Projeto. Colégio Cenecista Dr. José Ferreira 1 o ano Ensino Fundamental Nome:
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- Nelson Aires Ferretti
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1 Projeto Colégio Cenecista Dr. José Ferreira 1 o ano Ensino Fundamental Nome:
2 A BONECA Deixando a bola e a peteca, Com que inda há pouco brincavam, Por causa de uma boneca, Duas meninas brigavam. Dizia a primeira: É minha! É minha! a outra gritava; E nenhuma se continha, Nem a boneca largava. Quem mais sofria (coitada!) Era a boneca. Já tinha Toda a roupa estraçalhada, E amarrotada a carinha. Tanto puxaram por ela, Que a pobre rasgou-se ao meio, Perdendo a estopa amarela Que lhe formava o recheio. E, ao fim de tanta fadiga, Voltando à bola e a peteca, Ambas, por causa da briga, Ficaram sem a boneca... Tarsila do Amaral. A boneca, Disponível em: < -boneca>. Olavo Bilac
3 TREM DE FERRO Café com pão Café com pão Café com pão Virge Maria que foi isso maquinista? Agora sim Café com pão Agora sim Voa, fumaça Corre, cerca Ai seu foguista Bota fogo Na fornalha Que eu preciso Muita força Muita força Muita força (trem de ferro, trem de ferro) Oô... Foge, bicho Foge, povo Passa ponte Passa poste Passa pasto Passa boi Passa boiada
4 Passa galho Da ingazeira Debruçada No riacho Que vontade De cantar! Oô... (café com pão é muito bom) Quando me prendero No canaviá Cada pé de cana Era um oficiá Oô... Menina bonita Do vestido verde Me dá tua boca Pra matar minha sede Oô... Vou mimbora vou mimbora Não gosto daqui Nasci no sertão Sou de Ouricuri Oô... Vou depressa Vou correndo Vou na toda Que só levo Pouca gente Pouca gente Pouca gente... (trem de ferro, trem de ferro) Manuel Bandeira Tarsila do Amaral. A Gare, Disponível em: <
5 MINHA CIDADE Goiás, minha cidade... Eu sou aquela amorosa de tuas ruas estreitas, curtas, indecisas, entrando, saindo umas das outras. Eu sou aquela menina feia da ponte da Lapa. Eu sou Aninha. Eu sou aquela mulher que ficou velha, esquecida, nos teus larguinhos e nos teus becos tristes, contando estórias, fazendo adivinhação. Cantando teu passado. Cantando teu futuro. Eu vivo nas tuas igrejas e sobrados e telhados e paredes. Eu sou aquele teu velho muro verde de avencas onde se debruça um antigo jasmineiro, cheiroso na ruinha pobre e suja. Eu sou estas casas encostadas cochichando umas com as outras.
6 Eu sou a ramada dessas árvores, sem nome e sem valia, sem flores e sem frutos, de que gostam a gente cansada e os pássaros vadios. Eu sou o caule dessas trepadeiras sem classe, nascidas na frincha das pedras: Bravias. Renitentes. Indomáveis. Cortadas. Maltratadas. Pisadas. E renascendo. Eu sou a dureza desses morros, revestidos, enflorados, lascados a machado, lanhados, lacerados. Queimados pelo fogo. Pastados. Calcinados e renascidos. Minha vida, meus sentidos, minha estética, todas as vibrações da minha sensibilidade de mulher, têm, aqui, suas raízes. Eu sou a menina feia da ponte da Lapa. Eu sou Aninha. Cora Coralina Tarsila do Amaral. Cidade (A rua), Disponível em: <
7 SAPO-CURURU Sapo-cururu Da beira do rio. Oh que sapo gordo! Oh que sapo feio! Sapo-cururu Da beira do rio. Quando o sapo coaxa, Povaléu tem frio. Que sapo mais danado, Ó maninha, ó maninha! Sapo-cururu é o bicho Pra comer de sobreposse. Sapo-cururu Da barriga inchada. Vote! Brinca com ele... Sapo-cururu é senador da República. Manuel Bandeira Tarsila do Amaral. O sapo, Disponível em: <
8 A CUCA A Cuca jogou um coco na cabeça do caçador. O moço viu, se abaixou e o coco caiu no focinho de um zangado porco-espinho. E a confusão começou. A Cuca fugia e o porco alcançava. A Cuca escondia e o porco encontrava. E só quando a noite chegou o corre-corre acabou. RESENDE, Lenise M. Brasileiros. São Paulo: All Print, Tarsila do Amaral. A cuca, Disponível em: <
9 FUTEBOL Futebol se joga no estádio? Futebol se joga na praia, futebol se joga na rua, futebol se joga na alma. A bola é a mesma: forma sacra para craques e pernas-de-pau. Mesma a volúpia de chutar na delirante copa-mundo ou no árido espaço do morro. São voos de estátuas súbitas, desenhos feéricos, bailados de pés e troncos entrançados. Instantes lúdicos: flutua o jogador, gravado no ar afinal, o corpo triunfante da triste lei da gravidade. Carlos Drummond de Andrade Cândido Portinari. Futebol. Disponível em: <
10 A BANDA Estava à toa na vida, o meu amor me chamou Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor A minha gente sofrida, despediu-se da dor Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor O homem sério que contava dinheiro, parou O faroleiro que contava vantagens, parou A namorada que contava as estrelas, Parou para ver, ouvir e dar passagem A moça triste que vivia calada, sorriu A rosa triste que vivia fechada, se abriu A meninada toda se assanhou Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou A moça feia debruçou na janela Pensando que a banda tocava pra ela A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu A lua cheia que vivia escondida, surgiu Minha cidade toda se enfeitou Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor Mas para meu desencanto, o que era doce acabou Tudo tomou seu lugar, depois que a banda passou E cada qual no seu canto, em cada canto uma dor Depois da banda passar, cantando coisas de amor Chico Buarque
11 Cândido Portinari. A banda de músicos. Disponível em: < a banda de musicos(portinari)>.
12 O PERU Glu! Glu! Glu! Abram alas pro Peru! O Peru foi a passeio Pensando que era pavão Tico-tico riu-se tanto Que morreu de congestão. O Peru dança de roda Numa roda de carvão Quando acaba fica tonto De quase cair no chão. O Peru se viu um dia Nas águas do ribeirão Foi-se olhando foi dizendo Que beleza de pavão! Cândido Portinari. Peru. Disponível em: < - candido portinari-peru->. Glu! Glu! Glu! Abram alas pro Peru! Vinicius de Moraes
13 AS BORBOLETAS Brancas Azuis Amarelas E pretas Brincam Na luz As belas Borboletas. Borboletas brancas São alegres e francas. Borboletas azuis Gostam muito de luz. As amarelinhas São tão bonitinhas! E as pretas, então... Oh, que escuridão! Vinícius de Moraes - Arca de Noé. 14ª edição. Romero Britto. Borboleta. Disponível em: <elshadayart.wix.com-romero brito>.
14 O MENINO E A PIPA A pipa que o menino maluquinho soltava era a mais maluca de todas rabeava lá no céu rodopiava adoidado caía de ponta-cabeça dava tranco e cabeçada e sua linha cortava mais que o afiado cerol. Cândido Portinari. Soltando pipa. Disponível em: < E a pipa quem fazia era mesmo o menininho pois ele havia aprendido a amarrar linha e taquara a colar papel de seda e a fazer com polvilho o grude para colar a pipa triangular como o papai lhe ensinara do jeito que havia aprendido com o pai e o pai do pai do papai. Cândido Portinari. Soltando papagaios. Disponível em: < Portinari_Soltando_Papagaios >. PINTO, Ziraldo Alves. Menino Maluquinho. São Paulo: Melhoramentos, 2000.
15 MARINHEIRO DO BARCO A VAPOR Eu sou o marinheiro Do meu barco de vapor Lá vou eu... As águas vão passando Eu vou vendo o meu amor Lá vou eu... Bia Bedran Tarsila do Amaral. O porto. Disponível em: <
16 AGORA É COM VOCÊ! 1) Volte ao poema de Olavo Bilac A boneca, encontre os nomes de brinquedos e escreva-os a seguir. 2) O poema de Cora Coralina fala de quê? 3) Veja a imagem a seguir. Faça, nessa cena, o desenho do sapo-cururu descrito por Manuel Bandeira em seu poema.
17 4) Lenise M. Resende escreveu seu poema contando algumas estripulias de quem? 5) Candido Portinari retratou em suas telas algumas passagens do dia a dia em sua cidade, Brodóski (SP). Escreva, a seguir, o nome da tela que ilustra o poema Futebol de Carlos Drummond de Andrade. 6) Escolha uma estrofe da música, A banda, de Chico Buarque de Holanda, e retrate-a através de um desenho.
18 7) Na obra Arca de Noé, o poeta e compositor Vinicius de Moraes falou de alguns animais. A tela de Candido Portinari retrata qual animal descrito no poema O peru? 8) Veja este desenho de uma borboleta. Cecília Meireles disse, em seu poema, que elas eram brancas, amarelas, azuis e pretas. E a sua borboleta? Que cores ela possui? Faça como Romero Brito e enfeite-a.
19 9) Quem escreveu o poema O menino e a pipa e qual pintor ilustrou-o com suas telas? 10) A música Marinheiro do barco a vapor, de Bia Bedran, diz que seu barco era de vapor. Quem o marinheiro vai ver? 11) Ilustre o poema de Manuel Bandeira Trem de ferro.
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