S O N D A G E M I N D U S T R I A L. R S FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS Julho de 2006.
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- Terezinha Lombardi da Fonseca
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1 S O N D A G E M I N D U S T R I A L / R S FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS Julho de 26.
2 SONDAGEM INDUSTRIAL DO RS JULHO DE 26 ESTOQUES ELEVADOS E LUCRATIVIDADE EM QUEDA A sondagem industrial realizada no segundo trimestre desse ano revela aspectos importantes relacionados à situação de estoques e lucratividade das empresas do setor, tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul. A recessão que atinge a economia gaúcha e que colocou o nível de atividade do estado abaixo da média nacional, ensejou um aumento de estoques nas empresas acima do planejado, tanto no que se refere a produtos finais quanto para matérias-primas. Vale ressaltar que esse fato é mais grave nas grandes empresas do que relativamente nas pequenas e médias, revelando o impacto negativo que a valorização do câmbio e o recuo das vendas no segmento relacionado ao agronegócio tiveram sobre o setor. Os dados de utilização da capacidade instalada sinalizam esse recuo, com setores como de máquinas agrícolas operando com cerca de % da capacidade. Tal ociosidade resulta em prejuízos que se materializam nos resultados financeiros e revelaram-se pior no estado relativamente ao verificado no Brasil. Apesar da ligeira melhora em relação à pesquisa sondagem industrial realizada em outras datas, o indicador que retrata a situação financeira das empresas gaúchas continua abaixo do valor desde o último trimestre de 24. Ou seja, são seis trimestres seguidos de situação financeira baixa, com comprometimento da lucratividade e da liquidez. Há duas implicações importantes nesse cenário para o futuro. Em primeiro lugar o fato de se verificar uma menor capacidade de investimento das empresas com as dificuldades financeiras. Tal resultado deverá limitar, em especial, o aumento de capital, restringindo maiores ganhos de produtividade no médio prazo. Em segundo lugar, os efeitos que se tem sobre o mercado de trabalho e também na geração de renda. Na medida em que o nível de investimento deve ser menor, haverá menor demanda por trabalho, o que contribui para reduzir os efeitos multiplicadores que a massa de salários setorial gera para toda a economia. Em especial esse impacto deverá ser mais sentido em regiões que são relativamente mais dependentes de apenas uma ou poucas empresas ou então segmento da produção. Outro indicador interessante que foi pesquisado diz respeito à relação preço/custo, e que sinaliza a existência ou não de dificuldades para as empresas em repassarem preços no mercado em que atuam. No caso das grandes empresas, o resultado para o Rio Grande do Sul revela que essas têm encontrado maiores dificuldades aumentarem seus preços. Especula-se que esse resultado está relacionado ao processo de valorização do câmbio, que torna as empresas brasileiras menos competitivas no cenário internacional e também no tipo de estrutura de mercado em que elas atuam. Aliás, essa é uma característica particular no Estado, no qual boa parte dos segmentos exportadores faz parte de mercados mais concentrados, nos quais os repasses de preços são mais facilmente repassados. De fato, enquanto que setores importantes em outros estados exportadores, como mineração, petróleo, automóveis, aviões e demais produtos relacionados ao segmento alimentar, atuam em mercados no qual o Brasil tem maior poder de discriminar preço, no Rio Grande do Sul essa não é a realidade. Setores como de calçados, carne de frango, grão de soja e a indústria de móveis, tradicionais do Rio Grande do Sul, defrontamse com forte concorrência internacional. Este cenário adverso poderia ser superado no curto prazo caso outros elementos não estivessem dificultando ainda mais essa retomada. Dentre todos os entraves institucionais e burocráticos, a elevada carga tributária permanece sendo a mais citada. 64,6% das pequenas e médias empresas pesquisadas apontaram esse item, e 39,1% das grandes. Vale ressaltar que ocorreu uma redução desse percentual entre as empresas de grande porte, relativamente ao pesquisado no primeiro trimestre. Isso provavelmente está relacionado à intensificação de outros problemas (principalmente a taxa de câmbio), do que uma diminuição das dificuldades estruturais impostas pela alta carga tributária. A falta de demanda e a competição acirrada são outros problemas relevantes compartilhados por ambos os portes de empresas no Rio Grande do Sul. Porém, um problema nitidamente apontado pelas grandes empresas é a taxa de câmbio, que representou 73,9% das respondentes. Por fim, a pesquisa revela que as expectativas do setor para os próximos seis meses indicam uma esperança de expansão das vendas. Embora compartilhada por ambos os porte de empresa, esse sentimento é mais intenso entre os executivos de grande porte. Vale destacar que esse possível crescimento não deverá vir das vendas externas, uma vez que, para esse item, a expectativa é de um leve recuo para os próximos seis meses. Como pode ser visto, a análise dos resultados da última sondagem industrial sinaliza que a crise na economia gaúcha não encontra similar no cenário nacional e, tem penalizado as empresas de menor porte. 2
3 No trimestre relativamente ao trimestre anterior VOLUME DE PRODUÇÃO IV-2 I-21 II-21 III-21 IV-21 I-22 II-22 III-22 IV-22 I-23 II-23 III-23 IV-23 I-24 II-24 III-24 IV-24 I-25 II-25 III-25 IV-25 I-26 II-26 Os indicadores variam de a. Valores acima de indicam evolução positiva NÍVEL MÉDIO DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA IV-2 I-21 II-21 III-21 IV-21 I-22 II-22 III-22 IV-22 I-23 II-23 III-23 IV-23 I-24 II-24 III-24 IV-24 I-25 II-25 III-25 IV-25 I-26 II-26 3
4 ESTOQUES DE PRODUTOS FINAIS IV-2 I-21 II-21 III-21 IV-21 I-22 II-22 III-22 IV-22 I-23 II-23 III-23 IV-23 I-24 II-24 III-24 IV-24 I-25 II-25 III-25 IV-25 I-26 II-26 Os indicadores variam de a. Valores acima de indicam evolução positiva. ESTOQUES DE PRODUTOS FINAIS PLANEJADO/DESEJADO ACIMA DO PLANEJADO ABAIXO DO PLANEJADO 2 IV-2 I-21 II-21 III-21 IV-21 I-22 II-22 III-22 IV-22 I-23 II-23 III-23 IV-23 I-24 II-24 III-24 IV-24 I-25 II-25 III-25 IV-25 I-26 II-26 Os indicadores variam de a. Valores acima de indicam estoques acima do planejado. 4
5 ESTOQUES DE MATÉRIAS-PRIMAS E PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS IV-2 I-21 II-21 III-21 IV-21 I-22 II-22 III-22 IV-22 I-23 II-23 III-23 IV-23 I-24 II-24 III-24 IV-24 I-25 II-25 III-25 IV-25 I-26 II-26 Os indicadores variam de a. Valores acima de indicam evolução positiva. ESTOQUES DE MATÉRIAS-PRIMAS E PRODUSTOS INTERMEDIÁRIOS PLANEJADO/DESEJADO ACIMA DO PLANEJADO 3 ABAIXO DO PLANEJADO 2 IV-2 I-21 II-21 III-21 IV-21 I-22 II-22 III-22 IV-22 I-23 II-23 III-23 IV-23 I-24 II-24 III-24 IV-24 I-25 II-25 III-25 IV-25 I-26 II-26 Os indicadores variam de a. Valores acima de indicam estoques acima do planejado. 5
6 NÚMERO DE EMPREGADOS IV-2 I-21 II-21 III-21 IV-21 I-22 II-22 III-22 IV-22 I-23 II-23 III-23 IV-23 I-24 II-24 III-24 IV-24 I-25 II-25 III-25 IV-25 I-26 II-26 Os indicadores variam de a. Valores acima de indicam evolução positiva. FATURAMENTO IV-2 I-21 II-21 III-21 IV-21 I-22 II-22 III-22 IV-22 I-23 II-23 III-23 IV-23 I-24 II-24 III-24 IV-24 I-25 II-25 III-25 IV-25 I-26 II-26 Os indicadores variam de a. Valores acima de indicam evolução positiva. 6
7 RELAÇÃO PREÇO/CUSTO IV-2 I-21 II-21 III-21 IV-21 I-22 II-22 III-22 IV-22 I-23 II-23 III-23 IV-23 I-24 II-24 III-24 IV-24 I-25 II-25 III-25 IV-25 I-26 II-26 Os indicadores variam de a. Valores acima de indicam evolução positiva. LIQUIDEZ IV-2 I-21 II-21 III-21 IV-21 I-22 II-22 III-22 IV-22 I-23 II-23 III-23 IV-23 I-24 II-24 III-24 IV-24 I-25 II-25 III-25 IV-25 I-26 II-26 Os indicadores variam de a. Valores acima de indicam evolução positiva. 7
8 SITUAÇÃO FINANCEIRA IV-2 I-21 II-21 III-21 IV-21 I-22 II-22 III-22 IV-22 I-23 II-23 III-23 IV-23 I-24 II-24 III-24 IV-24 I-25 II-25 III-25 IV-25 I-26 II-26 Os indicadores variam de a. Valores acima de indicam evolução positiva. PRINCIPAIS PROBLEMAS NO TRIMESTRE Elevada carga tributária 39,1 64,6 Falta de demanda 34,8,5 Competição acirrada 43,5,5 Taxa de câmbio 35,4 Taxas de juros elevadas 21,7 24,2 Custo da matéria-prima 34,8 17,2 Falta de capital de giro 13, 18,2 Inadimplência de clientes 4,3 16,2 Finan. de longo prazo 13, 6,1 Trabalhador qualificado, 5,1 Capacidade produtiva 4,3 2, Outros, 3, Distribuição do produto, 2, Falta de matéria-prima, 2, GRANDES PEQUENAS E MÉDIAS 73,9,, 2, 3,,,,,, 8
9 Perspectivas para os próximos seis meses FATURAMENTO Jan de 21 Abr de 21 Jul de 21 Out de 21 Jan de 22 Abr de 22 Jul de 22 Out de 22 Jan de 23 Abr de 23 Jul de 23 Out de 23 Jan de 24 Abr de 24 Jul de 24 Out de 24 Jan de 25 Abr de 25 Jul de 25 Out de 25 Jan de 26 Abr de 26 Jul de 26 Os indicadores variam de a. Valores acima de expectativa positiva. EXPORTAÇÕES Jan de 21 Abr de 21 Jul de 21 Out de 21 Jan de 22 Abr de 22 Jul de 22 Out de 22 Jan de 23 Abr de 23 Jul de 23 Out de 23 Jan de 24 Abr de 24 Jul de 24 Out de 24 Jan de 25 Abr de 25 Jul de 25 Out de 25 Jan de 26 Abr de 26 Jul de 26 Os indicadores variam de a. Valores acima de expectativa positiva. 9
10 NÚMERO DE EMPREGADOS Jan de 21 Abr de 21 Jul de 21 Out de 21 Jan de 22 Abr de 22 Jul de 22 Out de 22 Jan de 23 Abr de 23 Jul de 23 Out de 23 Jan de 24 Abr de 24 Jul de 24 Out de 24 Jan de 25 Abr de 25 Jul de 25 Out de 25 Jan de 26 Abr de 26 Jul de 26 Os indicadores variam de a. Valores acima de expectativa positiva. COMPRA DE MATÉRIAS-PRIMAS Jan de 21 Abr de 21 Jul de 21 Out de 21 Jan de 22 Abr de 22 Jul de 22 Out de 22 Jan de 23 Abr de 23 Jul de 23 Out de 23 Jan de 24 Abr de 24 Jul de 24 Out de 24 Jan de 25 Abr de 25 Jul de 25 Out de 25 Jan de 26 Abr de 26 Jul de 26 Os indicadores variam de a. Valores acima de expectativa positiva.
11 RESULTADOS POR INDICADOR E PORTE DE EMPRESA INDICADORES Porte jan/4 abr/4 jul/4 out/4 jan/5 abr/5 jul/5 out/5 jan/6 abr/6 jul/6 Expectativas para os próximos seis meses Faturamento Grande 66,2 61, 65, 56,,,3,,,,2 66,3 Pequena e Média 61,, 58,2,,3,,,,,, Total 62,,2,72 58,62 57,7,65,,,69,28,37 Compras de mat. primas Grande 61, 58, 65, 58,3,2, 43, 41,,,3, Pequena e Média,2 57,,,2,,,,,3,, Total, 57,68 58,34 58,89,,75,,2,,71, Emprego Grande, 57,3, 58,,,,3 39,,,, Pequena e Média,2,,,,,, 42,,3,, Total,,94, 56,9,,68 42,67 41,34,,37,67 Exportação Grande,3 61, 63,3,,, 41, 39,, 43,, Pequena e Média 64, 61, 56, 58,3,3, 36, 38,2 43,,3,2 Total 62,42 61,,1,97,67,96 38, 38,74,32,69,77 Nível de atividade no Trimestre Produção Grande,,3, 68,,2 42,,,,3 43,,3 Pequena e Média 56, 56,, 58,,, 41, 43,, 42,, Total,23 57,73 57,7 61,83, 41,,9 43,88,41 42,97,62 Faturamento Grande,, 62, 69, 57, 39,,,,,, Pequena e Média 58,2,2 56, 61,, 38,,3,, 41,, Total,2,61 58,67 64,15,72 38,94,39,3,94,86, Emprego Grande,, 56,3 62,,,,,,,, Pequena e Média,,,,, 42,, 41, 42,,2, Total,26,39,65 57,95,86,4,,5,,39, Util. Capac. Inst. (%) Grande 78, 74, 77, 86, 77, 74, 76, 76, 79, 74, 81,3 Pequena e Média 79, 72, 75, 77, 76,3 66, 69, 69, 71, 67, 69,2 Total 78,25 73, 76,1, 76,67 69,3 71,64 71,92 74,15 69,94 73,31 Estoques no trimestre Produtos finais Grande,,,,,2 56,3 61, 37, 42,3,2, Nível de estoque Pequena e Média,,,,,,, 41, 41,2,, Total,15,77,56,26,39 58,,66,34 41,57,83,95 Produtos finais Grande,,,2 57,,2, 66,2 61,,, 61, Planejado/desejado Pequena e Média,,,,, 61, 56,,,,, Total,38,,76,,56 58,,6,65,,,1 Matérias Primas e Prods IntermGrande,,,,,, 63,,2,,, Nível de Estoque Pequena e Média,,, 56,,, 42,,,,,3 Total,93,63,31 56,26,96,,84,,87,23,3 Matérias Primas e Prods IntermGrande,,,,2,, 62,,, 56, 58,3 Planejado/desejado Pequena e Média,,2,,,,2,,3,,, Total,8,17,26,8,65,17,,11,99,6, Lucratividade e Situação Financeira no trimestre Relação Preço/Custo Grande, 32,,,2 42, 36, 31,3 27, 34,2 29,2 43, Pequena e Média 42, 41, 38, 41, 38, 34, 32, 33,3 35, 34, 38, Total 43,26 38,34 41,42 43,64 39,39 34,85 31,76 31,19 35,32 32, 39,87 Liquidez Grande,,,3 56,, 37,, 41, 42, 39,, Pequena e Média,,3,,3 42, 38,, 39,,3 38,3 39,2 Total,97,89,11,22,3 38,36,7,31,91 38,74 42, Situação Financeira Grande 57,, 56,3,,3 43, 42,,, 42,,3 Pequena e Média,,,,,,3, 42, 43, 43,2 42,2 Total,24,6,14,67,6 41, 41,31 43,69,5 43,3,97 11
12 Perfil da amostra no RS: 23 grandes e 99 pequenas e médias empresas. Período de coleta: 3 de julho a 19 de julho de 26. Nota Metodológica A Sondagem industrial é elaborada pela unidade de Política Econômica da CNI em conjunto com as Federações de Indústria de 19 estados do Brasil (no caso do RS Núcleo Estatístico-FIERGS), embora sejam consultadas empresas de todo o território nacional. As informações solicitadas são de natureza qualitativa e resultam do levantamento direto com base em questionário próprio, cada pergunta permite cinco alternativas excludentes a respeito da evolução ou expectativa de evolução da variável em questão. As alternativas estão associadas, da pior para a melhor, aos escores, 25,, 75 e. As perguntas relativas à sondagem propriamente dita (nível de atividade, estoques e lucratividade e situação financeira) têm como referência o trimestre anterior. As questões de sentimento com relação à situação atual têm como referência os últimos seis meses enquanto as de expectativas referem-se aos próximos seis meses. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas freqüências relativas das respostas. Os resultados gerais para cada uma das perguntas são obtidas mediante a ponderação dos indicadores dos grupos Pequenas e Médias e Grandes utilizando-se como peso a variável Pessoal Ocupado em 31/12, segundo a RAIS/TEM de 1996, considerando-se as empresas com mais de 25 empregados. 12
S O N D A G E M I N D U S T R I A L. R S FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS Outubro de 2006.
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Indicador PRODUÇÃO NÚMERO DE EMPREGADOS UTILIZ. DA CAPACIDADE INSTALADA (UCI) - % UCI EFETIVA- USUAL EVOLUÇÃO DOS ESTOQUES ESTOQUE EFETIVO- PLANEJADO MÉDIA HIST. Setembro e 3º trimestre de 2016 Produção
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