Recomendação tarifária Decreto-Lei n.º 194/2009 Recomendação IRAR n.º1/2009
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1 Recomendação tarifária Decreto-Lei n.º 194/2009 Recomendação IRAR n.º1/2009 Alexandra Carrilho Ribeiro Departamento de Análise Económica e Financeira da ERSAR Sessão Informativa O novo regime jurídico dos sistemas municipais de águas e resíduos 28 de Janeiro de 2010
2 Decreto-Lei n.º 194/2009
3 Objectivos Definir um regime comum, uniforme e harmonizado aplicável a todos os serviços municipais, independentemente do modelo de gestão adoptado, sendo igualmente densificadas as normas específicas a cada modelo de gestão; Assegurar uma correcta protecção e informação do utilizador destes serviços; Assegurar, quando aplicável, condições de igualdade e transparência no acesso à actividade e no respectivo exercício, bem como nas relações contratuais. Acautelar a sustentabilidade económico-financeira, infraestrutural e operacional dos sistemas. Articular o regime aplicável com as alterações legislativas entretanto ocorridas.
4 Âmbito de aplicação Todas as Entidades Gestoras de titularidade municipal Gestão directa (Capítulo III) Delegação em empresa constituída em parceria com o Estado (Capítulo IV) Gestão delegada (Capítulo V) Gestão concessionada (Capítulo VI)
5 Gestão directa (Capítulo III) Sem prejuízo das regras orçamentais e de contabilidade aplicáveis aos serviços da administração local autárquica, os serviços municipais de águas e resíduos prestados em modelo de gestão directa devem ser objecto de apuramento económico financeiro específico, através de contabilidade analítica.
6 Parceria com o Estado (Capítulo IV) Podem ser estabelecidas parcerias entre o Estado e os municípios, as associações de municípios ou as áreas metropolitanas com vista à exploração e gestão de sistemas municipais de abastecimento público de água, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos; Regem-se pelo disposto no Decreto-Lei n.º 90/2009, de 9 de Abril.
7 Gestão delegada (Capítulo V) Conteúdo do contrato Prazo mínimo de 10 anos Os dados previsionais, a preços constantes, incidem sobre um horizonte temporal de 15 anos, definidos vinculativamente para períodos sucessivos de 5 anos (revisão do contrato de gestão delegada). Plano de investimentos a cargo da empresa municipal delegatária Tarifário e a sua trajectória de evolução temporal Proveitos mínimos Matriz de risco
8 Gestão delegada (Capítulo V) Receitas tarifárias As tarifas a aplicar pela empresa municipal delegatária são definidas no contrato de gestão delegada em vigor, expressas a preços constantes e subsequentemente actualizadas com base na taxa de inflação, devendo a entidade delegante ratificar o seu cálculo; O cálculo da variação do tarifário deve ser realizado com base num índice de preços de Laspeyres, em que as quantidades utilizadas são as apuradas no período completo de 12 meses findo no mês de Junho do ano precedente ao exercício no qual é aplicado o novo tarifário.
9 Gestão concessionada (Capítulo VI) Conteúdo do contrato Prazo máximo de 30 anos ou 15 anos, consoante haja ou não investimento significativo Os dados previsionais, a preços constantes, incidem sobre o horizonte temporal da concessão. Plano de investimentos a cargo da empresa concessionária Tarifário e a sua trajectória de evolução temporal Matriz de risco
10 Gestão concessionada (Capítulo VI) Receitas e tarifário As tarifas do primeiro ano de exploração resultam da proposta vencedora no âmbito do concurso público. Para além das variações médias do tarifário, expressas a preços constantes, que sejam fixadas no contrato de concessão, as actualizações anuais do tarifário médio incorporam a taxa de inflação. O cálculo da variação do tarifário deve ser realizado com base num índice de preços de Laspeyres, em que as quantidades utilizadas são as apuradas no período completo de 12 meses findo no mês de Junho do ano precedente ao exercício no qual é aplicado o novo tarifário.
11 Delegação vs. Concessão Delegação Concessão Controlo do Município Definição de partilha de riscos Actualização tarifária Prazo
12 Recomendação IRAR n.º 1/2009
13 Objectivos Harmonizar as estruturas tarifárias que servem ao financiamento destes serviços, trazer-lhes racionalidade económica e financeira e assegurar a respectiva viabilidade e melhoria, sem pôr em causa a autonomia na gestão dos serviços; Proporcionar uma mais fácil compreensão por parte dos utilizadores através da utilização de processos simples e transparentes; Permitir a comparabilidade directa de tarifários
14 Âmbito de aplicação Todas as Entidades Gestoras com serviços ao utilizador final ( em baixa ) Não vinculativo Trata-se de um instrumento que se pretende constitua um primeiro passo na transição de uma prática tarifária algo casuística e reconhecidamente insustentável para uma prática que seja racionalmente fundamentada e condizente com as boas práticas na matéria.
15 Estrutura tarifária Regras comuns Para cada serviço (abastecimento, saneamento e gestão de resíduos) os tarifários devem ser caracterizados por: Tarifa fixa + tarifa variável com uma cobertura tendencial dos custos Tarifa fixa deve cobrir os custos de subscrição (disponibilidade do serviço) Tarifa variável deve cobrir os custos de prestação de serviços
16 Estrutura tarifária Regras comuns (cont.) Em virtude da aplicação das tarifas de abastecimento e saneamento, a entidade gestora deve ficar obrigada a realizar as seguintes actividades, não as devendo facturar de forma específica: Execução, manutenção e renovação de ramais, incluindo a ligação do sistema público ao sistema predial; Fornecimento de água/recolha e encaminhamento de águas residuais; Celebração ou alteração de contrato de fornecimento de águas/recolha de águas residuais;
17 Estrutura tarifária Regras comuns (cont.) Disponibilização e instalação de contador/medidor de caudal individual; Disponibilização e instalação de contador totalizador por iniciativa da entidade gestora; Leituras periódicas programadas e verificação periódica do contador/medidor de caudal; Reparação ou substituição de contador, torneira de segurança ou de válvula de corte/execução e conservação de caixas de ligação e sua reparação, salvo se por motivo imputável ao utilizador.
18 Estrutura tarifária Abastecimento utilizadores domésticos Tarifa fixa única para calibres até 25mm Para calibres superiores deve-se aplicar a tarifa dos utilizadores não domésticos Tarifa variável com escalões não zerados 1.º escalão: até 5m 3 ; 2.º escalão: superior a 5m 3 e até 15m 3 ; 3.º escalão: superior a 15m 3 e até 25m 3 ; 4.º escalão: superior a 25m 3.
19 Estrutura tarifária Abastecimento utilizadores não domésticos Tarifa fixa de valor superior à doméstica 1.º nível: até 20 mm; 2.º nível: superior a 20 e até 30 mm; 3.º nível: superior a 30 e até 50 mm; 4.º nível: superior a 50 e até 100 mm; 5.º nível: superior a 100 e até 300 mm. Tarifa variável deve apresentar valor idêntico ao 3.º escalão da tarifa variável do serviço aplicável aos utilizadores domésticos.
20 Estrutura tarifária Saneamento utilizadores domésticos Tarifa fixa única independente do calibre do contador de água A tarifa variável do serviço deve ser determinada pela aplicação de um coeficiente de custo, específico a cada entidade gestora, à tarifa variável média do serviço de abastecimento devida pelo utilizador final doméstico. O valor da tarifa variável média do serviço de abastecimento é o que resulta do rácio, apurado em cada factura, entre o somatório dos valores da componente variável do serviço facturados em cada escalão e o somatório dos volumes facturados em cada escalão, corrigidos de eventuais acertos.
21 Estrutura tarifária Saneamento utilizadores domésticos (cont.) Em rigor, o valor a ser facturado pela componente variável, corresponde a uma percentagem do valor facturado pela componente variável do serviço de abastecimento.
22 Estrutura tarifária Saneamento utilizadores não domésticos A estrutura é idêntica à das tarifas para utilizadores domésticos. O coeficiente de custo pode ser diferente daquele aplicado à tarifa dos utilizadores domésticos, reflectindo as diferenças nas estruturas de custos.
23 Estrutura tarifária Coeficiente de custo de saneamento Custos saneamento C s = φ Custos abastecimento φ é um coeficiente de ajuste das condições específicas Utilizadores domésticos/não domésticos Diferente cobertura dos serviços Etc Os custos utilizados para efeito de cálculo, e que se pretendem cobrir por meio da tarifa variável, podem ser os totais, os operacionais, os de exploração ou outros, desde que se garanta que no conjunto da componente fixa com a variável se cobrem, pelo menos, todos os custos.
24 Estrutura tarifária Resíduos utilizadores domésticos Tarifa fixa única Tarifa variável em função da quantidade de resíduos recolhida A quantidade de resíduos objecto de recolha deve ser estimada a partir de indicadores de base específica que apresentem uma correlação estatística significativa com a efectiva produção de resíduos pelos utilizadores finais Consumo da água Consumo da electricidade Área ou tipologia Etc..
25 Estrutura tarifária Resíduos utilizadores não domésticos Tarifa fixa única de valor superior ao da tarifa para utilizadores domésticos Tarifa variável em função da quantidade de resíduos recolhida, de valor superior ao da tarifa para utilizadores domésticos Devem poder ainda empregar-se como indicadores parâmetros vários associados ao tipo de actividade exercida pelo utilizador, ou proceder à determinação directa da quantidade de resíduos objecto de recolha com base em sistemas específicos de pesagem ou em sistemas volumétricos
26 Ciclo de revisão tarifária
27 Ciclo de revisão tarifária Submissão, para parecer, da proposta de tarifário à ERSAR Aprovação explícita pela Entidade Titular (Concedente/Delegante) Entre a publicação e a aplicação do novo tarifário devem decorrer, pelo menos, 15 dias. Deve ser enviado o documento de aprovação à Entidade Reguladora até 10 dias após a respectiva publicação
28 Ciclo de revisão tarifária O que seria desejável Submissão da proposta de novo tarifário, a partir de 1 de Setembro, à ERSAR e à Entidade Titular dos serviços Emissão do parecer da ERSAR à Entidade Titular e à Entidade Gestora, até 30 dias após a recepção da proposta Aprovação e publicação, pela Entidade Titular, do novo tarifário até 15 de Dezembro Aplicação do novo tarifário a partir de 1 de Janeiro
29 Ciclo de revisão tarifária Elementos necessários Estrutura tarifária da EG IA índice de actualização previsto no contrato de delegação/concessão Deve incluir IHPC Pode incluir riscos específicos (ex: preços em alta, custo de mão-de-obra, etc.) Aplicação de um índice de Laspeyres Proposta do novo tarifário
30 Ciclo de revisão tarifária IA Índice de actualização O índice de actualização deve permitir actualizar preços constantes do ano 0 para preços correntes do ano t.
31 Ciclo de revisão tarifária Índice de Laspeyres O índice de Laspeyres é, teoricamente, uma taxa de variação das receitas entre dois períodos nos quais se mantêm constantes as quantidades do período inicial, sendo calculado pela divisão entre a receita do ano t e a receita do ano t 0. Formalmente: No caso da aplicação do disposto no Decreto-Lei n.º 194/2009, o cálculo será efectuado em sentido contrário. Partindo do factor de actualização calculado pela fórmula polinomial de actualização, IA t 0 determinam-se quais os preços que gerariam a receita necessária.
32 Obrigada
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