Superior Tribunal de Justiça

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1 AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº AL (2013/ ) RELATOR AGRAVANTE ADVOGADOS AGRAVADO : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES : ALINNE DE MEDEIROS DUARTE E OUTROS : RICARDO ANDRÉ BANDEIRA MARQUES E OUTRO(S) - PE RODRIGO ALBUQUERQUE DE VICTOR - DF RODRIGO AUTRAN SPENCER DE HOLANDA - PE : UNIÃO EMENTA PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. DIREITO A FÉRIAS DE SESSENTA DIAS POR ANO E SEUS CONSECTÁRIOS LEGAIS. NÃO RECONHECIMENTO AOS ADVOGADOS DA UNIÃO. ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ E DO STF. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83/STJ. 1. Caso em que os ora recorrentes, advogados da União, objetivam a procedência do pedido, consistente na concessão do direito a férias anuais a 60 (sessenta) dias e consectários. 2. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento definitivo do RE n /AL, firmou entendimento de que os procuradores federais não possuem direito a férias de 60 (sessenta) dias e seus consectários legais, na medida em que o art. 1º da Lei n /1953 e o art. 17, parágrafo único, da Lei n /1962 não foram recepcionados com natureza de lei complementar. 3. Mesmo em se tratando de advogado da União, a Corte Especial, no julgamento do AgRg no RE no AgRg no Agravo em Recurso Especial n /AL, Rel. Ministra Laurita Vaz, concluiu pela aplicação do julgado acima para processo que trata de férias da respectiva categoria (advogados da União). 4. Acerca da tese de que houve redução de vencimento, a Ministra Relatora bem explicita a questão no sentido de que "com o não reconhecimento aos advogados da união do direito às férias de sessenta dias, ficou afastado, por consequência, o direito aos seus consectários legais, tornando sem fundamento, portanto, a insurgência dos ora Agravantes relacionada à suposta redução de vencimentos da categoria". 5. Agravo interno não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Sérgio Kukina (Presidente), Regina Helena Costa e Napoleão Nunes Maia Filho votaram com o Sr. Ministro Relator. Impedido o Sr. Ministro Gurgel de Faria. Brasília (DF), 06 de abril de 2017(Data do Julgamento) MINISTRO BENEDITO GONÇALVES Relator Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/04/2017 Página 1 de 8

2 AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº AL (2013/ ) RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES AGRAVANTE : ALINNE DE MEDEIROS DUARTE E OUTROS ADVOGADOS : RICARDO ANDRÉ BANDEIRA MARQUES E OUTRO(S) - PE RODRIGO ALBUQUERQUE DE VICTOR - DF RODRIGO AUTRAN SPENCER DE HOLANDA - PE AGRAVADO : UNIÃO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO BENEDITO GONÇALVES (Relator): Trata-se de agravo interno interposto por ALINNE DE MEDEIROS DUARTE e outros contra decisão que está assim ementada (fls ): PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DIREITO A FÉRIAS DE SESSENTA DIAS POR ANO E SEUS CONSECTÁRIOS LEGAIS. NÃO RECONHECIMENTO AOS ADVOGADOS DA UNIÃO. ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ E DO STF. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83/STJ. RECURSO NÃO PROVIDO. Os agravantes em suas razões pugnam pela reforma da decisão proferida argumentando que "o caso dos autos se enquadra apenas parcialmente na situação decidida no referido RE /AL, uma vez que mesmo que o C.STF tendo decidido pela impossibilidade de conceder férias de 60 (sessenta) dias para os membros da Advocacia Geral da União, este não se pronunciou sobre a questão atinente à impossibilidade de redução vencimental acarretada aos servidores pelo advento da Medida Provisória n /1996 " (e-stj fl. 478). Asseveram também que com a edição da referida medida provisória "houve a perda de 01 mês de férias aos servidores, ocasionando o aumento da atividade laboral sem a devida contrapartida financeira", ocasionando "indubitável redução de vencimentos quando se aumenta a hora trabalhada em detrimento do período de descanso garantido constitucionalmente (art. 7º, XVII, da CF de 88)" (e-stj fl. 478). Por fim, requer-se o provimento do recurso, a fim de que seja determinada "a incorporação da remuneração referente ao 01 (um) mês de férias perdido, acrescido do acréscimo constitucional de 1/3, aos vencimentos dos ora Agravantes e que seja conferido os efeitos ex tunc ao julgado para indenizar os recorrentes desde a vigência da Medida Provisória n /96 " (e-stj fl. 479). Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/04/2017 Página 2 de 8

3 Impugnação às fls É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/04/2017 Página 3 de 8

4 AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº AL (2013/ ) EMENTA PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. DIREITO A FÉRIAS DE SESSENTA DIAS POR ANO E SEUS CONSECTÁRIOS LEGAIS. NÃO RECONHECIMENTO AOS ADVOGADOS DA UNIÃO. ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ E DO STF. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83/STJ. 1. Caso em que os ora recorrentes, advogados da União, objetivam a procedência do pedido, consistente na concessão do direito a férias anuais a 60 (sessenta) dias e consectários. 2. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento definitivo do RE n /AL, firmou entendimento de que os procuradores federais não possuem direito a férias de 60 (sessenta) dias e seus consectários legais, na medida em que o art. 1º da Lei n /1953 e o art. 17, parágrafo único, da Lei n /1962 não foram recepcionados com natureza de lei complementar. 3. Mesmo em se tratando de advogado da União, a Corte Especial, no julgamento do AgRg no RE no AgRg no Agravo em Recurso Especial n /AL, Rel. Ministra Laurita Vaz, concluiu pela aplicação do julgado acima para processo que trata de férias da respectiva categoria (advogados da União). 4. Acerca da tese de que houve redução de vencimento, a Ministra Relatora bem explicita a questão no sentido de que "com o não reconhecimento aos advogados da união do direito às férias de sessenta dias, ficou afastado, por consequência, o direito aos seus consectários legais, tornando sem fundamento, portanto, a insurgência dos ora Agravantes relacionada à suposta redução de vencimentos da categoria". 5. Agravo interno não provido. VOTO O SENHOR MINISTRO BENEDITO GONÇALVES (Relator): Diga-se inicialmente que o acórdão recorrido foi publicado na vigência do CPC/1973. Deve, assim, incidir o teor do Enunciado Administrativo n. 2/STJ. No caso concreto, a ora agravante insurge-se com recurso especial, com fundamento no art. 105, III, "a", da CF, contra acórdão prolatado pela Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região que julgou improcedente o pedido, consistente na concessão do direito a férias anuais de 60 (sessenta) dias e consectários aos demandantes, Advogados da União. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/04/2017 Página 4 de 8

5 O acórdão recorrido está assim ementado (fls ): ADMINISTRATIVO. ADVOGADOS DA UNIÃO. FÉRIAS ANUAIS DE 60 DIAS. DIREITO ADQUIRIDO. INEXISTÊNCIA 1. Tendo em vista a não recepção da Lei n /53 com status de lei complementar, possível a sua revogação pela edição da Medida Provisória 1.522/96, convertida na Lei de n / Aplicação do novo regramento quanto ao período de 30 dias de gozo de férias pelos membros da Advocacia Pública Federal. 3. A própria Lei Orgânica da Advocacia Pública Federal (LC n. 73/93), em seu art 26, caput, remete à Lei n /90, no tocante aos direitos da carreira, na qual há previsão do referido prazo de férias, sendo, portanto, descabida a invocação de direito adquirido para usufruir beneficio constante de legislação revogada. 4. Apelação e remessa oficial providas. Improcedência do pedido. Os embargos de declaração foram rejeitados (fls ). Os recorrentes alegam, além de divergência jurisprudencial, violação dos arts. 1º da Lei 2.123/1953, 17, parágrafo único, da Lei 4.069/1962, 30 do Decreto-Lei 147/1967, 26, 73 da LC 73/1993; e 40, 41, caput e 3, e 77, da Lei 8.112/90, argumentando que o tema relativo a férias pode ser regulamentado através de lei ordinária. Ao final, requerem os recorrentes o provimento do recurso, "a fim de garantir o gozo e fruição das férias de 60 dias, com os consectários legais" (e-stj fl. 332). Assim, os recorrentes, Advogados da União, objetivam a procedência do pedido, consistente na concessão do direito a férias anuais a 60 (sessenta) dias e consectários. Com efeito e conforme já consignado, o Supremo Tribunal Federal, em decisão definitiva proferida no julgamento do RE n /AL, firmou entendimento de que os procuradores federais não possuem direito a férias de 60 (sessenta) dias e seus consectários legais, na medida em que o art. 1º da Lei n.º 2.123/1953 e o art. 17, parágrafo único, da Lei n /1962 não foram recepcionados com natureza de lei complementar. Confira-se a ementa do citado precedente: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ALEGADA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DE TURMA RECURSAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS NS. 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/04/2017 Página 5 de 8

6 INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. RECURSO AO QUAL NÃO SE CONHECE NO PONTO. PROCURADORES FEDERAIS. PRETENDIDA CONCESSÃO DE FÉRIAS DE SESSENTA DIAS E CONSECTÁRIOS LEGAIS. ART. 1º DA LEI N /1952 E ART. 17, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI N /1962. DISPOSIÇÕES NORMATIVAS RECEPCIONADAS COM STATUS DE LEI ORDINÁRIA. POSSIBILIDADE DE REVOGAÇÃO PELO ART. 18 DA LEI N /1997. INTERPRETAÇÃO DO ART. 131, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. A PROCURADORIA-GERAL FEDERAL, APESAR DE MANTER VINCULAÇÃO, NÃO SE CARACTERIZA COMO ÓRGÃO DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO. ATUAL IMPOSSIBILIDADE DE EQUIPARAÇÃO DAS CONDIÇÕES FUNCIONAIS DOS MEMBROS DA ADVOCACIA PÚBLICA E DO MINISTÉRIO PÚBLICO. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE, PROVIDO." (RE , Relatora Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, DJE: ) Portanto, mesmo em se tratando de Advogado da União, a Corte Especial, no julgamento do AgRg no RE no AgRg no Agravo em Recurso Especial n /AL, concluiu pela aplicação do julgado acima para processo que trata de férias da respectiva categoria (Advogados da União), verbis: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TEMA N.º 279/STF. DIREITO A FÉRIAS DE SESSENTA DIAS POR ANO E SEUS CONSECTÁRIOS LEGAIS. NÃO RECONHECIMENTO AOS ADVOGADOS DA UNIÃO. ACÓRDÃO RECORRIDO EM TOTAL CONSONÂNCIA COM O JULGAMENTO DEFINITIVO PROFERIDO PELA SUPREMA CORTE NO RE N.º /AL. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A Suprema Corte, em 20/11/2014, ao julgar o mérito do RE n.º /AL, conheceu em parte e, nessa parte, deu provimento ao recurso da União, não reconhecendo aos advogados da união o direito a férias de 60 dias e seus consectários legais, não recepcionados com natureza de leis complementares o art. 1.º da Lei n.º 2.123/1953 e o art. 17, parágrafo único, da Lei n / Estando o acórdão recorrido em total consonância com o julgamento definitivo proferido pelo Supremo Tribunal Federal, é de se julgar prejudicado o recurso extraordinário, nos termos do art. 543-B, 3.º, do Código de Processo Civil, sendo certo que, não tendo sido apresentados argumentos aptos a reformar o decisum agravado, este deve ser mantido pelos seus próprios fundamentos. 3. Agravo regimental desprovido. (AgRg no RE no AgRg no AREsp /AL, Rel. Ministra Laurita Vaz, Corte Especial, DJe 14/9/2015) Por fim, acerca dos argumentos de que houve redução de vencimento, a irresignação não merce êxito, porquanto a Ministra Relator bem explicita a questão no sentido de que "com o não reconhecimento aos advogados da união do direito às férias de sessenta dias, ficou afastado, por consequência, o direito aos seus consectários legais, tornando sem Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/04/2017 Página 6 de 8

7 fundamento, portanto, a insurgência dos ora Agravantes relacionada à suposta redução de vencimentos da categoria". Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno. É o voto. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/04/2017 Página 7 de 8

8 CERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA TURMA AgInt no Número Registro: 2013/ PROCESSO ELETRÔNICO REsp / AL Números Origem: PAUTA: 06/04/2017 JULGADO: 06/04/2017 Relator Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES Ministro Impedido Exmo. Sr. Ministro : GURGEL DE FARIA Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. NÍVIO DE FREITAS SILVA FILHO Secretária Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA AUTUAÇÃO RECORRENTE : ALINNE DE MEDEIROS DUARTE E OUTROS ADVOGADOS : RICARDO ANDRÉ BANDEIRA MARQUES E OUTRO(S) - PE RODRIGO ALBUQUERQUE DE VICTOR - DF RODRIGO AUTRAN SPENCER DE HOLANDA - PE RECORRIDO : UNIÃO ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Servidor Público Civil - Sistema Remuneratório e Benefícios - Férias AGRAVO INTERNO AGRAVANTE : ALINNE DE MEDEIROS DUARTE E OUTROS ADVOGADOS : RICARDO ANDRÉ BANDEIRA MARQUES E OUTRO(S) - PE RODRIGO ALBUQUERQUE DE VICTOR - DF RODRIGO AUTRAN SPENCER DE HOLANDA - PE AGRAVADO : UNIÃO CERTIDÃO Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Sérgio Kukina (Presidente), Regina Helena Costa e Napoleão Nunes Maia Filho votaram com o Sr. Ministro Relator. Impedido o Sr. Ministro Gurgel de Faria. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/04/2017 Página 8 de 8