em sua interpretação do Resumo do Perito do Juízo, pois somou valores de d que já haviam sido somados com c na coluna de Saldo Devedor Final (c+d). Vide transcrição do Resumo ao final deste relatório. Considerações sobre o Laudo Pericial A Perícia indicada pelo Juízo abordou os pontos controversos solicitados com competência e isenção, tendo chegado as mesmas conclusões do relatório de assistência técnica do Autor a saber 1. Foram cobrados juros na venda do imóvel antes da entrega das chaves conforme transcrito abaixo: Quesito 4 do Autor: Concorda o Sr. Perito Judicial com a afirmação de que tais juros estão calculados desde a data de assinatura do contrato, ou seja, desde o dia 0l de março de 1995? Resposta: Sim, Respondido no quesito 1. Quesito 6 do Autor: Pede-se ao Senhor Perito Judicial que esclareça qual foi a data de entrega das chaves do imóvel em questão. Resposta: A data de entrega das chaves foi em (31/12/1996). Comentário da Assistência Técnica: Conforme constatou a Perícia, foram cobrados juros desde 01 de março de 1995 até 31 de dezembro de 1996, quando o imóvel ainda não havia sido entregue.

4 2. Foi cobrada correção monetária equivalente a variação do Quesito 5 do Autor: Quesito 5 do Autor: Esclareça o Senhor Perito Judicial se incidiu correção monetária sobre o valor dos juros calculados, correção monetária esta equivalente à variação do INCC - Índice Nacional do Custo da Construção Civil -, desde a data de assinatura do contrato? RESPOSTA: Sim. De acordo com o Contrato firmado, em sua cláusula IV - DA FORMA DE PAGAMENTO DO PREÇO TOTAL E DEMAIS CONSIDERAÇÕES, consta: PARÁGRAFO PRIMEIRO: - As parcelas indicadas nas alíneas C.3, C.7 e.c.11 do Quadro Resumo que se vencerem até a expedição do Auto de Conclusão (habite-se), serão corrigidas monetariamente a cada 12 (doze) meses, ou na menor periodicidade que vier a ser admitida em Lei, de acordo com a variação do INCC - Índice Nacional da Construção Civil, publicado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas, a contar da data básica indicada na alínea B.2 do Quadro Resumo ( 01/03/1995 ), tomando-se como referencia o índice do INCC do mês imediatamente anterior ao da data base da alínea B.2 do Quadro Resumo e o índice do INCC do mês imediatamente anterior ao do pagamento. 3. O sistema de amortização utilizado na operação de financiamento em análise se utilizou do cálculo de juros compostos, ou seja, capitalizados. Quesito 2 do Autor: Caso a resposta a parte final do quesito anterior tenha sido positiva, favor esclarecer se tal método (tabela Price) incorpora a cobrança de juros capitalizados no cálculo das parcelas do financiamento. Resposta: A tabela price é uma das soluções matemáticas para uma série uniforme de pagamentos na modalidade dita "juros compostos. Quesito 2.2 da Ré CGN Construtora: Os juros calculados pelo sistema de amortização são ou não capitalizados ou compostos? Em caso positivo queiram demonstrar? Resposta: Sim. O sistema de amortização empregado é uma das soluções matemáticas para uma série uniforme de pagamentos na modalidade dita "juros compostos".

5 Comentário da Assistência Técnica: Conforme afirma a Perícia, não há dúvida sobre a utilização de juros capitalizados no financiamento em questão. Aliás, o próprio Dr. Richard Price afirma isso textualmente em sua publicação "OBSERVATIONS ON REVERSIONARY PAYMENTS", publicado em Londres em 1.771, onde desenvolve a metodologia do sistema hoje conhecido como "tabela Price". Não há dúvida sobre esta questão. COMPLEMENTO DO TRABALHO PERICIAL O principal motivo da divergência existente entre as partes foi a cobrança de juros desde 01 de março de 1995 até 31 de dezembro de 1996, data prevista para entrega das chaves. O perito mais uma vez enfatiza que tal procedimento está previsto em contrato, a saber: PARÁGRAFO PRIMEIRO: - As parcelas indicadas nas alíneas C.3, C.7 e.c.11 do Quadro Resumo que se vencerem até a expedição do Auto de Conclusão (habite-se), serão corrigidas monetariamente a cada 12 (doze) meses, ou na menor periodicidade que vier a ser admitida em Lei, de acordo com a variação do INCC - Índice Nacional da Construção Civil, publicado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas, a contar da data básica indicada na alínea B.2 do Quadro Resumo ( 01/03/1995 ), tomando-se como referencia o índice do INCC do mês imediatamente anterior ao da data base da alínea B.2 do Quadro Resumo e o índice do INCC do mês imediatamente anterior ao do pagamento. No Laudo Pericial, o perito apresentou diversas planilhas, das quais tem os seguintes comentários a fazer: Na planilha CONSTRaudit97 o perito reproduziu o calculo da Construtora para a parcela c que corresponde as 97 prestações mensais e que está de acordo com as condições contratuais. Foram incluídos nos cálculos os pagamentos efetuados pelo autor até a prestação de # 80, nov/2001, conforme comprovado pela Construtora. Na planilha CONSTRaudit3_ está reproduzido o cálculo para a parcela d que corresponde às 3 prestações anuais feito pela Construtora de acordo com as condições contratuais

6 As prestações mensais e anuais nas planilhas CONSTRaudit97 e CONSTRaudit3 foram calculadas de acordo com firmado pelas partes conforme itens C.7 e C.11 do Quadro de Resumo do Contrato. Por outro lado, o Autor no Quesito #7, solicita alteração na regra contratual conforme se lê: Solicita-se à perícia que elabore planilha, demonstrando qual o valor cobrado a maior pela construtora, em virtude da cobrança de juros antes da entrega das chaves do imóvel. Pede-se para incluir neste cálculo todos os valores eventualmente pagos a maior a títulos de encargos e/ou multas, uma vez que sua base de cálculo encontra-se super avaliada, em virtude da existência de juros atualizados pelo INCC (índice contratual) até a data da elaboração do laudo pericial. Atendendo a esta alteração contratual, o perito construiu as planilhas CONSTRaudit97#7 e CONSTRaudit3#7, anexas ao laudo. As partes não questionaram os resultados oferecidos pelo perito no Laudo Pericial, adotando cada qual aquele resultado que entendeu conveniente. Assim sendo, a Ré entende ter a receber (saldo devedor na data): nov , , , ,13 O autor entende ter a receber (saldo devedor na data): nov , ,24 (16.506,58) (16.930,82) O Perito entende se tratar de julgamento de mérito, e para tanto, construiu a planilha Resumo, onde estão evidenciados os saldos devedores nas datas, para possibilitar ao M Juiz parâmetros de comparação, conforme transcritos a seguir:

7 Ultimo pagamento nos autos Jan-99 último pagamento efetuado Nov-01 saldo final projetado Abr-03 Cálculo da Ré CONSTRaudit97 Mar , , , ,00 Mar , , , ,22 Mar , , , ,67 Mar , , , ,87 Jan , , , ,78 Nov , , , ,13 Abr ,46 0, , ,08 CONSTRaudit3 Sldo Dev "d" Sldo Devedor ( - )Amortizaç ( d ) Mar , , ,00 Mar , , ,74 Mar , , ,38 Mar ,10 0, ,83 Cálculo solicitado p/autor CONSTRaudit97#7 Dez , , , ,64 Mar , , , ,82 Mar , , , ,11 Jan , , , ,58 Mai , ,06 (439,03) (863,26) Nov , ,24 (16.506,58) (16.930,82) Abr ,11 0,00 (19.381,29) (19.805,53) CONSTRaudit3#7 data # prestação Sldo Dev "d" Sldo Devedor acima (-) Amortizaç (d) acima Dez , , ,30 acima Mar , , ,59 acima Mar ,30 0,00 (424,24) acima Vê-se que o I. Assistente Técnico do autor se enganou em sua interpretação deste Resumo, pois somou valores de d que já haviam sido somados com c na coluna de Saldo Devedor Final (c+d).