5º CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE QUÍMICA 3º Encontro Norte-Nordeste de Ensino de Química 08 a 12 de abril de 2013, em Natal (Campus da UFRN)
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- Marisa Almeida de Lacerda
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1 5º CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE QUÍMICA 3º Encontro Norte-Nordeste de Ensino de Química 08 a 12 de abril de 2013, em Natal (Campus da UFRN) Compostos voláteis presentes em própolis de Apis mellifera coletada na Região Nordeste do Estado do Pará OLIVEIRA 1, M. S.; OLIVEIRA 1, H. A.; ANDRADE 2, E. H. de A.; SOUZA- FILHO 3, A. P. da S.; VENTURIERI 3, G. C.; GUILHON 2, G. M. S. VASCONCELOS 3, M. A. M. 1 Aluno de Iniciação Científica na Universidade Federal do Pará 2 Pesquisador na Universidade Federal do Pará 3 Pesquisador na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária RESUMO São poucos ainda os estudos com a fração volátil de própolis da região Nordeste do Estado do Pará, entretanto a potencialidade desse material deve ser investigada. Com a caracterização da fração volátil de uma amostra de própolis do nordeste paraense foi possível identificar 97% dos seus constituintes voláteis, onde a classe compostos químicos predominantes são os hidrocarbonetos sesquiterpênicos. Palavras chave: Própolis, Apis mellifera, Voláteis. INTRODUÇÃO São poucos ainda os estudos com a fração volátil de própolis da região Nordeste do Estado do Pará, entretanto a potencialidade desse material deve ser investigada. Nogueira Neto (1997) define própolis como o material constituído basicamente pelas resinas vegetais geralmente coletadas pelas abelhas nas plantas lenhosas feridas e trazidas para as colmeias. Quando trabalhado pelas abelhas nos seus ninhos, seja numa forma pura, ou seja, misturada com um pouco de cera, essa substância deve ser chamada própolis puro ou misto. Na química do aroma, há duas propriedades sensoriais
2 importantes para o odor percebido: intensidade (fraco, moderado ou intenso) e qualidade (floral, frutal, madeiroso, verde, amargo, etc). O aroma frutal é característico das frutas em geral, não estando diretamente associado a uma ou outra fruta específica, e as notas de aroma mais típicas e intensas estão normalmente associadas a ésteres de 3 a 8 átomos de carbono 26. (LOPES, 1999). Análises da fração volátil utilizando espectrometria de massas é uma poderosa ferramenta para a compreensão da sua composição. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar a fração volátil da própolis obtida na Região Nordeste do Estado do Pará. METODOLOGIA MATERIAL A própolis A amostra de própolis foi coletada em apiário da Região Nordeste do estado do Pará no período de A amostra coletada foi transportada em caixa de isopor com gelo e embalada em saco plástico pra evitar possível contaminação. Após a chegada ao Laboratório de Agroindústria da Embrapa Amazônia Oriental o material foi armazenado sob-refrigeração até o momento da análise. As extrações e análises cromatográficas foram conduzidas no Laboratório de Química de Produtos Naturais da Universidade Federal do Pará. MÉTODOS Obtenção de aroma: O material obtido foi submetida à hidrodestilação-extração simultânea, usando um extrator tipo Nickerson & Likens da Chrompack, utilizando o n- pentano (2 ml) como solvente. O sistema foi acoplado a um refrigerador para manutenção da água de condensação em temperatura entre 5-10º C, durante 2 horas. Análise quantitativa:
3 Utilizou-se um cromatógrafo de fase gasosa com detector de ionização de chama (CG-DIC) da marca Thermo (Focus), equipado com coluna capilar de sílica fundida (30 m x 0,25 mm D.I.) com fase estacionária DB5-ms (0,25 m de espessura do filme); gás de arraste nitrogênio, ajustado para fornecer uma velocidade linear de 32 cm/s, (medidos a 150 C); temperaturas do injetor e detector 250 o C; tipo de injeção: sem divisão de fluxo, 1,0 L do concentrado pentânico; temperatura do forno programada para ºC (3 ºC/min). Análise qualitativa: Utilizou-se cromatógrafo de fase gasosa (Focus) acoplado a um espectrômetro de massas (CG-EM) Thermo, modelo DSQII equipado com coluna capilar de sílica fundida (30m x 0,25mm D.I.) com fase estacionária DB5-ms (0,25 m de espessura do filme); gás de arraste hélio, ajustado para fornecer uma velocidade linear de 32 cm/s, (medidos a 100 C); temperatura do injetor 240 o C; temperatura da fonte de íons e outras partes 200 o C; tipo de injeção: sem divisão de fluxo, 0,1 L do concentrado pentânico; temperatura programada para º C (3º C/min). O filtro do quadrupolo varreu a faixa de 39 a 500 daltons a cada segundo. A ionização foi obtida pela técnica de impacto eletrônico, com energia de 70 ev. Identificação dos constituintes químicos: Cada constituinte químico foi identificado através da comparação de seu espectro de massas (massa molecular e o padrão de fragmentação) com espectros existentes na literatura (ADAMS, 2007), com espectros avaliados pelo banco de dados (Willey, NIST) do equipamento e, também pela comparação do índice de retenção com aqueles da literatura. Os índices de retenção foram determinados através de uma equação que relaciona o tempo de retenção dos compostos ao tempo de retenção de uma série de hidrocarbonetos homólogos, foi utilizada uma curva de calibração de uma série de n-alcanos (C 8 -C 24 ) injetados nas mesmas condições cromatográficas das amostras.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 01. O cromatograma da análise quantitativa pode ser observado na figura A figura 01 Cromatograma da amostra de própolis Na tabela 01 são apresentados os compostos identificados em própolis de Apis mellifera coletado na Região Nordeste do Estado do Pará. IR Constituintes % 1182 Naftaleno 4, copaeno 8, Cipereno 12, cariofileno 11, trans- -bergamoteno 1, (e)- β-farneseno 6, γ- gurjuneno 5,0
5 1483 -selineno 9, selineno 9, bisaboleno 2, δ-cadineno 5,4 Tabela 01 Principais compostos identificados em própolis de Apis mellifera coletado na Região Nordeste do Estado do Pará. Torres (2008) em seu trabalho mostra que análise dos espectros de massas obtidos por meio da técnica de CG-EM associada à comparação dos índices de Kováts calculados experimentalmente com os disponíveis na literatura permitiu identificar 91% compostos voláteis de própolis e no presente trabalho foi possível identificar 97% dos constituintes voláteis, entre eles hidrocarbonetos monoterpênicos, hidorcarbonetos sesquiterpênicos, e hidrocarbonetos aromáticos como o Naftaleno. A figura 02 mostra em duas dimensões as fórmulas estruturais do Cipereno e -Cariofileno os compostos encontrados em maior concentração Cipireno -cariofileno FIGURA 02. Fórmulas estruturais dos compostos Cipreno e β-cariofileno. Alguns óleos essenciais não possuem atividade antioxidante em quantidades significativas, mas quando o óleo possui o β-cariofileno que faz parte da classe dos compostos fenólicos, o mesmo tem seu potencial antioxidante aumentado através do efeito sinérgico. (ALCANTARA, 2010). CONCLUSÃO Foram identificados 97 % dos compostos voláteis da amostra de própolis obtida no Nordeste Paraense, entre os quais se destacam os
6 compostos com maior concentração. Os principais compostos identificados são cipereno (12,6%), -cariofileno (11,8%), e o -selineno (9,9%). Os hidrocarbonetos sesquiterpênicos é a classe de compostos químicos voláteis predominantes nesta amostra de própolis da região nordeste do estado do Pará. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAMS, R.P., Identification of Essential Oil Components by Gas Chromatography/Mass Spectrometry. Allured Publishing Corporation, Carol Stream, IL ALCANTARA, Joelma Moreira et al. Composição química de óleos essenciais de espécies de Aniba e Licaria e suas atividades antioxidante e antiagregante plaquetária. Química Nova, São Paulo, v. 33, n. 1, LOPES, Diógenes C. et al. Principais substâncias responsáveis pelo aroma de mangas comerciais brasileiras identificadas por cromatografia gasosa de alta resolução/olfatometria/espectrometria de massas. Química Nova. São Paulo, v. 22, n. 1, Feb NOGUEIRA NETO, P. Vida e criação de abelhas indígenas sem ferrão. Editora Nogueirapis. São Paulo. 445 p TORRES, Raimundo Nonato Soares et al. Constituintes voláteis de própolis piauiense. Química Nova. São Paulo, v. 31, n. 3, 2008.
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