CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL.

Transcrição

1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres (Aula 29/11/2017). Extinção Especial das Obrigações. Compensação. Ocorre a compensação quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma dá outra. Fica registrado para ocorrer compensação as obrigações dever ser liquidas, certas, exigíveis e fungíveis. Exemplo, Fábio é credor do Eduardo em R$ ,00 reais e este é credor do Fábio de uma obra de arte, que este deve fazer (obrigação personalíssima), no valor de R$ ,00, não dá para compensar, pois, a obrigação do Fábio não é fungível. Art Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. Não é possível compensar uma obrigação civil com uma obrigação natural, pois, esta não possui exigibilidade. Transmissão das obrigações. 1

2 A obrigação se transmite por cessão de crédito ou assunção de dívida. Cessão. Cessão transferência do crédito com alteração de credor na relação obrigacional, mas mantém a obrigação original. Diferença de cessão de crédito com a novação subjetiva ativa, é que nesta extingue a obrigação antiga e cria uma nova, porquanto que na cessão de crédito é a mesma obrigação. Para fazer a cessão não precisa da anuência do devedor, mas precisa de ciência deste. Tendo ciência e paga ao credor antigo paga mal, quem paga mal paga duas vezes. Contudo, se não tinha ciência e pagar ao credor primitivo o pagamento é válido, e cabe ao cessionário cobrar o cedente. Art Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação. Assunção de dívida. Assunção de dívida mesma obrigação. ocorre quando há substituição do devedor na 2

3 Art É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. (Grifo nosso). A assunção de dívida ocorre quando há a transmissão da obrigação mediante a substituição do devedor. Para que a assunção possa se aperfeiçoar com segurança faz-se necessário a coleta de anuência expressa do credor, salvo na hipótese de assunção de obrigação garantida por hipoteca, ocasião em que, nessa última hipótese o aperfeiçoamento da substituição do devedor ocorrerá caso o credor notificado da assunção não apresente recusa em até 30 dias, presumindo-se tacitamente como aceita. Adverte-se que a assunção não se confunde com a novação subjetiva passiva, pois, na novação há extinção de uma obrigação com a criação de uma nova obrigação, mediante alteração da figura do devedor, porquanto que na assunção ocorre a mera transmissão da obrigação com a substituição de devedor. Elementos complementares das obrigações. Cláusula penal. COMPENSATÓRIA = INDENIZAÇÃO. CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA = PUNIÇÃO. que a preveja. Para haver cláusula penal precisa de um contrato com cláusula 3

4 Compensatória principal. reparação do dano, sendo o limite o valor da obrigação Art O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. Parâmetro para a redução da cláusula penal é a boa-fé tratada no artigo 413, se a obrigação for cumprida em parte pode ser reduzida pelo juiz. Art A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. Moratória penalização pelo retardamento no cumprimento. Cláusula penal pressupõe contrato. No CDC a multa moratória não pode ultrapassar 2% (artigo 52 1º), já no código civil não traz expressamente o limite da moratória, a jurisprudência aborda o tema sendo sua aplicação de 10% a 20%. Dica: em caso de ação pedir a aplicação da pena de 10%, contudo, se a Vossa Excelência não entender que deva ser 10% e sim 20% que seja. Assim não há sucumbência, pois os pedidos são alternativos, tem procedência do pedido sendo 10% ou 20%. Arras ou sinal. Arras/sinal são sinônimos, é um início de negócio jurídico, podendo ser penitencial ou confirmatória. Confirmatória já tem um início de negócio jurídico em que as partes não podem se arrepender, e se houver desfazimento do negócio jurídico o sinal ficará como indenização mínima além das perdas e danos. Art A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização. 4

5 Penitencial assim como na confirmatória, já se tem o início do negócio jurídico, contudo, pode haver arrependimento. Se exercer o arrependimento pode perder o sinal para a outra parte. Se quem se arrependeu é quem recebeu o sinal, precisa devolver o sinal mais o equivalente a ele. Nas arras penitenciais não pode exigir mais que o sinal no arrependimento, não cabe perdas e danos. Art Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar. As arras penitenciais precisam ser expressas, se as partes não estipularem no contrato qual arras são, será confirmatória. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 5