CONTRIBUTOS PARA A ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MINIMIZAÇÃO DE PERDAS DE ÁGUA EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO

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1 CONTRIBUTOS PARA A ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MINIMIZAÇÃO DE PERDAS DE ÁGUA EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO António Macieira Antunes Carla Cupido Margarida Silva Tiago Carvalho MAIO DE 2005 AdP - ÁGUAS DE PORTUGAL DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA INFORMATIVA SISTEMAS MULTIMUNICIPAIS CONTRIBUTOS PARA A ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MINIMIZAÇÃO DE PERDAS DE ÁGUA EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO COMPLEMENTARES AOS SISTEMAS MULTIMUNICIPAIS DIRECÇÃO DE ENGENHARIA

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4 CONTRIBUTOS PARA A ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MINIMIZAÇÃO DE PERDAS DE ÁGUA EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO ÍNDICE 1. ENQUADRAMENTO METODOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DO PLANO ABORDAGEM GERAL CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE PARTIDA Objectivos Levantamento das Infra-estruturas do Sistema Quantificação das Perdas Físicas e das Perdas Comerciais Determinação das Origens e Causas das Perdas Avaliação do Sistema a partir de Indicadores de Desempenho Síntese da Metodologia FIXAÇÃO DE METAS Objectivos Identificação dos Factores de Influência e Controlo de Perdas Cálculo do Nível Económico de Fugas Desenvolvimento de uma Estratégia de Controlo de Perdas Síntese da Metodologia DEFINIÇÃO DO PROGRAMA DE MEDIDAS Objectivos Caracterização das Medidas de Acção Programação da Realização das Medidas Alocação de Meios Humanos e Materiais a cada Grupo de Medidas Síntese da Metodologia IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO Objectivos Treino e Sensibilização das Equipas de Operação Execução do Programa de Medidas Auditoria e Monitorização Contínua dos Objectivos Fixados CONCLUSÕES GLOSSÁRIO ANEXOS ANEXO A CARACTERIZAÇÃO DAS PERDAS DE ÁGUA E SUAS CAUSAS ANEXO B DETECÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE FUGAS ANEXO C BALANÇO HÍDRICO E INDICADORES DE DESEMPENHO ANEXO D CONSIDERAÇÕES SOBRE O NÍVEL ECONÓMICO DE FUGAS ANEXO E MEDIDAS DE ACÇÃO A IMPLEMENTAR 2/34

5 1. ENQUADRAMENTO As empresas multimunicipais de abastecimento de água são responsáveis pela produção e entrega de água para consumo humano aos municípios abrangidos pela sua área de concessão. Estes, por conseguinte, são responsáveis pelo fornecimento aos consumidores finais através dos sistemas em baixa. Uma parte importante do volume de água captado nos sistemas multimunicipais perde-se no tratamento e durante o transporte até ao consumidor final, assumindo por vezes um peso significativo, quer nos custos de investimento, quer nos encargos de exploração dos sistemas. Na procura da racionalidade económica e ambiental dos sistemas, torna-se imperativo introduzir na sua gestão, mecanismos que conduzam a uma evolução gradual da redução de perdas nas infra-estruturas de abastecimento de água, contribuindo assim para uma maior eficiência no serviço prestado às populações. Todos os estudos disponíveis em Portugal são unânimes em relação à situação actual do país nesta matéria. Em média, as perdas em sistemas de abastecimento de água situam-se em valores muito acima dos aceitáveis, sendo actualmente da ordem dos 35% 1, com várias situações acima dos 50%. Assim, um dos objectivos a atingir por todas as entidades responsáveis pelo serviço público de abastecimento de água deverá ser a redução gradual de perdas até ao limite economicamente adequado, que se situa entre 15% e 20%. Nesse sentido, é conveniente que cada entidade gestora possua um plano de acção que defina medidas concretas, incluindo a respectiva calendarização e os custos associados, para o cumprimento desse objectivo. As perdas de água nos sistemas de abastecimento devem ser encaradas como um problema multidimensional, com um elevado impacto nas várias vertentes da entidade gestora: Económico Financeira É, normalmente, a principal motivação das entidades gestoras para a implementação de um controlo activo de perdas. Estima-se que, anualmente, o custo de produção e transporte do volume de água que se perde nos sistemas em Portugal ascende a 192 milhões de euros. Técnica A existência de fugas de água num sistema é inevitável, mas um elevado volume de perdas reais indicia que a rede não se encontra em boas condições. Uma gestão técnica adequada permite optimizar o nível de perdas. Ambiental O combate às perdas de água e a diminuição do volume de água perdido concretiza uma politica ambientalmente adequada, contribuindo assim para a conservação da Natureza e para uma politica de gestão dos recursos hídricos sustentável. 1 Normalmente refere-se ao volume de água não facturada e não a volume de água perdido. 3/34

6 Saúde Pública Pontos onde existem fugas são potenciais fontes de contaminação (nos sistemas não pressurizados). Mesmo que o investimento não seja compensador economicamente, a redução de perdas deverá valorizar a componente de saúde pública promovendo a sua prevenção. Social Perante a sociedade e os consumidores a perda de água é um dos factores mais visíveis da ineficiência da entidade gestora (imagem exterior da entidade gestora) e contribui para o aumento do custo da água consumida (tarifa). É reconhecido que a maior parcela de perdas num sistema de abastecimento ocorre nas redes de distribuição. Tendo em conta a necessária articulação funcional entre o sistema em alta e os sistemas em baixa complementares, as empresas multimunicipais terão um papel muito importante na sensibilização e prestação de apoio técnico aos municípios para a implementação de uma estratégia que conduza à redução de perdas nos sistemas em baixa. Assim, o presente documento pretende contribuir com algumas orientações práticas e metodologias de abordagem para a elaboração e implementação de planos de minimização de perdas em sistemas de abastecimento de água. Para tal, apresenta-se um conjunto de aspectos técnicos essenciais à definição de estratégias ambiental e economicamente adequadas e adaptáveis à realidade de cada município. O documento encontra-se estruturado conforme ilustrado na figura seguinte, cobrindo uma série de abordagens técnicas e procedimentos para a implementação de uma estratégia para a redução de perdas de água, introduzindo os conhecimentos necessários à optimização do serviço de abastecimento. 1. Enquadramento 2. Metodologia para o desenvolvimento do Plano 3. Implementação do Plano 4. Conclusões Anexo A Caracterização de Perdas Anexo B Detecção e Localização de Fugas Anexo C Balanço Hídrico e Indicadores de Desempenho Anexo D Nível Económico de Fugas Anexo E Medidas de Acção a Implementar A chave para o desenvolvimento de um Plano de Minimização de Perdas é o conhecimento das razões que levam à perda de água no sistema de abastecimento e dos factores que as influenciam. Só a partir do conhecimento destas informações será possível desenvolver as técnicas e procedimentos dirigidos à especificidade do sistema e dos factores locais. Consoante os problemas e constrangimentos existentes nas entidades gestoras e de acordo com as suas características organizacionais e físicas, deverão ser seleccionadas as medidas de 4/34

7 acção aqui apresentadas, com as necessárias adaptações sempre que os problemas identificados diferirem dos abordados. Pretende-se assim fornecer uma ferramenta facilitadora que apoie as entidades gestoras dos sistemas em baixa no combate ao desperdício de água. No final do documento é apresentado um glossário que contem as principais definições da terminologia utilizada. 5/34

8 2. METODOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DO PLANO 2.1. ABORDAGEM GERAL A definição de uma estratégia coerente e eficaz para a redução de perdas em sistemas de abastecimento de água deve basear-se numa sequência de passos-chave a seguir esquematizados: VIAS PARA ABORDAGEM DO PROBLEMA CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE PARTIDA FIXAÇÃO DE METAS DEFINIÇÃO DO PROGRAMA DE MEDIDAS Avaliação da dimensão do problema Definição de uma estratégia de controlo de perdas Medição zonada Gestão de pressões Localização de fugas Reparação IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PLANO Avaliação de resultados A sua concretização, para um determinado contexto, deve ser: Específica, para ter em conta todos os factores relevantes do sistema ou de determinada zona do sistema (evitando comparações não suficientemente fundamentadas com outras entidades gestoras); Temporal, com objectivos bem definidos e evolutivos ao longo do tempo; Integrada a todos os níveis do sistema: produção, adução, armazenamento, distribuição e facturação; Mobilizadora, agregando os diferentes níveis das estruturas operacionais da entidade gestora. 6/34

9 Assim, para a concretização de um Plano de Minimização de Perdas é essencial, em primeiro lugar, que toda a estrutura operacional da entidade gestora esteja verdadeiramente comprometida com o objectivo de minimizar as perdas de água verificadas no sistema. Neste sentido, a equipa responsável pela gestão deve programar temporalmente metas objectivas, credíveis e atingíveis, demonstrar o seu empenho na concretização dessas metas e dotar as equipas operacionais com os meios necessários. Como parte integrante da sua estratégia global de redução de perdas, destacam-se em seguida algumas orientações de ordem genérica que devem ser tidas em conta pela entidade gestora: Realização de um evento de divulgação do Plano, eventualmente em forma de seminário, que mobilize as equipas, explique a importância de cada um no sucesso do Plano e que ajude a passar a mensagem de que o Plano está em curso e o topo da organização está empenhada. Formação e treino de todo o pessoal, e não apenas dos que estarão directamente envolvidos na implementação do Plano. Utilização de prémios de desempenho junto das equipas de gestão do sistema. O pessoal responsável pela manutenção deverá ser premiado pelo bom estado de funcionamento dos equipamentos de controlo de perdas, podendo ser adoptadas acções disciplinares para os não cumpridores. Publicitação interna e externa junto dos consumidores, das metas definidas e dos resultados obtidos. É recomendável que a estratégia de redução de perdas seja mantida em permanente actualização e que seja sujeita a uma auditoria anual, através de um especialista interno ou externo. Nesta actualização devem ser tidas em consideração evoluções do objectivo e alterações da estratégia face a novos critérios e informações. Com a implementação do Plano de Acção são expectáveis os seguintes resultados: Aumento da receita; Melhoria do desempenho operacional; Melhor utilização da infra-estrutura; Adiamento de novos investimentos; Melhoria da imagem da empresa junto dos consumidores; Maior rentabilização do recurso água. Em termos metodológicos, a implementação de um Plano de Minimização de Perdas deverá ser antecedido por um conjunto de etapas que se passam a ilustrar no organigrama seguinte: 7/34

10 1º PASSO Caracterização da Situação de Partida 2º PASSO Fixação de Metas LEVANTAMENTO DAS INFRA- ESTRUTURAS DO DO SISTEMA AVALIAÇÃO DAS PERDAS TOTAIS DETERMINAÇÃO DAS ORIGENS DAS PERDAS AVALIAÇÃO DO DO SISTEMA A PARTIR DE DE INDICADORES DE DE DESEMPENHO IDENTIFICAÇÃO DOS FACTORES DE DE INFLUÊNCIA E CONTROLO DE DE PERDAS CÁLCULO DO DO NÍVEL ECONÓMICO DE DE FUGAS DESENVOLVIMENTO DE DE UMA ESTRATÉGIA DE DE CONTROLO DE DE PERDAS 3º PASSO Definição do Programa de Medidas 4º PASSO Implementação do Plano CARACTERIZAÇÃO DE DE ACÇÕES IMEDIATAS E DE DE MEDIDAS DE DE CURTO // MÉDIO PRAZO PROGRAMAÇÃO DA DA REALIZAÇÃO DAS MEDIDAS ALOCAÇÃO DOS MEIOS HUMANOS E MATERIAIS A CADA GRUPO DE DE MEDIDAS TREINO E SENSIBILIZAÇÃO DAS EQUIPAS DE DE OPERAÇÃO EXECUÇÃO DO DO PROGRAMA DE DE MEDIDAS AUDITORIA E MONITORIZAÇÃO CONTÍNUA DOS OBJECTIVOS FIXADOS Nos capítulos seguintes detalha-se cada um destes passos e descrevem-se as metodologias mais adequadas para o desenvolvimento e implementação do plano CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE PARTIDA Objectivos Para o adequado desenvolvimento de um Plano de Minimização de Perdas é essencial, numa primeira fase a caracterização das perdas de água no sistema de abastecimento (Anexo A), identificando as suas origens e causas. A obtenção dessa informação exige o conhecimento exaustivo do sistema de abastecimento e do seu modo de exploração devendo ser respondidas as seguintes questões: Qual o estado das infra-estruturas do sistema? Qual o volume de água que se perde? Qual a origem dessas perdas de água? Quais as causas? Qual a estratégia que poderá ser introduzida para reduzir as perdas e melhorar o desempenho? Como manter a estratégia? Para dar resposta a estas questões deverá: Ser feito um levantamento exaustivo das infra-estruturas do sistema (cadastro), tendo por objectivo a sua caracterização para efeitos de eventuais intervenções. Ser efectuado um balanço hídrico de cada sub-sistema de abastecimento, que conduzirá à determinação do volume de água perdido no sistema, e à identificação das zonas onde ocorrem as maiores perdas. Recorrer a indicadores de desempenho, destinados a medir a qualidade dos serviços prestados pelas entidades gestoras no combate às perdas de água. 8/34

11 Delinear, tendo como base o balanço hídrico, um programa estratégico de intervenção na redução das perdas de água, que deverá ser acompanhado pela definição e implementação de indicadores de desempenho, garantindo assim a sua continuidade, eficiência e eficácia. Considerar a actividade de redução e controlo de perdas não limitada no tempo, incorporando-a num processo contínuo e sistemático passando assim a fazer parte da cultura da entidade operadora. A assimilação deste processo e desta cultura poderá ser, preferencialmente, formalizada através da criação de uma unidade administrativa horizontal, com a função específica de controlo e redução de perdas. No organigrama seguinte identificam-se as principais etapas da caracterização da situação de partida e as principais acções a desenvolver em cada uma delas. 1º PASSO Caracterização da Situação de Partida LEVANTAMENTO DAS INFRA- ESTRUTURAS DO DO SISTEMA AVALIAÇÃO DAS PERDAS TOTAIS DETERMINAÇÃO DAS ORIGENS DAS PERDAS AVALIAÇÃO DO DO SISTEMA A PARTIR DE DE INDICADORES DE DE DESEMPENHO Rede: Localização, extensão e diâmetros Materiais Idade Estado de de conservação Divisão por sectores e patamares de de pressão Histórico das intervenções Reservatórios Capacidade Tipo Idade Estado de de conservação Modo de de gestão Histórico das intervenções Contadores Definição das Zonas de de Medição e Controlo Realização do do balanço hídrico Volume de de água entrada no no sistema Avaliação dos consumos autorizados (facturados e não facturados) Quantificação das perdas aparentes e das perdas reais Por Zona de de Medição e Controlo: VOLUME DE PERDAS FÍSICAS VOLUME DE PERDAS COMERCIAIS Determinação das origens das perdas de de água (FÍSICAS E COMERCIAIS) Avaliação do do sistema a partir dos indicadores de de desempenho recomendados pelo IRAR Levantamento das Infra-estruturas do Sistema O levantamento e a caracterização de infra-estruturas é fundamental para a gestão eficaz de qualquer sistema. A existência de um cadastro completo e actualizado é uma das ferramentas basilares para a operação e manutenção de um sistema de abastecimento de água, e por conseguinte para a caracterização da situação de referência e definição do ponto de partida de qualquer Plano de Minimização de Perdas. Na maioria dos sistemas, a actualização do cadastro e a compilação da informação relativa à 9/34

12 sua operação corrente, acaba por não ser considerada uma actividade primordial, verificando-se um desfasamento mais ou menos lato entre as ocorrências e a sua inserção no cadastro. As ocorrências usuais de exploração, tais como avarias ou roturas, normalmente não são anexadas ao cadastro, acabando por se perderem ou ficar simplesmente retidas ao nível dos operadores do sistema. Com o aparecimento e divulgação dos sistemas de informação geográfica, mais ou menos complexos, a compilação da informação relativa ao traçado rigoroso das redes, localização de órgãos de manobra e segurança, informações físicas (material, diâmetro, idade, estado de conservação, ), pressão de serviço e histórico de intervenções, simplificou-se, embora o sucesso desta tarefa esteja dependente de uma correcta sistematização de procedimentos que assegurem de forma coordenada a compilação da informação recolhida. O levantamento rigoroso do sistema de abastecimento de água torna-se assim um passo fundamental para a caracterização da situação de partida. Toda a informação recolhida deve ser sempre compilada e sistematizada de forma uniforme para permitir posteriormente a sua fácil utilização pelas diferentes áreas funcionais, não sendo obrigatória a adopção de sistemas de informação complexos. A organização da informação deve ser simples e amigável para quem a fornece e para quem a consulta e adequada à capacidade tecnológica da entidade gestora Quantificação das Perdas Físicas e das Perdas Comerciais A estimativa das perdas num sistema de abastecimento é feita através da comparação entre dois volumes de água: o entrado num ponto do sistema e o recebido num ou mais pontos desse sistema, situados na exclusiva área de influência desse ponto de entrada. O grau de detalhe e de rigor com que se consegue estabelecer esta relação é fundamental na avaliação das perdas de água. Uma maneira simples, mas menos rigorosa, de identificar e separar as perdas físicas das comerciais (económicas ou aparentes) pode ser efectuada mediante trabalho técnico de campo, utilizando como metodologia a análise dos histogramas (registo contínuo) de consumo dos volumes de água entrados e saídos do sistema. Analisando os consumos nocturnos estabilizados durante a madrugada, e subtraindo-se os consumos contínuos verificados nesse período (fábricas, hospitais e outros), obtêm-se, na quase totalidade, as perdas físicas no sistema. As perdas comerciais serão a diferença entre as perdas totais de água na distribuição Água Não Contabilizada e as perdas físicas determinadas. No Anexo A são apresentados os passos a seguir para a avaliação de cada uma das parcelas das perdas totais. Através do cálculo do balanço hídrico é possível obter de uma forma mais consistente e rigorosa a quantificação do volume de perda de água. Para tal, deverão ser definidos os locais 10/34

13 estratégicos de medição de modo a permitir avaliar os seguintes volumes de água: produzida, fornecida a cada sistema de medição, adquirida ao exterior (importada) e vendida ao exterior (exportada e consumida internamente). Em sistemas de distribuição de água em que o índice de medição se aproxime de 100%, onde as ligações clandestinas tenham pouca importância e exista uma programação eficaz e contínua de adequação e manutenção preventiva de contadores, onde o combate às fraudes e às ligações clandestinas seja efectivo, as perdas mensuráveis tenderão a reflectir completamente as perdas físicas de água Divisão das redes de distribuição em Zonas de Medição e Controlo Um dos métodos mais utilizados para a detecção de fugas e outras perdas a nível da macroescala da rede de distribuição, de forma contínua e periódica, é aquele que utiliza Zonas de Medição e Controlo (ZMC). Estas zonas, uma vez definidas, servem de suporte a todas as fases de preparação e implementação do Plano de Minimização de Perdas. A implementação de uma Zona de Medição e Controlo para detecção de fugas em redes de distribuição pressupõe um conjunto de procedimentos que devem ser seguidos com prudência de forma a evitar a deterioração das condições de funcionamento hidráulico da rede, prejudicando o abastecimento aos consumidores. No organigrama apresentado no Anexo B estão identificadas as actividades que devem ser executadas para a definição das ZMC. Conforme indicado, este processo é interactivo e as ZMC definidas numa primeira fase podem ser reajustadas em função da evolução das condições de funcionamento do sistema. Com este método consegue-se concentrar esforços numa zona isolada onde são efectuadas em intervalos regulares as medições, estudadas as condicionantes, definidas as melhores metodologias de localização e de detecção de fugas e assim definir o plano estratégico de redução e controlo de perdas para essa zona. Através desta análise, a extrapolação para outros sectores semelhantes do sistema de distribuição permitirá a obtenção de resultados globais mais eficientes Balanço hídrico O volume de água perdido pode ser quantificado através do cálculo do balanço hídrico. Um balanço hídrico rigoroso, baseado nas estimativas ou valores registados dos volumes de água captada, importada, exportada e consumida, é fundamental para a avaliação das perdas. Normalmente o balanço hídrico é calculado para um período de 12 meses, pelo que representa a média anual de todas as variáveis. Dada a elevada diversidade de metodologias e definições para o cálculo do balanço hídrico, adoptou-se o definido pelo Grupo de Trabalho da International Water Association (IWA) sobre Perdas de Água. 11/34

14 Este balanço decompõe a água importada em dois grandes volumes, consumo autorizado e perdas de água, durante o período de referência (normalmente um ano). O consumo autorizado é constituído por duas parcelas: o consumo autorizado facturado e o consumo autorizado não facturado. À primeira corresponde o volume de água, medido ou não medido (estimado), fornecido aos clientes do sistema de abastecimento e inclui a água exportada para outros sistemas. À segunda corresponde a água fornecida à própria entidade gestora do sistema e a todas as outras entidades que estejam implícita ou explicitamente autorizadas a consumi-la (na lavagem de ruas, lavagem de colectores e condutas, combate a incêndios, rega de jardins municipais, fontanários, balneários e lavadouros públicos). O volume correspondente às perdas de água resulta da diferença entre a água captada/importada pelo sistema e o consumo autorizado. Estas perdas podem ser divididas entre perdas físicas e comerciais. As perdas reais são as perdas físicas de água do sistema em pressão que ocorrem até ao contador do consumidor. O volume destas perdas, materializado através de todos os tipos de fissuras, roturas e extravasamentos, depende da frequência, do caudal (que depende da pressão) e da duração média de cada fuga. As perdas comerciais resultam das imprecisões nas medições, tanto da água importada como da que é fornecida aos consumidores ou exportada. Os consumos não autorizados (furtos de água) também contribuem para as perdas comerciais. A diferença entre o volume de água captada/importada pelo sistema e o volume de água facturada aos consumidores (medida ou não) quantifica o volume de água não facturada. O consumo autorizado não facturado, as perdas comerciais e as físicas são as três parcelas constituintes da água não facturada. Na figura abaixo ilustram-se as principais entradas e saídas de água num sistema típico de abastecimento, por ordem sequencial, desde a captação da água bruta até ao consumo de água pelos clientes. Alguns sistemas serão certamente mais simples, não tendo todas as componentes representadas. 12/34

15 Água tratada importada (**) Água tratada exportada (**) M M M M M Captação Captação Água bruta importada (*) M M Água captada Transporte Transporte de de água água bruta bruta Água bruta exportada (*) M Consumo operacional e perdas de água bruta M Água fornecida ao tratamento Consumo de processo e Tratamento perdas no tratamento Tratamento M Água produzida M Água fornecida àadução Adução Adução Consumo operacional e perdas na adução Armazenagem Armazenagem Consumo operacional e perdas na armazenagem M Água fornecida para distribuição M Água fornecida para distribuição directa Consumo operacional e perdas na distribuição Distribuição Distribuição M M M M Medição nas zonas de medição e controlo M M M M M Ponto de controlo de caudal (*) - a importação ou a exportação de água bruta podem ocorrer em qualquer ponto a montante do tratamento (**) - a importação ou a exportação de água tratata podem ocorrer em qualquer ponto a jusante do tratamento Fonte: IWA A experiência evidencia que o cálculo completo do balanço hídrico com uma exactidão razoável é particularmente difícil quando para uma parte significativa dos clientes não são feitas medições. Nesses casos, o consumo autorizado deve ser estimado a partir de medições em amostras com um número suficiente de ligações individuais e com tipologias de consumidores representativas do ponto de vista estatístico. O cálculo do balanço hídrico requer estimativas dos volumes de água em cada ponto de controlo de caudal assinalado na figura acima. Sempre que possível deve recorrer-se a medidores calibrados. Na sua ausência, será necessário utilizar estimativas baseadas em outros dados disponíveis ou aplicar outras técnicas de engenharia fiáveis. 13/34

16 Passos para calcular a água não facturada e as perdas de água (Fonte: IWA) A B C D E Consumo autorizado total [m 3 /ano] Consumo autorizado facturado [m 3 /ano] Consumo autorizado não facturado [m 3 /ano] Consumo medido facturado (incluindo água exportada) [m 3 /ano] Consumo não medido facturado [m 3 /ano] Consumo medido não facturado [m 3 /ano] Consumo nem medido nem facturado [m3/ano] Água facturada [m 3 /ano] Água entrada no sistema [m 3 /ano] Perdas de água totais [m 3 /ano] Perdas aparentes [m 3 /ano] Perdas reais [m 3 /ano] Uso não autorizado [m3/ano] Perdas de água por erros de medição [m 3 /ano] Perdas reais nas condutas de água bruta e no tratamento (quando aplicável) [m 3 /ano] Fugas nas condutas de adução e/ou distribuição [m 3 /ano] Fugas e extravasamentos nos reservatórios de adução e/ou distribuição [m 3 /ano] Água não facturada [m 3 /ano] Fugas nos ramais (a montante da medição) [m 3 /ano] Passo 0: Definir os limites exactos do sistema (ou sector de rede) a auditar; definir as datas de referência (um ano). Passo 1: Determinar o volume de água entrada no sistema e introduzi-lo na Coluna A. Passo 2: Determinar o consumo facturado medido e o consumo facturado não medido na Coluna D; introduzir o total destes como consumo autorizado facturado (Coluna C) e como água facturada (Coluna E) Passo 3: Calcular o volume de água não facturada (Coluna E) subtraindo a água facturada (Coluna E) à água entrada no sistema (Coluna A). Passo 4: Passo 5: Passo 6: Passo 7: Passo 8: Definir o consumo não facturado medido e o consumo não facturado não medido na Coluna D; registar o total em consumo autorizado não facturado na Coluna C. Somar os volumes correspondentes ao consumo autorizado facturado e ao consumo autorizado não facturado da Coluna C; introduzir o resultado como consumo autorizado (Coluna B). Calcular as perdas de água (Coluna B) como a diferença entre a água entrada no sistema (Coluna A) e o consumo autorizado (Coluna B). Avaliar, usando os melhores métodos disponíveis, as parcelas do uso não autorizado e dos erros de medição (Coluna D), somá-las e registar o resultado em perdas comerciais (Coluna C). Calcular as perdas físicas (Coluna C) subtraindo as perdas comerciais (Coluna C) às perdas 14/34

17 de água (Coluna C). Passo 9: Avaliar as parcelas das perdas físicas (Coluna D) usando os melhores métodos disponíveis (análise de caudais nocturnos, cálculos de frequência/caudal/duração das roturas, modelação, etc.), somá-las e comparar com o resultado das perdas físicas (Coluna C). Se o cálculo do balanço hídrico não for para além do passo 3, como no caso dos balanços hídricos mais simples e tradicionais, o único indicador que pode ser calculado, como veremos mais à frente, é o indicador financeiro Água não facturada por volume. É por isso importante completar o cálculo até ao passo 8 (de preferência até ao passo 9), para distinguir, da melhor forma possível, as perdas de água físicas das comerciais. No Anexo C, apresenta-se a definição de cada uma das variáveis a contabilizar Determinação das Origens e Causas das Perdas Através da análise das diversas componentes de um sistema de abastecimento de água e do levantamento de toda a informação já referida, é possível identificar as origens e determinar as causas das perdas. A maior contribuição para o volume de água perdido ocorre normalmente no sistema de distribuição devido ao maior número de acessórios e juntas ao longo das condutas e das respectivas derivações para os ramais prediais, que contribuem fortemente para o aumento do volume de perdas nestas infra-estruturas. Acrescenta-se ainda que a frequência de novas roturas, por km de conduta, é superior nos ramais prediais do que nas condutas principais. Embora na maioria dos sistemas, o caudal perdido em média por rotura seja maior nas condutas de distribuição do que nas ligações prediais, o maior volume de água perdido ocorre, normalmente, nestes últimos. As diferentes causas de perdas de água resultam, essencialmente, do modo de operação da rede de distribuição e da conservação e estado das infra-estruturas em causa. No Anexo A são apresentadas as origens e as causas mais comuns das perdas físicas e comerciais em sistemas de abastecimento de água, de onde se destacam: Estado e conservação da rede de distribuição; Práticas correntes e metodologia de operação e gestão da rede incluindo a monitorização de caudais e pressão; Nível tecnológico na monitorização e detecção de fugas; Equipa e sua capacidade/disponibilidade. As características da região e a capacidade técnica e financeira da entidade gestora são igualmente factores que influenciam as perdas de água. 15/34

18 Avaliação do Sistema a partir de Indicadores de Desempenho Após a quantificação do volume de água perdido no sistema de abastecimento de água, a dimensão do problema poderá ser avaliada, através do cálculo de indicadores de desempenho sob as vertentes económico-financeira, técnica e ambiental, abrangendo assim de forma integrada todas as suas componentes. Com este objectivo, a International Water Association (IWA) criou um grupo de trabalho que pretendia definir um quadro de referência para os indicadores de desempenho, estruturado de forma a satisfazer as necessidades usuais dos principais tipos de utilizadores, com especial ênfase para as entidades gestoras de sistemas de abastecimento de água. Resultou assim a publicação Performance indicators for water supply services que incorpora seis grupos de indicadores: indicadores de recursos hídricos, de recursos humanos, infraestruturais, operacionais, de qualidade de serviço e económico-financeiros. Os indicadores propostos tiveram em linha de conta a experiência efectiva de muitas entidades gestoras de sistemas de abastecimento de água. O sistema de indicadores apresentado foi assim tido em conta para a definição de um quadro de referência de avaliação do desempenho de cada entidade gestora na temática Perdas de Água. Deste modo pretende-se apoiar as entidades gestoras na definição do Plano de Minimização de Perdas fundamentado em indicadores de desempenho como forma de medida da eficiência na utilização optimizada dos recursos disponíveis para a produção do serviço e da eficácia do cumprimento dos objectivos de gestão definidos. Segundo o IWA, um indicador de desempenho é uma medida quantitativa de um aspecto particular do desempenho da entidade gestora ou do seu nível de serviço. É um instrumento de apoio à monitorização da eficiência e eficácia da entidade gestora, simplificando uma avaliação que de outro modo seria mais complexa e subjectiva. No vasto conjunto de indicadores propostos pelo IWA existe um subconjunto particularmente orientado para a avaliação do desempenho da entidade gestora relativamente às perdas de água. O desempenho associado à gestão das perdas de água deverá ser medido utilizando três grupos distintos de indicadores: recursos hídricos (WR), operacional (Op) e financeiro (Fi). Apresentam-se de seguida os indicadores de desempenho a utilizar. De referir que é recomendável que o cálculo de cada indicador seja feito apenas com uma base anual. Recomenda-se a leitura conjunta com o Anexo C, onde são definidas as variáveis e as expressões de cálculo de cada um dos indicadores que a seguir se apresentam: 16/34

19 INDICADOR DEFINIÇÃO WR1 Ineficiência na utilização de recursos hídricos (%) Perdas reais durante o período de referência / Água entrada no sistema durante o período de referência x 100 Op23 Perdas de água por ramal (m3/ramal/ano) (Perdas de água durante o período de referência x 365 / duração do período de referência) / Número de ramais. Op24 Perdas de água por comprimento de conduta (m3/km/ano) (Perdas de água durante o período de referência x 365 / duração do período de referência) / Comprimento de condutas Op25 Perdas aparentes (%) Perdas aparentes durante o período de referência / (Água entrada no sistema Água bruta exportada Água tratada exportada) durante o período de referência x 100 Op26 Perdas aparentes por volume de água entrada no sistema (%) Perdas aparentes durante o período de referência / Água entrada no sistema durante o período de referência x 100 Op27 Op28 Op29 Fi46 Fi47 Perdas reais por ramal (l/ramal/dia com sistema em pressão) Perdas reais por comprimento de conduta (l/km/dia com sistema em pressão) Índice infra-estrutural de fugas (-) Água não facturada em termos de volume (%) Água não facturada em termos de custo (%) Perdas reais durante o período de referência x 1000 / (Número de ramais x Número de horas em que o sistema está em pressão durante o período de referência / 24) Perdas reais durante o período de referência x 1000 / (Comprimento de condutas x Número de horas em que o sistema está em pressão durante o período de referência / 24) Perdas reais (Op27) / Perdas reais mínimas (*) (quando o sistema está em pressão) Água não facturada / Água entrada no sistema x 100, durante o período de referência Valor dos componentes de água sem proveito / custos correntes anuais x 100, durante o período de referência (*) Ver capítulo 3 do Anexo C Síntese da Metodologia Com base na metodologia definida pelo Grupo de Trabalho promovido pelo IRAR/LNEC no âmbito do Controlo de Perdas de Água em Sistemas de Adução e Distribuição sistematiza-se no esquema seguinte os passos a seguir para a abordagem do problema. 17/34

20 VIAS PARA ABORDAGEM DO PROBLEMA CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE PARTIDA FIXAÇÃO DE METAS DEFINIÇÃO DO PROGRAMA DE MEDIDAS Avaliação da dimensão do problema Definição de uma estratégia de controlo de perdas Medição zonada Gestão de pressões Localização de fugas Reparação Balanço hídrico Cálculo dos indicadores de desempenho Avaliação global da situação sim Controlar activamente as perdas? Definição de estratégia de controlo não IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PLANO Avaliação de resultados Definição de estratégia de manutenção 2.3. FIXAÇÃO DE METAS Objectivos Após a quantificação do volume de água perdido no sistema de abastecimento e da identificação das suas origens e causas, deverão ser fixados os objectivos a cumprir para a sua redução. A abordagem mais comum centra-se normalmente numa perspectiva económica, em que as metas de redução de perdas de água são encontradas em função do investimento que implicam. Os restantes factores técnicos, ambientais, sociais e de saúde publica são considerados como complementares, estando em segundo plano na tomada de decisões. A definição dos objectivos a atingir pelo plano de acção deverá ser feita de uma forma clara e concreta, devendo a entidade gestora definir qual a meta de redução de perdas que o sistema deverá atingir e qual o nível de perdas que deverá ser mantido a longo prazo. Para tal deverão ser seguidos os seguintes passos: Identificação dos factores internos (meios humanos, materiais e financeiros) e externos (sociais, ambientais e físicas) que envolvem o sistema de distribuição de água; 18/34

21 Determinação do custo da água e do nível económico de fugas (NEF); Identificação dos métodos de controlo activo de perdas (meios e custos). Para a fixação de metas deverão ser tidos em conta todos os factores internos e externos à entidade gestora, no sentido de determinar e compreender quais as condicionantes para a definição dos seus objectivos e respectiva programação temporal. Entende-se como factores internos aqueles que são intrínsecos à entidade gestora sendo controlados internamente: características do sistema (idade, estado, materiais, modo de exploração), custos de exploração e de manutenção das infra-estruturas e volume de perdas (objecto de redução). Os factores externos serão os associados às dificuldades de obtenção de meios económicos para a implementação de um programa de combate às perdas, a adesão da população como agente activo, topologia da área de implantação do sistema, etc., ou seja, são os factores que não são controlados directamente pela entidade gestora mas dos quais esta sofre forte influência. Como referido, a definição de objectivos terá sempre em conta os investimentos a efectuar sendo estes limitados superiormente pelo nível económico de fugas (NEF), isto é, pelo nível a partir do qual o custo associado à redução de perdas num sistema de abastecimento de água, não é viável (ver Anexo D). No organigrama seguinte identificam-se as principais etapas da fixação de metas e as principais acções a desenvolver em cada uma delas. 2º PASSO Fixação de Metas IDENTIFICAÇÃO DOS FACTORES DE DE INFLUÊNCIA E CONTROLO DE DE PERDAS CÁLCULO DO DO NÍVEL ECONÓMICO DE DE FUGAS DESENVOLVIMENTO DE DE UMA ESTRATÉGIA DE DE CONTROLO DE DE PERDAS Factores de de Influência: Internos Controlo de de Perdas Comerciais Controlo de de Perdas Físicas Externos Não esquecer que a implementação de uma estratégia de redução de perdas, obriga a uma avaliação constante dos resultados obtidos de modo a serem definidas as melhores soluções e prioridades de investimentos. 19/34

22 Identificação dos Factores de Influência e Controlo de Perdas A identificação de todos os factores que poderão influenciar a existência ou não de perdas de água e as suas razões é bastante complexa dada a diversidade de casos e situações existentes. De qualquer modo, a curto prazo, a entidade gestora poderá identificar os factores internos que influenciam o volume de perdas existente. Assim a entidade gestora deverá realizar um estudo onde identifique os factores que poderão ser melhorados e modificados para criação de novas metodologias e procedimentos de trabalho para o controlo e combate eficaz das perdas físicas e comerciais. Apresenta-se de seguida os factores e actividades que exibem uma influência directa no controlo das perdas físicas e comercias Controlo de Perdas Físicas O controlo de perdas físicas poderá ser enquadrado pelas seguintes actividades: Controlo de pressão na rede de distribuição; Controlo activo de fugas; Velocidade e qualidade de reparação; Planeamento e gestão do sistema de distribuição. O controlo de pressão na rede tem como objectivo minimizar as pressões do sistema e a faixa de variação das pressões máximas, assegurando ao mesmo tempo os padrões mínimos de qualidade de serviço. Estes objectivos são atingidos a partir da sectorização dos sistemas de distribuição, do controlo das estações elevatórias na rede (sobrepressoras) ou pela introdução de válvulas redutoras de pressão. O controlo activo de fugas é, basicamente, a actividade de reparação das roturas quando se tornam visíveis. A metodologia mais utilizada é a detecção de fugas não visíveis, realizadas através de diversos métodos como descrito no Anexo B. Essa actividade reduz o tempo entre a ocorrência da rotura e a sua detecção, sendo tanto menor quanto maior for a frequência de inspecção. Uma análise de custo benefício poderá definir a frequência ideal para ser realizada em cada área. Desde o conhecimento da existência de uma rotura, o tempo gasto para a sua efectiva localização e reparação é um ponto-chave para a gestão das perdas físicas num sistema. É igualmente importante assegurar a correcta execução da reparação, que caso seja mal efectuada irá fazer com que haja uma reincidência após a pressurização da rede de distribuição. A prática das actividades referidas irá trazer consideráveis melhorias ao sistema devendo ser apenas decidida a substituição de equipamentos quando, após a realização das outras actividades, se detectarem ainda elevados índices de perdas na área em questão, uma vez que o custo de substituição é sempre mais elevado. 20/34

23 Controlo de Perdas Comerciais O controlo de perdas comerciais poderá ser feito através da observação dos consumos clandestinos, dos erros de medição e leitura e do volume de água não medida facturada e não facturada. A partir da implementação de um sistema de medição de caudais e de um correcto processamento de dados, de modo a ser construído um cadastro comercial consistente e coordenado com o cadastro físico, cada um desses factores poderá ser controlado e corrigido. Juntamente com uma equipa de recursos humanos devidamente motivada e formada, a redução das perdas comerciais tenderá para o mínimo economicamente viável Cálculo do Nível Económico de Fugas Como referido, para a fixação de metas quantitativas para a redução de perdas nos sistemas de abastecimento de água deve ser determinado o nível económico de fugas (NEF), o qual varia em função das características do sistema em apreço (Anexo D). O NEF define-se como o nível abaixo do qual não é compensador, em termos de custo, continuar a executar investimentos para diminuir o volume de perdas de água. O nível económico de fugas pode ainda ser entendido como o custo de redução de perdas em que uma unidade de volume é igual ao custo de produção dessa unidade de água. Surge assim, como consequência, que a operação de um sistema de distribuição de água no nível económico resulte na mais baixa combinação entre o custo de acções de controlo de perdas e o preço da água desperdiçada. Para que ocorra o nível económico de fugas é necessário obter-se o nível económico de perdas reais, dado que, para as perdas aparentes a minimização de erros de medições e a redução de consumos não medidos são independentes dos procedimentos para minimização de fugas. Seguidamente indica-se alguns aspectos que uma entidade gestora deverá ter presente quando estimar o NEF de determinado sistema: Não existe um único NEF. Este variará no tempo dependendo de diversos factores, designadamente de alterações sazonais de pressão, de modificação do modo de operação dos sistemas ou mesmo de alterações meteorológicas capazes de, bruscamente, provocarem variações de caudal. Os investimentos no controlo de pressão, medições locais e telemetria visando reduzir fugas, também influenciarão o NEF, se o seu cálculo for baseado na actividade do Controlo Activo de Fugas. Quanto mais dispendioso for o método de controlo de fugas mais alto será o NEF. Novas técnicas de detecção de fugas alterarão a eficiência das operações de detecção resultando numa modificação do NEF. Este será diferente em função do método usado para detecção de fugas por exemplo, baseado numa política regular de inspecção ou baseado no fluxo contínuo nocturno em zonas de medição. A estimativa do NEF deve basear-se em regras específicas para cada área de distribuição. 21/34

24 Desenvolvimento de uma Estratégia de Controlo de Perdas O estabelecimento de prioridades de intervenção operacional não tem que seguir um modelo standard, devendo cada estratégia ser definida de acordo com o sistema em causa e, idealmente, de acordo com as necessidades de cada sector de abastecimento previamente definido. É essencial que a entidade gestora consiga verificar rapidamente quando e onde vale a pena investir na implementação de estratégias de minimização de perdas. Deverão ser identificadas as áreas prioritárias a intervir e avaliadas as alterações a introduzir para o planeamento estratégico do controlo de perdas físicas e comerciais. Para tal poderão ser efectuadas duas abordagens: ascendente ( bottom-up ) e descendente ( top-down ). Abordagem ascendente A abordagem ascendente é uma fase intermédia de menor detalhe, enquanto não é possível uma abordagem descendente. Nesta abordagem deverão ser seleccionados as primeiras zonas de intervenção com base no conhecimento da frequência actual de roturas, idade e materiais da rede, tipo (permeabilidade) do solo e dos tipos de consumo. São assim seleccionadas as áreas mais problemáticas e que necessitam de intervenção mais urgente. Este passo permitirá à entidade gestora aumentar a sua experiência neste campo e o conhecimento das várias técnicas existentes para o combate às perdas. Abordagem descendente Consiste na avaliação global das necessidades de intervenção, sendo depois feita progressivamente a níveis de maior detalhe, permitindo a avaliação da situação a vários níveis. Realização do balanço hídrico global Definição de objectivos globais Realização de balanços hídricos em sub-sistemas Definição de objectivos por sub-sistema Realização de balanços hídricos por ZMC Definição de objectivos por ZMC Síntese da Metodologia Com base na metodologia definida pelo Grupo de Trabalho promovido pelo IRAR/LNEC no âmbito do Controlo de Perdas de Água em Sistemas de Adução e Distribuição sistematiza-se no esquema seguinte os passos a seguir para a abordagem do problema. 22/34

25 VIAS PARA ABORDAGEM DO PROBLEMA CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE PARTIDA FIXAÇÃO DE METAS DEFINIÇÃO DO PROGRAMA DE MEDIDAS Avaliação da dimensão do problema Definição de uma estratégia de controlo de perdas Medição zonada Gestão de pressões Localização de fugas Reparação Definição objectivos estratégicos Caracterização preliminar do sistema Determinação do custo da água e do nível actual de perdas Identificação de métodos de controlo activo e seus custos IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PLANO Avaliação de resultados Cálculo do nível económico de perdas para o(s) método(s) em avaliação 2.4. DEFINIÇÃO DO PROGRAMA DE MEDIDAS Objectivos A partir da análise das características físicas do sistema de abastecimento, da identificação e quantificação das perdas físicas e comerciais, da disponibilidade de recursos financeiros da entidade gestora e da disponibilidade e adequação de recursos humanos e meios materiais, deverá ser estruturado o programa de medidas para a minimização de perdas de água. De referir que a etapa de caracterização da situação de partida, deverá ser tomada com o maior rigor pois a avaliação errada dos volumes de água perdidos poderá levar ao estabelecimento incorrecto das medidas necessárias à minimização das perdas. O sucesso das medidas adoptadas é directamente proporcional à consistência dos resultados obtidos nessa fase dos trabalhos. Deverão ser estabelecidas metas realistas, de curto, médio e longo prazo, de acordo com a disponibilidade de recursos da entidade gestora do sistema, do cronograma físico financeiro e com outras condicionantes específicas que tenham sido considerados na hierarquização das acções. 23/34

26 3º PASSO Definição do Programa de Medidas CARACTERIZAÇÃO DAS MEDIIDAS DE DE ACÇÃO PROGRAMAÇÃO DA DA REALIZAÇÃO DAS MEDIDAS ALOCAÇÃO DOS MEIOS HUMANOS E MATERIAIS A CADA GRUPO DE DE MEDIDAS Estimativa e calendarização dos investimentos afectos ao ao Programa de de Medidas Caracterização das Medidas de Acção Para a concretização das metas propostas deverão ser adoptadas medidas de acção que se dividem em três níveis: Nível 1: acções básicas necessárias ao desenvolvimento do plano Nível 2: acções de execução necessárias à implementação do plano Nível 3: acções de continuidade necessárias ao seguimento e optimização do plano Cada medida é caracterizada em função da sua eficácia, dificuldade de implementação e custo, variando entre o grau mais baixo (1 símbolo) e o mais alto (3 símbolos). Por eficácia entende-se a mais valia introduzida com essa medida para o sucesso do Plano de Minimização de Perdas. A dificuldade de implementação mede a maior ou menor dificuldade de concretização dentro do quadro de referência de cada uma das entidades gestoras. O custo contabiliza de forma genérica e simplista as necessidades financeiras para a aplicação de cada medida. A realidade de cada sistema de abastecimento de água irá determinar as medidas que melhor se enquadrem nos seus respectivos Planos de Minimização de Perdas. Como primeira proposta de medidas, apresentam-se de seguida aquelas que podem ser consideradas as mais usuais em planos desta natureza: MEDIDAS NÍVEL 1 Actualização do cadastro técnico e comercial Instalação de contadores nos principais pontos de fronteira do sistema de abastecimento OBJECTIVO DE REDUÇÃO Perdas Comerciais e Físicas Perdas Comerciais e Físicas EFICÁCIA DIFICULDADE DE IMPLEMENTAÇÃO CUSTO *** +++ ** ++ Medição de volumes de água não facturados Perdas Físicas ** ++ Treino e motivação da equipa Perdas Comerciais e Físicas *** ++ 24/34

27 MEDIDAS NÍVEL 2 Criação de Zonas de Medição e Controlo OBJECTIVO DE REDUÇÃO Perdas Comerciais e Físicas EFICÁCIA DIFICULDADE DE IMPLEMENTAÇÃO CUSTO *** ++ Estabilização e controlo da pressão na rede Perdas Físicas *** ++ Optimização da reparação de fugas visíveis Perdas Físicas *** + Reparação e/ou substituição de redes, ramais e acessórios Substituição e/ou adequação da capacidade dos contadores Perdas Físicas *** ++ Perdas Comerciais *** + Reabilitação de reservatórios de distribuição Perdas Físicas *** + Criação de normas técnicas e procedimentos para instalação de contadores e ramais Criação de divisão operacional de acompanhamento e controle do Plano Criação ou dinamização de linha de atendimentos para participação de perdas de água Perdas Comerciais e Físicas Perdas Comerciais e Físicas Perdas Comerciais e Físicas ** + *** + ** + Eliminação de erros de leitura de contadores Perdas Comerciais *** + MEDIDAS NÍVEL 3 Campanha de consciencialização da população para o uso racional da água Implementação de sistemas de monitorização de consumos (telemetria, registos contínuos) OBJECTIVO DE REDUÇÃO Perdas Comerciais e Físicas Perdas Comerciais e Físicas EFICÁCIA DIFICULDADE DE IMPLEMENTAÇÃO CUSTO *** + *** +++ Detecção e localização de fugas não visíveis Perdas Físicas *** +++ Melhoria da gestão de grandes consumidores Perdas Comerciais ** +++ Redução de leituras por estimativa Perdas Comerciais *** ++ Introdução de contadores móveis associados a regas e lavagens Perdas Comerciais * ++ No Anexo E apresenta-se uma descrição síntese de cada uma das medidas de acção a implementar Programação da Realização das Medidas O Plano de Minimização de Perdas deve ser sustentado num Programa de Acção que contemple o estabelecimento de objectivos concretos e atingíveis, a identificação cronológica desses objectivos e uma estimativa de afectação, tão rigorosa quanto possível, dos recursos humanos, físicos e financeiros necessários. O plano deve desenvolver de forma integrada um conjunto de acções conducentes à redução de perdas físicas e comerciais, afectando os meios necessários para concretizar as acções identificadas como determinantes para que a redução de perdas de água seja uma realidade atingível nos prazos propostos e de forma mensurável. A hierarquização das medidas deverá ter 25/34

28 em conta os custos envolvidos e os benefícios resultantes, optimizando assim os recursos disponibilizados. O desenvolvimento do programa de medidas deve reflectir a realidade da entidade gestora, ajustando as acções preconizadas à sua realidade funcional. Situação de Partida Situação actual Programa de Acção Situação futura = Objectivos O programa deve ser o mais realista possível iniciando-se com medidas que permitam o seu desenvolvimento sustentado, evitando acções inaplicáveis e cujos resultados se poderão traduzir em recuos indesejáveis ou fracassos para a equipa envolvida. Devem ser evitadas demasiadas comparações com outras entidades gestoras, pois cada sistema tem a sua estratégia concreta e o seu contexto próprio, devendo o programa de medidas integrar essa realidade numa aquisição do tipo tailor made. O programa de acção além de definir e estabelecer as medidas a adoptar na redução das perdas de água, deve promover a implementação de instrumentos que permitam a auditoria e monitorização contínua 2, assegurando assim que as metas estabelecidas sejam atingidas e extrapoladas para fora do limite temporal do plano Alocação de Meios Humanos e Materiais a cada Grupo de Medidas Para a implementação eficaz do plano é essencial que toda a estrutura esteja verdadeiramente comprometida com o objectivo de minimizar as perdas de água verificadas no sistema, com destaque para a estrutura de topo que deverá garantir e promover os meios necessários para atingir os objectivos propostos. Atendendo às inúmeras variáveis que terão de ser geridas ao longo do desenvolvimento do programa de acção estabelecido, considera-se, em qualquer situação, que deve ser criada uma equipa autónoma, dedicada em exclusivo à promoção operativa do plano, mas com uma forte interacção com todas as áreas da entidade gestora. Esta equipa pode ser integrada na estrutura operacional, numa óptica de complementaridade de acção e de reestruturação de actividades quotidianas, ou ser autonomizada, sendo esta a opção que normalmente é aceite como a que oferece maiores garantias de sucesso. Na prática, na maioria das situações, as solicitações e as actividades envolvidas na estruturação e implementação do plano de acção dificilmente se 2 Através da fixação de indicadores de desempenho, criação de bases de dados de controlo estatístico e do acompanhamento de acções correctivas, entre outras. 26/34

29 coadunam com a gestão diária da rede. A tomada de decisão sobre a forma como a equipa se integra na estrutura, acaba por ser fortemente condicionada pelas características da entidade gestora e pelos meios financeiros disponibilizados. Os elementos seleccionados para integrar esta equipa devem estar cientes da sua missão e das inúmeras adversidades que os esperam ao longo da fase de implementação do plano. Assim, os colaboradores da nova organização deverão possuir espírito empreendedor, com capacidade de organização e de condução de projectos, aliado a um forte sentido crítico de forma a poder recuar e saber integrar os erros cometidos. Aliados aos meios humanos disponibilizados, torna-se necessário afectar ao projecto os necessários meios materiais. Esta afectação deverá ocorrer em função da calendarização das medidas propostas rentabilizando o investimento necessário em função das reais necessidades da equipa minimizando assim o esforço financeiro da entidade gestora. Pela especificidade de alguns dos meios necessários poderá ser vantajoso o recurso à contratação externa em regime de out-sourcing para trabalhos específicos ou obtenção de equipamentos especializados demasiado onerosos para serem adquiridos pela entidade gestora. Neste ponto dedicado à afectação de meios convém relembrar que os objectivos propostos não serão atingidos se a equipa responsável pela implementação do plano não for dotada dos meios necessários. Por outro lado, sem o empenhamento da equipa, os meios materiais não concretizam por si só a tão desejada redução de perdas Síntese da Metodologia Apresenta-se no Anexo E a síntese da metodologia a implementar por tipo de medida de acção. 27/34

30 3. IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO Objectivos Enunciadas as principais origens e causas da perda de água nos sistemas de distribuição e apresentada a metodologia de implementação de medidas para o seu combate, segue-se a fase de aplicação do plano de acordo com as metas estabelecidas. Estas devem ser suficientemente realistas e consistentes para que no período de implementação e com os recursos físicos e financeiros disponibilizados, os objectivos previstos sejam atingíveis. Tal como a tipificação de um plano é de extrema dificuldade devido às inúmeras variáveis que determinam a existência de perdas de água nos sistema de abastecimento e às várias tecnologias ou medidas de combate, também a sua implementação não poderá ser normalizada, mas antes adaptada à realidade da entidade gestora. Na verdade, e atendendo às variáveis endógenas e exógenas do sistema e da entidade que o gere, cada plano, nas suas diversas fases, acaba por ser único e desenvolvido de forma particular. Quanto maior for a especificidade do plano no contexto em que irá ser implementado, melhor e mais eficaz será o combate às perdas, permitindo alcançar de forma mais rápida os objectivos previstos. Apesar da implementação não ser tipificável, é possível estabelecer um caminho comum para a concretização prática de um Plano de Minimização de Perdas. Esse caminho passa por quatro etapas chave: diagnóstico, programa de acção (com a necessária mobilização de meios), implementação e monitorização. Na implementação, as fases de diagnóstico e de definição do programa de acção estão ultrapassadas, pelo que as etapas seguintes podem ser esquematizadas em: 4º PASSO Implementação do Plano TREINO E SENSIBILIZAÇÃO DAS EQUIPAS DE DE OPERAÇÃO EXECUÇÃO DO DO PROGRAMA DE DE MEDIDAS AUDITORIA E MONITORIZAÇÃO CONTÍNUA DOS OBJECTIVOS FIXADOS Desenvolvimento de de um Programa Piloto Para o treino e sensibilização das equipas envolvidas, pode ser promovida uma fase preparatória com um programa piloto para ensaio das medidas preconizadas. Recorda-se que durante todo o processo de implementação a entidade gestora deverá assegurar o conforto dos utilizadores, conservando constantes as condições de serviço existentes. Para tal, todas as operações, deverão ser efectuadas durante as horas de menor consumo. Sempre que for previsível um desequilíbrio dessas condições deverá existir uma divulgação prévia junto dos utilizadores. 28/34

31 Para o combate ao desperdício e ao uso racional da água deverão ser promovidos programas com o objectivo de sensibilizar e envolver a comunidade no cumprimento das metas da entidade gestora Treino e Sensibilização das Equipas de Operação A implementação de um Plano de Minimização de Perdas deve ser entendido por toda a organização como uma acção estratégica em que todos têm que participar. Mais do que promover um conjunto de medidas ou procedimentos, trata-se de alterar uma cultura de trabalho que todos devem entender como sua, e cujo contributo individual concorre para um melhor aproveitamento da água produzida e para o aumento da rentabilidade da organização onde colaboram. A MINIMIZAÇÃO DE PERDAS ENVOLVE TODAS AS ÁREAS DA ENTIDADE GESTORA Nessa perspectiva, e conforme referido anteriormente, deve ser constituída uma equipa própria afecta em exclusivo ao plano mas com poderes para interagir com as outras áreas envolvidas (área técnica, exploração e facturação/cobrança) e com um forte patrocínio da direcção. Todos os membros da organização devem-se sentir envolvidos e incentivados a contribuir com o seu conhecimento do sistema. Este aspecto é tanto mais importante, quanto menor for a informação cadastrada e menos estruturado for o histórico sobre a exploração da rede. A estabilidade da equipa também é um factor determinante de sucesso, em especial no arranque do plano onde é necessário criar rotinas e procedimentos próprios. Como teste do plano proposto é prática corrente a implementação de uma experiência piloto numa zona de medição e controlo (ZMC). A ZMC seleccionada deverá permitir testar as medidas preconizadas e ter um padrão tal que permita realizar o balanço hídrico de forma completa e assim medir os ganhos efectivos da sua implementação. Um programa piloto permite de forma prática testar as metodologias de acção, afinar procedimentos e treinar as equipas que irão para o terreno, incentivando-as de que as melhores práticas e um trabalho de equipa são o motor dos bons resultados. UM PROGRAMA PILOTO PERMITE TESTAR AS METODOLOGIAS DE ACÇÃO Nesta fase, onde as equipas já estão criadas e estabilizadas, é fundamental que o coordenador do trabalho recolha toda a informação disponibilizada pelas acções de campo, incorporando de forma aberta as sugestões de melhoria de todos os membros da equipa. Apenas com uma equipa empenhada será possível implementar um plano cujos resultados raramente tem efeitos imediatos. Nesse espírito poder-se-á instituir prémios de produtividade às equipas com melhor performance, incentivando assim a implementação das melhores práticas e a conquista das metas estabelecidas. Com a medição do efeito das medidas propostas, através de indicadores objectivos e concretos, é possível um processo de melhoria contínua. 29/34

32 Nalgumas situações, nomeadamente em operações mais complexas, como a modelação da rede ou a inspecção de condutas, poderá ser vantajoso para a entidade gestora o recurso à contratação externa, assegurando junto de consultores especializados um suporte técnico adequado. Estas medidas devem ser promovidas junto das equipas envolvidas como acções de formação e de melhoria dos seus conhecimentos técnicos e das práticas de boa arte. Para captar esse conhecimento deverá ser assegurado que os elementos mais habilitados das equipas interajam de forma aberta com as equipas exteriores Execução do Programa de Medidas O plano, conforme referido, terá uma hierarquização de acções em função de inúmeras variáveis, onde as mais condicionantes são, na generalidade das organizações, os meios financeiros disponibilizados e o empenho na concretização das metas estabelecidas. A hierarquização de medidas deve ser tal que permita atingir de forma gradual e consolidada os objectivos propostos no contexto real de implementação do plano. A conquista de metas, com especial incidência na fase inicial, deve ser assegurada por pequenos passos mensuráveis, fundamentais para solidificar a confiança da equipa afecta ao projecto. HIERARQUIZAÇÃO DE MEDIDAS DE MODO A ATINGIR DE FORMA GRADUAL E CONSOLIDADA OS OBJECTIVOS PROPOSTOS Desta forma, e de acordo com o plano de implementação previsto, dever-se-á começar pelas medidas mais simples ou por acções que irão sustentar medidas de maior complexidade ou de maior investimento, como por exemplo a planificação do cadastro, a divisão da rede em zonas de medição e controle, o acompanhamento do nível de pressão ou a criação de condições que permitam calcular o balanço hídrico. Este tipo de medidas, classificadas normalmente como acções imediatas ou preparatórias, facilita a informação complementar que permite consolidar o plano de acção e validar ou afinar as acções de curto e médio prazo. Consolidado o plano de acção com a informação retirada das acções imediatas, e preferencialmente da experiência piloto, devem ser iniciadas as medidas subsequentes. A sua concretização deve ser iniciada pelas zonas mais críticas, que correspondem normalmente às áreas onde são conseguidos os ganhos mais relevantes. Estas áreas de acção prioritária coincidem na grande maioria dos casos às zonas da rede com condutas mais antigas, com pressões mais elevadas e/ou com grande variação de pressão. Quando o plano de acção não contempla a totalidade da rede, a cultura de combate às perdas, deverá promover os mecanismos necessários à implementação de um controlo de fugas nas zonas não abrangidas, com especial incidência nas consideradas mais criticas. Para a sua identificação em muito contribui a informação dada pelos restantes membros da entidade gestora e informações comunicadas pelos consumidores. Em complemento podem ainda ser promovidas auditorias anuais à totalidade da rede para detecção de fugas (a especialização dos meios envolvidos nestas auditorias dependem dos recursos financeiros disponibilizados, não 30/34

33 sendo contudo o ganho esperado directamente proporcional aos meios envolvidos). Como o nível de perdas tende a aumentar com o envelhecimento das condutas, a implementação das regras de boa arte minimizadoras desse efeito previstas no plano de acção, devem também ser aplicadas nas zonas de expansão da rede, evitando assim a propagação de problemas ou erros que de futuro irão contribuir para o aumento do volume de água perdido. ENVOLVIMENTO DOS CONSUMIDORES NA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO Um último aspecto, não menos relevante, é a necessária interacção com os consumidores. Nesse sentido, é fundamental criar mecanismos, mais ou menos complexos, de atendimento e recepção de queixas, reclamações/sugestões e de comunicação de roturas na rede. As comunicações devem ter sempre uma resposta e quando possível ter um desenvolvimento prático sentido pela população (mais evidente na reparação de roturas ou na resolução de conflitos de obra). O envolvimento da população num plano que tem como objectivo ultimo oferecer um melhor serviço é um aspecto que nunca deve ser descorado ao longo da sua implementação Auditoria e Monitorização Contínua dos Objectivos Fixados Apesar do limite temporal de implementação de um Plano de Minimização de Perdas, os objectivos e as medidas preconizadas devem ter um seguimento mais alargado no tempo, permitindo a sua integração na cultura de trabalho da organização e a necessária avaliação do seu impacto. Para esse efeito a implementação de um plano de acção, por mais simplificado que seja, deve ter associado um programa de medição da sua eficácia através de indicadores de desempenho já apresentados neste documento. Os indicadores de desempenho permitem monitorizar a eficiência e a eficácia das medidas propostas ao longo do tempo e assim corrigir os programas de acção com vista ao cumprimento dos objectivos da organização. Em paralelo com o sistema de indicadores, que permite uma monitorização contínua dos resultados das medidas implementadas, devem ser preparadas rotinas e procedimentos de registo que permita compilar de forma uniformizada e continuada a informação resultante das acções empreendidas no sistema (consumos, pressão, roturas, reparações, ). A compilação deste tipo de informação facilita a actualização de cadastros, a criação de um histórico de ocorrências na rede, a selecção de medidas de acção e a definição de prioridades nas zonas a intervir, sendo por isso uma importante ferramenta de trabalho à equipa afecta ao projecto. Para garantir que todos estes programas de seguimento e monitorização das medidas de acção sejam seguros, devem ser criados mecanismos de auditoria para controlo efectivo das acções previstas e da metodologia aplicada no desenvolvimento do plano. 31/34

34 Intervenções realizadas Para validar a sua eficácia e o rigor na implementação do Plano de Minimização de Perdas. AUDITAR Gestão da Rede Para identificar e/ou validar as zonas de intervenção em função das prioridades definidas. Meios de Medição Aferir e manter regularmente os órgãos de medição e controlo da rede, garantindo assim a fiabilidade e o rigor da informação recolhida. O sistema de auditoria deve ser entendido como um contributo para a melhoria continua do sistema promovendo um círculo virtuoso que se fecha à medida que se anulam as situações viciosas e se atinge o nível económico de fugas do sistema. 32/34

35 4. CONCLUSÕES Na procura da racionalidade económica e ambiental dos sistemas, é imperativo introduzir mecanismos que conduzam a uma evolução gradual da redução de perdas nas infra-estruturas de abastecimento de água, aumentando assim a eficiência do serviço prestado. Independentemente das condições físicas e topológicas dos sistemas de abastecimento de água, as entidades gestoras deverão possuir uma noção tão clara quanto possível do volume de água perdido e das suas causas, de modo a definir um programa de combate às perdas de água, assegurando assim a eficaz gestão económico-financeira, a conservação do ambiente, a racionalização das tarifas e a sua promoção perante a opinião pública. Este manual não pretende estabelecer um plano tipo, mas antes contribuir para a definição de um programa de acções e orientações práticas para a selecção da metodologia que irá permitir o desenvolvimento e a implementação de um plano de combate às perdas de água nos sistemas de abastecimento. No entender do Grupo de Trabalho que o desenvolveu, a informação disponibilizada configura-se como uma ferramenta orientadora, que fornece as pistas para a concretização individualizada de um Plano de Minimização de Perdas de Água. 33/34

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