Superior Tribunal de Justiça

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1 AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº RS (2012/ ) RELATOR AGRAVANTE AGRAVADO : MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. SEGURO DPVAT. PRESCRIÇÃO. TRIENAL. ART. 206, 3º, IX, DO CÓDIGO CIVIL DE LAUDO MÉDICO. PETIÇÃO. PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE ERRO MATERIAL. REDISCUSSÃO DO MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DO PRAZO DO RECURSO. 1. O prazo prescricional para propositura da ação de cobrança referente a seguro obrigatório (DPVAT) é de três anos. 2. O termo inicial do cômputo do prazo prescricional para o ajuizamento de ação em que se requer o seguro obrigatório DPVAT é a data da ciência inequívoca da invalidez pelo segurado, que, via de regra, ocorre com a elaboração do laudo pericial. 3. Indefere-se a petição que requer reconhecimento de erro material quando na verdade a parte pretende por via transversa rediscutir o mérito da decisão que apreciou o recurso especial e transitou em julgado. 4. Agravo regimental desprovido e petição indeferida. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental e indeferiu a petição de número /2012, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Sidnei Beneti, Paulo de Tarso Sanseverino (Presidente), Ricardo Villas Bôas Cueva e Nancy Andrighi votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 17 de setembro de 2013(Data do Julgamento) Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/09/2013 Página 1 de 7

2 MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA Relator Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/09/2013 Página 2 de 7

3 AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº RS (2012/ ) RELATOR AGRAVANTE AGRAVADO : MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA: Trata-se de agravo regimental interposto por CENTAURO VIDA E PREVIDÊNCIA S/A contra decisão do Ministro Massami Uyeda assim ementada: "RECURSO ESPECIAL - SEGURO - DPVAT - PRAZO PRESCRICIONAL - TERMO INICIAL - DATA DA CIÊNCIA INEQUÍVOCA DA INVALIDEZ PELO SEGURADO - ACÓRDÃO RECORRIDO EM HARMONIA COM O ENTENDIMENTO DESTA CORTE - INVALIDEZ PARCIAL PERMANENTE - PAGAMENTO PROPORCIONAL - POSSIBILIDADE - ACÓRDÃO RECORRIDO EM DESACORDO COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE - RETORNO DOS AUTOS À ORIGEM - MEDIDA QUE SE IMPÕE - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO (ART. 557, 1º-A, DO CPC)" (e-stj, fl. 263). A parte agravante insiste na incidência da prescrição trienal. Afirma que deve ser tomada como termo inicial para a contagem da prescrição da data do sinistro, em 2005, quando a parte agravada teve ciência inequívoca da invalidez e, tendo a ação sido ajuizada em 2010, impõe-se a extinção da ação pela prescrição. A parte agravada, ADAIR JOÃO BULEGON, atravessou petição (n /2012) em que requer o reconhecimento de erro material. Aduz, em síntese, que a decisão exarada nos autos do presente recurso especial entendeu que o valor da indenização deve ser proporcional à diminuição da capacidade, no caso de invalidez parcial, no entanto, o sinistro ocorreu na vigência da Lei n /74, época em que não se exigia a quantificação da invalidez. Pede, ao final, "seja recebida a presente petição de de alegação de ERRO MATERIAL, para sanar o equivoco material laborado na decisão em epígrafe, reconhecendo a desnecessidade de elaboração da quantificação da invalidez" (e-stj, fl. 285). É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/09/2013 Página 3 de 7

4 AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº RS (2012/ ) EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. SEGURO DPVAT. PRESCRIÇÃO. TRIENAL. ART. 206, 3º, IX, DO CÓDIGO CIVIL DE LAUDO MÉDICO. PETIÇÃO. PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE ERRO MATERIAL. REDISCUSSÃO DO MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DO PRAZO DO RECURSO. 1. O prazo prescricional para propositura da ação de cobrança referente a seguro obrigatório (DPVAT) é de três anos. 2. O termo inicial do cômputo do prazo prescricional para o ajuizamento de ação em que se requer o seguro obrigatório DPVAT é a data da ciência inequívoca da invalidez pelo segurado, que, via de regra, ocorre com a elaboração do laudo pericial. 3. Indefere-se a petição que requer reconhecimento de erro material quando na verdade a parte pretende por via transversa rediscutir o mérito da decisão que apreciou o recurso especial e transitou em julgado. 4. Agravo regimental desprovido e petição indeferida. VOTO O EXMO. SR. MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (Relator): A irresignação apresentada pela seguradora não reúne condições de prosperar, devendo a decisão agravada ser mantida por seus próprios fundamentos: "Quanto à prescrição, verifica-se que o entendimento prevalecente nesta Corte é no sentido de que o termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca de sua invalidez, o que acontece, regra geral, com o laudo pericial. Nesse sentido, confira-se o REsp 20109/SP, Rel. Min. Sálvio Figueiredo Teixeira, DJ de 12/08/2003, assim ementado: 'CIVIL. SEGURO. ACIDENTE NO TRABALHO. PRESCRIÇÃO PRAZO. ENUNCIADO N. 101, SÚMULA/STJ. TEMO A QUO. CIÊNCIA INEQUÍVOCA. LAUDO MÉDICO. CASO CONCRETO. MICROTRAUMAS. COBERTURA SECURITÁRIA. PRECEDENTES. RECURSO DESACOLHIDO. (...) II - Na linha do entendimento adotado pela Segunda Seção, retratado em recente verbete sumular, 'o termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral', não havendo, para esse fim, documento determinado ou data específica, sendo certo que isso pode ocorrer com o laudo pericial(regra geral) ou em outro momento. (...)' No ponto, observe-se que o acórdão recorrido está em harmonia com a jurisprudência desta Corte" (e-stj, fl. 264). Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/09/2013 Página 4 de 7

5 Com efeito, é firme o entendimento desta Corte de que o termo inicial para o cômputo do prazo prescricional para o ajuizamento de ação em que se requer o seguro obrigatório DPVAT é a data da ciência inequívoca da invalidez pelo segurado, que, via de regra, ocorre com a elaboração do laudo pericial. Além do precedente citado na decisão monocrática, colaciono ainda os seguintes julgados: Terceira Turma, AgRg no Ag n /MT, relator Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe de ; Terceira Turma, EDcl no REsp n /RS, relator Ministro Sidnei Beneti, DJe de ; Terceira Turma, REsp n /SP, relator Ministro Sidnei Beneti, DJ de ; Quarta Turma, REsp n , relator Ministro Honildo Amaral de Mello Castro, DJ de ; e Terceira Turma, AgRg no REsp n /MG, relator Ministro Massami Uyeda, DJe de Assim, correto o Tribunal de origem ao afastar a alegada prescrição, pois tendo sido elaborado o laudo médico em e ajuizada a ação em , não houve, de fato, o decurso de três anos do prazo prescricional. Quanto à petição apresentada pelo segurado, de número /2012, em que requer o reconhecimento de erro material, verifico a intenção da parte em analisar o próprio mérito da decisão. Na verdade, a parte não aponta nenhum erro material na decisão impugnada, mas insurge-se contra a reforma do acórdão proferido pelo Tribunal a quo e a determinação de retorno dos autos à origem para quantificação do grau da invalidez e a sua respectiva indenização em razão do reconhecimento da possibilidade de indenização proporcional ao grau de invalidez permanente. Isto é, questiona o mérito da decisão que julgou o recurso especial, por meio de petição entitulada "pedido de reconhecimento de erro material", apresentada 4 (quatro) meses e meio após a publicação da decisão, de forma que inviabiliza a aplicação do princípio da fungibilidade para recebê-la como agravo regimental, pois para que pudesse conhecer do pleito ele deveria ter sido apresentado a esta Corte no prazo do recurso referido, qual seja, 5 (cinco) dias. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/09/2013 Página 5 de 7

6 Com essas razões, tendo em vista o trânsito em julgado dessa questão da decisão que julgou o recurso especial, indefiro o pedido. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental interposto pela seguradora e indefiro a petição apresentada pelo segurado. É como voto. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/09/2013 Página 6 de 7

7 CERTIDÃO DE JULGAMENTO TERCEIRA TURMA AgRg no Número Registro: 2012/ PROCESSO ELETRÔNICO REsp / RS Números Origem: EM MESA JULGADO: 17/09/2013 Relator Exmo. Sr. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. MAURÍCIO DE PAULA CARDOSO Secretário Bel. WALFLAN TAVARES DE ARAUJO RECORRENTE RECORRIDO ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigações AGRAVANTE AGRAVADO AUTUAÇÃO AGRAVO REGIMENTAL CERTIDÃO Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental e indeferiu a petição de número /2012, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a) Relator(a). Os Srs. Ministros Sidnei Beneti, Paulo de Tarso Sanseverino (Presidente), Ricardo Villas Bôas Cueva e Nancy Andrighi votaram com o Sr. Ministro Relator. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/09/2013 Página 7 de 7