Uma breve descrição da ansiedade: Do comportamento respondente ao responder relacional. Análise do comportamento para além da psicologia
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- Bruna Cavalheiro Benevides
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1 vol 08 ago 2013 ISSN Uma breve descrição da ansiedade: Do comportamento respondente ao responder relacional Análise do comportamento para além da psicologia História de vida: Sergio Vasconcelos de Luna Consistência: Regra de ouro na educação Breve reflexão sobre análise do comportamento e sustentabilidade Certificação de analistas do comportamento: Problemas, controvérsias, procedimentos, critérios, etc. Comportamento em cena: Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas Resenha do livro Relações conjugais: Discutindo alternativas para melhor qualidade de vida Análise do comportamento e terapia cognitivo-comportamental com casais
2 Sumário Editorial 2 Teoria e Aplicação 5 Uma breve descrição da ansiedade: Do comportamento respondente ao responder relacional Ila Linares, William Perez e Yara Nico Na Estante 13 Resenha do livro Relações conjugais: Discutindo alternativas para melhor qualidade de vida Análise do comportamento e terapia cognitivocomportamental com casais, organizado por Carla de Zeglio, Ítor Finotelli Jr. e Oswaldo M. Rodrigues Jr. Editora Zagodoni (São Paulo), 2013 Tatiana Araújo de Almeida Opinião 18 Certificação de analistas do comportamento: Problemas, controvérsias, procedimentos, critérios, etc. Silvio Paulo Botomé História de Vida 29 Sergio Vasconcelos de Luna por Cláudia Coimbra, Fernando Cassas, Natália Matheus e Denigés Régis Neto Matéria 32 Análise do comportamento para além da psicologia Dante Marino Malavazzi Análise do Comportamento Aplicada à Infância 36 Consistência: Regra de ouro na educação Lygia Dorigon e Ana Beatriz Chamati Comportamento em Cena 38 Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas: Um convite à reflexão sobre a relação entre pais e filhos Denis Roberto Zamignani e Roberto Alves Banaco Análise do Comportamento e Sociedade 42 Breve reflexão sobre análise do comportamento e sustentabilidade Candido Pessôa
3 Teoria e Aplicação Uma breve descrição da ansiedade: Do comportamento respondente ao responder relacional Ila Linares, William Perez e Yara Nico Sob a ótica da análise do comportamento, o medo pode ser caracterizado por um conjunto de respostas posteriores à apresentação de estímulos aversivos incondicionados ou de operações de punição (Millenson, 1967/1975). Em muitos casos, a apresentação de estímulos que eliciam medo é sistematicamente antecedida por outros estímulos, os quais tornam-se aversivos condicionados e passam a ser temidos tanto quanto os incondicionados. Estímulos aversivos incondicionados ou condicionados também comumente evocam respostas de fuga e esquiva (Sidman, 1989/2003), geralmente denominadas ansiedade. A ansiedade é caracterizada por Estes e Skinner (1941) como a antecipação de um estímulo perturbador futuro (p. 390). Tal resposta tem grande valor adaptativo, uma vez que existe relação direta entre seu nível de expressão e a eficiência no desempenho em determinada atividade (Graeff & Guimarães, 2001). Por exemplo, no caso de uma prova, respostas ditas de ansiedade aumentam a vigília daquele que a realiza. No entanto, quando o nível de ansiedade ultrapassa determinado limiar (variável para cada indivíduo), é comumente observada uma desproporção entre o evento temido e a ameaça causada pelo mesmo (Gentil, 1997). Nesses casos, observa-se sofrimento significativo e prejuízo em diferentes áreas da vida do indivíduo, podendo culminar no desenvolvimento de psicopatologias (Hetem, 2004). A quarta edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV) apresenta os seguintes transtornos de ansiedade: (a) transtorno de ansiedade generalizada, (b) transtorno do pânico, (c) agorafobia, (d) fobia social, (e) transtorno obsessivo-compulsivo, (f) fobia específica e (g) transtorno de estresse pós-traumático (American Psychiatric Association [APA], 1994). Os transtornos de ansiedade representam o grupo de transtornos psiquiátricos com maior prevalência. Estima- -se que 28.8% da população americana apresente, ao longo da vida, algum transtorno de ansiedade (Kessler et al., 2005) o que destaca a importância desse quadro. Na prática clínica, as principais queixas relacionadas à ansiedade são de extremo sofrimento, composto por respostas fisiológicas como taquicardia, tremores, sensação de falta de ar, sudorese e tontura. Adicionalmente, é teoria e aplicação 5
4 observado padrão de esquiva em relação aos estímulos temidos e respostas frequentes de verificação. Muitas vezes, a busca por ajuda só ocorre quando o grau de desconforto decorrente da ansiedade é substancial. Tendo em vista a amplitude e a imprecisão da resposta emocional em questão, pesquisas buscam identificar e compreender, sob variados aspectos, os processos responsáveis pelos efeitos conhecidos como ansiedade (Zamignani & Banaco, 2005), a fim de auxiliar a prática clínica. Coelho e Tourinho (2008) apontam que a ansiedade tem sido analisada sob a ótica de aspectos fisiológicos, dos condicionamentos respondente e operante, além de relações verbais, não verbais e motivacionais. Tourinho (2006) ressalta que o entendimento de eventos privados varia ao longo de um continuum de complexidade, repleto de entrelaçamentos que compõem o fenômeno estudado. A complexidade em questão tem como base o selecionismo Skinneriano, pautado em variáveis filogenéticas, ontogenéticas e culturais (Skinner, 1953/1981). Diante do exposto, serão apresentadas algumas das explicações analítico-comportamentais que compõem o entendimento da ansiedade. Tais explicações representam diferentes níveis de análise e de complexidade desse fenômeno. Condicionamento Reflexo Baseados nas descobertas de Pavlov ( ) sobre condicionamento clássico, Watson e Morgan (1917) procuraram explicar como eram estabelecidas respostas de medo frente a objetos previamente neutros. Wolpe e Rachman (1960) recuperaram essa explicação no estudo das fobias, ao proporem uma alternativa às interpretações psicanalíticas vigentes na época. Além de ser uma resposta reflexa frente a um estímulo condicionado, a ansiedade também é constituída de respostas operantes antecedidas por estímulos incondicionados e condicionados. O condicionamento clássico ou respondente, vale lembrar, é entendido pela relação estímulo-estímulo, ou seja, pelo pareamento entre um estímulo neutro e um estímulo incondicionado (ver Catania [1998/1999], para uma revisão didática). Esse tipo de condicionamento possibilita a construção de novas relações estímulo-resposta, nas quais um estímulo antes neutro passa a eliciar respostas reflexas. Na clínica, portanto, o condicionamento respondente auxiliaria a explicar por que um estímulo antes neutro (e.g., elevador) passa a eliciar respostas de ansiedade (e.g., taquicardia, sudorese e tremor) após pareamento com estímulo incondicionado (e.g., baixa oxigenação gerada por enclausuramento no elevador), ou seja, como o estímulo condicionado passa a ser temido tanto quanto o incondicionado. Condicionamento Operante Além de ser uma resposta reflexa frente a um estímulo condicionado, a ansiedade também é constituída de respostas operantes antecedidas por estímulos incondicionados e condicionados. Como se sabe, o comportamento operante é aquele que produz consequências que alteram a sua probabilidade de ocorrência. A ansiedade, quando analisada a partir de relações operantes, é também constituída de respostas de fuga ou esquiva, ou seja, de respostas que eliminam ou evitam a apresentação do estímulo ansiogênico. Assim, tais respostas costumam ser reforçadas negativamente (Sidman, 1989/2003). Para além dos aspectos respondentes, o caráter clínico da ansiedade decorre, em grande parte, das consequências das respostas de es- 6 boletim paradigma
5 quiva emitidas. Isso porque respostas de evitação interferem em contingências importantes da vida do indivíduo (e.g., evitar entrar em elevadores). Por isso, a prevalência da relação de reforçamento negativo (fuga/esquiva) é, em geral, acompanhada por um déficit de relações por reforçamento positivo (Augustson & Dougher, 1997). Nesse sentido, faz-se necessário não só identificar relações respondentes ou respostas de fuga/esquiva frequentes, mas também as contingências controladoras das respostas de fuga/esquiva (Sidman, 1989/2003). Interação Operante-Respondente: Paradigma de Supressão Condicionada Embora comumente estudadas de maneira separada, relações operantes e respondentes se inter-relacionam continuamente. Skinner (1953/1981) destaca a relevância dessa combinação para o melhor entendimento das emoções. A supressão condicionada é um exemplo experimental do estudo da interação entre relações operantes e respondentes. Investigado inicialmente por Estes e Skinner (1941), tal paradigma diz respeito à supressão de comportamento operante após a apresentação de um estímulo aversivo condicionado. Estes e Skinner submeteram ratos privados de alimento a um esquema de intervalo fixo (FI) de pressão à barra. Além desse esquema, um som seguido de choque era apresentado uma vez a cada hora, por determinado período de tempo. A apresentação repetida do som e do choque independia das respostas emitidas pelos sujeitos. Aos poucos, notou-se a redução das respostas de pressão à barra, positivamente reforçadas em FI, quando o som que precedia o choque era apresentado. A redução das respostas de pressão à barra foi diretamente proporcional ao estabelecimento do condicionamento respondente, indicando uma interação entre o condicionamento respondente de estímulos aversivos e a supressão de respostas operantes, reforçadas positivamente. Apesar das contribuições provenientes do estudo de relações respondentes, operantes e da interação entre elas, algumas limitações dessas explicações são apontadas na compreensão total da ansiedade. Afirma-se que os paradigmas descritos até aqui estudam apenas a ansiedade decorrente de histórias diretas de condicionamento (Menzies & Clarke, 1995). Compreender a ansiedade com base (exclusivamente) nas relações respondentes, operantes e na interação operante-respondente é deixar de lado outros aspectos que precisam ser considerados sob uma ótica analítico-comportamental. À medida que o estudo da ansiedade progride num continuum de complexidade, deve abranger também outros aspectos, como o fato de que humanos, especialmente aqueles verbalmente competentes, podem responder sob controle de relações arbitrárias entre estímulos (Hayes, Barnes-Holmes & Roche, 2001; Sidman, 1994). Responder Relacional 1 A compreensão de um componente relacional envolvido na ansiedade permite explicar o caráter simbólico do fenômeno uma vez que funções aversivas, tanto respondentes como operantes, podem ser adquiridas por um determinado estímulo porque ele pertence a uma rede de relações simbólicas, arbitrariamente estabelecidas. Nesse caso, a função aversiva é adquirida sem que esse estímulo tenha participado de alguma história de condicionamento direto. Dados obtidos nos estudos sobre equivalência de estímulos (Sidman, 1994) e na relational frame theory (RFT) ou teoria dos quadros relacionais, em português (Hayes et al., 2001), confirmam essa possibilidade. teoria e aplicação 7
6 Algumas pesquisas (e.g., Augustson & Dougher, 1997) sugerem que esse nível de análise oferece uma explicação operante que responde às críticas apresentadas por alguns autores, tais como a dificuldade das teorias de condicionamento em explicar adequadamente porque, mesmo com repetidas exposições, as reações de ansiedade muitas vezes não entram em extinção (Marks, 1981), bem como a dificuldade em transpor as regras de generalização de estímulos, comumente aplicadas em animais, para explicar casos complexos com humanos, como o estabelecimento de representações abstratas (Marks, 1987). Compreender a ansiedade com base (exclusivamente) nas relações respondentes, operantes e na interação operanterespondente é deixar de lado outros aspectos que precisam ser considerados sob uma ótica analítico-comportamental. Equivalência de Estímulos e Transferência de Função Nas décadas de 1980 e 1990, estudos sobre equivalência de estímulos contribuíram ao entendimento de fenômenos ditos cognitivos, como o comportamento simbólico e a criatividade. Sidman e Tailby (1982) estudaram como relações condicionais entre estímulos podem resultar em outras relações não ensinadas diretamente (relações emergentes ou derivadas). Para isso, submeteram os participantes (oito crianças entre 5 e 7 anos de idade) a um procedimento de matching to sample (MTS) ou emparelhamento com o modelo. O MTS é composto por um conjunto de tentativas previamente estruturadas para ensinar relações entre dois conjuntos de estímulos (i.e., estímulos-modelo e estímulos-comparação), no contexto de uma discriminação condicional. As tentativas caracterizam-se pela apresentação de um estímulo- -modelo (e.g., A1) e de estímulos-comparação (e.g., B1 e B2), dos quais apenas um pode ser escolhido. O estímulo-comparação designado como correto a cada tentativa depende do estímulo-modelo apresentado (e.g., se o modelo for A1, então o comparação correto será B1; se for A2, então B2). Quando relações condicionais são estabelecidas entre estímulos, frequentemente verifica- -se que os estímulos relacionados durante o treino passam a ser substituíveis uns pelos outros em diversos contextos. Por exemplo, quando a ordem de apresentação dos modelos e comparações usados durante o treino é modificada (i.e., simetria), o participante costuma ser capaz de responder a relações que não foram diretamente ensinadas (e.g., escolher A1 como comparação, se B1 for apresentado como modelo), mas que foram derivadas daquelas aprendidas durante o treino das relações condicionais. De modo semelhante, quando estímulos que não foram diretamente relacionados durante o treino, mas que foram relacionados a um terceiro estímulo em comum, são apresentados conjuntamente, o participante também pode responder a relações que não foram diretamente ensinadas (e.g., tendo aprendido a responder a B1 diante de A1 e a C1 diante de B1, o participante também responde a C1 diante de A1 [transitividade], e vice- -versa [equivalência]). Essa possibilidade de substituição é demonstrada também pelo fato de que, muitas vezes, quando uma dada função é estabelecida para um dos estímulos de uma classe de equivalência, essa função passa a ser apresentada pelos demais estímulos, na ausência de qualquer tipo de treino direto. Esse fenômeno é denominado transferência de função (Dymond & Rehfeldt, 2000). 8 boletim paradigma
7 Respostas emocionais estabelecidas por processos simbólicos, as quais não seriam explicáveis pelo condicionamento reflexo de forma isolada, foram investigadas com base na transferência de função via formação de classes de estímulos equivalentes (Dougher, Augustson, Markham, Greenway & Wulfert, 1994). Alguns experimentos buscam investigar essa questão estudando como palavras e outros símbolos podem adquirir, de maneira indireta, funções aversivas tais como eliciar a alteração da condutibilidade elétrica da pele (Dougher et al., 1994) ou evocar respostas de esquiva da apresentação de estímulos arbitrariamente relacionados a aversivos condicionados (Augstson & Dougher, 1997). Teoria dos Quadros Relacionais: Transformação de Função e Implicações para o Estudo da Ansiedade Outras relações arbitrárias, além da relação de equivalência, podem ser estabelecidas entre estímulos. Por exemplo, relações de oposição, comparação e hierarquia. De acordo com a RFT, as respostas que ocorrem sob controle de relações arbitrariamente estabelecidas (ou responder relacional arbitrariamente aplicável) apresentam algumas características fundamentais. Respostas relacionais são bidirecionais ou mutuamente implicadas. Sendo assim, uma vez estabelecido que A se relaciona com O processo de transformação de função possibilita explicar como a função aversiva de dados estímulos pode ser modulada por relações arbitrariamente estabelecidas com outros estímulos. B, deriva-se que B também se relaciona com A (implicação mútua). Além disso, respostas relacionais podem ser combinadas. Se A se relaciona com B e B se relaciona com C, deriva- -se que A e C também estão necessariamente relacionados (implicação combinatória). Por fim, as funções dos estímulos arbitrariamente relacionados podem ser alteradas conforme o tipo de relação estabelecida entre eles (transformação de função). Quando a relação estabelecida é de equivalência, a mesma função passa a ser partilhada por todos os estímulos relacionados. No entanto, quando outras relações são estabelecidas, exceto as de equivalência, as funções de estímulo derivadas podem ser diferentes daquelas originalmente estabelecidas. Por exemplo, quando estímulos se relacionam por oposição, a função derivada pode ser oposta. Se um dado estímulo estabelecido como aversivo for relacionado por oposição a um outro estímulo, esse último não evocará respostas de esquiva (Dymond, Roche, Forsyth, Whelan & Rodhen, 2007). No experimento de Dougher, Hamilton, Fink e Harrington (2007), por exemplo, três figuras abstratas e de mesma dimensão foram estabelecidas como dicas contextuais para as respostas de escolher o estímulo menor, o mediano ou o maior de três estímulos-comparação apresentados. Na fase seguinte, a dica para escolher o estímulo mediano foi pareada com a apresentação de um choque leve. Verificou-se, por meio da resposta de condutância galvânica, que o estímulo mediano fora estabelecido como um aversivo condicionado. Posteriormente, numa fase de teste, as figuras utilizadas na fase anterior como dicas para escolher o menor e o maior foram apresentadas e a resposta de condutibilidade elétrica da pele, medida. Os resultados mostram que os respondentes com maior magnitude foram eliciados pela apresentação da dica contextual utilizada para escolher o maior. Cabe ressaltar que a dica maior não foi diretamente pareada com o choque, mas foi teoria e aplicação 9
8 arbitrariamente relacionada como maior que o estímulo mediano (este, sim, pareado com o choque). As respostas com menor magnitude, por sua vez, ocorreram diante da apresentação da dica contextual menor. Portanto, a aversividade adquirida por esse estímulo arbitrariamente relacionado como maior que foi mais intensa do que aquela adquirida pelo estímulo diretamente pareado com choque. Segundo Dougher et al. (2007), o entendimento do processo de transformação de função possibilita explicar como a função aversiva de dados estímulos pode ser modulada por relações arbitrariamente estabelecidas com outros estímulos. Isso ajuda a entender como palavras e outros símbolos adquirem função psicológica (e.g., função ansiogênica), sem que seja necessário recorrer a explicações mentalistas ou a mecanismos modulatórios, tais como esquemas cognitivos. Diante desse resultado, Dougher et al. sinalizam a possibilidade de se compreender por que alguns clientes apresentam respostas de medo acentuadas frente a estímulos não pareados previamente a eventos aversivos. Adicionalmente, pode-se afirmar que o responder relacional aprofunda o entendimento da ansiedade e auxilia a responder às críticas realizadas por alguns autores (e.g., Mark 1981, 1987) uma vez que tem demonstrado experimentalmente como a compreensão de relações arbitrárias complementa as explicações existentes, dando conta de um outro nível de complexidade do mesmo fenômeno. 1 Com o objetivo de abranger outros tipos de relação entre estímulos além da equivalência (e.g., oposição e comparação), o presente texto usará a expressão responder relacional. Referências American Psychiatric Association. (1994). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (4 a ed.). Washington, Estados Unidos: Autor. Augustson, E. M. & Dougher, M. J. (1997). The transfer of avoidance evoking functions through stimulus equivalence classes. Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry, 3, Catania, A. C. (1999). Aprendizagem: Comportamento, linguagem e cognição. Porto Alegre, RS: Artmed. (Trabalho original publicado em 1998.) Coelho, N. L. & Tourinho, E. Z. (2008). O conceito de ansiedade na análise do comportamento. Psicologia: Reflexão e Crítica, 21, Dougher, M. J., Augustson, E. M., Markham, M. R., Greenway, D. E. & Wulfert, E. (1994). The transfer of respondent eliciting and extinction functions through stimulus equivalence classes. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 62, Dougher, M. J., Hamilton, D. A., Fink, B. & Harrington, J. (2007). Transformation of the discriminative and eliciting functions of generalized relational stimuli. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 88, Dymond, S. & Rehfeldt, R. A. (2000). Understanding complex behavior: The transformation of stimulus functions. The Behavior Analyst, 23, Dymond, S., Roche, B., Forsyth, J. P., Whelan, R. & Rhoden, J. (2007). Derived avoidance learning: Transformation of avoidance response functions in accordance with the relational frames of same and opposite. The Psychological Record, 58, Estes, W. K. & Skinner, B. F. (1941). Some quantitative properties of anxiety. Journal of Experimental Psychology, 29, Gentil, V. (1994). Ansiedade e transtornos ansiosos. Em V. Gentil, F. Lotufo-Neto & M. A. Bernik (Orgs.), Pânico, fobias e obsessões (pp ). São Paulo: Edusp. Graeff, F. G. & Guimarães, F. S. (2001). 10 boletim paradigma
9 Fundamentos de psicofarmacologia. São Paulo, SP: Atheneu. Hayes, S. C., Barnes-Holmes, D.,& Roche, B. (2001). Relational frame theory: A post-skinnerian account of human language and cognition. New York, Estados Unidos: Kluwer Academic Plenum. Hetem, L. A. B. (2004). Diagnóstico diferencial. Em L. A. B. Hetem & F. G. Graeff (Orgs.), Transtornos de ansiedade (pp ). São Paulo, SP: Atheneu. Kessler, R. C., Berglund, P., Demler, O., Jin, R., Merikangas, K. R. & Walters, E. E. (2005). Lifetime prevalence and age-of-onset distributions of DSM- IV disorders in the National Comorbidity Survey Replication. Archives of General Psychiatry, 62, Marks, I. M. (1981). Behavioral concepts and treatments of neuroses. Behavioral Psychotherapy, 9, Marks, I. M. (1987). Fears, phobias and rituals: Panic, anxiety and their disorders. New York, Estados Unidos: Oxford University Press. Skinner, B. F. (1981). Ciência e comportamento humano. São Paulo, SP: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1953.) Tourinho, E. Z. (2006). On the distinction between private events and the physiology of the organism. The Behavior Analyst Today, 7, Zamignani, D. R. & Banaco, R. A. (2005). Um panorama analítico-comportamental sobre os transtornos de ansiedade. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 7, Watson, J. B. & Morgan, J. J. B. (1917). Emotional reactions and psychological experimentation. American Journal of Psychology, 28, Wolpe, J. & Rachman, S. (1960). Psychoanalytic evidence : A critique based on Freud s case of Little Hans. Journal of Nervous and Mental Disease, 131, Menzies, R. G. & Clarke, J. C. (1995). The etiology of phobias: A nonassociative account. Clinical Psychology Review, 15, Millenson, J. R. (1975). Princípios de análise do comportamento. Brasília, DF: Coordenada. (Trabalho original publicado em 1967.) Sidman, M. (1982). Equivalence relation and behavior: A research story. Boston, Estados Unidos: Author Cooperative. Sidman, M., & Tailby, W. (1982). Conditional discrimination vs. matching to sample: An expansion of the testing paradigm. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 37, Sidman, M. (1994). Equivalence relations and behavior: A research story. Boston, Estados Unidos: Authors Cooperative. Sidman, M. (2003). Coerção e suas implicações. Boston, Estados Unidos: Author Cooperative. (Trabalho original publicado em 1989.) Ila Marques Porto Linares é psicóloga pela UFSCar, especialista em Clínica Analítico-Comportamental pelo Núcleo Paradigma, mestre em Neurociências pela USP-RP e doutoranda em Saúde Mental pela USP-RP. William Perez é psicólogo pela UFSCar, mestre e doutor em Psicologia Experimental pela USP. No Núcleo Paradigma, é terapeuta, professor e orientador da Especialização em Clínica Analítico- Comportamental, além de integrar a equipe de Pesquisa sobre Responder Relacional. Yara Nico é psicóloga e mestre em Psicologia Experimental pela PUC-SP. No Núcleo Paradigma, é coordenadora da Especialização em Clínica Analítico- Comportamental, professora, supervisora clínica e terapeuta, além de integrar a equipe de Pesquisa sobre Responder Relacional. teoria e aplicação 11
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