UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA UCB UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA UCB VIRTUAL DIRETORIA DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA
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- Adriano Cortês Cordeiro
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1 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA UCB UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA UCB VIRTUAL DIRETORIA DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SEGURANÇA PÚBLICA COM ÊNFASE EM DEFESA CIVIL Brasília-DF 2012
2 SUMÁRIO 1 HISTÓRICO Institucional A Educação a Distância na UCB O Curso Projeção da Missão na Área e no Curso CONTEXTUALIZAÇÃO Cenário Profissional Mercado de Trabalho Diferenciais do Curso Superior de Tecnologia em Segurança Pública com Ênfase em Defesa Civil Competências e Habilidades a Serem Desenvolvidas pelo estudante no Curso Superior de Tecnologia em Segurança Pública com Ênfase em Defesa Civil Programa de melhoria da formação básica dos estudantes Formas de Acesso ORIENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM Concepção de Aprendizagem: Comunicação e Interação Princípios da Área de Segurança Pública com Ênfase em Defesa Civil Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão Avaliação da Aprendizagem ATORES E FUNÇÕES Corpo Discente Entrada Formação Saída Perfil do egresso Corpo Docente e Formação Continuada Núcleo docente estruturante e colegiados Núcleo Docente Estruturante NDE Colegiado do Curso Colegiado de Mediação de Conflito Perfil Técnico-Administrativo e Formação Continuada Perfil e Capacitação de Gestores Processo de Avaliação institucional Avaliação de Efetividade Acompanhamento e Avaliação do Projeto Pedagógico RECURSOS Recursos Institucionais Ouvidoria Unidade de Assessoria Didático-Educacional UADE Outros Recursos Manual do Estudante Material Didático Biblioteca Laboratórios de Informática MATRIZ CURRICULAR Fluxo das Disciplinas e Estrutura da Matriz Ementas e Bibliografias Estruturação das Práticas Aproveitamento de Experiências Anteriores Explicitação de diploma e certificados a serem expedidos
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ANEXOS
4 CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SEGURANÇA PÚBLICA COM ÊNFASE EM DEFESA CIVIL 1 HISTÓRICO 1.1 Institucional A história traz, em si, a presença da memória individual e coletiva dos sujeitos e fatos que a constituem. O registro e a sistematização factual induzem a análises que necessitam do contexto particular e geral onde os fenômenos se manifestam. Esse é o princípio que norteia a história da UCB quanto às suas opções metodológicas e pedagógicas. A decisão política de Juscelino Kubitschek em construir Brasília nos anos de 1955/56 promoveu a expansão econômica e a interiorização regional do país na direção do Centro-Oeste, Norte e Nordeste brasileiros. As conjunturas históricas do Brasil nas décadas de 1960/70 possibilitaram um franco desenvolvimento urbano de Brasília e do entorno, o que foi determinante para criação da Universidade Católica na nova capital. Essa criação deve-se a um grupo de diretores de colégios religiosos da jovem cidade. Os idealizadores da futura Universidade Católica de Brasília tomaram iniciativas no sentido de unir propósitos de dez entidades educativas católicas que se desdobraram em atividades e fundaram, em primeiro lugar, a Mantenedora e, a curto prazo, uma instituição que seria a primeira unidade de ensino. A fundação da União Brasiliense de Educação e Cultura UBEC se deu no dia 12 de agosto de 1972, como uma sociedade civil de direito privado e objetivos educacionais, assistenciais, filantrópicos e sem fins lucrativos. Instituída a UBEC, iniciou-se o processo de criar a primeira unidade, a Faculdade Católica de Ciências Humanas FCCH. Os jornais realçavam a 4
5 importância de Taguatinga em relação ao desenvolvimento e crescimento populacional e à dificuldade que os jovens possuíam para fazerem seus cursos superiores em razão da distância do Plano Piloto, onde se encontravam a Universidade de Brasília -UnB e outras Faculdades Particulares: a AEUDF, o CEUB e a UPIS. Sediada no Plano Piloto de Brasília, a nova Faculdade teve inicio em 12 de março de 1974, com os cursos de Economia, de Administração de Empresas 1 e com o curso de Pedagogia ministrado na Cidade Satélite de Taguatinga, por razões de espaço físico 2. Os cursos criados deveriam, então, ser ministrados de maneira a atrair os interesses da população, com aulas no horário noturno, modelo de ensino especificamente desenvolvido para os discentes que, em sua maioria, trabalhavam durante o dia e dispunham apenas da noite para atividades acadêmicas. A Metodologia de Ensino da Faculdade foi definida a partir do Curso de Introdução aos Estudos Universitários - IEU, onde os estudantes recebiam as informações sobre o ensino superior e o funcionamento da Instituição. Havia uma exigência de que a organização de conteúdos e as aulas fossem feitas por trabalho em equipes de educadores, para cada disciplina, no início de cada semestre. Material instrucional era distribuído aos estudantes, o que acabou resultando no Banco do Livro e no IEU para os matriculados no básico. Todas as equipes de educadores atuavam de acordo com as propostas metodológicas definidas para a FCCH, reforçados por um trabalho de formação dirigido aos educadores, instituindo-se o Curso de Formação de Educador Universitário. Em 8 de agosto de 1980 foi realizada uma alteração nos Estatutos e Regimentos da UBEC e FCCH, em razão de novas realidades conjunturais, permitindo que a instituição se organizasse em uma estrutura de ensino mais coerente e adequada à sua própria expansão. Ocorreu, então, a instalação das 1 Diário Oficial, Ano CXII, nº 100, Capital Federal, 28/05/ Decreto nº , assinado pelo Presidente da República, Emílio Garrastazu Médici. O decreto nº foi reafirmado com o de nº de 27 de maio de 1974 e assinado pelo novo Presidente da República Ernesto Geisel cujo artigo 1º definia a autorização do funcionamento da Faculdade Católica de Ciências Humanas, mantida pela União Brasiliense de Educação e Cultura UBEC. 5
6 Faculdades Integradas da Católica de Brasília FICB 3, reunindo a Faculdade Católica de Ciências Humanas, a Faculdade Católica de Tecnologia e a Faculdade (Centro) de Educação 4. Os cursos de licenciatura que foram autorizados pelo CFE eram frutos de uma longa etapa de escutar a sociedade brasiliense, considerando o interesse despertado no mercado, a atenção constante da Direção, que avaliava as necessidades da comunidade de Brasília e do seu entorno e, principalmente, de Taguatinga, reforçando, assim, a opção pelas licenciaturas. A Católica priorizou as iniciativas de cursos na área de educação, capacitação docente da Fundação Educacional do DF e graduação na área de ciência e tecnologia, levando-se em conta o conhecimento, experiências históricas e proposições das FICB nessa área. A criação da Faculdade Católica de Tecnologia, que reunia os cursos de Ciências (Matemática, Física, Química e Biologia) e o Curso Superior de Tecnologia em Processamento de Dados, evidenciava a expansão do processo de informatização em todos os setores empresariais, inclusive a própria implantação do sistema de controle acadêmico por computação, na Católica. A Faculdade Católica de Ciências Humanas continuava oferecendo os cursos de Administração de Empresas e de Economia, compatibilizando a grade curricular com proposta do MEC/SESU e do Conselho Federal de Técnicos de Administração CFTA. Os cursos deveriam estar alinhados em conhecimentos e habilidades em relação à oferta de empregos nas áreas de atuação do administrador e atitudes profissionais sustentadas pela ética. A disposição pedagógica das FICB organizou-se em Departamentos Acadêmicos, racionalizando os trabalhos dos professores e criando oportunidades de integração professor/estudante. Programas foram desenvolvidos para melhorar o convívio entre as pessoas e foram elaboradas propostas de trabalhos que reunissem conjuntos de estudantes de diferentes cursos, diferentes ocupações profissionais e diferentes professores. O objetivo 3 De acordo com o Parecer nº 273/81 do antigo Conselho Federal de Educação CFE. 4 Regimento das Faculdades Integradas da Católica de Brasília,
7 era melhorar as condições para que a Instituição se desenvolvesse de maneira global, em lugar de enfatizar o desenvolvimento parcial e unitário. Em 12 de março de 1985, o Campus I da Católica de Brasília foi inaugurado, em Taguatinga, com o primeiro prédio, hoje denominado de Prédio São João Batista de La Salle. A expansão das FICB era inquestionável, confirmando as possibilidades de trabalhos cujos objetivos, diretrizes de ação e metas a serem alcançadas visavam à elaboração do Projeto para o reconhecimento das FICB em Universidade Católica de Brasília. A cidade de Taguatinga, um local estratégico, foi inaugurada em 05 de junho de Essa cidade cresceu, a 25 km do Plano Piloto, e tornou-se um polo econômico, com avenidas que se tornaram referência na cidade, altos prédios e uma população hoje, estimada em aproximadamente habitantes. Sua expansão liga-se à própria condição de Brasília ser um espaço geopolítico que atraiu a gente brasileira com todos os seus conflitos sociais. O espaço geográfico do Campus I da Católica, com suas edificações, acabou se transformando em um ponto de convergência populacional, com pessoas do Plano Piloto, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Taguatinga, Guará, Gama, Ceilândia, Samambaia, Brazlândia, Santa Maria, Recanto das Emas e Riacho Fundo. Os vários cursos criados atendiam à demanda de uma população que buscava a formação acadêmica como forma de ascensão social, pessoal e profissional. A partir de 1988/89, a Direção Geral das FICB, com administração dinâmica, renovando atitudes, acelerou as condições para o futuro reconhecimento em Universidade. Um dos principais objetivos dessa direção foi, exatamente, o desenrolar do processo para o reconhecimento, junto ao Conselho Federal de Educação. Os 17 cursos oferecidos estavam reunidos na Faculdade de Educação, Faculdade de Tecnologia, Faculdade de Ciências Sociais, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, mais os cursos de especialização e mestrado da Pós-Graduação. Depois de intenso trabalho, ao longo de dois anos, o Ministro de Estado da Educação e do Desporto assinou a Portaria de Reconhecimento das 7
8 FICB como Universidade Católica de Brasília UCB, em 28 de dezembro de 1994, com sede na Cidade de Taguatinga (DF). No dia 23 de março de 1995 ela foi oficialmente instalada em seu Campus I. Iniciava-se a primeira gestão universitária da UCB de acordo com o que estava sendo definido nos Planos de Ação e no Plano de Desenvolvimento Institucional PDI. Nesse mesmo ano foi desenvolvida uma metodologia específica para elaboração de Planos de Ação, os PAs Anuais. O objetivo geral dessa metodologia era permitir a elaboração, o acompanhamento e a avaliação dos Planos Anuais - planejamento setorial/operacional - da Universidade, devidamente vinculado ao PDI. Os PAs passaram a ser planejados, executados e avaliados, anualmente, considerando a acelerada expansão dos núcleos urbanos próximos à posição geográfica da UCB. A segunda Gestão Universitária iniciou-se em 23 de março de 1999 e confirmou as atitudes tomadas anteriormente, ampliando e expandindo os cursos de graduação e pós-graduação para as áreas mais demandadas pela sociedade e entidades de classe da época. Preocupou-se, sobremaneira, com a Pós-Graduação, com a Pesquisa e a Extensão e redefiniu-se o corpo docente, contratando mestres e doutores em tempo integral. Programas e projetos de extensão marcaram a presença da Universidade na comunidade de Brasília, Águas Claras e Taguatinga e o avanço do Ensino a Distância teve agregado a sua projeção o Curso Aprendizagem Cooperativa e Tecnologia Educacional na Universidade em Estilo Salesiano. Até o ano de 2000, a Coordenação de Planejamento criou e implantou, prioritariamente, o Plano Estratégico, em um horizonte que ia de 2002 a Nesse plano está estabelecida a Missão, a Visão de Futuro, os objetivos e as estratégias da UCB para o período. Implantou-se o Sistema de Planejamento SISPLAN - que permitiu a elaboração, o acompanhamento e a avaliação dos PAs, de forma on-line, totalmente automatizado. A orientação básica desse sistema era de acompanhar e avaliar tanto os PAs quanto o Plano Estratégico. 8
9 Em 23 de março de 2003, uma nova equipe assumiu a terceira Gestão Universitária, com vistas à sustentação do patrimônio universitário e com uma proposta de trabalhar, cooperativamente, visando manter alguns projetos já delimitados pelas gestões anteriores e implementar o Projeto de Realinhamento Organizacional, o Projeto de Gestão Acadêmica e o Projeto Identidade. Os rumos tomados visavam satisfazer às necessidades dos cursos relacionados à estrutura de Centro de Educação e Humanidades, Centro de Ciências da Vida, Centro de Ciência e Tecnologia e Centro de Ciências Sociais Aplicadas que abrangiam um total de 92 Cursos oferecidos pela Graduação, Ensino à Distância e Pós-Graduação, além dos programas e projetos de pesquisas da Extensão. As avaliações institucionais e de curso, realizadas durante esse período, atestaram a excelência da educação superior realizada na UCB, bem como a indissociabilidade do Ensino, Pesquisa e Extensão. Em continuidade às avaliações positivas da UCB, a quarta Gestão Universitária assumiu em 31 de Janeiro de 2007 com o propósito de se tornar uma instituição de referência na extensão, na pesquisa e no ensino, indissociáveis e comprometidos com o desenvolvimento sustentável e a justiça social. Uma reorganização estrutural interna da Universidade foi necessária, nesse sentido o processo de ensino oferecido pela UCB, foi revisado a partir das Diretrizes para o Ensino Superior definidas pelo Conselho Nacional de Educação, além de ser analisado o mercado e as ofertas de curso nas diversas instituições da região. Essa gestão baseou seu trabalho em quatro princípios: o de promover a indissociabilidade, a extensionalidade, a sustentabilidade e a pastoralidade da Universidade; Elegeu a Qualidade de Gestão, sustentada no processo ensino aprendizagem, na convivência saudável e nas qualificações profissionais como meta a ser atingida; Entendeu como importante a Docência com Convivência, onde prevaleceu a investigação, a transferência do aprendizado e a extensionalidade; voltados para uma Comunidade Educativa onde se expressou a fraternidade, a solidariedade, o valor do espírito humano e a ética. 9
10 Nesse sentido a PRPG promoveu um trabalho de reformulação de todos os projetos pedagógicos dos cursos de graduação, instituiu o programa de melhoria da formação discente e o programa de formação docente; a Pró- Reitoria de Extensão se dedicou a uma proposta de re-estruturação da Extensão. Elaborou as Diretrizes de Extensão, e com isso definiu categorias de extensão, entre elas, a que estimula os cursos de graduação a responsabilidade de elaboração, execução e acompanhamento de projetos de extensão.a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa se empenhou na manutenção da qualidade da pesquisa e criação de novos programas stricto e latus senso, além de alavancarem o processo de construção do Parque Tecnológico de Inovação da UCB. O crescimento da Católica Virtual, merece destaque nesta gestão. Em relação à parte administrativa a instituição passou por um período de readequação do quadro docente e administrativo da casa. A história da UCB está atrelada à história de Brasília, o Projeto Pedagógico da UCB não perde de vista as contradições dos sistemas políticos e econômicos da atualidade e luta com as próprias dificuldades internas, na ânsia de vencer as crises e sustentar seu espaço físico e de produção científica, cultural e de intervenção social no quadro da realidade nacional e regional do Brasil A Educação a Distância na UCB A Universidade Católica de Brasília Virtual UCB Virtual, hoje assim denominada, foi criada pela Universidade Católica de Brasília, em 1996, com a instituição do Centro de Educação a Distância CED para o desenvolvimento de tecnologia na educação e de educação a distância. Inicialmente, os cursos eram oferecidos em meio impresso e a tutoria feita por correspondência. Em 2000, foram lançados os primeiros cursos em ambiente virtual. De lá para cá, o cenário educacional passou e vem passando por notórias transformações, em que a EAD se consolida cada vez mais como alternativa de acesso aos estudos. 10
11 A UCB Virtual, com mais de dez anos de existência, consolidou-se como uma importante referência nacional e internacional em educação a distância e oferece cursos de graduação, pós-graduação, extensão e disciplinas virtuais para os cursos de graduação presencial. Os principais passos da sua história estão registrados nos seguintes acontecimentos: 1996 Fundação do Centro de Educação a Distância CED, primeiro núcleo de Educação a Distância EAD na UCB Lançamento dos dois primeiros cursos: Especialização em EAD e Especialização em Filosofia e Existência Criação da Diretoria de Tecnologia Educacional e Educação a Distância DITED Lançamento da UCB Virtual, do Ambiente Virtual de Aprendizagem e do primeiro curso disponibilizado pela Internet. Lançamento do CD Letras, Textos e Outros Contos, material didático elaborado para o desenvolvimento de habilidades de produção de textos. Constituição e desenvolvimento das redes: Comunidade Virtual de Aprendizagem/Rede de Instituições Católica de Ensino Superior CVA-Ricesu; Grupo das Instituição das Universidades Salesianas para EAD UNIVER-IUS, sendo esta de caráter internacional Abertura de novos cursos de pós-graduação, oferta de disciplinas virtuais para os cursos presenciais Credenciamento da UCB pelo MEC para cursos de pósgraduação lato sensu a distância Portaria n. 393 de 17 de março de Transformação da DITED em Centro UCB Virtual/Educação a Distância CCV/EAD. Projetos de cursos de graduação a distância submetidos ao MEC Criação da Rede de Polos de EAD do CCV/EAD e credenciamento da UCB pelo MEC para cursos em geral a distância, 11
12 incluindo os de graduação Portaria n de 30 de dezembro de Primeiro vestibular dos cursos de graduação a distância e abertura do polo de EAD no Japão; processo de avaliação dos polos de EAD pelo MEC Abertura de novos polos de EAD no Brasil e no exterior Transformação do CCV/EAD em Universidade Católica de Brasília Virtual UCB Virtual e abertura do primeiro processo de reconhecimento do curso de graduação Bacharelado em Turismo Parceria com a Polícia Militar do Distrito Federal: curso de graduação/ tecnológico a distância para policiais militares. Recebimento do prêmio: Top of Mind na categoria EAD do Jornal de Brasília Abertura do processo de reconhecimento dos cursos. o 2011 Avaliação do curso de Filosofia com nota máxima 5 pelo MEC Reconhecimento do primeiro curso de graduação a distância: Curso de Administração. Avaliação do curso PROFORM com nota máxima 5 pelo MEC. A UCB Virtual, sediada no Campus I da UCB, em Taguatinga, Distrito Federal, possui mais de discentes distribuídos em 13 cursos de graduação, 21 cursos de pós-graduação, 23 disciplinas virtuais para discentes dos cursos presenciais e diversos cursos de extensão ofertados bimestralmente. A UCB Virtual oferta, ainda, cursos customizados para instituições públicas e privadas como: o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio MIDIC; o Banco do Brasil; a Caixa Econômica Federal, a Secretaria Municipal do Estado de Tocantins, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. 12
13 O investimento, a oferta e a demanda crescente por cursos e disciplinas virtuais reforçam a importância que a Educação a Distância tem hoje no contexto da UCB. Posicionando-se à frente do seu tempo, a UCB Virtual abre possibilidades de atuar em espaços remotos presencialmente, contribuindo para a construção coletiva e dinâmica do saber. A educação a distância propicia novas formas e oportunidades de aprendizagem, cria espaços virtuais de interação e reorganiza de maneira flexível as dimensões espaciais e temporais dos processos educacionais. Na estratégia da formação, a educação a distância é uma oportunidade de reinvenção da prática pedagógica, de experiência promotora de maior autonomia dos estudantes, de acesso às novas mídias e de um redimensionamento do papel dos professores. O cuidadoso desenho dos cursos, a elaboração de conteúdos exclusivos e a interação efetiva e presente dos docentes, aliados a um ambiente virtual de aprendizagem altamente interativo, expressam o diferencial de qualidade educativa dos cursos da UCB Virtual. Desde 2008, por meio de um contrato com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), a UCB Virtual ofertou o CST em Segurança e Ordem Pública para mais de policiais. O referido curso produziu algumas importantes e positivas consequências, as quais merecem consideração, como se segue: A experiência inovadora da PMDF, fruto da percepção da necessidade de qualificação dos quadros profissionais da segurança pública da capital da República, e a entrega de tal processo a uma universidade estabeleceu um importante marco no desenvolvimento da educação na área de segurança pública no Brasil, tendo produzido relevantes influências inclusive em esfera federal, tendo o Ministério da Justiça, recentemente, lançado edital de graduação em nível nacional. 13
14 O sucesso do projeto, demonstrado pela ampla procura por vagas por parte de agentes da segurança pública de diferentes órgãos e estados, que veem no curso ofertado pela UCB Virtual um caminho de aperfeiçoamento pessoal e profissional sem, entretanto, ter que distanciar-se de sua área profissional escolhida. Aumento da procura pelo curso por representações formais dos executivos estaduais e municipais, que reconhecem nos cursos em segurança pública oferecidos pela UCB um caminho legítimo para a qualificação de seus quadros e a melhoria dos serviços prestados à população. Aumento da procura por parte de pessoas que querem ingressar nas carreiras de segurança pública ou correlatas e veem no curso uma aproximação legítima de tal objetivo, de modo a ingressarem com níveis prévios de preparação. O estabelecimento do curso superior como requisito de entrada nas organizações de segurança pública em vários estados brasileiros, tendo o DF sido o pioneiro em estabelecer tal exigência. A orientação das políticas públicas de segurança que têm enfocado a participação e a responsabilidade da sociedade na construção de espaços urbanos mais seguros a partir do maior envolvimento das comunidades locais, o que requer conhecimento mais especializado, particularmente em relação à qualificação de pessoas envolvidas com programas e projetos sociais de prevenção, líderes comunitários, grupos locais organizados, entre outros. A emergente preocupação de indivíduos (profissionais de segurança pública ou não) em relação a uma melhor formação e 14
15 preparação para o debate qualificado e para o desenvolvimento de ações objetivas que resultem na melhoria da qualidade de vida nas comunidades, a partir de intervenções sociais e educacionais no campo da prevenção do crime, da violência e da desordem. Cabe ressaltar que UCB Virtual oferta também os cursos de Pós Graduação Lato Sensu em Análise Criminal e Direitos Humanos, ambos premiados, pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), com o Selo Renaesp, reconhecendo a qualidade de ensino na área de segurança pública. Em 04 de maio de 2011, solicitamos ao MEC/SETEC, por meio de ofício protocolado sob o nº / , a inclusão do Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Segurança Pública no Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia, no Eixo Tecnológico Segurança agregando-o aos demais ali previstos, retirando a limitação de oferta apenas aos integrantes das carreiras de segurança pública, e estendendo sua oferta aos demais cidadãos, no intuito de criar condições que favoreçam a ampliação da discussão da temática segurança pública, bem como possibilitem as propostas de ações efetivas frente aos desafios das novas conflitualidades. 1.2 O Curso O tecnólogo em Segurança Pública com Ênfase em Defesa Civil está capacitado a assessorar, elaborar, executar, acompanhar e avaliar políticas, planos, projetos e pesquisas relacionados às grandes áreas de conhecimento de ciências do fogo, ciências ambientais e ciências do desastre, demonstrando capacidade de produção de ideias e informações com uma leitura crítica dos assuntos referentes à gestão de riscos e administração de desastres. Atua em ações de resposta nos cenários de risco e de desastre. Assim, deve ter uma visão sistêmica das estruturas institucionais, político-econômicas e socioculturais vigentes, sendo capaz de realizar 15
16 diagnósticos e avaliações, elaborar cenários e identificar soluções para os principais problemas relacionados às conflitualidades contemporâneas, no sentido de reduzir os riscos de desastres; aumentar a resiliência ante as ameaças; reduzir significativamente as perdas ocasionadas por desastres tanto em termos de vidas como perdas sociais, econômicas e ambientais. Sua formação deve agregar ainda a construção de tecnologias para o atendimento eficaz e eficiente às demandas da comunidade quanto à prevenção e segurança, com intuito de incorporar sistemática de políticas para redução de riscos com implementação de plataformas de prevenção, preparação, atenção e recuperação de comunidades afetadas. O curso está em conformidade com o Eixo Tecnológico Segurança, com a inclusão do Curso Superior de Tecnologia em Segurança Pública com carga horária mínima de 1600 horas e também de acordo com as demais especificações sobre os cursos existentes no Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia/2010 do Ministério da Educação MEC, publicado através da Portaria Interministerial nº 158-A, de 09 de fevereiro de Com a criação do Eixo Segurança no Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia e com a necessidade de tematizar as ciências do fogo e do desastre, um novo desafio nos é solicitado, qual seja, criar um curso que possa estar alinhado às demandas contemporâneas da área de segurança pública e defesa civil uma área multi e interdisciplinar. Tal intuito pode se alcançado por meio da contribuição de outros campos de conhecimentos a práticas cotidianas para melhor construir tecnologias para o atendimento eficaz e eficiente às demandas da comunidade quanto à prevenção e segurança. Consequentemente, esta é uma área que interessa a diversos profissionais das ciências sociais e áreas afins, líderes comunitários, colaboradores de ONGs, dentre outros. Enfim, por seu percurso de sucesso na área da segurança pública, a UCB considera que esta seja uma área estratégica para o desenvolvimento da Missão Institucional e colaboração social, investindo não só em cursos, mas também em pesquisas de impacto dos cursos ofertados. 16
17 1.3 Projeção da Missão na Área e no Curso O compromisso da UCB em elevar o nível humanístico e técnico dos profissionais brasileiros está presente em sua missão: Atuar solidária e efetivamente para o desenvolvimento integral da pessoa humana e da sociedade, por meio da geração e comunhão do saber, comprometida com a qualidade e os valores éticos e cristãos, na busca da verdade. Nesse sentido, a Instituição não quer formar apenas profissionais, mas cidadãos que contribuam para o desenvolvimento do país em todos os níveis, conforme expresso na Carta de Princípios, de 1998, marco referencial para diversos outros documentos elaborados posteriormente: os Projetos Pedagógicos dos Cursos, os Planos Estratégicos, o Projeto Pedagógico Institucional e a elaboração de sua Missão e Visão de Futuro. A Carta de Princípios afirma que: (...) a UCB lê a realidade do contexto em que se encontra e orienta a sua existência à luz da prática educativa dos fundadores das congregações religiosas integrantes da UBEC, privilegiando: a catolicidade como abertura ao diálogo; a cidadania como compromisso de integração social; a competência em todo o seu agir 5. Esses princípios encontram-se alinhados aos objetivos e à metodologia dos cursos ofertados pela UCB. Os Cursos Superiores de Tecnologias reforçam a necessidade de que o processo educacional possa criar condições para que os estudantes sejam capazes de compreender a complexidade e a dinamicidade da sociedade; desenvolver competências e habilidades para trabalhar com diversos projetos e públicos; negociar e solucionar problemas e crises a partir do diálogo. 5 Cf. Carta de Princípios. Universa: Brasília, 1998, p
18 Tomando como base os princípios e valores da missão da UCB, o curso buscará, para além da formação profissional voltada ao mercado de trabalho, atender a demandas e necessidades da sociedade que, cada vez mais, requer cidadãos bem informados, éticos, atualizados e abertos à educação continuada. É importante ressaltar que todas estas competências e habilidades atendem positivamente aos anseios da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), na medida em que na última década vêm investindo na capacitação de profissionais de segurança pública e defesa civil que consolidam o expresso no Art. 144 da Constituição Federal que diz que a segurança pública é dever do Estado e direito e responsabilidade de todos. 2 CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1 Cenário Profissional As grandes catástrofes, direta ou indiretamente, sempre contribuíram para desacelerar o desenvolvimento humano ou mesmo anular esforços realizados durante décadas, principalmente nos países em desenvolvimento. Atualmente, não é mais possível pensar em desenvolvimento sustentável sem considerar o grau de vulnerabilidade frente a desastres de origens naturais, humanas ou tecnológicas a que praticamente todos os países do mundo estão, de uma forma ou de outra, submetidos. Vale lembrar ainda, que dada à complexidade dos fatores geradores de desastres no mundo atual, a formação de profissionais, em diferentes áreas de atuação, com nível de excelência na capacidade de resposta imediata deve ser estimulada e intensificada, a fim de dotar as nossa sociedade de um contingente cada vez maior e melhor qualificado de profissionais capazes de eliminar ou pelo menos reduzir os danos provocados por desastres junto à população. 18
19 O curso proporcionará a formação de profissionais, especializados em atividades relacionadas à defesa civil, atuando no planejamento de ações em resposta à emergência e desastres, bem como dará condições para o desenvolvimento de ações de prevenção e preparação a impactos provocados por eventos adversos, tanto naturais, quanto de origem antropogênica. 2.2 Mercado de Trabalho O egresso do Curso Superior de Segurança e Ordem Pública da UCB Virtual estará apto a atuar em órgãos públicos relacionados à atividade de segurança pública e defesa civil, com acesso através de concurso públicos, como também estará apto, a atuar na iniciativa privada, em instituições que oferecem à sociedade serviços prevenção ao risco e desastres naturais. A preocupação com os efeitos dos desastres naturais, sobretudo nas grandes cidades, tem influenciado diretamente o mercado de trabalho na área de defesa civil, que vem se ampliando tanto no setor público quanto no setor privado. O governo, sobretudo as prefeituras, tem absorvido um quantitativo relevante desses profissionais em seus quadros. Também as empresas privadas têm ampliado, significativamente, seu quadro de profissionais para atender à demanda da sociedade. 2.3 Diferenciais do Curso Superior de Tecnologia em Segurança Pública com Ênfase em Defesa Civil Um dos diferenciais do curso é a organização curricular e a metodologia fundamentada no desenvolvimento de competências, que permitem aos egressos uma visão abrangente do campo de atuação 19
20 profissional e das suas necessidades em termos de conceitos, conteúdos e práticas. Outro diferencial do curso é o seu desenho pedagógico, centrado no estudante e nos processos de interação. Este dá condições ao estudante para que possa se organizar e controlar sua própria aprendizagem, a partir da criação de um contexto motivacional positivo, da efetiva participação do corpo discente e da forte interação. Os estudantes são instados a aprender a investigar, a aprender a aprender e a aprender a trabalhar em grupo. Para isto, os professores estimulam a busca autônoma da informação, oferecendo apoio à resolução dos problemas. Sobretudo na modalidade a distância, é necessário um envolvimento integrado e harmônico entre todos os atores do processo educativo. Dessa forma, o curso está voltado para o respeito à diversidade, para a qualidade do ensino, para o estímulo à autonomia, para a ênfase no aprender a conhecer, fazer, ser e conviver; para a participação cooperativa do educando e para a utilização das novas tecnologias de informação e comunicação. Nesse sentido, o CST em Segurança Pública com Ênfase em Defesa Civil tem como objetivo a formação de profissionais para atuarem na área de segurança pública e defesa civil, pautada na ética e na responsabilidade social, agregando sólidos conhecimentos teóricos e práticos voltados para os conhecimento de ciências do fogo e ciências do desastre. Oferecer aos alunos conhecimentos que ampliem o nível intelectual, no sentido de reduzir os riscos de desastres; aumentar a resiliência ante ameaças; reduzir significativamente as perdas ocasionadas por desastres tanto em termos de vidas como perdas sociais, econômicas e ambientais. 20
21 2.3.1 Competências e Habilidades a Serem Desenvolvidas pelo estudante no Curso Superior de Tecnologia em Segurança Pública com Ênfase em Defesa Civil Para determinar as competências e habilidades a serem desenvolvidas pelos estudantes nos cursos, assumimos na UCB Virtual cinco âmbitos, entendidos como uma tipologia das competências, que norteiam o processo educativo. Tais competências são tomadas como o potencial/potencialidade do aluno/profissional de mobilizar habilidades de forma internalizada para o enfrentamento de situações. Nesse sentido, consideramos três tipos de situações possíveis a serem enfrentadas pelo estudante ao final de sua formação universitária: situações relativas à profissão (mercado de trabalho), situações relativas à pesquisa, e situações relativas à cidadania. A seguir, apresentamos os cinco âmbitos e as respectivas competências para o Curso Superior de Tecnologia em Segurança Pública com Ênfase em Defesa Civil: 1. do conhecimento Desenvolver uma visão sistêmica das estruturas políticoeconômicas e socioculturais vigentes e das conflitualidades contemporâneas frente aos desafios do sistema de defesa civil brasileiro; Compreender as contribuições das diversas áreas do conhecimento relacionadas à segurança pública; Examinar a legislação e os princípios empregados na defesa social e ambiental. 2. da aplicação do conhecimento 21
22 Propor soluções para problemas na área de segurança, considerando os ecossistemas e as questões ambientais: impactos sociais, econômicos e políticos e a discussão sobre medidas de prevenção e correção de problemas ambientais; Avaliar a implementação de programas, projetos e ações preventivas na área de defesa civil, oferecendo insumos para correção e adaptação de tais ações à realidade da comunidade em que atua; Ajudar as comunidades afetadas por desastres ou catástrofes a desenvolver a resiliência frente a situações impactantes, compreendendo as dinâmicas psicológicas envolvidas em situações de perda e luto. 3. da capacidade de análise Analisar as políticas de segurança pública e defesa civil vigentes, em relação aos aspectos de coerência e efetividade e propor alterações utilizando-se de instrumentos e caminhos adequados e democráticos de proposição. 4. da comunicação e atitudes Assessorar as comunidades, onde esteja inserido, na gestão de riscos e de desastres, contribuindo para a construção e gerenciamento de ações de prevenção, preparação, resposta e assistência e reabilitação e reconstrução de cenários de riscos e de desastres; Liderar ou assessorar as lideranças comunitárias na identificação e implantação de programas, projetos e ações relacionadas ao controle ambiental, prevenção de desastres e fortalecimento da resiliência. 22
23 5. da capacidade de aprendizagem Perceber que não basta a reprodução do conhecimento científico existente, mas que é preciso repensá-lo de maneira crítica e criativa no exercício de suas funções profissionais; Comprometer-se ética e profissionalmente com o desenvolvimento de aspectos que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e humana; Reconhecer a importância de se ter uma postura de respeito ao próximo, independente da diferença de raça, credo, geração e orientação sexual, como um dos princípios básicos da atuação profissional. Todas as competências indicadas geram habilidades, atividades, indicadores de êxito, os quais são relacionados às diferentes unidades de estudo que compõem o curso Programa de melhoria da formação básica dos estudantes Com a ampliação do acesso à educação superior tem se percebido com mais evidência a fragilidade da formação da maioria dos estudantes brasileiros. A ampliação da Educação Superior não cria a fragilidade, mas a revela à medida que os eliminados de outrora hoje conseguem acesso. Assim, boa parte dos ingressantes na Educação Superior brasileiro não possui o conhecimento escolar que esperamos para o ingresso neste nível. Outro elemento que merece destaque, e que em alguma medida também é reflexo deste contexto, é a evasão nos primeiros anos dos cursos superiores. Embora possamos considerar que a ampliação do acesso à Educação Superior já é um ganho para o país, assim como foi a ampliação da Educação Básica, é preciso cuidar para garantir um acesso com qualidade, que 23
24 se preocupe essencialmente com a formação oferecida e com a aprendizagem dos estudantes. É preciso, então, considerar este contexto e entender que o desafio da melhoria da formação básica dos estudantes ingressantes não apresenta uma solução simples, pois exige empenho profissional e político para não fazer da Educação Superior um faz de conta para parte dos estudantes que recebemos. Gentilli (2001), já sinalizava a questão, classificada pelo autor como um processo de exclusão includente, lembrando que o acesso à educação não significa o acesso ao mesmo tipo de educação no que tange à qualidade. Para tanto, devemos ter em conta o estudante real, que tem suas necessidades, interesses, nível de desenvolvimento, representações, experiências anteriores (história pessoal). Este estudante muitas vezes é distinto do estudante idealizado ou do sonho de alguns professores. É preciso pensar a Educação Superior em função do que o estudante é, e não do que gostaríamos que fosse. Neste sentido, é importante ainda lembrar que os nossos estudantes não são calouros de escola, pois possuem pelo menos 11 anos de escolaridade. Neste período, os estudantes se acostumaram com professores que fazem perguntas e que ensinam respostas, e não com professores que se fazem perguntas. Essa escola, frequentemente, seja para os estudantes, seja para os professores, se constitui enquanto uma opção formal que muitas vezes abdica do caráter político e existencial do fazer pedagógico, ao tomar o trabalho intelectual como um fim em si mesmo, desvinculado dos significados, sentidos e compromissos que deveriam orientá-lo. Como forma de enfrentamento, é urgente não apenas reconhecer este cenário, mas buscar diferentes estratégias de aproximação a fim de se relacionar com esse contexto, respeitando e considerando sua complexidade. Um movimento inicial e essencial para essa aproximação é o reconhecimento do estudante como um ser ativo, que precisa ter participação consciente no 24
25 processo de construção da significação de sua ação e de seu conhecimento, o que, já lembrava Freire (1981), é tarefa de sujeito, e não de objeto. Entendemos, desta forma, que o caminho para o acesso à Educação Superior com qualidade passa, necessariamente, pelo reconhecimento do sujeito que aprende, de sua história e do lugar de protagonismo e autoria que ele ocupa no processo de aprendizagem. É sobre esse alicerce que se constrói a proposta dos componentes curriculares Introdução a Educação a Distância e Leitura e Produção de Textos. Estes componentes, obrigatórios para os primeiros semestres de todos os cursos de graduação da Universidade, apostam na ruptura com a forma tradicional de ensinar e aprender e com os procedimentos acadêmicos inspirados nos princípios positivistas da ciência moderna, resgatando o lugar e o valor do sujeito que aprende (como protagonista e autor de seu processo). A proposta desses componentes curriculares se constitui, dessa forma, como uma das ações de melhoria da formação básica dos estudantes. Esse componente de Introdução a Educação a Distância possui o foco no conteúdo do sujeito, ou seja, no cuidado com cada estudante que entra na Universidade e na sua adaptação a uma nova forma de aprender, em muito distinta da experiência presencial. Ele precisa se sentir acolhido, respeitado em sua história (com todas as fragilidades acadêmicas, culturais e sociais que ela pode possuir) e desafiado a viver um momento singular em sua vida: a Educação Superior na modalidade a distância. A disciplina Leitura e Produção de Texto favorece o desenvolvimento competências e habilidades de recepção do texto informativo, abrangendo as tipologias básicas, o processo de leitura, bem como a intelecção e as concepções de texto ideal e texto real. O desenvolvimento dessas competências permite, inicialmente, o engajamento do estudante ao meio acadêmico e, posteriormente, ao meio profissional. Esses componentes curriculares se constituem como um encontro do sujeito com a Universidade, baseada na crença de que é possível ampliar 25
26 acesso sem perder qualidade. Seus princípios se sustentam na relação fundamental entre os conteúdos dos sujeitos (estudantes) e os conteúdos propostos nos dois componentes curriculares, no acompanhamento do processo de aprendizagem por meio dos registros de estudantes nos fóruns, na interação com os professores e colegas, na autoria e autonomia necessária ao processo de aprender e na rotina da aula virtual, abordando o eixo dos conhecimentos acadêmicos, relacionais e culturais à medida que apóia e desafia os estudantes nesta nova fase. Há um cuidado muito especial com as questões da leitura e da escrita na Educação Superior, da comunicação e tecnologias a partir da história de vida dos estudantes. Ao iniciar o curso, o estudante tem a oportunidade de vivenciar na prática o uso de todos os recursos disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem (Moodle) por meio de atividades que se iniciam no primeiro encontro presencial e continuam ao longo das primeiras semanas com a Trilha de Aprendizagem e a Travessia. Para os estudantes que apresentam dificuldades específicas em relação ao Moodle é oferecido apoio individual pelos auxiliares de cursos e profissionais de apoio dos PEAD. Cabe destacar que para as disciplinas que envolvam raciocínio lógicomatemático, além do material didático, disponibiliza-se material de apoio com conteúdos e atividades que envolvam os pré-requisitos necessários para o desempenho do estudante. Pretende-se, neste sentido, apresentar respostas aos desafios de manutenção da qualidade e redução da evasão, constituindo-se um compromisso político e pedagógico dessa instituição. 2.4 Formas de Acesso 26
27 Serão abertas 2400 vagas, sendo 600 vagas por semestre, para o Curso Superior de Tecnologia em Segurança Pública com Ênfase em Defesa Civil distribuídas entre a Sede e os Polos de Educação a Distância. O estudante ingressa no curso por meio de processo seletivo, vestibular, realizado em data e horários estabelecidos em edital amplamente divulgado. A execução técnico-administrativa do concurso vestibular fica a cargo da Coordenação de Polos e Logística da UCBV. Poderão inscrever-se no processo seletivo os candidatos que já tenham concluído ou estejam em fase de conclusão do Ensino Médio ou equivalente, devendo apresentar obrigatoriamente o documento de conclusão do Ensino Médio no ato da matrícula. O processo seletivo é feito de forma eletrônica na sede e nos polos, constando de provas de Português e Matemática e Redação. Os critérios de aprovação e eliminação são previamente divulgados em edital no portal da UCBV. Na possibilidade de ter vagas ociosas, a UCB recebe estudantes advindos de outras IES, desde que estas estejam regularizadas em consonância com a legislação brasileira. Além dos casos de transferência externa, o aluno também pode requerer vaga como portador de diploma de curso superior, obedecendo a edital próprio. Há, ainda na hipótese de vagas ociosas, a possibilidade de aceitar candidatos que tenham realizado avaliações oficiais, como o Exame Nacional do Ensino Médio ENEM. A UCB, como participante do Programa de Governo Universidade para Todos, possui vagas reservadas para os candidatos encaminhados pelo MEC habilitados para receberem bolsa do PROUNI. 2 ORIENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM A UCB Virtual organiza-se de forma a criar sinergia entre as diferentes esferas da Universidade em ações que integram ensino, pesquisa e extensão. Ao preocupar-se com a aquisição por parte de seus estudantes das 27
28 competências e habilidades requeridas como profissionais e cidadãos, a UCB Virtual orienta-se pelos seguintes princípios pedagógicos: a) Foco na aprendizagem do estudante Concepção e desenvolvimento das atividades da educação a distância tendo como centro o contexto, as características e as necessidades dos estudantes. Considerando o eixo da objetividade no desenvolvimento de competências do profissional e do cidadão, a aprendizagem do estudante se desenvolve a partir da mobilização de recursos para a resolução de situações-problema contextualizadas. b) Prioridade para os processos interativos Utilização de metodologias e ferramentas de comunicação (síncronas e assíncronas) para a garantia de uma dinâmica interativa entre os atores (estudantes, professores, pessoal de suporte, gestores) e de uma sólida comunidade de aprendizagem. O eixo da intersubjetividade na construção de competências é privilegiado na interação propiciada pelas ferramentas de comunicação e nas metodologias avaliativas de trabalho cooperativo, por meio do desenvolvimento das habilidades relacionadas à comunicação efetiva e eficaz. c) Construção da autonomia Desenho e implementação de estratégicas pedagógicas com o objetivo de que os estudantes desenvolvam competências no trabalho cooperativo, na solução de problemas, na investigação crítica e criativa. O eixo da subjetividade no desenvolvimento das competências se mostra de forma mais aguda na construção da autorregulação/ autoavaliação do estudante, de forma que este seja sujeito ativo na realização de novos conhecimentos e instrumentos de análise do contexto. Para viabilizar suas ações, a UCB Virtual investe prioritariamente em: a) Capacitação de pessoal Investimento na capacitação continuada dos professores e demais atores envolvidos para que possam 28
29 participar de forma significativa dos processos interativos mediados por tecnologias da informação e da comunicação. b) Qualidade dos materiais didáticos Estruturado em formato hipertextual, o material didático busca incentivar a curiosidade e a pesquisa e é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar para cada uma das UEs que compõem a matriz curricular dos cursos. c) Suporte tecnológico Adoção da Internet como plataforma tecnológica privilegiada para o desenvolvimento dos cursos pelo seu potencial de interatividade e de inclusão social. Esses princípios perpassam o Modelo de Educação a Distância da UCB Virtual (Figura 1), que tem na aprendizagem do discente o centro de suas ações. Figura 1 Modelo de Educação a Distância da UCB Virtual. Atendendo aos pressupostos da centralidade da ação pedagógica no estudante por meio da interação, a UCB Virtual adota um modelo de tutoria ativa, em que os professores têm competência conceitual e metodológica para acompanharem o estudante ao longo de todo o curso, motivando-o a participar e a interagir com o grupo. Portanto, um diferencial do sistema de tutoria da UCB Virtual está na interação direta dos professores (mestres, doutores e especialistas de reconhecida competência) com os estudantes. Enfim, a função de tutor, mediador do processo de aprendizagem, é exercida pelos próprios professores, ou seja, neste modelo, a tutoria é feita a distância pelos 29
30 professores que se dedicam à construção de interações e situações de aprendizagens significativas. Cada professor é responsável pela gestão da Unidade de Estudo (UE) da sua área de conhecimento e possui as seguintes atribuições: divulgar o plano de ensino; criar condições de aprendizagem por meio da promoção de discussões relacionadas ao conteúdo, da proposição de questões e situaçõesproblema e da ampliação dos temas apresentados no material didático; acompanhar o processo de organização dos estudos pessoais e coletivos; responder às solicitações dos estudantes; instigar a participação dos estudantes nos espaços de interação; mediar discussões nos ambientes de interação; incentivar e mediar o trabalho cooperativo entre os estudantes; intermediar, quando necessário, as relações entre os estudantes e a Coordenação do curso; avaliar os estudantes; promover estratégias e atividades de recuperação; orientar trabalhos e projetos de pesquisas quando indicados e acompanhar o estágio supervisionado quando indicado. As turmas das UE dos cursos são organizadas a partir da reunião dos estudantes do DF e das localidades onde existem Polos de Educação a Distância (PEAD), ou seja, as turmas não são organizadas por PEAD, e sim pela demanda geral de estudantes por determinada disciplina e curso. A partir dessa concepção pedagógica centrada no aprendiz, a interação torna-se elemento fundamental para que o processo educativo favoreça o desenvolvimento de competências. No modelo adotado, observa-se que a interação dos estudantes com toda a universidade ocorre presencial e virtualmente. A interação presencial acontece nos momentos presenciais do curso e quando o estudante necessita de algum tipo de apoio na sede e nos PEAD. Os estudantes interagem de forma virtual com o professor, o coordenador e o profissional de apoio de polo, a coordenação do curso, a secretaria, as áreas de atendimento e relacionamento e de suporte técnico e com os próprios colegas por meio de , telefone, webconferências, audioconferências e o Ambiente Virtual de Aprendizagem AVA. 30
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