ETIOLOGIA E PATOGENIA DAS NEOPLASIAS LINFOIDES

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ETIOLOGIA E PATOGENIA DAS NEOPLASIAS LINFOIDES"

Transcrição

1 ETIOLOGIA E PATOGENIA DAS NEOPLASIAS LINFOIDES A maioria das neoplasias envolvendo leucócitos apresenta anormalidades cromossômicas não randômicas, sendo que as translocações são as anormalidades mais frequentes. Em alguns casos, diferentes alterações cromossômicas podem estar relacionadas à mesma anormalidade funcional, pois os elementos resultantes dessas alterações participam de uma mesma via de sinalização ou podem estar associados a um mesmo fator de transcrição. Os MALTomas, linfomas originados de células B e que apresentam translocações nos genes MALT 1 e BLC10. O resultado da translocação no gene MALT1 é o mesmo para a translocação do gene BLC10, pois a alteração em qualquer um desses genes afeta o complexo MALT1/BLC10, responsável por ativar o fator de transcrição NF-kB. Fatores iatrogênicos: o tratamento do câncer pode aumentar a incidência de neoplasias linfoides, pois a radioterapia e alguns tipos de quimioterapia podem causar mutações resultantes da radiação ionizante e do uso de quimioterápicos. Oncoproteínas são resultantes de alterações no genoma e podem impedir o processo de maturação da célula. Muitas oncoproteinas interrompem a diferenciação, principalmente em fases de rápida divisão celular. Um exemplo é o BLC6, fator de transcrição expresso em células B do centro germinativo. Na ausência de BLC6, células B do centro germinativo não são formadas. Proto-oncogenes: são ativados em células linfoides por erros que ocorrem na diferenciação e rearranjo do receptor de antígeno. Alguns proto-oncogenes são ativados em linfomas de células B do centro germinativo por translocações cromossômicas. A citosina desaminase induzida ativação (DIA), que é uma enzima responsável por provocar alterações no DNA pode causar translocações c-myc/ig em células B normais do centro germinativo, provavelmente por causar lesão no DNA que resultam em quebras cromossômicas. Os linfomas resultam de uma série de lesões genéticas e somente a ativação de um oncogene como o c-myc não é capaz de dar origem ao linfoma. Vírus: três tipos de vírus podem ser causadores de linfomas: HTLV-1, EBV e KSHV/HHV-8. Neoplasias linfoides incluem: linfomas Hodgkin e não Hodgkin (LNHs), leucemias linfocíticas, discrasias de plasmócitos e distúrbios relacionados. O esquema da OMS utiliza critérios morfológicos, imunofenotípicos, genotípicos e clínicos para classificar as neoplasias linfoides em classes: Neoplasias de células B precursoras; Neoplasias de células B periféricas; Neoplasias de células T precursoras; Neoplasias de células T e de células NK periféricas; Linfoma de Hodgkin. O diagnóstico de neoplasias linfoides é feito a partir do exame histológico de linfonodos ou outros tecidos afetados. A maioria (85 A 90%) das neoplasias linfoides tem origem a partir de células B, o restante é de células T e, tumores originados de células NK são raros. LINFOMAS NÃO-HODGKIN (LNHS) Leucemia/Linfoma Linfoblástico Agudo: são neoplasias compostas por células B ou T imaturas, sendo que essas células imaturas são chamadas de linfoblastos. A maioria é composta por leucemias/linfomas linfoblásticos agudos de células B imaturas e se manifestam como leucemias agudas na infância. As leucemias/linfomas linfoblásticos agudos de células T geralmente surgem em 1

2 adolescentes do sexo masculino como linfomas tímicos. As leucemias são tumores que envolvem primariamente a medula óssea, sendo que as células neoplásicas extravasam para o sangue periférico. Já os linfomas são tumores que se apresentam como massas em linfonodos ou tecidos envolvidos. Porém, linfomas extravasam para o sangue periférico criando um quadro semelhante ao de leucemia e, as leucemias, que são originadas na medula óssea, podem infiltrar linfonodos e outros tecidos, criando um quadro de linfoma. A leucemia/linfoma linfoblástico agudo (LLA) é o câncer mais comum em crianças e os hispânicos tem maior incidência que qualquer outro grupo étnico. A incidência máxima de LLA-B ocorre aos 3 anos de idade, fase em que o número de células B imaturas normais na medula óssea seja maior. A maior incidência de LLA-T ocorre na adolescência quando o timo está mais desenvolvido. As LLA-B e T também ocorrem em adultos de todas as idades, mas com menor incidência. Imunofenótipo: a imunomarcação para a terminal desoxinucleotidil-transferase (TdT), uma polimerase de DNA especifica expressa apenas em linfoblastos pré-t e pré-b, é positiva na maioria dos casos. As LLA-B e LLA-T são identificadas por meio de marcadores específicos de células-b e T. Patogenia molecular: em torno de 90% das LLAs tem alterações cromossômicas estruturais ou numéricas, sendo que a mais comum é a hiperploidia, mas a hipoploidia e uma variedade de translocações também são encontradas. Aspectos clínicos Início repentino e violento. Sintomas relacionados com a supressão funcional da medula óssea, incluído fadiga devido à anemia, hemorragias em função da trombocitopenia. Manifestações do SNC, incluindo cefaleia e paralisia dos nervos. Sintomas relacionados à infiltração de células neoplásicas, a exemplo da hepatomegalia e esplenomegalia, dilatação do testículo, linfadenopatia generalizada, dor óssea. Prognostico: em crianças, o tratamento com quimioterapia agressiva, 75 a 85% das crianças são curadas. Porém, a LLA ainda é apontada como o tipo de câncer com maior taxa de mortalidade em crianças. Em relação aos adultos, 35% a 40% são curados. Os piores prognósticos incluem crianças com idade inferior a 2 anos, surgimento na adolescência ou idade adulta e contagem de blastos no sangue periférico maiores que Neoplasias de células B periféricas (Leucemia linfocítica Crônica LLC /Linfoma de linfócitos pequenos - LLP): esses dois distúrbios diferem apenas quanto ao grau de linfocitose no sangue periférico. Grande parte dos pacientes apresentam linfocitose maior que 4000 leucócitos por mm3, característica da LLC. A LLC é a leucemia mais comum em adultos, tendo uma incidência maior em homens acima dos 60 anos. A LLP corresponde a 4% dos linfomas não-hodgkin. Morfologia: linfócitos predominantemente pequenos infiltram de forma difusa os linfonodos, baço (polpa branca e vermelha), fígado (preferência pelos espaços portais) e a medula óssea. As células não são totalmente imaturas, apresentam certo grau de diferenciação, ou seja, se assemelham ao aspecto maduro. Linfoma de Linfócitos pequenos: a medula óssea apresenta infiltrados intersticiais e no sangue periférico é possível observar linfócitos imaturos. O crescimento de células LLC/LLP é, em grande partem confinado aos centros germinativos, onde as células devem receber sinalizações importantes do microambiente. Patologia Molecular: Ao contrário das outras malignidades linfóides, as translocações cromossômicas são raras (inclusive na LLC); 2

3 Deleção do 13q14, 3, 11q e 17q com a deleção não haverá a expressão de genes supressores de tumores; Trissomia do 12q. Aspectos Clínicos: Pacientes geralmente assintomáticos e quando os sintomas aparecem são inespecíficos (fadiga, perda de peso e anorexia). Linfadenopatia e hepatoesplenomegalia presentes em 50 a 60% dos pacientes sintomáticos; LLP e LLC afetam sistema imune, paciente fica suscetível a infecções, principalmente bacterianas; A contagem de células no sangue periférico pode ser normal ou chegar a por mm3; O curso e prognóstico são bastante variáveis. Prognóstico: em média, a sobrevida é de 4 a 6 anos, mas pode ser de 10 anos ou mais; Um fator de piora prognóstica é a transformação da LLC em tipos mais agressivos, como a transformação prolinfocítica (15 a 30%) ou para linfoma difuso de grandes células B (chamada síndrome de Richter, 10%). Linfoma Folicular O linfoma folicular é a forma mais comum dos Linfomas Não-Hodgkin indolente; Acometendo a indivíduos por ano nos Estados Unidos É mais frequente na meia-idade; Atinge igualmente indivíduos dos sexos masculino e feminino; Se origina de células B do centro germinativo; É fortemente associado às translocações cromossômicas envolvendo o BCL2. Morfologia: em menor aumento, observa-se um padrão de crescimento predominantemente nodular ou nodular e difuso nos linfonodos envolvidos. Estão presentes centrócitos ou pequenas células clivadas (pequenas células com contornos nucleares irregulares ou clivados e citoplasma escasso) e centroblastos ou grandes células (grandes células com cromatina nuclear frouxa, vários nucléolos e quantidades moderadas de citoplasma) em variadas proporções. O acometimento da medula óssea ocorre em 85% dos casos (na forma de agregados linfóides paratrabeculares) e do sangue periférico em 10% dos casos. A polpa branca esplênica e as tríades portais hepáticas também são frequentemente envolvidas. Imunofenótipo: as células neoplásicas se assemelham bastante às células B normais do centro germinativo, expressando CD19, CD20, CD10, Ig de superfície e BCL6. As células B normais do centro folicular são BCL2-negativas, porém nas células neoplásicas ele é expresso em mais de 90% dos casos. Patogênese Molecular: o fator marcante do linfoma folicular é uma translocação (14;18) do locus IgH no cromossomo 14 com o locus BLC2 no cromossomo 18. Essa translocação é detectada em até 90% dos linfomas foliculares e leva à expressão excessiva de BLC2, resultando em inibição da apoptose e promoção da sobrevivência das células do linfoma folicular. Sendo assim, essa neoplasia é caracteristicamente destituída de células apoptóticas. As diferenças nos genes expressos pelas células reativas do linfoma folicular são preditivas da evolução e influenciam o microambiente circundante. Isso pode ser observado nos linfonodos no início da doença, quando as células do linfoma folicular em crescimento são encontradas dentro de uma rede de células dendríticas foliculares reativas entre macrófagos e células T. 3

4 Aspectos Clínicos: o linfoma folicular tende a apresentar linfadenopatia generalizada e indolor, sendo que o envolvimento de sítios extra-nodais é incomum. O linfoma folicular é incurável e apresenta um curso lento de crescimento. Prognóstico: a sobrevida média de 7 a 8 anos e não ocorre melhora com o uso de terapia agressiva; portanto, a abordagem habitual é aliviar os pacientes com baixas doses de quimioterapia ou imunoterapia quando eles se tornam sintomáticos. A transformação histológica para o linfoma difuso de grandes células B ocorre em 30% a 50% dos linfomas foliculares. Linfoma Difuso de Grandes Células B O linfoma difuso de grandes células B é a forma mais comum de Linfoma Não-Hodgkin nos Estados Unidos; Há cerca de novos casos a cada ano nos Estados Unidos; É mais frequente em torno de 60 anos, mas também ocorre em adultos jovens e crianças; Predomínio maior em homens. Morfologia: os aspectos comuns são um tamanho celular relativamente grande (geralmente quatro a cinco vezes o diâmetro de um pequeno linfócito) e um padrão difuso de crescimento. Presença de células de núcleos grandes multilobados ou clivados é evidente. Imunofenótipo: expressam CD19 e CD20 e demonstram expressão variável de marcadores de células B do centro germinativo, tais como CD10 e BCL6. A maioria tem Imunoglobulina de superfície. Patogenia Molecular: Apresenta um perfil de expressão gênica heterogêneo. O gene BCL6 é um repressor transcricional zinc-finger de ligação ao DNA requerido para a formação de centros germinativos normais. A desregulação desse gene, principalmente por várias translocações (que possuem um ponto de quebra em comum no BCL6 no cromossomo 3q27) e mutações adquiridas nas sequências promotoras do BCL6 (que anulam a autorregulação do BCL6, um importante mecanismo regulador negativo) promovem várias consequências importantes. Ambas desregulações resultam da hipermutação somática gerando superexpressão de BCL6. Esse gene reprime a expressão de fatores que promovem a diferenciação de células B do centro germinativo e a interrupção do crescimento, e desse modo mantém as células em um estado proliferativo relativamente não diferenciado. Além disso, ele também pode inibir a expressão de p53, prevenindo a ativação dos mecanismos de reparo do DNA nas células B do centro germinativo que sofrem hipermutação somática e recombinação para a mudança de classe. Acredita-se que cada uma dessas atividades contribua para o desenvolvimento do LDBCB. As mutações similares àquelas observadas no BCL6 também são encontradas em vários outros oncogenes, incluindo c-myc, sugerindo que a hipermutação somática nas células do LDGCB é conduzida incorretamente a uma ampla variedade de loci. Outros 10% a 20% dos tumores são associados a t (14;18), a qual resulta em expressão excessiva da proteína anti-apoptótica BCL2. Os tumores com rearranjos do BCL2 quase sempre perdem os rearranjos no BCL6, sugerindo que esses rearranjos definem duas classes moleculares distintas de LDGCB. Alguns tumores com rearranjos no BCL2 podem surgir a partir linfomas foliculares subjacentes desconhecidos, que frequentemente se transformam em Linfoma Difuso de Grandes Células B. Aspectos clínicos: o Linfoma Difuso de Grandes Células B se manifesta como uma massa que cresce rapidamente em um sítio nodal ou extranodal (trato gastrointestinal, pele, osso, cérebro e outros tecidos). 4

5 Prognóstico: são tumores agressivos com evolução rápida fatal sem tratamento. Com a quimioterapia 60% a 80% dos pacientes atingem uma remissão completa e 40% a 50% são curados. Linfoma de Burkitt: dentro desta categoria estão presentes: Linfoma de burkitt endêmico (africano), linfoma de Burkitt esporádico e um subgrupo de linfomas agressivos que ocorrem em indivíduos infectados pelo HIV. Esses três linfomas são diferenciados pelas características clínicas, genotípicas e virológicas, já que são histologicamente idênticos. Associação com EBV: Em quase 100% dos casos de linfomas endêmicos na África; Esporádico: 15 a 20% dos casos; Brasil a associação do Linfoma de Burkitt com o EBV é intermediária entre os dois grupos acima; Pacientes com HIV: 25% associados com EBV. Morfologia: Infiltrado difuso de células linfóides (10 a 25 micras); Núcleos redondos com cromatina grosseira; Vários nucléolos; Alto índice mitótico; Numerosas células apoptóticas; Presença de macrófagos (fagocitando restos celulares) > cria aspecto característico de Céu Estrelado. Patologia Molecular: Todas as formas de estão associadas a translocações do gene c-myc no cromossomo 8; Inativação do P53: aumenta frequência de translocações de c-myc nas células B do centro germinativo. Aspectos Clínicos: O endêmico e esporádico são encontrados principalmente em crianças e adultos jovens; A maioria em sítios extra-nodais, com massa na mandíbula e vísceras abdominais; Acometimento da medula óssea e do sangue periférico é raro; Prognóstico: depende da terapia. Responde bem a quimioterapia e pode ser curado na maioria dos casos, principalmente em crianças e adultos jovens. NEOPLASIAS DE PLASMÓCITOS E DESORDENS RELACIONADAS Proliferações de células B com plasmócitos neoplásicos secretores de uma Imunoglobulina monoclonal ou um fragmento de Imunoglobulina; Representam 15% das mortes causadas por neoplasias linfóides; A neoplasias linfóides mais comum e fatal é o mieloma múltiplo, com aproximadamente novos casos por ano nos Estados Unidos; Uma Imunoglobulina monoclonal identificada no sangue é referida como um componente M (em referência ao mieloma). Os componentes M completos são restritos ao plasma e fluido extracelular e ausentes da urina (exceto quando existe lesão glomerular, pois nesse caso estão presentes). Os plasmócitos neoplásicos com frequência sintetizam em excesso cadeias leves ou pesadas juntamente com Imunoglobulinas completas. As cadeias leves livres são pequenas o suficiente para serem excretadas na urina, onde são denominadas proteínas de Bence-Jones. As cadeias leves livres podem ser detectadas e mensuradas na urina ou no sangue. 5

6 Mieloma múltiplo: é uma neoplasia de plasmócitos caracterizada pelo envolvimento multifocal do esqueleto. Embora a doença óssea seja predominante, o tumor pode propagar-se para os linfonodos e sítios extra-nodais, como a pele, em fase mais tardia do seu curso; É principalmente uma doença de idosos, com maior incidência na faixa etária de 65 a 70 anos de idade; Sua incidência é maior em homens. Patogenia Molecular: os genes de Imunoglobulina nas células do mieloma sempre apresentam evidência de hipermutação somática. Considera-se que a célula de origem seja uma célula B pós-centro germinativo que se alojou na medula óssea e se diferenciou em plasmócito. Alguns estudos sugerem que o tumor se origina e é mantido por células-troncolike semelhantes aos pequenos linfócitos B que dependem dos sinais gerados pela via hedgehog para a autorrenovação. A IL-6 é um fator de crescimento importante para os plasmócitos e é produzida pelas próprias células tumorais e por células residentes do estroma da medula. A proliferação e a sobrevida das células do mieloma são dependentes de várias citocinas, principalmente IL-6. Por isso, altos níveis séricos de IL-6 são associados a um mau prognóstico, pois são detectados em pacientes com a doença ativa. Observa-se também um aumento do crescimento e sobrevivência da célula do mieloma através de interações físicas diretas com as células do estroma da medula óssea. Os fatores produzidos por plasmócitos neoplásicos medeiam a destruição óssea que é o principal aspecto patológico do mieloma múltiplo. Fatores liberados por células tumorais atuam por via que ativam os osteoclastos. Outros fatores são potentes inibidores da função dos osteoblastos. O efeito global é um aumento notável na reabsorção óssea, resultando em hipercalcemia e fraturas patológicas. Perfil de expressão gênica sugerem que o mieloma é molecularmente muito heterogêneo, pois muitos mielomas apresentam vários rearranjos envolvendo o gene da cadeia pesada da Imunoglobulina no cromossomo 14q32. Morfologia: o mieloma múltiplo geralmente se manifesta como tumores de plasmócitos destrutivos (plasmacitomas) envolvendo o esqueleto axial. Os ossos comumente afetados (em ordem decrescente de frequência) são: a coluna vertebral, costelas, crânio, pelve, fêmur, clavícula e escapula. Destruição óssea pelo efeito de reabsorção óssea ativa e síntese óssea inativa tem como consequências hipercalcemia e fraturas patológicas. Macroscopicamente, a maioria consiste em massas tumorais moles, gelatinosas e avermelhadas. A medula contém um número aumentado de plasmócitos, que geralmente representam mais de 30% da celularidade. Os plasmócitos podem se infiltrar no interstício ou estar presentes nas camadas que substituem completamente os elementos normais. Os plasmócitos malignos tem halos claros perinucleares devido a um aparelho de Golgi evidente e um núcleo localizado excentricamente. Na doença avançada, os infiltrados de plasmócitos podem estar presentes no baço, fígado, rins, pulmões, linfonodos e outros tecidos moles. Aspectos Clínicos: Os aspectos clínicos do mieloma múltiplo provêm dos efeitos do crescimento dos plasmócitos nos tecidos, particularmente os ossos; da produção excessiva de Imunoglobulinas, que frequentemente têm propriedades físico-químicas anormais; e da supressão da imunidade humoral normal. A reabsorção óssea frequentemente resulta em fraturas patológicas e dor crônica. A hipercalcemia concomitante pode dar origem às manifestações neurológicas, tais como confusão, fraqueza, letargia, constipação e poliúria, e contribui para a disfunção renal.a produção reduzida de Imunoglobulinas normais determina a fase das infecções bacterianas recidivantes. A imunidade celular é relativamente inalterada. De grande significado é a insuficiência renal, pois ocorre em até 50% dos pacientes. Contudo, a patogenia da insuficiência renal é multifatorial, mas o único fator mais importante parece ser a 6

7 proteinúria de Bence Jones, visto que as cadeias leves excretadas são tóxicas para as células epiteliais tubulares renais. Em 99% dos pacientes, as análises laboratoriais revelam níveis aumentados de Imunoglobulinas no sangue e/ou de cadeias leves (proteínas de Bence Jones) na urina. O diagnóstico do mieloma múltiplo se apoia nos achados clínico-radiológicos e laboratoriais. Contudo o diagnóstico definitivo requer o exame da medula óssea. Prognóstico: o prognóstico é variável com sobrevida média de 4 a 6 anos. LINFOMA DA ZONA MARGINAL Grupo heterogêneo de tumores de células B que tem origem em linfonodos, baço e sítios extra-nodais. Os tumores extra-nodais são conhecidos como tumores linfoides associados às mucosas (MALTomas) e geralmente se originam em áreas acometidas por inflamação crônica de etiologia autoimune ou infecciosa, sendo a gastrite causada por H. pylori um dos exemplos principais. Os tumores extra-nodais podem regredir se o agente é erradicado. LINFOMA DE HODGKIN Difere dos LNH em vários aspectos. Os LH se originam a partir de um único linfonodo ou de cadeias de linfonodos e se dissemina primeiramente para os tecidos linfoides anatomicamente contíguos, ao contrário dos LNH que ocorrem com frequência em sítios extranodais e se disseminam de forma imprevisível. O LH representa cerca de 0,7% das neoplasias malignas, a faixa etária média é de 32 anos, apesar de ser o câncer mais comum em adultos jovens e adolescentes, também pode afetar idosos. Foi o primeiro câncer humano a ter resposta excelente com rádio e quimioterapia. Morfologicamente também difere do LNH, que apresentava uma característica de um infiltrado monótono e difuso, agora se tem um infiltrado composto com diferentes tipos celulares (linfócitos, histiócitos, neutrófilos, eosinófilos e células epitelióides), caracterizando um infiltrado misto, em meios a esse infiltrado tem a presença de células maiores e atípicas, sendo estas as células neoplásicas: células de Reed-Sternberg (células neoplásicas gigantes) e de Hodgkin. Só as células de Reed-Sternberg são consideradas diagnósticas da doença de Hodgkin, ou seja, seu encontro é obrigatório para fechar o diagnóstico. Características das células de Reed-Sternberg: Liberam fatores que induzem a acumulação de linfócitos, macrófagos e granulócitos reativos. Componente reacional composto por linfócitos, histiócitos, eosinófilos e neutrófilos Origem em células B do centro germinativo Célula grande, binucleada, tem 2 nucléolos grandes e evidentes no centro essa célula. Pode haver exemplos tri- ou polinucleados. Produção de uma série de outras citocinas que atuam nas outras células normais, caracterizando a reatividade (fibroblastos, eosinófilos, linfócitos): GM-CSF, fator estimulante de colônias de macrófagos; HGF, fator de crescimento do hepatócito (se liga ao receptor c-met); TGFβ, fator de transformação do crescimento β; TNFβ, fator de necrose tumoral β (lymphotoxin); T c, CD8+ cytotoxic T cell; T H1 and T H2, CD4+ T helper cell subsets. Célula clássica de Reed-Sternberg: Célula em espelho, tem núcleo irregular, nucléolo evidente, binucleada dependendo do corte. Variantes da célula de Reed-Sternberg: Lacunar: são observadas no subtipo esclerose nodular, possuem nucléolos mais delicados, pregueados ou multilobados e citoplasma claro e abundante. Linfo-histiocítico - L&H: núcleos poliploides, um nucléolo pouco perceptível e citoplasma abundante. Mononuclear (Célula de Hodgkin): contém apenas um núcleo com um nucléolo grande do tipo inclusão. Por si sós não permitem o diagnóstico definitivo de doença de Hodgkin. 7

8 Classificação Histológica. Forma clássica: Esclerose nodular: o Forma mais comum de LH (65 a 70%) o Variante Lacunar das células de Reed-Sternberg o Deposição de colágeno divide linfonodos em nódulos circunscritos o Raramente associado ao EBV. o Acomete mais linfonodos cervicais inferiores, supraclaviculares e mediastinais de adolescentes e adultos jovens o Prognóstico excelente Celularidade mista o 20 a 25% dos casos o Infiltrado heterogêneo: células T, eosinófilos, plasmócitos e macrófagos benignos (ficam entre as células de Reed- Sternberg) o Associado ao EBV em 70% dos casos o Mais comum em homens o Prognóstico geralmente bom Rica em linfócitos o Forma rara de LH clássico o Infiltrado celular composto principalmente por linfócitos reativos. o Presença de mononucleares e células de Reed-Sternberg o Associada ao EBV em 40% dos casos o Prognóstico de bom a excelente Depleção linfocitária o Representa menos de 5% dos casos o Poucos linfócitos o Abundância de células de Reed-Sternberg ou suas variantes pleomórficas. o Associado com EBV em mais de 90% dos casos o Predominantemente em idosos, HIV positivo e países não industrializados. Forma de predominância linfocitária Incomum: 5% dos casos Não clássica Poucas células de Reed-Sternberg clássicas Variantes L&H expressam marcadores de células B típicos de células B do centro germinativo Não associação com EBV Predomina em homens com idade menor que 35 anos Excelente prognóstico Estadiamento Estágio I - Confinada a uma região nodal Estágio II - Doença confinada a duas ou mais regiões nodais de um lado do diafragma Estágio III - Doença envolvendo linfonodos em ambos os lados do diafragma Estágio IV - Doença extra-nodal - geralmente fígado ou de medula óssea Em qualquer fase da doença: A - Ausência de sintomas constitucionais B - Presença de sintomas constitucionais: Febre inexplicável acima de 38 º C Suores noturnos 8

9 Perda de > 10% do peso corporal em 6 meses Diferenças entre linfomas de Hodgkin e Não-Hodgkin Linfoma de Hodgkin Mais frequente em um único grupo nodal (cervical, mediastinal, para-aórtica) Disseminação por contiguidade em cadeias nodais Leucemização rara Cadeia mesentérica e anel de Waldeyer raramente envolvidos Linfoma não-hodgkin Envolvimento mais frequente de várias cadeias Disseminação não contígua -Doença sistêmica desde o início- Leucemização frequente Anel de Waldeyer e cadeia mesentérica comumente envolvidos Apresentação extra-nodal e SNC rara Células neoplásicas representam apenas 1 a 5% do volume Apresentação extra-nodal e SNC comum Maioria das células proliferantes é neoplásica 9

Alessandra Comparotto de Menezes IHOC-2013

Alessandra Comparotto de Menezes IHOC-2013 Alessandra Comparotto de Menezes IHOC-2013 DEFINIÇÃO: - Proliferação neoplásica clonal de uma linhagem de células do sistema hematopoético Representam um grupo heterogêneo de desordens hematopoéticas malignas

Leia mais

Resposta Imune Contra Tumores

Resposta Imune Contra Tumores Resposta Imune Contra Tumores Evidências da reatividade imune contra tumores; alterações nas características celulares devido a malignidade; componentes do tumor e do hospedeiro que afetam a progressão

Leia mais

TECIDOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS ONTOGENIA DE LINFÓCITOS

TECIDOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS ONTOGENIA DE LINFÓCITOS TECIDOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS ONTOGENIA DE LINFÓCITOS Organização anatômica do sistema imune De onde vêm e para onde vão as células do sistema imune Como é a organização dos tecidos/órgãos linfóides Tecidos

Leia mais

Investigação Laboratorial de LLA

Investigação Laboratorial de LLA Investigação Laboratorial de LLA Ana Paula Fadel RESUMO A leucemia linfóide aguda (LLA) é a doença que ocorre principalmente na infância em crianças de 2 e 10 anos correspondendo a 70% dos casos; em adultos

Leia mais

13ºEncontro do Núcleo de Especialidades Sociedade Brasileira de Patologia 23.jun.12. Dra. Sheila Ap. Coelho Siqueira Dr. Ariel Barreto Nogueira

13ºEncontro do Núcleo de Especialidades Sociedade Brasileira de Patologia 23.jun.12. Dra. Sheila Ap. Coelho Siqueira Dr. Ariel Barreto Nogueira 13ºEncontro do Núcleo de Especialidades Sociedade Brasileira de Patologia 23.jun.12 Dra. Sheila Ap. Coelho Siqueira Dr. Ariel Barreto Nogueira Identificação: - Masculino, 56 anos, pardo, casado, natural

Leia mais

Hematologia Clínica : bases fisiopatológicas

Hematologia Clínica : bases fisiopatológicas Para entender Hematologia: compartimento 1 = medula óssea ( MO), onde são produzidas as células sanguíneas compartimento 2 = sangue periférico (SP), onde circulam as células compartimento 3 = órgãos linfóides

Leia mais

Câncer e Sistema Imune

Câncer e Sistema Imune Câncer e Sistema Imune Causas de morte no ocidente Doenças cardiovasculares Câncer Tumores (neoplasias) Tumores benignos: incapazes de crescer indefinidamente, não invadem tecidos vizinhos saudáveis Tumores

Leia mais

O Cancro - Aspectos gerais O termo Cancro é aplicado e utilizado genericamente para identificar um vasto conjunto de doenças que são os tumores malign

O Cancro - Aspectos gerais O termo Cancro é aplicado e utilizado genericamente para identificar um vasto conjunto de doenças que são os tumores malign presentes na Leucemia Daniela Bessa O Cancro - Aspectos gerais O termo Cancro é aplicado e utilizado genericamente para identificar um vasto conjunto de doenças que são os tumores malignos, também designamos

Leia mais

Requisitos básicos. Nas regiões hematopoéticas, 50% do tecido medular é representado por gordura. O tecido hematopoético pode ocupar áreas de gordura.

Requisitos básicos. Nas regiões hematopoéticas, 50% do tecido medular é representado por gordura. O tecido hematopoético pode ocupar áreas de gordura. Hematopoese Requisitos básicos. 1. Stem cells (células tronco hematopoéticas). 2. Meio ambiente medular (fibroblastos, macrófagos e células endoteliais). 3. Fatores de crescimento (GM-CSF, Eritropoietina...)

Leia mais

Modelos de neoplasia humana: neoplasias do sistema linfóide

Modelos de neoplasia humana: neoplasias do sistema linfóide Modelos de neoplasia humana: neoplasias do sistema linfóide Rui Henrique Serviço de Anatomia Patológica e Centro de Investigação Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, E.P.E. & Departamento

Leia mais

Receptores de Antígeno no Sistema Imune Adaptativo

Receptores de Antígeno no Sistema Imune Adaptativo Receptores de Antígeno no Sistema Imune Adaptativo Captura e apresentação dos Ag microbianos ativação dos linfócitos: ocorre após ligação do Ag a receptores: Linfócito B: Ac ligados à membrana Linfócito

Leia mais

Imunidade adaptativa celular

Imunidade adaptativa celular Universidade de São Paulo Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Pós-graduação em Imunologia Básica e Aplicada Disciplina RIM 5757 Integração Imunologia Básica-Clínica Imunidade adaptativa celular Cássia

Leia mais

Células do Sistema Imune

Células do Sistema Imune Células Células do Sistema Imune Linfócitos NK Células Dendríticas Macrófagos e Monócitos Neutrófilos Eosinófilos Mastócitos Basófilos 1 2 Linfócitos São as únicas células com receptores específicos para

Leia mais

Sangue e Sistema Linfoide

Sangue e Sistema Linfoide Sangue e Sistema Linfoide Objetivos da aula os estudantes deverão ser capazes de... Listar os componentes celulares (fração celular) e não celulares (fração fluida) do sangue e relatar sua morfologia e

Leia mais

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS - FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS - FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS - FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Hemocitopoese Disciplina: Histologia Prof. Me. Cássio Resende de Morais Introdução Elementos figurados; Hemácias: Transporte

Leia mais

Bases celulares, histológicas e anatômicas da resposta imune. Pós-doutoranda Viviane Mariguela

Bases celulares, histológicas e anatômicas da resposta imune. Pós-doutoranda Viviane Mariguela Bases celulares, histológicas e anatômicas da resposta imune Pós-doutoranda Viviane Mariguela As células do SI inato e adaptativo estão presentes como: - células circulantes no sangue e na linfa; - aglomerados

Leia mais

Resposta imune adquirida do tipo celular

Resposta imune adquirida do tipo celular Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Curso de Nutrição Imunologia Resposta imune adquirida do tipo celular Profa. Dra. Silvana Boeira Imunidade adquirida Imunidade adaptativa = específica = adquirida

Leia mais

Ontogenia de Linfócito T. Alessandra Barone

Ontogenia de Linfócito T. Alessandra Barone Ontogenia de Linfócito T Alessandra Barone Ontogenia de Linfócitos Desenvolvimento dos linfócitos Necessidade de desenvolvimento e maturação de linfócitos para produção de receptores de antígenos Estímulos

Leia mais

Tópicos de Imunologia Celular e Molecular (Parte 2)

Tópicos de Imunologia Celular e Molecular (Parte 2) IMUNOLOGIA BÁSICA Tópicos de Imunologia Celular e Molecular (Parte 2) Prof. M. Sc. Paulo Galdino Os três outros tipos de hipersensibilidade ( II, III e IV) têm em comum uma reação exagerada do sistema

Leia mais

INTRODUÇÃO AO LINFOMA EM GATOS

INTRODUÇÃO AO LINFOMA EM GATOS INTRODUÇÃO AO LINFOMA EM GATOS Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Hospital Veterinário Universitário Universidade Federal de Santa Maria Linfoma em gatos (sinônimos) Linfoma Século XXI

Leia mais

Imunologia. Diferenciar as células e os mecanismos efetores do Sistema imune adquirido do sistema imune inato. AULA 02: Sistema imune adquirido

Imunologia. Diferenciar as células e os mecanismos efetores do Sistema imune adquirido do sistema imune inato. AULA 02: Sistema imune adquirido Imunologia AULA 02: Sistema imune adquirido Professor Luiz Felipe Leomil Coelho Departamento de Ciências Biológicas E-mail: coelho@unifal-mg.edu.br OBJETIVO Diferenciar as células e os mecanismos efetores

Leia mais

Senha para inscrição no Moodle Mecanismos de Agressão e Defesa turma E. #aluno-mad1e

Senha para inscrição no Moodle Mecanismos de Agressão e Defesa turma E. #aluno-mad1e Senha para inscrição no Moodle Mecanismos de Agressão e Defesa turma E #aluno-mad1e Células do Sistema Imunitário e órgãos linfóides Neutrófilo fagocitando Candida albicans Professora Patrícia Albuquerque

Leia mais

PALAVRAS-CHAVE Processos Linfoproliferativos. Linfoma não Hodgkin. Epidemiologia

PALAVRAS-CHAVE Processos Linfoproliferativos. Linfoma não Hodgkin. Epidemiologia 13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ISSN 2238-9113 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( X ) SAÚDE

Leia mais

A Resposta Imune Adaptativa

A Resposta Imune Adaptativa A Resposta Imune Adaptativa Defesa Inata Infecção domina Acúmulo de antígeno Replicação do patógeno Mudanças no ambiente celular Ativação da Resposta Imune Adaptativa Envolve células T e B antígenoespecíficas

Leia mais

PATOLOGIA DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO

PATOLOGIA DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO PATOLOGIA DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Hospital Veterinário Universitário Universidade Federal de Santa Maria INTRODUÇÃO AOS TUMORES HEMATOPOIÉTICOS Rafael

Leia mais

Imunologia. Introdução ao Sistema Imune. Lairton Souza Borja. Módulo Imunopatológico I (MED B21)

Imunologia. Introdução ao Sistema Imune. Lairton Souza Borja. Módulo Imunopatológico I (MED B21) Imunologia Introdução ao Sistema Imune Módulo Imunopatológico I (MED B21) Lairton Souza Borja Objetivos 1. O que é o sistema imune (SI) 2. Revisão dos componentes do SI 3. Resposta imune inata 4. Inflamação

Leia mais

RECONHECIMENTO CLÍNICO & DIAGNÓSTICO. Dra. Lucilene Silva Ruiz e Resende Disciplina de Hematologia Depto. de Clínica Médica FMB - UNESP Botucatu 2014

RECONHECIMENTO CLÍNICO & DIAGNÓSTICO. Dra. Lucilene Silva Ruiz e Resende Disciplina de Hematologia Depto. de Clínica Médica FMB - UNESP Botucatu 2014 RECONHECIMENTO CLÍNICO & DIAGNÓSTICO Dra. Lucilene Silva Ruiz e Resende Disciplina de Hematologia Depto. de Clínica Médica FMB - UNESP Botucatu 2014 Definição HEMATO (sangue) + POESE (fazer) Processo pelo

Leia mais

Proliferação. Diferenciação. Apoptose. Maturação. Ativação funcional. SCF PSC TPO CFU GEMM. BFU EMeg CFU GMEo BFU E IL-3. CFU EMeg CFU GM EPO.

Proliferação. Diferenciação. Apoptose. Maturação. Ativação funcional. SCF PSC TPO CFU GEMM. BFU EMeg CFU GMEo BFU E IL-3. CFU EMeg CFU GM EPO. Hematopoese Requisitos básicos. 1. Stem cells (células tronco hematopoéticas). 2. Meio ambiente medular (fibroblastos, macrófagos e células endoteliais). 3. Fatores de crescimento (GM-CSF, Eritropoietina...)

Leia mais

Órgãos e Células do Sistema Imune

Órgãos e Células do Sistema Imune Curso: farmácia Componente curricular: Imunologia Órgãos e Células do Sistema Imune DEYSIANE OLIVEIRA BRANDÃO ORIGEM DO SISTEMA IMUNE Origina-se a partir de células jovens denominadas STEM CELLS ou hemocitoblastos.

Leia mais

Resposta Imunológica humoral. Alessandra Barone

Resposta Imunológica humoral. Alessandra Barone Resposta Imunológica humoral Alessandra Barone Estimulada por antígenos extracelulares Mediada por anticorpos produzidos por plasmócitos. Linfócito B Resposta T independente: Estimulada diretamente por

Leia mais

Hematoscopia: O que deve ser reportado? Marcos Fleury

Hematoscopia: O que deve ser reportado? Marcos Fleury Hematoscopia: O que deve ser reportado? Marcos Fleury Recomendações do ICSH para a Padronização da Nomenclatura e da Graduação das Alterações Morfológicas no Sangue Periférico. Int J Lab Hematol. 2015

Leia mais

Hematopoiese. Aarestrup, F.M.

Hematopoiese. Aarestrup, F.M. Hematopoiese Stem cells - pluripotencial Baixa frequência -1/10 4 cels da M.O Proliferação e diferenciação - linhagens linfóide e mielóide (3.7 X 10 11 cels/dia) Cels do estroma M.O - hematopoietic-inducing

Leia mais

Responda às perguntas seguintes usando exclusivamente o glossário.

Responda às perguntas seguintes usando exclusivamente o glossário. Responda às perguntas seguintes usando exclusivamente o glossário. 1 - Um homem de 50 anos com queixas de fadiga muito acentuada fez um exame médico completo que incluiu RX do tórax. Identificaram-se lesões

Leia mais

O SISTEMA IMUNITÁRIO

O SISTEMA IMUNITÁRIO O SISTEMA IMUNITÁRIO Orgãos do Sistema Immunitário Nódulos linfáticos Timo Baço Medula Óssea ORIGEM DOS DIFERENTES COMPONENTES CELULARES Medula Óssea Linfócitos T Osso Células NK Células progenitoras linfoides

Leia mais

Imunofenotipagem nas doenças hematológicas: Doenças linfoproliferativas crônicas. Dr. Edgar Gil Rizzatti Grupo Fleury

Imunofenotipagem nas doenças hematológicas: Doenças linfoproliferativas crônicas. Dr. Edgar Gil Rizzatti Grupo Fleury Imunofenotipagem nas doenças hematológicas: Doenças linfoproliferativas crônicas Dr. Edgar Gil Rizzatti Grupo Fleury Identificação: Homem de 60 anos, bancário, natural e procedente de SP História clínica:

Leia mais

PALAVRAS-CHAVE Transtornos Linfoproliferativos; Linfoma; Linfoma de Hodgkin; Linfoma não Hodgkin.

PALAVRAS-CHAVE Transtornos Linfoproliferativos; Linfoma; Linfoma de Hodgkin; Linfoma não Hodgkin. 13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ISSN 2238-9113 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( X ) SAÚDE

Leia mais

Universidade Federal Fluminense Resposta do hospedeiro às infecções virais

Universidade Federal Fluminense Resposta do hospedeiro às infecções virais Universidade Federal Fluminense Resposta do hospedeiro às infecções virais Disciplina de Virologia Departamento de Microbiologia e Parasitologia (MIP) Mecanismos de resposta inespecífica Barreiras anatômicas

Leia mais

Imunidade adaptativa (adquirida / específica):

Imunidade adaptativa (adquirida / específica): Prof. Thais Almeida Imunidade inata (natural / nativa): defesa de primeira linha impede infecção do hospedeiro podendo eliminar o patógeno Imunidade adaptativa (adquirida / específica): após contato inicial

Leia mais

Caso do mês. Sociedade Brasileira de Patologia. Apresentadores: Dra. Sheila Ap. Coelho Siqueira Dr. Ariel Barreto Nogueira

Caso do mês. Sociedade Brasileira de Patologia. Apresentadores: Dra. Sheila Ap. Coelho Siqueira Dr. Ariel Barreto Nogueira Caso do mês. Sociedade Brasileira de Patologia. Apresentadores: Dra. Sheila Ap. Coelho Siqueira Dr. Ariel Barreto Nogueira Identificação: - Masculino, 56 anos, pardo, casado, natural de Barra do Mendes-BA

Leia mais

Inflamação aguda e crônica. Profa Alessandra Barone

Inflamação aguda e crônica. Profa Alessandra Barone e crônica Profa Alessandra Barone Inflamação Inflamação Resposta do sistema imune frente a infecções e lesões teciduais através do recrutamento de leucócitos e proteínas plasmáticas com o objetivo de neutralização,

Leia mais

Professora Sandra Nunes

Professora Sandra Nunes UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO Parte II Glóbulos Brancos Professora Sandra Nunes Leucócitos = glóbulos brancos Localização: (Sangue, linfa, órgãos linfóides e vários tecidos conjuntivos) Origem: Medula

Leia mais

Resposta Imune Humoral Dr. Carlos R Prudencio

Resposta Imune Humoral Dr. Carlos R Prudencio Resposta Imune Humoral Dr. Carlos R Prudencio O Sistema Imune e os agentes infecciosos Técnicas sorológicas e de biologia molecular no diagnóstico de agentes infecciosos Órgãos do sistema linfóide Introdução:

Leia mais

O sistema imune é composto por células e substâncias solúveis.

O sistema imune é composto por células e substâncias solúveis. Definição: estudo do sistema imune (SI) e dos mecanismos que os seres humanos e outros animais usam para defender seus corpos da invasão de microorganimos Eficiente no combate a microorganismos invasores.

Leia mais

IHQ em material fixado em formol e incluído em parafina ð Método de escolha

IHQ em material fixado em formol e incluído em parafina ð Método de escolha Imuno-histoquímica IHQ em material fixado em formol e incluído em parafina ð Método de escolha Vantagens: material coletado, fixado e processado convencionalmente: biópsias incisionais e excisionais, core

Leia mais

Resposta imune inata (natural ou nativa)

Resposta imune inata (natural ou nativa) Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Curso de Nutrição Imunologia Resposta imune inata (natural ou nativa) Profa. Dra. Silvana Boeira Acreditou-se por muitos anos que a imunidade inata fosse inespecífica

Leia mais

LINFOMA 08/11/2016 ONCOLOGIA FELINA ONCOLOGIA LINFOMA - INTRODUÇÃO LINFOMA - INCIDÊNCIA LINFOMA - INCIDÊNCIA. CUIDADO!!!! Parece...mas não é!!!

LINFOMA 08/11/2016 ONCOLOGIA FELINA ONCOLOGIA LINFOMA - INTRODUÇÃO LINFOMA - INCIDÊNCIA LINFOMA - INCIDÊNCIA. CUIDADO!!!! Parece...mas não é!!! ONCOLOGIA FELINA LINFOMA Principais tumores Linfoma Neoplasia mamária Carcinoma epidermóide Sarcoma M.V. Dra Juliana Peloi Vides Mastocitoma e outros... ONCOLOGIA LINFOMA - INTRODUÇÃO CUIDADO!!!! Parece...mas

Leia mais

Hematopoese Aspectos gerais

Hematopoese Aspectos gerais Hematopoese Aspectos gerais Hematopoese As células do sangue têm um tempo de vida limitado! Renovação celular proliferação mitótica Células precursoras. Órgãos hemocitopoéticos: Vida pré-natal: Mesoderma

Leia mais

GABARITO PROVA TEÓRICA QUESTÕES DISSERTATIVAS

GABARITO PROVA TEÓRICA QUESTÕES DISSERTATIVAS CONCURSO PARA TÍTULO DE ESPECIALISTA EM PATOLOGIA Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo SÃO PAULO/SP Departamento de Patologia, 1º andar, sala 1154 20 e 21 de MAIO DE 2016 GABARITO PROVA TEÓRICA

Leia mais

Prática 00. Total 02 Pré-requisitos 2 CBI257. N o. de Créditos 02. Período 3º. Aprovado pelo Colegiado de curso DATA: Presidente do Colegiado

Prática 00. Total 02 Pré-requisitos 2 CBI257. N o. de Créditos 02. Período 3º. Aprovado pelo Colegiado de curso DATA: Presidente do Colegiado 1 Disciplina IMUNOLOGIA PROGRAMA DE DISCIPLINA Departamento DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Carga Horária Semanal Pré-requisitos Teórica 02 Prática 00 Total 02 Pré-requisitos Unidade ICEB Código CBI126

Leia mais

TECIDO CONJUNTIVO. Depto de Morfologia, IB/UNESP-Botucatu

TECIDO CONJUNTIVO. Depto de Morfologia, IB/UNESP-Botucatu TECIDO CONJUNTIVO Depto de Morfologia, IB/UNESP-Botucatu TECIDO CONJUNTIVO Constituintes? - Matriz extracelular Proteínas fibrosas - Substância Fundamental - Células Residentes e Transitórias Variação

Leia mais

PATOLOGIA DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO

PATOLOGIA DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO PATOLOGIA DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Hospital Veterinário Universitário Universidade Federal de Santa Maria LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA EM GATOS Rafael

Leia mais

PROTOCOLOS DE TRATAMENTO DE DOENÇAS HEMATOLÓGICAS

PROTOCOLOS DE TRATAMENTO DE DOENÇAS HEMATOLÓGICAS Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco - HEMOPE PROTOCOLOS DE TRATAMENTO DE DOENÇAS HEMATOLÓGICAS LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA Versão 00/2015 ELABORAÇÃO Dra. Renata Lygia Vieira Vasconcelos

Leia mais

XXIII Jornadas ROR-SUL. 15, 16 e 17 Fevereiro 2016 Lisboa

XXIII Jornadas ROR-SUL. 15, 16 e 17 Fevereiro 2016 Lisboa XXIII Jornadas ROR-SUL 15, 16 e 17 Fevereiro 2016 Lisboa Estudo de Alta Resolução Linfomas Maria Gomes da Silva Objetivos 1. Descrever a epidemiologia dos diferentes tipos de linfomas na região do ROR

Leia mais

Doenças Adquiridas do Neurônio Motor. Msc. Roberpaulo Anacleto

Doenças Adquiridas do Neurônio Motor. Msc. Roberpaulo Anacleto Doenças Adquiridas do Neurônio Motor Msc. Roberpaulo Anacleto ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Unidade motora: Esclerose Lateral Amiotrófica Doença degenerativa e progressiva, afetando os neurônios motores

Leia mais

06/11/2009 TIMO. Seleção e educação de linfócitos ÓRGÃOS LINFÓIDES E CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE ÓRGÃOS LINFÓIDES. Primários: Medula óssea e timo

06/11/2009 TIMO. Seleção e educação de linfócitos ÓRGÃOS LINFÓIDES E CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE ÓRGÃOS LINFÓIDES. Primários: Medula óssea e timo ÓRGÃOS LINFÓIDES Primários: Medula óssea e timo ÓRGÃOS LINFÓIDES E CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE Secundários: Linfonodos Baço Tecidos linfóides associado a mucosa Prof. Renato Nisihara Ossos chatos Esterno,,

Leia mais

Resposta Imunológica celular. Alessandra Barone

Resposta Imunológica celular. Alessandra Barone Resposta Imunológica celular Alessandra Barone Resposta mediada pelos linfócitos T: TCD4 e TCD8 Resposta contra microrganismos que estão localizados no interior de fagócitos e de células não fagocíticas

Leia mais

Carlos Sinogas Imunologia 2016/17

Carlos Sinogas Imunologia 2016/17 Teoria de Paul-Ehrlich (1900) Características da resposta imune Especificidade Discriminação entre diferente moléculas e resposta apenas às relevantes Adaptabilidade Capacidade de resposta a entidades

Leia mais

Vírus DNA tumorais: PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) Testes inespecíficos:

Vírus DNA tumorais: PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) Testes inespecíficos: Vírus DNA tumorais: PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) Os vírus do papiloma humano são classificados na família Papillomaviridae, gênero Papilomavírus. São vírus envelopados, de simetria icosaédrica, com 72 capsômeros

Leia mais

TECIDO CONJUNTIVO TECIDO CONJUNTIVO TECIDO CONJUNTIVO 25/10/2016. Origem: mesoderma Constituição: Funções:

TECIDO CONJUNTIVO TECIDO CONJUNTIVO TECIDO CONJUNTIVO 25/10/2016. Origem: mesoderma Constituição: Funções: TECIDO CONJUNTIVO TECIDO CONJUNTIVO Origem: mesoderma Constituição: Diversos tipos de células Matriz extracelular: substância fundamental e fibras TECIDO CONJUNTIVO Funções: Sustentação estrutural Preenchimento

Leia mais

linfomas agudas & crônicas n e o p l á s i c a s OL1 timo OL 2 ário não- neoplásicas cels B cels T leucemias ário placa Peyer amígdala MALT

linfomas agudas & crônicas n e o p l á s i c a s OL1 timo OL 2 ário não- neoplásicas cels B cels T leucemias ário placa Peyer amígdala MALT UNESP Grupo Brasileiro i UNESP SMD-Pediatria Profª Drª Lígia Niero-Melo Doenças Linfoproliferativas não- neoplásicas MO n e o p l á s i c a s OL1 ário timo SP L I N F O C I T O linfonodo/ n baço placa

Leia mais

e38 CAPÍTULO Atlas de Biópsias Hepáticas CAPÍTULO e38 Atlas de Biópsias Hepáticas Jules L. Dienstag Atul K. Bhan 38-1

e38 CAPÍTULO Atlas de Biópsias Hepáticas CAPÍTULO e38 Atlas de Biópsias Hepáticas Jules L. Dienstag Atul K. Bhan 38-1 CAPÍTULO e38 Jules L. Dienstag Atul K. Bhan CAPÍTULO e38 Figura e38.1 Hepatite aguda com inflamação lobular e turgência hepatocelular (H&E, ampliado 10x). Embora as características laboratoriais e clínicas

Leia mais

- Tecidos e órgãos linfoides - Inflamação aguda

- Tecidos e órgãos linfoides - Inflamação aguda - Tecidos e órgãos linfoides - Inflamação aguda ÓRGÃOS LINFÓIDES ÓRGÃOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS: - Medula óssea - Timo ÓRGÃOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS: - Linfonodos - Placas de Peyer - Tonsilas - Baço ÓRGÃO LINFÓIDE

Leia mais

Profa Dra Larissa Gorayb F Mota

Profa Dra Larissa Gorayb F Mota DOENÇAS PROLIFERATIVAS DA LINHAGEM LINFÓIDE Profa Dra Larissa Gorayb F Mota LINFOPOESE Linfoblasto Pró-linfócito Linfócito maduro LINHAGEM LINFOCÍTICA Linfócitos B e T: morfologicamente iguais/função diferente

Leia mais

22 - Como se diagnostica um câncer? nódulos Nódulos: Endoscopia digestiva alta e colonoscopia

22 - Como se diagnostica um câncer? nódulos Nódulos: Endoscopia digestiva alta e colonoscopia 22 - Como se diagnostica um câncer? Antes de responder tecnicamente sobre métodos usados para o diagnóstico do câncer, é importante destacar como se suspeita de sua presença. As situações mais comuns que

Leia mais

CÉLULAS SANGUÍNEAS. Professora Janaina Serra Azul Monteiro Evangelista

CÉLULAS SANGUÍNEAS. Professora Janaina Serra Azul Monteiro Evangelista CÉLULAS SANGUÍNEAS Professora Janaina Serra Azul Monteiro Evangelista No nosso sangue circulam vários tipos de células Glóbulos vermelhos Que também podem ser chamados hemácias ou eritrócitos. Glóbulos

Leia mais

Hematopoese. Prof. Archangelo P. Fernandes Profa. Alessandra Barone

Hematopoese. Prof. Archangelo P. Fernandes Profa. Alessandra Barone Hematopoese Prof. Archangelo P. Fernandes Profa. Alessandra Barone www.profbio.com.br Sangue Tecido fluido circulante, formado por uma fase sólida de células diferenciadas e por uma fase líquida denominada

Leia mais

MIELOMA MÚLTIPLO. Gislaine Oliveira Duarte. médica assistente Hematologia Hemocentro - Unicamp

MIELOMA MÚLTIPLO. Gislaine Oliveira Duarte. médica assistente Hematologia Hemocentro - Unicamp MIELOMA MÚLTIPLO Gislaine Oliveira Duarte médica assistente Hematologia Hemocentro - Unicamp incidênciaidê i ~ 20,000 casos novos e ~10.000 mortes relacionadas ao mieloma nos EUA(2010) Mais comum em homens

Leia mais

TECIDO CONJUNTIVO. Constituintes? - Matriz extracelular. - Substância Fundamental. - Células Residentes e Transitórias

TECIDO CONJUNTIVO. Constituintes? - Matriz extracelular. - Substância Fundamental. - Células Residentes e Transitórias TECIDO CONJUNTIVO TECIDO CONJUNTIVO Constituintes? - Matriz extracelular - Substância Fundamental - Células Residentes e Transitórias Células do Tecido Conjuntivo 1. Residentes: estáveis, permanentes -

Leia mais

CITOCINAS. Aarestrup, F.M.

CITOCINAS. Aarestrup, F.M. CITOCINAS Propriedades gerais Proteínas de baixo peso molecular Comunicação Cel-Cel Mensageiros do sistema imune Receptores de membrana Signal transduction Célula Alvo Expressão de genes Gene Citocina

Leia mais

BIOLOGIA MOLECULAR EM ENDOCRINOLOGIA

BIOLOGIA MOLECULAR EM ENDOCRINOLOGIA BIOLOGIA MOLECULAR EM ENDOCRINOLOGIA Curso de Atualização em Endocrinologia 2017 Denise Pires de Carvalho Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho / UFRJ DNA Sequência de Nucleotídeos RNA Sequência de

Leia mais

Agentes físicos, químicos e biológicos podem induzir agressão ao. genoma e ocasionar alterações fenotípicas configurando uma

Agentes físicos, químicos e biológicos podem induzir agressão ao. genoma e ocasionar alterações fenotípicas configurando uma .Carcinogênese: Agentes físicos, químicos e biológicos podem induzir agressão ao genoma e ocasionar alterações fenotípicas configurando uma neoplasia. O processo pelo qual se desenvolvem as neoplasias

Leia mais

HISTOLOGIA. Tecido Conjuntivo

HISTOLOGIA. Tecido Conjuntivo HISTOLOGIA Tecido Conjuntivo Tecido Conjuntivo Constituição: Células Matriz Extracelular: Fibras colágenas, elásticas e reticulares Substância Fundamental Amorfa glicosaminoglicanas e proteínas Líquido

Leia mais

Hipersensibilidades e Alergias e doenças autoimunes

Hipersensibilidades e Alergias e doenças autoimunes Hipersensibilidades e Alergias e doenças autoimunes Reações de hipersensibilidade são mediadas por mecanismos imunológicos que lesam os tecidos. Tipos de doenças mediadas por anticorpos Dano causado por

Leia mais

TECIDO HEMATOPOIÉTICO E SANGUÍNEO

TECIDO HEMATOPOIÉTICO E SANGUÍNEO TECIDO HEMATOPOIÉTICO E SANGUÍNEO CARACTERÍSTICAS Denomina-se hematopoiese o processo de formação dos elementos figurados do sangue; A hematopoiese antes do nascimento ocorre no saco vitelínico do embrião

Leia mais

1ª PROVA PATOLOGIA GERAL

1ª PROVA PATOLOGIA GERAL 1ª PROVA PATOLOGIA GERAL 1 - São células que participam do processo inflamatório, exceto: (a) Macrófagos (b) Plamócitos (c) Monócitos (d) Fibrócitos (e) Linfócitos 2 - São células classificadas como permanentes,

Leia mais

Interação vírus célula Aspectos Gerais. Tatiana Castro Departamento de Microbiologia e Parasitologia (UFF)

Interação vírus célula Aspectos Gerais. Tatiana Castro Departamento de Microbiologia e Parasitologia (UFF) Interação vírus célula Aspectos Gerais Tatiana Castro Departamento de Microbiologia e Parasitologia (UFF) Interação Vírus - Célula Relacionada ao ciclo de replicação do vírus Efeitos primários da infecção

Leia mais

Introdução à classificação da OMS dos tumores do tecido linfóide (2008) José Carlos Morais UFRJ

Introdução à classificação da OMS dos tumores do tecido linfóide (2008) José Carlos Morais UFRJ Introdução à classificação da OMS dos tumores do tecido linfóide (2008) José Carlos Morais UFRJ Wilks S. Cases of lardaceous disease and some allied affections, with remarks. Guys Hosp Rep 1856;17:103-32

Leia mais

Histologia do Tecido Conjuntivo

Histologia do Tecido Conjuntivo Tecido epitelial Histologia do Tecido Conjuntivo VERA REGINA ANDRADE, 2015 Tecido Conjuntivo Características Constituintes Células Fibras Substância Fundamental Tipos de tecido conjuntivo Tecido conjuntivo

Leia mais

ONCOLOGIA. Aula I Profª.Enfª: Darlene Carvalho (www.darlenecarvalho.webnode.com.br)

ONCOLOGIA. Aula I Profª.Enfª: Darlene Carvalho (www.darlenecarvalho.webnode.com.br) ONCOLOGIA Aula I Profª.Enfª: Darlene Carvalho (www.darlenecarvalho.webnode.com.br) CLASSIFICAÇÃO DAS CÉLULAS Lábeis Estáveis Perenes CLASSIFICAÇÃO DAS CÉLULAS Células lábeis: São aquelas em constante renovação

Leia mais

Citologia e Histologia I Tecido Sanguíneo. Docente: Sheila C. Ribeiro Maio/2016

Citologia e Histologia I Tecido Sanguíneo. Docente: Sheila C. Ribeiro Maio/2016 Citologia e Histologia I Tecido Sanguíneo Docente: Sheila C. Ribeiro Maio/2016 Introdução Hematopoese Hemocitopoese Hemopoese Produção células sanguíneas Diferenciação e Maturação Renovação, Proliferação

Leia mais

Ontogênese de linfócitos T

Ontogênese de linfócitos T Ontogênese de linfócitos T Linfócitos T Linfócitos T Os linfócitos T formados durante o desenvolvimento intratímico são: Linfócitos T (TCR γδ) Linfócitos T (TCR αβ) CD4+ CD8+ T reguladores Linfócitos NKT

Leia mais

ESPECIALIZAÇÃO EM MICROBIOLOGIA APLICADA UNIOESTE PROF. RAFAEL ANDRADE MENOLLI

ESPECIALIZAÇÃO EM MICROBIOLOGIA APLICADA UNIOESTE PROF. RAFAEL ANDRADE MENOLLI ESPECIALIZAÇÃO EM MICROBIOLOGIA APLICADA UNIOESTE PROF. RAFAEL ANDRADE MENOLLI Imunologia Definição: estudo do sistema imune (SI) e dos mecanismos que os seres humanos e outros animais usam para defender

Leia mais

Tecido Conjuntivo. Prof Cristiano Ricardo Jesse

Tecido Conjuntivo. Prof Cristiano Ricardo Jesse Tecido Conjuntivo Prof Cristiano Ricardo Jesse Tecido conjuntivo Estabelecimento e manutenção da forma do corpo Conjunto de moléculas Conecta e liga as células e órgãos Suporte ao corpo Tecido conjuntivo

Leia mais

Apoptose. Prof. Tiago Collares, Dr. (MSN) ( )

Apoptose. Prof. Tiago Collares, Dr. (MSN) ( ) Apoptose Prof. Tiago Collares, Dr. tiago_collares@hotmail.com (MSN) collares.t@gmail.com (e-mail ) $99.50 $82.74 $31.86 Necessidades de Morte Celular em Organismos Multicelulares - Característica latente;

Leia mais

Disciplina: Imunologia Tema: Imunologia Iniciando o Conteúdo

Disciplina: Imunologia Tema: Imunologia Iniciando o Conteúdo Disciplina: Imunologia Tema: Imunologia Iniciando o Conteúdo Os microrganismos patogênicos são capazes de provocar doenças? A principal função do sistema imunológico é, prevenir ou limitar infecções causadas

Leia mais

Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida

Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida Ficha de trabalho de Biologia - 12º Ano Sistema Imunitário Nome: N º: Turma: Data: Professor: Encarregado(a) de Educação: 1. Para cada uma das seguintes questões,

Leia mais

TESTE DE AVALIAÇÃO. 02 novembro 2013 Duração: 30 minutos. Organização NOME: Escolha, por favor, a resposta que considera correta.

TESTE DE AVALIAÇÃO. 02 novembro 2013 Duração: 30 minutos. Organização NOME: Escolha, por favor, a resposta que considera correta. TESTE DE AVALIAÇÃO 02 novembro 2013 Duração: 30 minutos NOME: Escolha, por favor, a resposta que considera correta. 1. São indicação para a realização de RM todas as situações, excepto: ( 1 ) Mulher com

Leia mais

Universidade Federal do Ceará Faculdade de Medicina Liga de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Jônatas Catunda de Freitas

Universidade Federal do Ceará Faculdade de Medicina Liga de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Jônatas Catunda de Freitas Universidade Federal do Ceará Faculdade de Medicina Liga de Cirurgia de Cabeça e Pescoço Jônatas Catunda de Freitas Fortaleza 2010 Lesões raras, acometendo principalmente mandíbula e maxila Quadro clínico

Leia mais

Microambiente tumoral. Cristiane C. Bandeira A. Nimir

Microambiente tumoral. Cristiane C. Bandeira A. Nimir Microambiente tumoral Cristiane C. Bandeira A. Nimir cristiane@nimir.com.br PROGRESSÃO E AGRESSÃO TUMORAL CÉLULA NEOPLÁSICA: - Acúmulo de mutações CONTROLE DO CICLO CELULAR!! PROGRESSÃO E AGRESSÃO TUMORAL

Leia mais

Sangue: funções gerais

Sangue: funções gerais Sangue Sangue: funções gerais Transporte de nutrientes para órgãos e tecidos; Regulação térmica e hídrica; Transporte de gases para órgãos e tecidos; Defesa do organismo; Coagulação. Componentes do Sangue

Leia mais

Células e propriedades gerais do sistema imune

Células e propriedades gerais do sistema imune Células e propriedades gerais do sistema imune O que precisamos? Reconhecer Interagir Eliminar Lembrar PROGENITOR MIELOIDE COMUM Contagem Normal das Células no Sangue Diferenciaçãode MSDC em condiçoes

Leia mais

Imagem da Semana: Ressonância nuclear magnética

Imagem da Semana: Ressonância nuclear magnética Imagem da Semana: Ressonância nuclear magnética Imagem 01. Ressonância Margnética do Abdomen Imagem 02. Angiorressonância Abdominal Paciente masculino, 54 anos, obeso, assintomático, em acompanhamento

Leia mais

O que é e para que serve a Próstata

O que é e para que serve a Próstata O que é e para que serve a Próstata A próstata é uma glândula que faz parte do aparelho genital masculino. Está localizada abaixo da bexiga, atravessada pela uretra. Seu tamanho e forma correspondem a

Leia mais

Sistema Linfático. Prof. a Dr. a Tatiana Montanari Departamento de Ciências Morfológicas ICBS UFRGS

Sistema Linfático. Prof. a Dr. a Tatiana Montanari Departamento de Ciências Morfológicas ICBS UFRGS Sistema Linfático Prof. a Dr. a Tatiana Montanari Departamento de Ciências Morfológicas ICBS UFRGS FUNÇÕES TECIDO LINFOIDE ÓRGÃOS LINFOIDES FUNÇÕES As células do sistema linfático protegem o organismo

Leia mais

DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL

DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL INFLAMAÇÃO CRÔNICA PARTE 4 http://lucinei.wikispaces.com Prof.Dr. Lucinei Roberto de Oliveira 2013 INFLAMAÇÃO CRÔNICA Inflamação de duração prolongada na qual a inflamação

Leia mais