Estudo Multicêntrico do Consumo Alimentar de Pré-escolares
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- Edison Chagas di Azevedo
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1 Estudo Multicêntrico do Consumo Alimentar de Pré-escolares
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3 Nutri-Brasil Infância: Estudo multicêntrico do consumo alimentar de pré-escolares. Os escassos dados a respeito da alimentação infantil atual motivaram pesquisadores de diversas instituições de ensino e pesquisa a estudar, em parceria com a Danone, a ingestão alimentar de pré-escolares brasileiros. O estudo O estudo teve como objetivo estimar a prevalência de inadequação (deficiência ou excesso) de nutrientes no cardápio de pré-escolares institucionalizados. Crianças freqüentadoras de creches públicas e privadas de todas as regiões brasileiras foram estudadas. Mais de crianças, de 2 a 6 anos, tiveram o consumo alimentar avaliado. Estudo Nutri-Brasil Infância. Pesquisadores de 12 instituições de ensino e pesquisa, em parceria com a Danone, avaliaram o consumo alimentar de crianças freqüentadoras de creches públicas e privadas de cidades brasileiras. Manaus Cuiabá Brasília Natal Recife Viçosa Rio de Janeiro São Paulo Porto Alegre
4 Avaliação do consumo alimentar de 1 dia: Casuística crianças de 2 a 6 anos avaliadas meninos meninas de creches públicas e 754 de creches privadas 4 a 6 anos 45% 55% 2 a 4 anos Método de resto-ingestão por pesada na creche Registro do consumo complementar em casa Foi realizada repetição da avaliação em 25% da amostra, de modo a conhecer a variabilidade inter e intra pessoal da população de estudo. Os alimentos consumidos e registrados foram tabulados e analisados com a utilização do programa Nutrition Data System (NDS) desenvolvido pela Universidade de Minnesota - EUA. O NDS contém valores de 139 nutrientes, incluindo açúcar de adição e gordura trans, de mais de alimentos e marcas registradas derivados da tabela do USDA, literatura científica, indústria de alimentos e, para alimentos regionais, tabelas estrangeiras. O banco de dados é atualizado anualmente pelo fabricante. Com os dados de consumo dos pré-escolares calculou-se a prevalência de inadequação por comparação com valores de Necessidade Média Estimada (EAR) ou Ingestão Dietética Recomendada (AI) de cada nutriente. Foram também identificados os alimentos e/ou preparações de maior contribuição de energia e nutrientes.
5 Resultados Os resultados do estudo Nutri-Brasil Infância indicam que a alimentação dos pré-escolares brasileiros está adequada para diversos nutrientes, porém algumas carências * aparecem em grande parte desta população. Verificou-se uma grande prevalência de excesso de peso em menores de cinco anos (Figuras 1 e 2), dados semelhantes aos de crianças com idades superiores. A média de distribuição de macronutrientes no cardápio diário dos pré-escolares apresenta-se dentro dos limites de recomendação da OMS, embora a porcentagem de energia vinda de carboidratos esteja no limite inferior e a de proteínas e lipídios no limite superior da faixa de recomendação (Figura 3). Figura 3. Distribuição média de macronutrientes no cardápio da população estudada e faixa de recomendação da OMS. % Figura 1. Estado nutricional das crianças menores de 5 anos, de acordo com a 80 classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) **. 6% 1% 22% Eutrofia Sobrepeso Obesidade Risco de desnutrição Distribuição média de macronutrientes (%) ,67 27,83 15,37 Carboidrato Proteína Lipídio 70% Figura 2. Curva de IMC comparada com a distribuição padrão da OMS, para menores de 5 anos. Linhas horizontais paralelas representam a faixa de recomendação de distribuição de macronutrientes proposta pela OMS 2003: carboidrato: 55-75%, proteína: 10-15% e lipídio: 15-30%. * Análise com base nos valores de referência das DRIs. padrão OMS ** Análise com base na classificação da WHO. crianças pré-escolares analisados Z Score
6 Aproximadamente 30% das crianças de 4 a 6 anos, ingerem quantidades insuficientes de vitamina E por dia* (Figura 4). Figura 4. Prevalência de inadequação de vitaminas, de acordo com as DRIs (2005) *. Vitamina C <0,001 0,5 2 a 4 anos Vitamina A 0,3 3,5 4 a 6 anos Vitamina E 15,5 27, % As análises indicaram adequação das ingestões de proteína, vitaminas B6 e B12, riboflavina, niacina, tiamina, folato, fósforo, magnésio, ferro, cobre, zinco e selênio. Embora a quantidade de ferro no cardápio tenha sido adequada *, diversos estudos têm mostrado que a anemia em crianças menores de 5 anos permanece em valores elevados, atingindo 40 a 50% dos brasileiros desta faixa-etária. Desse modo, é importante verificar a qualidade e biodisponibilidade deste nutriente nos alimentos consumidos pelas crianças, bem como a possível interação negativa de absorção por outros nutrientes. * Análise com base nos valores de referência das DRIs.
7 Mais da metade da população desta faixa-etária está em risco nutricional para cálcio e vitamina D * (Figura 5). O Estudo Nutri-Brasil Infância indicou que há um excessivo consumo de sódio (Figura 5), sendo que quase 75% das crianças de 4 a 6 anos consomem quantidades de sódio acima do valor máximo considerado seguro (UL) *. Figura 5. Percentual de indivíduos com ingestão acima da AI (DRI 2005) *. 2 a 4 anos Fibras 5,3 21,1 4 a 6 anos Vitamina D Cálcio 43,1 37,4 43,1 88,8 Vitamina K 60,0 93,0 Ácido Pantotênico 90,3 99,5 Sódio 98,8 97, % Consumo alimentar de pré-escolares O estudo Nutri-Brasil Infância indica haver carências e excessos no cardápio de pré-escolares de regiões brasileiras. A discussão destes resultados pode indicar necessidade de adaptações nas práticas atuais da clínica pediátrica e novas medidas de saúde pública infantil.
8 Danone Research é o Centro de Pesquisa e Desenvol vimento do Grupo Danone, situado na França, que conta com uma comunidade mundial de mais de 1300 pesquisadores e especialistas focados no desenvol vimento de estudos científicos e guias de nutrição, garantindo a excelência dos produtos Danone através de sua qualidade e inovação. Material destinado a profissionais da saúde BIBLIOGRAFIA Bosi MLM, Machado MT. Amamentação: um resgate histórico. Artigo de revisão. Cadernos ESP - Escola de Saúde Pública do Ceará. 1(1) DRI - Dietary Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein, and Amino Acids (Macronutrients) Disponível em < Filho JM. Evolução do Aleitamento Materno no Brasil. Disponível em < Filho MB, Rissin A. A transição nutricional no Brasil: tendências regionais e temporais. Cadernos de Saúde Pública; 2003, Rio de Janeiro; 19(1). Fisberg M, Barros MJL. O papel dos nutrientes no crescimento e desenvolvimento infantil. São Paulo: Savier, Flandrin JL, Montanari M. História da Alimentação. Trad: Machado LV, Teixeira GJF. Histoire de l alimentation. São Paulo: Estação Liberdade, Ichisato SMT, Shimo AKK. Revisitando o desmame precoce através de recortes da história. Artigo de Revisão. Revista Latino-Americana de Enfermagem; Ribeirão Preto, 2002; 10(4) McLean E, Cogswell M, Egli I, Wojdyla D, Benoist B. Worldwide prevalence of anaemia, WHO Vitamin and Mineral Nutrition Information System, Public Health Nutrition 2008: Mello ED. O que significa a avaliação do estado nutricional. J Pediatr 2002; 78(5):357-8 Oliveira JC, Albuquerque FRPC. A mortalidade no Brasil no período : desafios e oportunidades para os próximos anos. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro, Disponível em < UNICEF. Vitamin & Mineral Deficiency. A Global Progress Report Vinagre RD, Diniz EMA, Vaz FAC. Leite humano: um pouco de sua história. Pediatria (São Paulo) 2001;23(4): WHO. World Health Organization. Anthro 2005 software and macros. Disponível em: Acessado em 07 julho de 2008.
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