Aula 19. Segurança de trânsito (parte 1 de 2)
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- Mafalda Desconhecida Azevedo
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1 Universidade Presbiteriana Mackenzie Escola de Engenharia Depto. de Engenharia Civil 2 0 semestre de 2017 Aula 19 Segurança de trânsito (parte 1 de 2)
2 20.abr mar.05
3 Quantas pessoas morreram nas estradas no último carnaval? Mortes em rodovias no Carnaval 2017 Rodovias Federais 106 Rodovias Estaduais Goiás 9 Minas Gerais 21 Paraná 10 Pernambuco 4 São Paulo 18 total 168
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5 19.1. Dados gerais sobre colisões de trânsito no mundo Principais causas de óbitos no mundo por grupo de idade em 2010 (homens) fonte: World Bank, 2014
6 19.1. Dados gerais sobre colisões de trânsito no mundo (cont.) fonte: OMS, 2012
7 fonte: OMS, Dados gerais sobre colisões de trânsito no mundo (cont.) Os países assinalados são os que tem índice de mortalidade superior ao do Brasil (obs: lista em ordem alfabética!)
8 19.1. Dados gerais sobre colisões de trânsito no mundo (cont.) fonte: Irtad
9 19.1. Dados gerais sobre colisões de trânsito no mundo (cont.) fonte: ONU
10 19.2. Investimentos em tecnologia: o ITS e a segurança a tendência atual é o uso intenso dos recursos mais avançados da eletrônica para aumentar a interação entre os elementos homem, via, veículo e ambiente para reduzir as colisões de trânsito atualmente, os veículos mais modernos possuem itens de segurança que cumprem mais funções do que apenas as tradicionais ações de segurança ativa e passiva
11 19.2. Investimentos em tecnologia: o ITS e a segurança (cont.) o uso de ITS, associado à outras medidas, gerou a expressão vision zero, cujo significado é a busca da máxima redução das fatalidades a Suécia, onde o termo foi criado em 1977, tem um índice de 3 mortes para cada habitantes. Foram apenas 264 mortes no trânsito, em todo país, em 2013 (população: 9,6 milhões)
12 19.2. Investimentos em tecnologia: o ITS e a segurança (cont.) Os equipamentos de ITS atuam em três níveis (condução normal; mitigação do efeito do acidente e mitigação dos danos) e em cinco ações diferentes, no que é conhecido como segurança integrada, conforme o diagrama abaixo Colisão em progresso Condução normal Assistência Segurança ativa Mitigação do efeito Segurança passiva Mitigação dos danos Précolisão Póscolisão
13 19.2. Investimentos em tecnologia: o ITS e a segurança (cont.) Exemplos de itens de segurança integrada para as cinco ações da figura anterior Ações Assistência Item de segurança Computador de bordo (anomalias no veículo) Segurança ativa Freios ABS Pré-colisão Segurança passiva Pós-colisão Radar de detecção de pedestres Air-bag Acionamento automático de resgate
14 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil A matança
15 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) As colisões de transporte respondem por mais mortes anuais no Brasil do que a AIDS fonte: Ministério da Saúde
16 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) Uma notícia boa e uma má Primeiro a boa!
17 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) Uma notícia boa e uma má Primeiro a boa! fonte: Folha de S. Paulo, 10.dez.15
18 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) Agora, a má...
19 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) Agora, a má... fonte: Folha de S. Paulo, 19.mar.16
20 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) Quantidade de mortos em algumas guerras ocorridas pelo mundo Vítimas fatais estimadas Guerra Período Duração Contexto Afeganistão anos Curdistão X Turquia anos Guerra das Rosas anos Farrapos anos Primeira Guerra do Ópio anos Independência da Croácia anos Guerra do Pacífico anos Insurgência da Al Qaeda no Iêmen até hoje + de 24 anos Conflitos na Irlanda do Norte anos fonte: Wikipedia invasão americana contra o terrorismo após o 11 de setembro luta pela independência do Curdistão em relação à Turquia série de lutas entre duas dinastias disputando o trono inglês revolução da província de São Pedro do Rio Grande do Sul contra o Império disputa entre a Grã-Bretanha e a China pelo livre comércio do ópio luta pela independência do Croácia em relação à Iugoslávia disputa de terras unindo Bolívia e Peru contra o Chile luta entre o governo do Iêmen e o grupo terrorista Al Qaeda disputa separatista entre protestantes (a favor da Grã Bretanha) e católicos (pela independência)
21 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) A dificuldade de obtenção de dados confiáveis sobre a matança
22 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) O governo brasileiro reconhece a dificuldade com as estatísticas no texto da Política Nacional de Trânsito (ver reprodução)
23 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) fonte: Magaly Natália Pazzian Vasconcellos Romão et al Obs (N. do Prof.): Datasus = Depto de Informática do SUS Renaest = Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (Denatran)
24 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) Os custos e os prejuízos com a matança
25 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) fonte: IPEA fonte: O Estado de S. Paulo, 24.set.15
26 fonte: Folha de S.Paulo, 26.dez.11 fonte: UOL, 23.set.15
27 fonte: Relatório de pesquisa Polícia Rodoviária federal e IPEA, 2015
28 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) A aplicação correta de recursos pode reduzir a tragédia
29 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) fonte: Portal G1, 03.out.17 fonte: Folha de S. Paulo, 04.ago.08
30 19.3. Dados gerais sobre colisões de trânsito no Brasil (cont.) Ordenamento das Capitais por Taxas de Óbito e Colisões de Transporte (em 100 Mil) na População Total São Paulo, com a maior frota e a maior população entre as capitais do país ocupa posições baixas nos ordenamentos ao lado resultado de investimentos em Engenharia de Tráfego fonte: Mapa da Violência 2011 Os Jovens do Brasil (Min. da Justiça)
31 19.4. Dados gerais sobre colisões de trânsito na cidade de São Paulo (cont.) Agora sim, as boas notícias!
32 19.4. Dados gerais sobre colisões de trânsito na cidade de São Paulo (cont.) fontes: jornais Metro e Estado de São Paulo, 23.mar.16
33 19.5. O estudo de segurança de trânsito Os estudos sobre segurança de trânsito tem quatro etapas principais: detecção análise intervenção acompanhamento
34 19.6. Metodologia Detecção Potencial Periculosidade Efetiva Análise Intervenção Planejamento Acompanhamento Tipos de Intervenções
35 19.7. Detecção coleta de dados - cadastrais (19.7.1) - sistemática (19.7.2) tratamento dos dados - classificação (19.7.3) - atribuição de pesos (19.7.4) - densidade de colisões (19.7.5) - priorização (19.7.5)
36 19.7. Detecção (cont.) Coleta de dados cadastrais São as destinadas a montar um banco de dados do município ou região estudada, com as principais informações sobre os elementos urbanos que possam interferir no trânsito, como: tipologia de vias localização de escolas hospitais e outros polos geradores de tráfego feiras-livres itinerários de transporte coletivo etc O objetivo é servir como dados iniciais de caracterização de qualquer ponto a ser estudado futuramente
37 19.7. Detecção (cont.) Coleta de dados sistemática São as rotineiras, de alimentação contínua de um outro banco de dados, cujo principal exemplo é o de acompanhamento de colisões Deve-se estabelecer um procedimento de coleta diária dos registros de colisões junto à fonte emissora, para mapeamento e identificação de tendências e crescimentos abruptos de índices
38 19.7. Detecção (cont.) Fontes dos dados Delegacias Policiamento Compilação/ Consistência Estudos de segurança Hospitais
39 19.7. Detecção (cont.) Tratamento dos dados - classificação Os registros de colisões coletados devem ser classificados de acordo com sua gravidade. A ordem crescente de gravidade adotada de um modo geral no Brasil é: - acidente sem vítima (sem feridos) - acidente com vítima - atropelamento
40 19.7. Detecção (cont.) Tratamento dos dados atribuição de pesos Para melhor representar a periculosidade de um local, são atribuídos pesos às colisões, conforme sua gravidade. Existem diferentes valores para esses pesos na literatura técnica. O DENATRAN recomenda os valores abaixo: - colisão sem vítima PESO 1 - colisão com vítima PESO 4 - atropelamento PESO 10
41 Tratamento dos dados densidade de colisões fonte: CET Os valores são absolutos qual é realmente a via mais perigosa?
42 Tratamento dos dados densidade de colisões (cont.) o que torna uma via mais ou menos perigosa não é seu número absoluto de colisões, mas sim a razão entre eles e o volume veicular quanto maior o volume de uma via, maior a tendência de ocorrerem colisões sendo assim, deve-se estabelecer uma metodologia para ponderar esses dois intervenientes, a fim de se estabelecer a periculosidade relativa dos locais e priorizar os estudos de segurança a partir dos valores obtidos
43 Tratamento dos dados densidade de colisões/priorização (cont.) Periculosidade Relativa de locais onde ocorrem colisões Local Frequência de colisões/ano Volume (veíc/ano) Índice de Periculosidade (colisões x 10 5 / volume) A B C D Portanto, o Local A é o mais perigoso, embora tenha o menor valor absoluto de colisões
44 Tratamento dos dados densidade de colisões/priorização (cont.) Para compor o quadro seguinte foram adotadas as seguintes hipóteses: na indisponibilidade dos dados de volumes anuais das vias foi utilizado o VDM. Como os dados foram obtidos na mesma época do ano (abril de 2012) e a mesma base foi aplicada para todas as vias, a comparação não é prejudicada (*) o VDM foi obtido por meio de extrapolação dos dados de contagem da CET realizados em Admitiu-se que os valores medidos na hora-pico correspondem a 6% do VDM (características específicas que estes corredores, todos saturados, apresentam em São Paulo, não sendo uma relação válida para qualquer tipo de via) (**) cálculo do IP = colisões x 10 4 / volume a tabela traz os dez locais para os quais se dispunha dos dados de volume e é por isso que o último da lista (Av. Jacu-Pêssego) é a 15ª colocada. Na ordenação do Índice de Periculosidade final (***) temos uma classificação referente aos 10 locais constantes nesta tabela fonte: CET
45 Tratamento dos dados densidade de colisões/priorização (cont.) Nome da via colisões com vítima em 2012 Ordem por total de colisões na cidade em 2012 Volume Diário Médio (*) Índice de Periculosidade (IP) (**) Ordem após ponderação (***) Marginal Tietê ,2 8 Marginal Pinheiros ,4 9 Av. Aricanduva ,2 2 Av. do Estado ,6 3 Estr. do M Boi Mirim ,0 1 Estr. de Itapecerica ,9 4 Radial Leste ,9 10 Av. Prof. Luís Inácio de Anhaia Melo ,3 7 Av. Francisco Morato ,9 5 Av. Jacu-Pêssego ,1 6
46 19.8. Detecção outros métodos Auditoria de segurança técnica de prevenção de colisões elaborada por equipe com visão independente do projeto avaliação prévia do impacto de um projeto ou empreendimento em termos de segurança na área ou para a comunidade é aplicada antes do empreendimento ou projeto ser entregue, de modo que os custos das eventuais modificações propostas é muito menor
47 Auditoria de segurança (cont.) Exemplo de problema que poderia ser evitado com a auditoria de segurança fonte: Folha de S. Paulo, 19.out.2010
48 19.8. Detecção outros métodos (cont.) Estudo dos conflitos de tráfego técnica de prevenção de colisões avaliação da periculosidade através da observação dos quase colisões de um local permite avaliações imediatas, sem o ônus da ocorrência de muitos colisões para se observar o impacto de uma intervenção depende de uma nacionalização dos parâmetros para ser aplicada mais intensamente no Brasil
49 Estudo dos conflitos de tráfego (cont.) Exemplos de conflitos veiculares Exemplo 1: conflito de direção à direita com conversão à esquerda Exemplo 2: conflito de direção à direita com movimento em frente fonte: CET
50 Acidentologia técnicas de análise: - boletins de ocorrência (19.9) - evolução dos colisões (19.10) Análise - diagramas de colisões (19.11) - conhecendo os colisões (19.12) - abordagem do problema (19.13)
51 19.9. Análise dos Boletins de Ocorrência os Boletins de Ocorrência (B.O.s) são a principal fonte de registro de colisões e devem ser coletados para servirem como ponto de partida na análise de colisões infelizmente, no Brasil o B.O. ainda é um instrumento jurídico e não científico, portanto não preparado para servir aos estudos de segurança de trânsito
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53 Cópias de um Boletim de Ocorrência (cont.)
54 Cópias de um Boletim de Ocorrência (cont.)
55 Cópias de um Boletim de Ocorrência (cont.)
56 Cópias de um Boletim de Ocorrência (cont.)
57 Outros exemplos de Boletins de Ocorrência: E.U.A.
58 Outros exemplos de Boletins de Ocorrência: E.U.A. (cont.)
59 Outros exemplos de Boletins de Ocorrência: Inglaterra Relatório especial para preenchimento pelos munícipes Parte do mesmo relatório, a ser preenchido pela autoridade de trânsito fonte:
60 Acidentologia análise da evolução das colisões Crescimento constante das colisões ao longo dos meses Pode indicar: aumento de volume (vegetativo) deterioração gradual da sinalização ou visibilidade fonte: Gold
61 Acidentologia análise da evolução das colisões (cont.) Alteração súbita das colisões ao longo dos meses Pode indicar: mau resultado de projeto deterioração súbita da sinalização ou visibilidade aumento de volume decorrente de alteração fonte: Gold
62 Acidentologia mapeamento das colisões colisões (classificados segundo legenda) em uma malha viária para verificação de concentrações
63 Acidentologia mapeamento das colisões (cont.) Site australiano que disponibiliza na Internet, via plataforma ArcGIS, consulta aos dados nacionais de colisões
64 Simbologia para Diagrama de Colisões fonte: ABNT
65 Exemplo de aplicação de Diagrama de Colisões bairro centro fonte: Gold
66 Exemplo de aplicação de Diagrama de Colisões utilizando-se software específico
67 Conhecendo as colisões para estudar as colisões, suas causas e consequências, é importante entender a dinâmica do que ocorre durante o evento o uso de elementos de segurança passiva nos veículos pode reduzir significativamente a gravidade das colisões (como o apoio para cabeça nos bancos, por exemplo) a obrigatoriedade do uso dos itens de segurança nos veículos é decorrência de estudos sobre a dinâmica das colisões
68 Conhecendo os colisões (cont.) Ilustração de como o apoio para cabeça ameniza o efeito Chicote, que pode causar danos na coluna cervical em colisões traseiras fonte: rede Sarah de hospitais de reabilitação
69 fonte: Vision Zero, jan Conhecendo os colisões (cont.) Novo conceito: cinto de segurança e banco do veículo atuando de modo integrado, para reduzir o efeito chicote
70 Conhecendo os colisões (cont.) fonte: BandNews, abr.15 O cinto de segurança evita o deslocamento brusco do ocupante e, também, que ele seja expelido do veículo após uma colisão. Esta é uma das principais causas das mortes em colisões de trânsito
71 Conhecendo os colisões (cont.) Ilustração mostrando o efeito que ocorre quando o passageiro do banco de trás não usa o cinto de segurança fonte: rede Sarah de hospitais de reabilitação
72 Conhecendo os colisões (cont.) O atropelamento relação entre a velocidade do impacto e a probabilidade de morte do pedestre fonte: OMS 2012
73 fonte: revista 4 Rodas Conhecendo os colisões (cont.) Sequência de um atropelamento
74 Abordagem do problema Vistoria (tarefas de laboratório ): ações em campo, no local em estudo, visando vivenciar os diversos papéis motorista, pedestre, ciclista etc. A finalidade é sentir os problemas dos usuários para melhor orientar os diagnósticos. Na vistoria se faz o levantamento geral das condições da sinalização e das demais características do local. É recomendável sempre usar um check-list e realizar as vistorias em dias de semana diferentes, em horários variados
75 Exemplo de planilha de vistoria de campo para verificação dos aspectos de segurança do tráfego (fonte: Denatran)
76 Abordagem do problema (cont.) pesquisas: serão direcionadas pelos indícios mostrados nas análises iniciais podem ser das mais variadas: índices de colisões, tempos de percurso, atrasos, comportamento, desobediências, compreensão da sinalização, entre outras. Inclui conversas com moradores, comerciantes e usuários do local
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