REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E CARTOGRÁFICA DA TAXA DE ANALFABETISMO NA CIDADE DE UBERLÂNDIA-MG
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1 Arthur Alexandre do Nascimento Carvalho Universidade Federal de Uberlândia - arthurcarvalho90@hotmail.com Antonio Marcos Machado de Oliveira Universidade Federal de Uberlândia taba@ig.ufu.br REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E CARTOGRÁFICA DA TAXA DE ANALFABETISMO NA CIDADE DE UBERLÂNDIA-MG INTRODUÇÃO As informações apresentadas por meio de tabelas apresentam grande potencial analítico; porém, é possível potencializar a interpretação dessas informações, dando a elas, inclusive, uma dinâmica espacial, através da elaboração de gráficos e mapas. Os Gráficos e os mapas são instrumentos de análise e de reflexão dos fenômenos reais. A construção deles implica métodos de representação de comunicação visual, que buscam representar da melhor maneira possível às informações dos fatos. Essas representações da realidade são conseguidas através de levantamentos estatísticos, que tem por base a coleta de dados, devendo levar em conta escalas local, regional, nacional e mundial, dependendo da problemática em questão. Conforme MARTINELLI (1998, p.7) [...] ao pretendermos elaborar gráficos e mapas, devemos nos conscientizar de estar trabalhando no domínio da representação gráfica, e para tanto se faz necessário, como em toda comunicação visual, aprender a ver. Os gráficos e mapas aqui produzidos serão úteis, conforme Martinelli (1998, p.12), na medida em que se revelam como instrumentos de reflexão e de descoberta dos reais propósitos da informação, podendo assim ser um guia do discurso e não simplesmente ilustrações. Neste trabalho, a variável taxa de analfabetismo foi escolhida para a elaboração das representações gráficas e cartográficas da cidade de Uberlândia. Para isto, entende-se por alfabetização como o processo de obtenção do código escrito, das habilidades de leitura e da escrita. Este trabalho tem como finalidade elaborar representações gráficas e cartográficas a partir dos dados referentes à alfabetização da população, por bairros, da cidade de Uberlândia, MG. Tais representações deverão potencializar a interpretação das informações, servindo de subsídios 1
2 para o desenvolvimento de pesquisas voltadas para análise sócio-espacial da cidade, além de estabelecer relações entre as informações obtidas, favorecendo uma melhor compreensão da distribuição espacial na cidade. METODOLOGIA A metodologia utilizada segue as seguintes etapas: 1) coleta de dados fornecida pelo Banco de Dados Integrados BDI - da prefeitura de Uberlândia sobre alfabetização por bairros e, depois, a documentação cartográfica que serve de base para as representações cartográficas elaboradas no SIG ArcView e no Corel Draw. Em seguida, os dados coletados foram reorganizados na planilha do programa Excel resultando em um novo banco de dados, estabelecendo classes por ciclo de ensino e, logo depois, é dado um tratamento estatístico. Para o tratamento estatístico foi calculado as medidas de tendência central (média aritmética, mediana e moda), uma das separatrizes (quartis), e as medidas de dispersão (variância, desvio-padrão e coeficiente de variação). Após isso, foi realizado o tratamento gráfico dos dados e a elaboração dos mapas. Este tratamento busca sempre simplificar os dados sem destruí-los, facilitando a interpretação. Para as representações cartográficas são utilizados os mapas básicos da área urbana divida por Bairros, e a elaboração dos mapas é feita no Sistema de Informações Geográficas (SIG) ArcView, e depois é dado um acabamento aos gráficos e mapas utilizando o software Corel Draw x4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Uberlândia: Seguem abaixo as elaborações cartográficas e gráficas da taxa de analfabetismo em 2
3 SETOR CENTRAL 3
4 SETOR CENTRAL 4
5 SETOR LESTE 5
6 SETOR NORTE 6
7 7
8 SETOR OESTE 8
9 SETOR SUL ¹Bairro não censeado 9
10 ²Bairro sem especificação Obs.: Dados sem especificação: São dados coletados dos bairros não integrados no período do Censo/2000/IBGE, registrados e divulgados como sem especificação. 10
11 Como resultado preliminar, a partir da análise dos dados estatísticos e das representações gráficas e cartográficas sobre a alfabetização na cidade de Uberlândia, percebe-se que há uma maior taxa de analfabetismo nos bairros periféricos. A menor taxa de alfabetismo se encontra no Setor Oeste e a maior no Setor Central da cidade. No Setor Central, pode-se destacar o bairro Osvaldo Rezende com a maior população alfabetizada, e o bairro-centro com a grande população idosa (acima de 60 anos) alfabetizada. No Setor Leste, destaca-se, com taxa maior de alfabetização, o bairro Santa Mônica englobando a população na faixa de 18 a 59 anos, se comparada aos demais bairros do setor. O Setor Norte é marcado pelo bairro Presidente Roosevelt que possui uma grande presença de idosos. Já no Setor Oeste, destaca-se a menor quantidade de idosos alfabetizados. No Setor Sul, destacam-se o bairro São Jorge e Laranjeiras com o grande número de crianças alfabetizadas, e, o bairro Saraiva com a grande quantidade de idosos alfabetizados em relação às demais faixas etárias. CONSIDERAÇÕES FINAIS As informações apresentadas por meio de tabelas apresentam grande potencial analítico, porém, é possível potencializar a interpretação dessas informações, dando a elas, inclusive, uma dinâmica espacial, através da elaboração de gráficos e mapas. Os gráficos e mapas produzidos são úteis, conforme Martinelli (1998, p.12), na medida em que se revelam como instrumentos de reflexão e de descoberta dos reais propósitos da informação, sendo, pois, guia de discurso e não simplesmente ilustrações. De acordo com Ramos e Sanches (2000, p.50), o documento cartográfico pode apontar fenômenos, tendências, hipóteses, invisíveis em apenas uma tabela de dados. O mapa sintetiza várias paginas de texto; não se restringe a apenas uma ilustração é um instrumento de análise. A relevância deste trabalho está no seu propósito de aumentar o poder analítico das informações contidas no banco de dados o que, consequentemente, resulta numa ampliação do conhecimento sobre o tema abordado. E quanto maior o conhecimento, maiores são as possibilidades para se resolverem os problemas. O ganho aqui é dos analíticos que promovem as políticas públicas, nesse caso voltadas para o planejamento municipal, pois, 11
12 passam a ter uma nova dimensão a respeito da situação em questão e, principalmente, da sociedade que espera por medidas mitigadoras para seus problemas. Além disso, os mapas temáticos produzidos servirão de subsídios ao desenvolvimento de pesquisas voltadas para a análise da dinâmica sócio-espacial da cidade e do município de Uberlândia, além de poderem atender a uma parte da demanda por materiais didáticos cartográficos referentes aos temas que tratem dos aspectos populacionais do espaço local. Com o intuito de contribuir efetivamente para o realce das informações elencadas pretende-se nortear a produção de gráficos e mapas a partir do tratamento estatístico dos dados, baseando-se nos princípios da semiologia gráfica, pois, segundo Bertin e Gimeno (1982, p.39) a semiologia gráfica aplicada à cartografia permite a descoberta das diferentes utilidades do mapa e a realização do tratamento dos dados como simplificação dos mapas complexos, construção de mapas temáticos, utilização de coleção de mapas e de matrizes cartográficas. Ainda, segundo Bertin (1986, p.01) [...] não é suficiente possuir os dados, ter as estatísticas, para tomar uma decisão. Os dados não fornecem a informação necessária para a decisão. É necessário ver as relações que o conjunto de dados estabelece. A informação útil para a decisão é dada pelas relações de conjunto. Isso significa que as representações gráficas e cartográficas não são simplesmente confeccionadas como imagens ilustrativas dos dados contidos em tabelas, mas necessita de um tratamento estatístico das informações para as quais foram produzidas. REFERÊNCIAS BERTIN, J. A Neográfica e o tratamento da Informação. Ed. da UFPR, Curitiba, BERTIN, Jacques; GIMENO, Roberto. A lição de Cartografia na escola elementar. Boletim Goiano de Geografia, Goiânia, 2(1):35-36, jan/jun MARTINELLI, M. Gráficos e mapas: construa-os você mesmo. São Paulo: Moderna,
13 RAMOS, C. S.; SANCHEZ, M.C. Estudo metodológico de classificação de dados para cartografia temática. Geografia, Rio Claro, vol.25(2): 23-52, agosto
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