Atividade de fixação Direito Civil Univille 1º ano DIREITO 26/07/2016

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1 Atividade de fixação Direito Civil Univille 1º ano DIREITO 26/07/2016 Questão 1 (Vale 4,0 pontos) Levando em conta as ementas apresentadas na sequência, com seus respectivos acórdãos, analise seus conteúdos a partir das assertivas a seguir, elaborando uma resenha (de 20 a 30 linhas) a respeito das conclusões obtidas pela equipe. Assertivas: a) Analisar o fato que é interpretado pelo STJ (penhora do bem de família do fiador de contrato de locação). b) Analisar a interpretação da lei frente ao fato pelo STJ (art. 3º, inciso VII, da lei 8.009/90). c) Analisar a constitucionalidade da lei - art. 3º, inciso VII, da lei 8.009/90 (a despeito do entendimento do STJ). d) Analisar o entendimento do STJ (interpretação fática e da lei) frente à teoria do mínimo existencial. Ementa do Superior Tribunal de Justiça: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL - CONTRATO DE LOCAÇÃO - PENHORA DO BEM DE FAMÍLIA PERTENCENTE AO FIADOR - POSSIBILIDADE - ART. 3.º, INCISO VII, DA LEI N.º 8.009/90 - DECISÃO MONOCRÁTICA DANDO PROVIMENTO AO RECLAMO. INSURGÊNCIA DOS FIADORES. 1. O Superior Tribunal de Justiça, nos termos do que decidido pelo Supremo Tribunal Federal, possui entendimento firmado no sentido da possibilidade da penhora sobre bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. Nesse mesmo sentido: REsp /MS, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, julgado em 12/11/2014, DJe 21/11/2014; AgRg no REsp /SP, 3.ª Turma, Rel. Min. Moura Ribeiro, DJe de 15/04/ Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp /PE, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA,

2 julgado em 19/04/2016, DJe 29/04/2016) E do corpo do acórdão: O artigo 3º, inciso VII, da Lei 8.009/90 preceitua que a impenhorabilidade do bem de família é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação, entre outras hipóteses. Com efeito, o Supremo Tribunal Federal, ao analisar o referido dispositivo legal, reconheceu sua constitucionalidade, nos termos da seguinte ementa: FIADOR. Locação. Ação de despejo. Sentença de procedência. Execução. Responsabilidade solidária pelos débitos do afiançado. Penhora de seu imóvel residencial. Bem de família. Admissibilidade. Inexistência de afronta ao direito de moradia, previsto no art. 6º da CF. Constitucionalidade do art.3º, inc. VII, da Lei nº 8.009/90, com a redação da Lei nº 8.245/91. Recurso extraordinário desprovido. Votos vencidos. A penhorabilidade do bem de família do fiador do contrato de locação, objeto do art. 3º, inc. VII, da Lei nº 8.009, de 23 de março de 1990, com a redação da Lei nº 8.245, de 15 de outubro de 1991, não ofende o art. 6º da Constituição da República. (RE /SP, Rel. Ministro CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em , DJ ) Nesse contexto, sobressai a jurisprudência da Segunda Seção desta Corte, firmada quando do julgamento de recurso especial representativo da controvérsia (artigo 543-C do CPC), no sentido de que legítima a penhora do bem de família do fiador de contrato de locação, ante o teor do inciso VII do artigo 3º da Lei 8.009/90 (REsp /MS, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, julgado em 12/11/2014, DJe 21/11/2014). Desse modo, afigura-se impositiva a reforma do acórdão estadual que, mantendo a sentença de procedência dos embargos do devedor, acolheu a tese de que descabida a penhora do bem de família do fiador do contrato de locação em respeito ao direito constitucional à moradia. Ementa do STJ: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE LOCAÇÃO. EXECUÇÃO. PENHORA SOBRE IMÓVEL DO FIADOR. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O Superior Tribunal de Justiça, na linha do decidido pelo Supremo Tribunal Federal, tem entendimento firmado no sentido da legitimidade da penhora sobre bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. 2. Os argumentos expendidos nas razões do regimental são insuficientes para

3 autorizar a reforma da decisão agravada, de modo que esta merece ser mantida por seus próprios fundamentos. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp /SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/08/2012, DJe 28/08/2012) E do corpo do Acórdão que gerou a ementa: O EXMO. SR. MINISTRO RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA (Relator): Os argumentos expendidos nas razões do regimental são insuficientes para autorizar a reforma da decisão agravada, de modo que esta merece ser mantida por seus próprios fundamentos: "Trata-se de agravo em recurso especial interposto contra decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que negou seguimento ao recurso especial. Noticiam os autos que o ora agravante interpôs recurso especial, com fundamento na alínea 'a' da Constituição Federal, contra acórdão do Tribunal de origem, assim ementado: "DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO C.C. COBRANÇA - EXECUÇÃO - ACORDO HOMOLOGADO - DÍVIDA GARANTIDA POR FIANÇA E PELO PRÓPRIO IMÓVEL. Sendo locativa a obrigação originária de acordo homologado nos autos da ação de despejo, a fiança sobrevinda possui a mesma natureza jurídica. O imóvel do fiador está excluído da proteção da Lei nº 8.009/90, por expressa disposição legal. No mais, o imóvel foi oferecido pela própria devedora solidária como garantia rela da obrigação. Agravo não provido.' (fl. 335 e-stj). No especial, alega-se violação do artigo 3º da Lei nº /03, ao argumento de que a norma preceitua um tratamento diferenciado ao idoso, de modo que seria imperioso reconhecer a impenhorabilidade do imóvel residencial do fiador no contrato de locação. É o relatório. DECIDO. Presentes os requisitos de admissibilidade do agravo em recurso especial, passo à análise do apelo extremo. Na hipótese dos autos, verifica-se que a matéria versada no dispositivo apontado como violado no recurso especial não foi objeto de debate pelas instâncias ordinárias, sequer de modo implícito, e não foram opostos embargos de declaração com a finalidade de sanar omissão porventura existente motivo, pelo qual, ausente o requisito do prequestionamento, incide o disposto na Súmula n.º 282 do STF: É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada. Ademais, a pretensão recursal é contrária ao entendimento jurisprudencial desta Corte Superior de Justiça, que é no sentido da legitimidade da penhora do bem de família do fiador no contrato de locação. Confiram-se: 'AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. BEM DE FAMÍLIA. PENHORA DE BEM PERTENCENTE A FIADOR DE CONTRATO DE LOCAÇÃO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. É legítima a penhora sobre bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. Precedentes. 2. Agravo regimental desprovido.' (AgRg no Ag /PR, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em 05/04/2011, DJe Documento: RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 2 de 3Superior Tribunal de Justiça 12/04/2011) 'AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE LOCAÇÃO. EXECUÇÃO. PENHORA SOBRE IMÓVEL DO FIADOR. POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DO 3º, VII, DA LEI 8.009/90. RECURSO IMPROVIDO.

4 I - Este Superior Tribunal de Justiça, na linha do entendimento do Supremo Tribunal Federal, firmou jurisprudência no sentido da possibilidade de se penhorar, em contrato de locação, o bem de família do fiador, ante o que dispõe o art. 3º, VII da Lei 8.009/90. II - Agravo Regimental improvido.' (AgRg no REsp /DF, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/06/2010, DJe 30/06/2010) Incide, na espécie, a Súmula nº 83/STJ, segundo a qual 'não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida', aplicável a ambas as alíneas autorizadoras. Ante o exposto, conheço do agravo em recurso especial para negar seguimento ao apelo extremo" (e-stj fls. 406/407). Assim, não prosperam as alegações postas no regimental, incapazes de alterar os fundamentos da decisão impugnada. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. É o voto. Ementa do STJ: PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FIADOR. BEM DE FAMÍLIA. PENHORABILIDADE. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. SÚMULAS N. 5 E 7 DO STJ. DECISÃO MANTIDA. 1. A segunda Seção desta Corte, no julgamento de recurso submetido ao regime do art. 543-C do CPC, concluiu que é legítima a penhora do bem de família pertencente a fiador de contrato de locação, conforme dispõe o art. 3º, inciso VII, da Lei n / A simples indicação dos dispositivos legais tidos por violados, sem que o tema tenha sido enfrentado pelo acórdão recorrido, obsta o conhecimento do recurso especial, por falta de prequestionamento, a teor das Súmulas ns. 282 e 356 do STF. 3. O recurso especial não comporta o exame de questões que impliquem revolvimento do contexto fático-probatório dos autos ou interpretação de cláusula contratual, a teor do que dispõem as Súmulas n. 5 e 7 do STJ. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp /RS, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 10/11/2015, DJe 13/11/2015) Do corpo do acórdão: Dissentir das razões do acórdão e concluir que estariam preenchidos os requisitos para a concessão do benefício da justiça gratuita demandaria revolvimento do conjunto fático-probatório, o que é vedado em recurso especial, ante o disposto na Súmula n. 7/STJ. Quanto a tese de impenhorabilidade absoluta de bem de família, confira-se o que ficou assentado no acórdão proferido pelo Tribunal a quo (e-stj fls. 76/77): 'Incontroverso nos autos que o contrato de locação (fls ) que

5 ensejou o débito em execução é posterior à Lei nº 8.245/91, que alterou o art. 3º da Lei nº 8.009/90, tornando possível a penhora dos bens do fiador, mesmo quando destinado à residência de sua família, nos seguintes termos: 'Art. 3º - A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido (grifei): (...) VII por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação (grifei). (Incluído pela Lei nº 8.245, de 18/10/91)'. Assim, havendo expressa disposição legal acerca da questão, não há como afastar-se a penhora sobre o imóvel indicado no contrato de locação das fls , ainda que seja o único bem da parte recorrente e que sirva-lhe de moradia. Ainda, merece afastamento o argumento de que existem outras garantias à execução, diante da ausência de prova das alegações e, sobretudo, pelo fato de o outro imóvel indicado no contrato de locação das fls (imóvel situado no Município de Capão de Canoa) ser insuficiente, diante das avaliações realizadas nos autos da execução, nos termos indicados pelo juízo de origem por ocasião da sentença, para saldar a dívida objeto da execução.' O entendimento da Corte local está em consonância com a jurisprudência do STJ, no sentido de ser possível a penhora do único bem de família do fiador que presta a garantia em contrato de locação, nos termos do art. 3º, VII, da Lei n /1990. Questão 2 (Vale 1,5 pontos): Analise a seguinte situação: Com a ajuda de homens armados, Francisco invade determinada fazenda e expulsa dali os funcionários de Joaquim, dono da propriedade. Uma vez na posse do imóvel, Francisco decide dar continuidade às atividades agrícolas sendo ali desenvolvidas (plantio de soja e de feijão). Três anos após a invasão, Joaquim consegue, pela via judicial, ser reintegrado na posse da fazenda. Joaquim, reintegrado em seu bem, procura você, advogado, para verificar se ele tem outros direitos em relação à ação praticada por Francisco, desejando cobrar dele tais direitos. Responda: Como você é especialista na área cível parte geral, preocupe-se em esclarecer a Joaquim do que se trata sua propriedade (dentro de sua natureza de bem), esclareça qual a relação da soja e do feijão ali plantados em relação ao bem, e

6 qual a consequência da utilização da soja e do feijão por Francisco, em relação a Joaquim - explique se Joaquim merece ser indenizado. Não se esqueça de justificar sua resposta e fundamentar sua justificativa na lei. Questão 3 (Vale 1,5 pontos): Você encontra um colega, assessor jurídico, e comentando casos interessantes que ambos vivenciaram suas carreiras, enquanto assessores jurídicos, você recordou que, no ano de 2004, era assessor jurídico do Município de São Paulo, e na época, os vitrais do Mercado Municipal, os quais pertencem à estrutura da construção, foram retirados para limpeza e restauração da pintura. Você segue contando a história, explicando que precisou intervir em uma situação que ocorreu na época, advertindo seu colega de trabalho, procurador do Município de São Paulo, que havia elaborado parecer jurídico a respeito de um pedido de um cidadão, que desejava adquirir os vitrais. O então procurador, na época, explicou em seu parecer que os vitrais valiam uma determinada quantia, e que bastaria se efetuar um contrato de compra e venda para a concretização do negócio jurídico dos vitrais com o cidadão. Seu colega assessor quis saber porque você advertiu seu colega procurador. Explique a ele, o que, na época, você argumentou com o procurador acerca da posição dele no caso, fundamentando sua resposta na natureza dos bens narrados na assertiva, e na lei. Questão 4 (vale 1,5 pontos): Quincas Berro D Água foi até seu escritório, explicando que deseja vender seu imóvel ao Sr. Santiago, um terreno sobre o qual está edificada uma casa, que por ora está alugada a Pillar Batista, a qual construiu uma garagem no bem, porque não havia espaço para guardar seu automóvel. Ele contou que, em uma semana, Pillar deixará a casa, e que então você pode providenciar o negócio jurídico da venda da casa com Sr. Santiago.

7 Explique a Quincas a natureza do bem que ele deseja vender, como deverá ser realizada a venda, e por qual razão a venda deve se dar dessa maneira, esclarecendo, ainda, a natureza da garagem construída por Pillar na casa, explicando se, em razão deste bem, cabe alguma indenização a ela. Questão 5 (Vale 1,5 pontos): Veridiana, atleta que pratica natação, está competindo pelo Brasil nas Olimpíadas do Rio de Janeiro/RJ. Em razão de estar concentrada com sua delegação na Vila Olímpica, deixou sua residência, onde reside sozinha, no Bairro Barra Funda, em São Paulo/SP, pretendendo ficar hospedada na Vila Olímpica durante as competições. Enquanto estava competindo nas Olímpiadas, uma forte chuva se abateu em sua cidade, inundando sua casa. Maurício, seu vizinho, notando que a inundação estava prejudicando sobremaneira o bem, e sabendo que o retorno de Veridiana à sua casa levará mais alguns dias, resolveu solicitar o serviço de chaveiro, adentrando na casa. Verificando os problemas causados pela chuva, imediatamente tratou de bombear toda a água acumulada, contratou os serviços de pedreiro e carpinteiro, consertando os problemas mais graves, e impedindo a continuidade da infiltração grave que se deu por causa da água, além de vigiar o bem enquanto as reformas aconteciam. No caso em tela, em razão da gentileza, cabe à Veridiana alguma responsabilidade pela ação de Maurício? Explique, levando em conta a natureza dos bens narrados no caso.

8 Nota Folha de respostas: QUESTÃO 1 (4,0 pontos)

9 QUESTÃO 2 (Vale 1,5) QUESTÃO 3 (Vale 1,5):

10 QUESTÃO 4 (Vale 1,5): QUESTÃO 5 (Vale 1,5):

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