Para Souza (2007) a discussão da avaliação formativa em EaD significa a compreensão das possibilidades que as tecnologias envolvidas no ensino
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- Luiz Fernando Paixão Álvares
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1 FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: INTEGRANDO ESTILOS DE APRENDIZAGEM, ESTRATÉGIAS DE ENSINO E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO NA AVALIAÇÃO FORMATIVA Eveline Bruno Marietto NONATO, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Eixo Temático: Educação à distância na formação de professores eveline_marietto@yahoo.com.br 1 INTRODUÇÃO Para que se discuta a avaliação da aprendizagem em qualquer nível de ensino é necessário que se considerem suas complexas relações como um conjunto de políticas e práticas que são pautadas em pressupostos epistemológicos, políticos, éticos e sociais, envolvendo questões como: o que e quando avaliar, quem são os sujeitos envolvidos, quais são os objetivos da avaliação e o que será feito com os resultados obtidos pelo avaliador (GARCIA, 2013). A autora destaca ainda, que a avaliação deve fazer parte de todo o processo ensino-aprendizagem, não devendo ser um ato isolado, possibilitando desta forma modificações necessárias em todo o percurso da prática pedagógica. Essa característica de continuidade no processo avaliativo é oportunizada pela avaliação de caráter formativo, a qual permite que o professor acompanhe todo o processo educativo e sua evolução, para que a aprendizagem seja otimizada e a própria prática avaliativa aprimorada. O uso desse tipo de avaliação é debatido em todos os níveis educacionais e, atualmente, devido ao crescimento do ensino na modalidade a distância, o tema também se faz presente nesta área. Segundo o Ministério da Educação (2005), a Educação a Distância (EaD) caracteriza-se como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. No ensino a distância também busca-se a realização de avaliação do tipo formativa, por meio de avaliações online pautadas no acompanhamento e orientação da participação dos alunos no desenvolvimento de atividades, sejam elas individuais ou em grupo (OTSUKA e ROCHA, 2002). Os ambientes virtuais de aprendizagem são considerados como uma nova tendência de avaliação online, com recursos e métodos de acompanhamento específicos a essa modalidade (GARCIA, 2013). A mesma autora destaca, ainda, que o uso de tecnologias digitais e em rede possibilita que as estratégias e metodologias de ensino sejam repensadas no contexto da prática educacional e que a avaliação formativa seja inserida nesse meio. 3961
2 Para Souza (2007) a discussão da avaliação formativa em EaD significa a compreensão das possibilidades que as tecnologias envolvidas no ensino proporcionam para a prática avaliativa. Com essa mesma ideia, Lima (2012) afirma que a avaliação formativa na EaD está associada às possibilidades que as novas tecnologias oferecem para que o professor possa acompanhar a trajetória do aluno, aperfeiçoando o processo ensino-aprendizagem. No contexto da EaD, no momento em que o professor planeja uma atividade de aprendizagem é necessário que o mesmo tenha clareza quanto aos objetivos desta atividade. Assim, deverá ter em mente o que se deseja verificar, quais comportamentos devem ser desencadeados pelos alunos envolvidos e quais habilidades e competências deverão ser desenvolvidas através da atividade proposta. Adicionalmente ao planejamento pedagógico e didático do professor, deve haver um ambiente de EaD que ofereça suporte à realização da avaliação formativa e que auxilie o professor no processo da avaliação das atividades de aprendizagem propostas. Esses fatores favorecem a obtenção de uma avaliação de caráter formativo em ambientes virtuais (OTSUKA e ROCHA, 2002). Estre trabalho adota três elementos constituintes do processo ensinoaprendizagem, objetivando analisar como estes elementos estão relacionados entre si, e como este relacionamento pode auxiliar na construção de uma proposta de avaliação formativa para a EaD. Os elementos considerados são os seguintes: Estilos de Aprendizagem, Estratégias de Ensino e Instrumentos de Avaliação. Assim, o processo de avaliação formativa deve ser levado em consideração quando da definição e aplicação de cada um destes três elementos no processo ensino-aprendizagem. E, de forma dialética, a estruturação da avaliação formativa será influenciada por cada um destes três elementos. Este trabalho é motivado pela necessidade de formar professores na EaD que considerem a avaliação nesta modalidade de ensino como parte integrante de todo processo ensino-aprendizagem, o que contribui para o sucesso do educando e possibilita o alcance dos objetivos do trabalho pedagógico. A metodologia utilizada foi a de revisão bibliográfica, sendo revisados artigos científicos e materiais teóricos com os temas avaliação, estilos de aprendizagem, estratégias de ensino e instrumentos de avaliação formativa. Professores em formação na EaD poderão usar os resultados desta pesquisa para analisar a interdependência das etapas do processo de ensino-aprendizagem e considerar a importância de a avaliação ocorrer em todo este processo. O trabalho está organizado como se segue: na Seção 2 têm-se a abordagem dos estilos de aprendizagem do autor David Kolb, considerado neste trabalho; a Seção 3 contempla conceitos acerca das estratégias de ensino; a Seção 4 descreve 2 (dois) 3962
3 instrumentos de avaliação de caráter formativo; a Seção 5 mostra o relacionamento entre estilos de aprendizagem e estratégias de ensino; a Seção 6 o relacionamento entre estratégias de ensino e instrumentos de avaliação; na Seção 7 têm-se o relacionamento entre os três elementos considerados neste trabalho: estilos de aprendizagem, estratégias de ensino e instrumentos de avaliação; e por fim, as considerações finais deste trabalho são apresentadas. 2 ESTILOS DE APRENDIZAGEM DE DAVID KOLB Segundo Kolb (1984), o estilo de aprendizagem é um estado duradouro e estável derivado das interações entre indivíduo e seu meio ambiente. Essa interação acontece quando, a partir da experiência vivida, o indivíduo percebe e processa uma informação. A partir disto, o modelo de estilo de aprendizagem desenvolvido pelo autor contém duas dimensões, que são a percepção e o processamento da informação. A informação pode ser percebida por meio de experiências concretas ou abstratas. A primeira se refere ao ouvir, falar e ver e a segunda acontece a partir de conceitos mentais. Após isso, ocorre o processamento da informação, que apresenta duas dimensões, a ativa, onde o processamento ocorre fazendo-se alguma coisa, ou reflexiva, onde o processamento ocorre pensando-se em alguma coisa. Essas duas dimensões, segundo Kolb (1984), se combinam, originando quatro estilos de aprendizagem, quais sejam: divergente, assimilativo, convergente e acomodativo. A aprendizagem eficaz requer o movimento cíclico passando pelos quatro estilos de aprendizagem, embora usualmente os estudantes prefiram um estilo em detrimento dos outros. Por isso, o autor postulou que os estudantes desenvolvem-se mais em um destes estilos (KOLB, 1984). As subseções a seguir descrevem de forma mais detalhada esses quatro estilos de aprendizagem desenvolvidos pelo autor. Estilo Divergente. Os alunos de estilo divergente têm na criatividade e na habilidade imaginativa seus pontos fortes. Recebem este nome por serem bons em situações que necessitem gerar uma grande variedade de ideias e soluções alternativas. São capazes de analisar as situações sob diferentes pontos de vistas e relacioná-las em um todo organizado. As perguntas características desse tipo de aluno são Por quê? e O que é isto?, ou seja, respondem a explicações. Alunos divergentes aprendem experimentando, criando ideias e teorias, observando. São capazes de analisar situações sob pontos de vista diferentes, relacionando-os em um todo organizado. O papel do professor nesse estilo de aprendizagem deve ser o de motivador do aprendizado (ALMEIDA, 2010). 3963
4 Estilo Convergente. Os alunos do tipo convergente são fortes na resolução de problemas, tomada de decisões e aplicação prática de ideias. Recebem este nome porque trabalham melhor em situações onde há apenas uma resposta correta ou solução a uma pergunta ou problema. As perguntas características desse tipo de aluno são Como? e O que posso fazer?, compreendendo como trabalhar na prática. Segundo Almeida (2010), os alunos desse estilo aprendem por aplicação prática de ideias e teorias e utilizam o raciocínio dedutivo para a resolução de problemas. Estilo Assimilativo. Os alunos do estilo assimilativo são fortes em criar modelos teóricos, organizando a informação de forma lógica e clara. Eles não são focados no uso prático das teorias e preferem que a informação seja entregue de maneira organizada e estruturada. Suas perguntas características são O quê?, O que há para saber? e O que isso significa?, ou seja, respondem à informação, apresentando uma organização lógica. Alunos desse estilo de aprendizagem utilizam o raciocínio indutivo, eles se preocupam pouco com a aplicação de teorias, apesar de serem hábeis para criá-las. Esses alunos são capazes de elaborar modelos teóricos e elaborar explicações simplificadas para diversas observações realizadas (ALMEIDA, 2010). Estilo Acomodativo. Os alunos do estilo acomodativo preferem o aprendizado prático a abordagens teóricas. Muitas vezes assumem riscos e são bons solucionadores de problemas de maneira intuitiva, por tentativa e erro. Destacam-se por sua flexibilidade, por compartilhar informação e trabalham muito bem em grupo. As perguntas características desse tipo de aluno são E se?, O que acontece se eu fizer isso?, Por que não?. Ou seja, respondem a aplicações do conteúdo a diferentes contextos. Eles aprendem por meio da experimentação e aplicação do conhecimento em situações novas de aprendizagem. O professor, diante desse estilo de aprendizagem, deve oferecer oportunidades para que os alunos possam descobrir coisas por eles mesmos (ALMEIDA, 2010). 3 ESTRATÉGIAS DE ENSINO Este trabalho adota o termo estratégias de ensino como sendo as abordagens que o professor poderá adotar para alcançar os objetivos de aprendizagem pretendidos. Elas se referem às abordagens instrucionais escolhidas para determinar a utilização dos métodos de ensino (KEESEE, 2011). Como estratégias de ensino têm-se a instrução direta, indireta, interativa, experiencial e independente, descritas nas subseções a seguir. 3964
5 Instrução Direta. Segundo o Glossário da Reforma da Educação - The Glossary of Education Reform (2013), a instrução direta refere-se a abordagens instrucionais que são estruturadas e lideradas pelos professores, ou seja, o professor dirige o processo de instrução ou a instrução é dirigida aos alunos, que são agentes passivos no processo de ensino. Ena (2014) afirma que a instrução direta pode ser utilizada para a introdução de outras estratégias de ensino ou atividades que envolvam os alunos na construção do conhecimento. Instrução Indireta. De acordo com Yeats (2006), a instrução indireta é qualquer método em que o aluno é um participante ativo. Em contraste com a instrução direta, a indireta é principalmente centrada nos alunos, promovendo o envolvimento dos mesmos no processo de aprendizagem, permitindo que eles observem, investiguem, façam inferências a partir de dados e formulem hipóteses, incentivando-os a se tornarem aprendizes ativos. Ena (2014) complementa afirmando que a instrução direta explora o interesse e curiosidade dos alunos, incentivando-os a gerar alternativas ou resolver problemas, envolvendo-os em pensamentos críticos. Instrução Interativa. Na instrução interativa os alunos interagem uns com os outros e com as informações e materiais estudados. Nesse modelo o professor assume o papel de organizador e facilitador. Esta instrução envolve principalmente a discussão e compartilhamento entre os alunos. Estes exploram suas capacidades sociais para organizar os seus pensamentos e desenvolver argumentos racionais. Requer as habilidades de observação, escuta e relacionamento interpessoal tanto dos alunos quanto dos professores envolvidos (ENA, 2014). Instrução Experencial. A instrução experiencial é indutiva, centrada no aluno e com atividades orientadas. Jarvis et al (1998, apud KENNY, 2008), definem a aprendizagem experiencial como o processo de criação e transformação da experiência em conhecimento, habilidades, atitudes, valores, emoções e sentidos. Consiste na formulação de planos para a aplicação do aprendizado em outros contextos, através da experiência prática. Instrução Independente. E por fim, na instrução independente os alunos interagem com o conteúdo sem o controle externo do professor, de maneira independente. Para Ena (2014), a instrução independente refere-se a uma variedade de métodos que são adotados para estimular o desenvolvimento da iniciativa individual do aluno. O foco aqui será o estudo independente sob a orientação ou supervisão do professor responsável. 3965
6 4 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Como a avaliação formativa é uma prática contínua e tem o intuito de melhorar as aprendizagens em curso, o professor deve explorar os inúmeros instrumentos deste tipo de avaliação e, posteriormente, escolher os que melhor se adequam à disciplina e ao curso que está sendo oferecido aos alunos (MENDES, 2005). Na revisão de literatura identifica-se que muitos autores utilizam os termos método e instrumento para a mesma finalidade, apresentando o mesmo significado. Portanto, neste trabalho, os dois termos serão considerados equivalentes. Os métodos de ensino são os meios ou formas que os professores usam para ensinar o conteúdo aos alunos. E que a escolha desses métodos depende do que se quer ensinar, quem se quer ensinar e a competência esperada com esse processo. De acordo com College of Southern Nevada's (2011), um método de ensino pode ser definido como o processo pelo qual ocorre a instrução, que pode ser através de palestras, discussões em classe, discussões em pequenos grupos de alunos, etc. Cada método de ensino se associa com alguma estratégia de ensino. Como exemplo, no que se refere à estratégia de instrução interativa, as interações em grupo em sala de aula, discussões e atividades de perguntas e respostas poderão ser utilizadas como métodos de ensino. Nas próximas subseções são apresentados 2 (dois) exemplos de instrumentos de avaliação formativa, com suas respectivas descrições. Nas próximas subseções são apresentados 2 (dois) exemplos de instrumentos de avaliação formativa, com suas respectivas descrições. 4.1 PROVAS ORAIS Uma prova oral é um instrumento de avaliação utilizado para fornecer ao professor evidências da capacidade dos alunos de escuta, interpretação e comunicação de ideias. Neste tipo de teste os alunos transmitem informações e implementam ideias, podendo descrever experiências pessoais, etc. Os alunos podem ser avaliados individualmente ou como parte de um grupo de discussão (SCOTTISH QUALIFICATIONS AUTHORITY, 2008). É uma forma muito eficaz de avaliação, sobretudo, quando o professor avalia um aluno de cada vez, isto porque através do diálogo com o mesmo, é possível que o professor avalie com clareza os seus conhecimentos, tanto qualitativa quanto quantitativamente. 4.2 QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA Este instrumento de avaliação consiste em questões sobre determinada disciplina ou módulo de ensino, onde o aluno terá uma opção de escolha para resposta, dentre um determinado número de alternativas. O aluno analisará todas elas, e definirá 3966
7 qual acredita que seja a resposta correta (SCOTTISH QUALIFICATIONS AUTHORITY, 2008). 5 RELACIONAMENTO ENTRE ESTILOS DE APRENDIZAGEM E ESTRATÉGIAS DE ENSINO A escolha e aplicação de estratégias de ensino devem ser direcionadas de maneira personalizada para cada estilo de aprendizagem. De fato, quando o professor assume que cada aluno possui seu próprio estilo de aprendizagem, este pode utilizar estratégias de ensino que possibilitem um aprendizado mais eficaz. Como visto anteriormente, Kolb (1984), através de seus estudos, definiu quatro estilos de aprendizagem: divergente, assimilativo, convergente e acomodativo. No relacionamento entre estilos e estratégias, proposto nesta seção, a estratégia de ensino que melhor cabe aos alunos divergentes é a Instrução Direta, pois esta permite que os alunos observem, investiguem, façam inferências a partir de dados e formulem hipóteses, visto que os alunos pertencentes a esse estilo de aprendizagem aprendem criando ideias e teorias, observando e ouvindo. Já a Instrução experiencial pode ser relacionada com o estilo de aprendizagem Convergente, que se caracteriza pela realização de experiências práticas pelos alunos, orientadas pelo professor. Isso se justifica pelo fato de que os alunos convergentes aprendem por aplicação prática de ideias e teorias, preferem tarefas técnicas e gostam de experimentar novas ideias, para simular e trabalhar com aplicações práticas. Alunos do estilo Assimilativo podem ser expostos à Instrução Indireta, pois nesta, as abordagens instrucionais são estruturadas e lideradas pelos professores, ou seja, o professor dirige o processo de instrução, através de aulas expositivas, palestras, etc. Essa relação se dá pelo fato de que alunos assimilativos levam em consideração ideias e conceitos, sendo necessária para sua aprendizagem uma boa explicação clara, pois compreendem amplamente as informações. E por fim, alunos que possuem o estilo acomodativo precisam ter oportunidades para que possam descobrir coisas por si mesmos, preferindo também o aprendizado prático. Esse estilo de aprendizagem também se relaciona com a Instrução Experiencial, já que a mesma permite que os alunos tenham experiências práticas sobre determinado conteúdo ou abordagem. De acordo com cada estilo de aprendizagem, é possível identificar uma estratégia de ensino que mais de adeque ao mesmo, porém, mais de uma estratégia pode ser aplicada a um mesmo estilo, como mostra o Quadro 1, indicando a relação entre os estilos e as possíveis estratégias a serem utilizadas na prática pedagógica. 3967
8 Quadro 1. Relação entre Estilos de Aprendizagem e Estratégias de Ensino Estilo de Aprendizagem Estratégia de Ensino Estilo Divergente Instrução Direta; Instrução Indireta; Instrução Interativa. Estilo Convergente Instrução Experiencial; Instrução Indireta. Estilo Assimilativo Instrução Indireta; Instrução Direta; Instrução Independente. Estilo Acomodativo Instrução Experiencial; Instrução Indireta; Instrução Interativa. Fonte: Elaborado pela autora, conforme pesquisa realizada. 6 RELACIONAMENTO ENTRE ESTRATÉGIAS DE ENSINO E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO FORMATIVA Essa seção apresenta a relação entre as estratégias de ensino, segundo a definição adotada neste trabalho e os instrumentos de avaliação possíveis de serem utilizados na prática pedagógica, de acordo com cada uma das estratégias de ensino. Ena (2014) recomenda atividades e instrumentos específicos a serem aplicados de acordo com cada abordagem instrucional. Com a mesma ideia, Keesee (2011) defende que para cada estratégia de ensino, determinados instrumentos e atividades avaliativas podem ser aplicados na prática pedagógica. Segundo a autora, como a estratégia direta é altamente dirigida pelo professor, os instrumentos que podem ser utilizados são palestras, questionamentos didáticos, ensino explícito e demonstrações. Na instrução indireta, centrada mais no aluno, pode-se aplicar a discussão reflexiva, atividades que envolvam a formação de conceitos, a resolução de problemas e a investigação dirigida, como estudos de caso e discussões reflexivas. A instrução interativa envolve a discussão e o compartilhamento entre os alunos, permitindo atividades interativas, incluindo discussões com todos os alunos da sala de aula, discussões em pequenos grupos ou duplas de alunos trabalhando em conjunto. A aprendizagem experiencial é também centrada no aluno, com orientação do professor. Nessa estratégia, deve-se realizar atividades que envolvem a participação ativa dos alunos, onde os mesmos ensinam uns aos outros, e descrevem o que estão fazendo, como por exemplo atividades de campo, realização de experiências, simulações, observações de campo e pesquisas. A instrução independente se caracteriza por estimular o desenvolvimento da iniciativa individual do aluno, a autoconfiança e o auto aperfeiçoamento. Envolve atividades como relatórios, atividades a serem realizadas em casa e projetos de pesquisa. Os quadros a seguir apresentam esses instrumentos e atividades, de acordo com cada estratégia de ensino. 3968
9 Quadro 2. Instrumentos e Atividades para a Instrução Direta Instrução Direta - Altamente dirigida pelo professor. - Professor garante o envolvimento do aluno através do questionamento didático. Métodos - Palestra - Ensino explícito - Questões didáticas - Demonstrações - Videoconferência - Audioconferência - Teleconferência Quadro 3. Instrumentos e Atividades para a Instrução Indireta Instrução Indireta - Principalmente centrada no aluno - O papel do professor é o de facilitador. - O professor monitora o progresso do aluno para saber quando é necessária a intervenção ou alguma outra abordagem. Métodos - Solução de problemas - Estudos de caso - Discussão reflexiva - Atividades de pensamento crítico - Chat - Questionários - Questões do tipo verdadeiro-falso - Questões de múltipla escolha - Questões estruturadas - Redação Quadro 4. Instrumentos e Atividades para a Instrução Interativa Instrução Interativa - Centrada no aluno. - O professor orienta habilidades e estratégias a grupos de alunos. Métodos - Debates - Trabalhos em grupo - Discussões - Entrevistas - Grupos de laboratório - Atividades que envolvam solução de problemas - Grupos de aprendizagem cooperativa - Videoconferência - Chat - Painel integrado - Seminário - Conferências - Simpósio - Estudo de caso - Fóruns de discussão Quadro 5. Instrumentos e Atividades para a Instrução Experiencial Instrução Experiencial - Centrada no aluno - O professor pode projeto a ordem e as etapas do processo. Métodos - Simulações - Dramatizações - Jogos - Exercícios práticos Quadro 6. Instrumentos e Atividades para a Instrução Independente Instrução Independente - Centrada no aluno. - O professor orienta ou supervisiona os alunos no estudo independente. Métodos - Aprendizagem online e através de jornais e outros materiais - Diário reflexivo - Portfólio 3969
10 - Relatório escrito - Questões do tipo verdadeiro-falso - Questões de múltipla escolha - Questões estruturadas - Redação - Estudo de caso 7 RELACIONAMENTO ENTRE ESTILOS DE APRENDIZAGEM, ESTRATÉGIAS DE ENSINO E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Como discutido até o momento, para cada estilo de aprendizagem, há estratégias de ensino adequadas a cada um dos mesmos, e, por conseguinte, há instrumentos de avaliação sugeridos considerando-se os elementos estilos de aprendizagem e estratégias de ensino. O Diagrama 1 apresenta a relação entre estes três elementos considerados neste trabalho. Diagrama 1. Relacionamento entre Estilos de Aprendizagem, Estratégias de Ensino e Instrumentos de Avaliação. Fonte: Elaborado pela autora, conforme pesquisa realizada. CONSIDERAÇÕES FINAIS 3970
11 Atualmente, é frequente a prática de métodos de avaliação que têm como principal objetivo atribuir notas a conhecimentos que o aluno tenha adquirido. Este método é centrado no professor, e dificulta que o aluno faça parte de seu próprio processo de aprendizagem de forma integral, além de dificultar adequações e ajustes na pedagogia e didática utilizadas pelo professor. Considerando uma forma holística de analisar o processo educacional, podese concluir que todas as etapas de tal processo devem ser elaboradas e aplicadas de maneira integrada e dialética, tendo como base estilos de aprendizagem previamente identificados, estratégias de ensino definidas e a escolha de instrumentos de avaliação formativa adequados. Neste processo de integração a avaliação deve ser considerada de maneira contínua, sendo a prática da avaliação formativa adequada para que isso aconteça. Neste trabalho foi proposto um alinhamento e relacionamento do processo de avaliação formativa com os estilos de aprendizagem, estratégias de ensino instrumentos de avaliação formativa. Esses três elementos se relacionam entre si, e essa relação influencia a estruturação da avaliação formativa, já que os estilos de aprendizagem auxiliam na definição das estratégias de ensino, que por sua vez auxiliam na definição dos instrumentos de avaliação a serem aplicados no processo de ensino. Este relacionamento pode ser utilizado para auxiliar professores em formação na EaD para a definição de uma prática de avaliação formativa nessa modalidade de ensino. Outras pesquisas poderão ser realizadas para resultar em estudos mais aprofundados sobre a relação existente entre os três elementos citados neste trabalho: estilos de aprendizagem, estratégias de ensino e instrumentos de avaliação formativa, apresentando de forma mais investigativa, como esses elementos se relacionam entre si e favorecem o processo ensino-aprendizagem. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Karine R. Descrição e Análise de Diferentes Estilos de Aprendizagem. Revista Interlocução, Belo Horizonte, v. 3, n. 3, p , out College of Southern Nevada's. Different Instructional Methods, Disponível em: < Acesso em: 02 mai ENA Emergency Nurses Association. Presenter s Guide for Instructional Strategies and Teaching Methods, GARCIA, Rosineide P. M. Avaliação da Aprendizagem na Educação a Distância na Perspectiva Comunicacional. Editora UFRB: Bahia, p. 3971
12 KEESEE, Gayla S. Instructional Approaches. Teaching and Learning Resources Disponível em: < %20Approaches>. Acesso em: 03 abr KENNY, Natasha. Experiential Learning. Centre for Open Learning and Educational Support. University of Guelpy. Spring, KOLB, D.A Experiential Learning. Prentice-Hall Inc., New Jersey. LIMA, Carla C. Avaliação Formativa na EAD: O Curso de Capacitação para Formação de Tutores. Simpósio Internacional de Educação a Distância / Encontro de Pesquisadores em Educação a Distância. Universidade Federal de São Carlos, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Decreto Lei nº de 19 de fevereiro de Regulamenta o art. 80 da Lei n o 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: < Acesso em: 18 jun OTSUKA, Joice L.; ROCHA, Heloísa V. Avaliação Formativa em Ambientes de EAD. Instituto de Informática Universidade Estadual de Campinas, SCOTTISH QUALIFICATIONS AUTHORITY. Guide to Assessment. 2008, p Disponível em: < Acesso em: 30 dez SOUZA, Elmara P. Avaliação Formativa em Educação a Distância. Núcleo de Tecnologia Educacional, Bahia, The Glossary Of Education Reform. Direction Instruction. Great Schools Partnership, YEATS, W. B. Teaching for Success: Methods and Models, p ,
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