NOITE DE AUTÓGRAFOS Ivan Ângelo
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- Mirella Figueira Clementino
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1 Questão 01 NOITE DE AUTÓGRAFOS Ivan Ângelo A leitora, vistosa, usando óculos escuros num ambiente em que não eram necessários, se posta diante do autor sentado do outro lado da mesa de autógrafos e estende-lhe o livro, junto com uma pergunta: - O que é crônica? O escritor considera responder com a célebre tirada de Rubem Braga, se não é aguda, é crônica, mas se contém, temendo que ela não goste da brincadeira. (...) Responde com aquele jeito de quem falou disso algumas vezes: - É um texto de escritor, necessariamente de escritor, não de jornalista, que a imprensa usa para pôr um pouco de lirismo, de leveza e de emoção no meio daquelas páginas e páginas de dados objetivos, informações, gráficos, notícias... É coisa efêmera: jornal dura um dia, revista dura uma semana. Já se prepara para escrever a dedicatória e ela volta a perguntar: - E o livro de crônicas, então? Ele olha a fila, constrangido. Escreve algo brevíssimo, assina e devolve o livro à leitora (...). Ela recebe o volume e não se vai, esperando a resposta. Ele abrevia, irônico: - É a crônica tentando escapar da reciclagem do papel. Ela fica com ambição de estante, pretensiosa, quer status literário. Ou então pretensioso é o autor, que acha que ela merece ser salva e promovida. (...) - Mais respeito. A crônica é a nossa última reserva de estilo. (Veja São Paulo, São Paulo, 25/07/2012, p. 170.) efêmero: de pouca duração; passageiro, transitório. A certa altura do diálogo, a leitora pergunta ao escritor que dava autógrafos: - E o livro de crônicas, então? a) A pergunta da leitora incide sobre uma das características do gênero crônica mencionadas pelo escritor. Explique que característica é esta. b) Explique o funcionamento da palavra então na pergunta em questão, considerando o sentido que esta pergunta expressa. a) A característica mencionada é a típica abordagem de fatos cotidianos como base para o gênero crônica. Por ser um gênero tipicamente veiculado no meio jornalístico, a crônica transforma os acontecimentos em narrativas (como visto em É um texto de escritor, necessariamente de escritor, não de jornalista, que a imprensa usa para pôr um pouco de lirismo, de leveza e de emoção no meio daquelas páginas e páginas de dados objetivos, informações, gráficos, notícias... ). A pergunta sobre o livro ainda leva em conta a aparente efemeridade que a temática da crônica pode possuir, por retratar o cotidiano. Como disse Ivan Ângelo, o livro é uma tentativa de torná-la atemporal, sem mais estar tão presa à efemeridade da notícia jornalística. b) A palavra então está sendo empregada para enfatizar e retomar a estrutura de perguntas que ela vem utilizando. Inicialmente, a leitora pergunta O que é crônica? e em seguida E o livro de crônicas, então?, ou seja, pergunta o que é um livro de crônicas e, indiretamente, para que serve. Como se a pergunta fosse E o livro de crônicas, o que é?.
2 Questão 02 A experiência que comprovou a existência da partícula conhecida como bóson de Higgs teve ampla repercussão na imprensa de todo o mundo, pelo papel fundamental que tal partícula teria no funcionamento do universo. Leia o comentário abaixo, retirado de um texto jornalístico, e responda às questões propostas. Por alguma razão, em língua portuguesa convencionou-se traduzir o apelido do bóson como partícula de Deus e não partícula Deus, que seria a forma correta. (Folha de São Paulo, São Paulo, 05/07/2012, Caderno Ciência, p. 10.) a) Explique a diferença sintática que se pode identificar entre as duas expressões mencionadas no trecho reproduzido: partícula de Deus e partícula Deus. b) Explique a diferença de sentido entre uma e outra expressão em português. a) Na primeira expressão, de Deus serve como um Adjunto Adnominal de partícula, sendo uma locução adjetiva que dá uma característica a essa partícula e indica uma relação de posse. Já na segunda expressão, também temos Deus como um Aposto de partícula, pois está a nomeando, não apenas caracterizando-a ou demonstrando relação de posse. b) A expressão partícula de Deus denota que essa partícula que pertence a Deus, que tem relação com Deus. A segunda forma (partícula Deus) está nomeando a partícula, uma vez que tem um papel fundamental no funcionamento do universo, relacionando-a com Deus.
3 Questão 03 Reproduzimos abaixo a chamada de capa e a notícia publicadas em um jornal brasileiro que apresenta um estilo mais informal. a) Retire dos textos duas marcas que caracterizariam a informalidade pretendida pela publicação, explicitando de que tipo elas são (sintáticas, morfológicas, fonológicas ou lexicais, isto é, de vocabulário). b) Pode-se afirmar que certas expressões empregadas no texto, como tá e botar, se diferenciam de outras, como galera e grana, quanto ao modo como funcionam na sociedade brasileira. Explique que diferença é essa. a) Os textos do jornal Já possuem várias marcas de linguagem coloquial. No primeiro, podemos destacar várias marcas lexicais, como o uso de expressões idiomáticas ( pendurar as chuteiras ) e palavras ( quebre para se referir aos sérios prejuízos do INSS). Existe até uma que fica entre a lexical e morfológica, a expressão vovozada, que utiliza o sufixo -ada para se referir a um grupo de avós (como em garotada ). No segundo, existem também marcas lexicais (como o uso do verbo trampar no lugar de trabalhar). Pode-se destacar também uma marca fonética em o brasileiro tá vivendo, representando a fala do verbo estar e uma sintática também Quem quiser se aposentar antes, pode, trecho no qual o sujeito e verbo estão separados por vírgula, uso não aceito pela norma padrão da linguagem. b) A diferença está na aceitação das expressões em diferentes contextos. Tá e botar, por mais que representem uma coloquialidade, são mais generalizadas na fala de diferentes camadas da sociedade (principalmente pela primeira ser a redução de está, amplamente usada). Já galera e grana são variações lexicais extremamente informais, dificilmente aceitas num discurso formal.
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5 Questão 04 Leia a propaganda (adaptada) da Fundação SOS Mata Atlântica reproduzida abaixo e responda às questões propostas. a) Há no texto uma expressão de duplo sentido sobre a qual o apelo da propaganda é construído. Transcreva tal expressão e explique os dois sentidos que ela pode ter. b) Há também uma ironia no texto da propaganda, que contribui para o seu efeito reivindicativo, expressa no enunciado: Aproveita enquanto tem água. Explique a ironia contida no enunciado e a maneira como ele se relaciona aos elementos visuais presentes no cartaz. a) A expressão de duplo sentido presente no texto é lavar as mãos, que pode significar tanto retirar a sujeira das mãos quanto fugir da responsabilidade de algo. b) Há ironia em aproveita enquanto tem água se considerarmos que a propaganda tem como objetivo conscientizar o público-alvo quanto às consequências negativas do desmatamento para a natureza e para a escassez das águas. A expressão não pretende que seu público-alvo aproveite a água, indica que a água vai acabar se nada for feito por esses leitores para evitar o desmatamento, efeito que é complementado pelas árvores secas acima da torneira e pela única gota que dela escapa.
6 Questão 05 Millôr Fernandes foi dramaturgo, jornalista, humorista e autor de frases que se tornaram célebres. Em uma delas, lê-se: Por quê? é filosofia. Porque é pretensão. a) Explique a diferença no funcionamento linguístico da expressão porque indicada nas duas formas de grafá-la. b) Explique o sentido do segundo enunciado do texto (Porque é pretensão), levando em consideração a forma como ele se contrapõe ao primeiro enunciado. Considere em sua resposta apenas o sentido atribuído à palavra pretensão que se encontra abaixo. pretensão: vaidade exagerada, presunção. a) O primeiro porque é usado para indicar uma pergunta, por isso é grafado separado e com acento; e o segundo porque tem valor explicativo, por isso é grafado dessa maneira. b) Levando em consideração que o segundo porque desempenha a função explicativa, o enunciado Porque é pretensão tenta explicitar que responder questões filosóficas, demasiadamente abstratas, é querer pretensiosamente responder a tudo.
7 Questão 06 Os textos abaixo integram uma matéria de divulgação científica sobre o tamanho de criaturas marinhas, ilustrada com fotos dos animais mencionados. a) Pode-se afirmar que a compreensão do texto 2 depende da imagem que o acompanha. Destaque do texto a expressão responsável por essa dependência e explique por que seu funcionamento causa esse efeito. b) No que diz respeito à organização textual, que diferença se pode apontar entre os dois textos, quanto ao modo como o pronome eles se relaciona com os termos a que se refere? a) A expressão os filhotes medem poucos milímetros ao nascer : pode-se dizer que a expressão propõe ou sugere que o leitor faça uma comparação entre o cavalo marinho adulto e o filhote, algo que é revelado pela foto como em um infográfico. b) O pronome eles no primeiro texto antecede o que será dito dos animais do fundo mar, sujeito somente revelado ao final do texto. Eles, no segundo texto, retoma os sujeitos já apresentados que são cavalos marinhos e filhotes, como anafórico.
8 Questão 07 Ocupavam-se em descobrir uma enorme quantidade de objetos. Comunicaram baixinho um ao outro as surpresas que os enchiam. Impossível imaginar tantas maravilhas juntas. O menino mais novo teve uma dúvida e apresentou-a timidamente ao irmão. Seria que aquilo tinha sido feito por gente? O menino mais velho hesitou, espiou as lojas, as toldas iluminadas, as moças bem-vestidas. Encolheu os ombros. Talvez aquilo tivesse sido feito por gente. Nova dificuldade chegou-lhe ao espírito, soprou-a no ouvido do irmão. Provavelmente aquelas coisas tinham nomes. O menino mais novo interrogou-o com os olhos. Sim, com certeza as preciosidades que se exibiam nos altares da igreja e nas prateleiras das lojas tinham nomes. Puseram-se a discutir a questão intricada. Como podiam os homens guardar tantas palavras? Era impossível, ninguém conservaria tão grande soma de conhecimentos. Livres dos nomes, as coisas ficavam distantes, misteriosas. Não tinham sido feitas por gente. E os indivíduos que mexiam nelas cometiam imprudência. Vistas de longe, eram bonitas. Admirados e medrosos, falavam baixo para não desencadear as forças estranhas que elas porventura encerrassem. (Graciliano Ramos, Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 2012, p.82.) Sinha Vitória precisava falar. Se ficasse calada, seria como um pé de mandacaru, secando, morrendo. Queria enganar-se, gritar, dizer que era forte, e a quentura medonha, as árvores transformadas em garranchos, a imobilidade e o silêncio não valiam nada. Chegou-se a Fabiano, amparou-o e amparou-se, esqueceu os objetos próximos, os espinhos, as arribações, os urubus que farejavam carniça. Falou no passado, confundiu-se com o futuro. Não poderiam voltar a ser o que já tinham sido? (Idem, p.120.) a) O contraste entre as preciosidades dos altares da igreja e das prateleiras das lojas, no primeiro excerto, e as árvores transformadas em garranchos, no segundo, caracteriza o conflito que perpassa toda a narrativa de Vidas secas. Em que consiste este conflito? b) No primeiro excerto, encontra-se posta uma questão recorrente em Vidas secas: a relação entre linguagem e mundo. Explique em que consiste esta relação na passagem acima. a) O conflito entre as preciosidades dos altares da igreja e das prateleiras das lojas consiste em contrapor o valor religioso e imaterial que corresponde a um sistema de crença (abstrato) ao valor material e tangível dos objetos nas prateleiras das lojas (concreto). Sob essa perspectiva, o conflito que dá sustentação à estrutura narrativa gira em torno da imaterialidade da esperança que a família de Fabiano alimenta ao longo de sua permanência na fazenda e enquadramento caracterizado pela desolação e pela miséria que os constrange. b) A relação referida envolve a condição de marginalização linguística de Fabiano e sua família. Uma vez marginalizados e sem dominar a língua como qualquer usuário, as personagens não se encontram aptos a nominar e, consequentemente, compreender o mundo que as cerca. Na passagem acima, os meninos sentem-se perplexos diante de tantas maravilhas juntas, porque são incapazes de dominar por meio das palavras as informações que estão diante de seus olhos.
9 Questão 08 O excerto abaixo foi extraído do poema Ode no Cinquentenário do Poeta Brasileiro, de Carlos Drummond de Andrade, que homenageia o também poeta Manuel Bandeira. a) O que, no poema, leva o eu lírico a perguntar: mas haverá lugar para a poesia? b) É possível afirmar que a figura de Manuel Bandeira, evocada pelo poeta, se contrapõe ao sentimento de pessimismo expresso no poema e no livro Sentimento do mundo. Explique por quê. a) O eu lírico do poema questiona se ainda haveria lugar para a poesia, pois considera o contexto histórico e social no qual se insere, a saber: uma guerra iminente que se organizava na Europa e que apresentaria horrores e genocídios, uma sociedade rendida ao cotidiano do trabalho e da exploração que retirava dos homens suas potencialidades e humanidade. Nesse contexto, a poesia poderia se mostrar pouco útil, insuficiente. b) A evocação de Manuel Bandeira se contrapõe ao pessimismo do poema e do livro de Drummond, pois seus poemas destacam, em grande parte, a beleza e o lirismo do cotidiano, a capacidade insistente de amar, a fraternidade entre os homens. Essas características, que legam Bandeira a um lugar de destaque na literatura nacional, aparecem no poema como contraponto ao contexto pessimista no qual o livro se refere.
10 Questão 09 Leia os seguintes trechos de Viagens na minha terra e de Memórias Póstumas de Brás Cubas: Benévolo e paciente leitor, o que eu tenho decerto ainda é consciência, um resto de consciência: acabemos com estas digressões e perenais divagações minhas. (Almeida Garrett, Viagens na minha terra. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1969, p.187.) Neste despropositado e inclassificável livro das minhas Viagens, não é que se quebre, mas enreda-se o fio das histórias e das observações por tal modo, que, bem o vejo e o sinto, só com muita paciência se pode deslindar e seguir em tão embaraçada meada. (Idem, p. 292.) Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás íntimo, por que o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem... (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, em Romances, vol I. Rio de Janeiro: Garnier, 1993, p. 140.) a) No que diz respeito à forma de narrar, que semelhanças entre os dois livros são evidenciadas pelos trechos acima? b) Que tipo de leitor esta forma de narrar procura frustrar, e de que maneira esse leitor é tratado por ambos os narradores? a) Os narradores fazem uso da metalinguagem e da conversa com o leitor para revelar, em ambos, um estilo digressivo e não linear. Vale marcar que os trechos são metalinguísticos e aproximam o autor do leitor. b) Ambos estabelecem que o leitor deverá ser paciente e ironicamente selecionam e orientam estilisticamente a postura do leitor. O leitor desejado é aquele que não tem pressa, atento e profundo, eliminando o leitor frívolo e afeito a uma leitura óbvia, linear, apressada e romântica.
11 Questão 10 (...) Quando o Bugre sai da furna, é mau sinal: vem ao faro do sangue como a onça. Não foi debalde que lhe deram o nome que tem. E faz garbo disso! Então você cuida que ele anda atrás de alguém? Sou capaz de apostar. É uma coisa que toda a gente sabe. Onde se encontra Jão Fera, ou houve morte ou não tarda. Estremeceu Inhá com um ligeiro arrepio, e volvendo em torno a vista inquieta, aproximou-se do companheiro para falar-lhe em voz submissa: Mas eu tenho-o encontrado tantas vezes, aqui perto, quando vou à casa de Zana, e não apareceu nenhuma desgraça. É que anda farejando, ou senão deram-lhe no rasto e estão-lhe na cola. Coitado! Se o prendem! Ora qual. Dançará um bocadinho na corda! Você não tem pena? De um malvado, Inhá! Pois eu tenho! (José de Alencar, Til, em Obra completa, vol. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958, p. 825.) O trecho do romance Til transcrito acima evidencia a ambivalência que caracteriza a personagem Jão Fera ao longo de toda a narrativa. a) Explicite quais são as duas faces dessa ambivalência. b) Exemplifique cada face dessa ambivalência com um episódio do romance. a) As duas da ambivalência de Jão Fera, também conhecido como Bugre, decorrem de uma intensa carga emocional que constitui sua personalidade, bem como suas ações, marcada por um binômio: de um lado, o Bugre é um tipo extremamente sensível, fiel àqueles a quem ama, como é o caso da cabocla Besita, a quem ele amava platonicamente. Esse amor se desloca para Berta, filha de Besita, única personagem que tem controle emocional sobre Jão Fera; de outro, por conta da frustração amorosa e da morte de Besita, Jão Fera se transforma num homem feroz, capaz das mais diversas atrocidades. b) Um episódio que ilustra a fidelidade de Jão Fera e seu ímpeto de proteger aqueles a quem ama é o momento em que ele defende Berta de um estouro de queixadas (porcos do mato), pondo em risco a própria vida. Um segundo episódio é sua ferocidade contra Barroso (Ribeiro) e seus capangas, que queriam destruir a Fazenda das Palmas, de Luís Galvão.
12 Questão 11 Em uma passagem célebre de Memórias de um sargento de milícias, pode-se ler, a respeito da personagem de Leonardo Pataca, que o homem era romântico, como se diz hoje, e babão, como se dizia naquele tempo. (Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978, p. 19.) a) De que maneira a passagem acima explicita o lugar peculiar ocupado pelo livro de Manuel Antônio de Almeida no Romantismo brasileiro? b) Como essa peculiaridade do livro se manifesta, de maneira geral, na caracterização das personagens e na construção do enredo? a) A passagem do enunciado, utilizada para caracterizar a personagem Leonardo Pataca, apresenta uma postura crítica com relação aos exageros sentimentalistas do período romântico, destacando, até mesmo, seu caráter ridículo (babão). Esse tipo de descrição escapa aos ditames do romantismo e lega a obra de Manoel Antonio de Almeida a um lugar de transição, entre a literatura romântica e uma postura mais realista quanto à criação literária. b) As personagens de Memórias de um sargento de milícias não são caracterizadas de forma idealizante, são descritas de tal forma que seus defeitos físicos e morais são destacados e se aproximam do homem real. Quanto ao desenvolvimento do enredo, ele não se sustenta em dramas e conflitos derivados do amor romântico, mas nas necessidades mais imediatas das personagens, derivadas de do contexto na qual estão inseridas.
13 Questão 12 Leia o seguinte trecho do romance Capitães da Areia, de Jorge Amado: Agora [Pedro Bala] comanda uma brigada de choque formada pelos Capitães da Areia. O destino deles mudou, tudo agora é diverso. Intervêm em comícios, em greves, em lutas obreiras. O destino deles é outro. A luta mudou seus destinos. (Jorge Amado, Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 268.) a) Explique a mudança pela qual os Capitães da Areia passaram, e o que a tornou possível. b) Que relação se pode estabelecer entre esse desfecho e a tendência política do romance de Jorge Amado? a) A mudança referida é uma transformação que o grupo chamado Capitães da Areia protagoniza um momento do enredo em que os acontecimentos se projetam para um clímax: de um grupo de delinquentes, eles se transformam em uma tropa de choque que apoia greves e manifestações populares. Essa mudança é resultado do processo de conscientização pelo qual o grupo passou, liderado por Pedro Bala e com fortes conexões com o Partido Comunista, mencionado indiretamente pelo narrador. b) A tendência política de Jorge Amado é a assim chamada esquerdizante, resultado de sua adesão ao Partido Comunista. Para o escritor, a política deveria se converter em uma ferramenta de conscientização do sujeito. Nesse sentido, a transformação do grupo Capitães da Areia corresponde ao ideal político defendido pelo autor baiano.
14 Questão 13 Resposta a) P. A. (0, 35, 70, 105,...) { (t = 0 s) (t = 30 s) a) A velocidade no 30º segundo deverá ser igual a 1050 km/h. b) Pela observação do gráfico, tem-se:, ou Também por observação, e.
15 Questão 14 a)
16 Como AC // ED, temos que e, logo os triângulos ABC e EBD são semelhantes. Assim, segue que: Resposta a): A razão entre H e h é 5. b) Aplicando o Teorema de Pitágoras nos triângulos CBF e ABF, temos: { { Substituindo ( I ) em ( II ): Substituindo o valor de x em ( I ): ( )
17 Resposta b): A medida da altura relativa ao lado AC é.
18 Questão 15 a) Do enunciado temos que: Calculando as áreas das faixas, e, obtemos: Logo, a área da faixa denominada é:
19 ( ) Reposta a): A área pedia é ( ). Observação: Adotando, a área da vale b) ( ) Logo, ( ), ou seja, ( ) ou Resposta b): O tempo necessário para que o volume se reduza a inicial é de. do volume Observação: Considerando que o reservatório tem a forma de um paralelepipedo reto retângulo, cujo retângulo da base tem área de e um de seus lados mede o dobro da medida do outro.
20 Questão 16 Resposta a) 1ª opção: Os pontos (23,8; 35) e (27,3; 42) pertencem ao gráfico da função t(x) = ax + b, então: Assim, t(x) = 2x - 12,6. Os valores de a e b são, respectivamente, 2 e -12,6. 2ª opção: Os pontos (35; 23,8) e (42; 27,3) pertencem ao gráfico da função x(t) = ct + d, então: Assim, x(t) = 0,5x + 6,3. Os valores de c e d são, respectivamente, 0,5 e 6,3. b) n 5 é o 5º termo de uma P. A. cujo 1º termo é 5 e a razão é 0,5. Assim,
21 Mas, então e portanto,. O comprimento c 5 vale 24,2 cm.
22 Questão 17 a) Substituindo em Substituindo e em segue: e b) A região pedida é a solução do seguinte sistema de inequações: Observe a figura abaixo:
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24 Questão 18 Item a) Duas (2) resoluções: Apresentamos duas (2) resoluções, pois o texto não define com clareza quais são os cursos adicionais sobre os quais devem ser aplicados os descontos, no caso do aluno matricular-se em três (3) cursos. 1ª Resolução: o desconto será aplicado apenas sobre o valor do último curso adicional no qual o aluno é matriculado. 2 cursos: 2x R$ 600,00 = R$ 1200,00 x (0,8) = R$ 960,00 (20% desconto) 1º curso 2º curso R$ 600,00 R$ 360,00 Logo são R$ 240,00 de desconto: ou 40% de desconto. 3 cursos: 3x R$ 600,00 = R$ 1800,00 x (0,7) = R$ 1260,00 (30% desconto) 1º curso 2º curso 3º curso R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 60,00
25 Logo são R$ 540,00 de desconto: ou 90% de desconto. 2ª resolução: O desconto será aplicado a todo curso adicional a que o aluno se matricula, de forma encadeada. No caso de matrícula em 2 cursos, o resultado não se modifica. 3 cursos: 3x R$ 600,00 = R$ 1800,00 x (0,7) = R$ 1260,00 (30% desconto) 1º curso 2º curso 3º curso R$ 600,00 R$ 360,00 R$ 300,00 Logo, serão R$ 240,00 de desconto para o 2º curso e R$ 300,00 de desconto para o 3º curso, isto é, 40% de desconto para o segundo curso e 50% de desconto para o terceiro curso. a) Respostas: 1ª Resolução: 40% de desconto sobre a mensalidade do 2º curso e 90% de desconto sobre a mensalidade do 3º curso. 2ª Resolução: 40% de desconto sobre a mensalidade do 2º curso e 50% de desconto sobre a mensalidade do 3º curso. Item b) Alunos matriculados em pelo menos 2 cursos: 7(A e B) + 4 (A e C) + 2 (B e C) + 3 (A, B e C) = 16 alunos. Espaço amostral (S): 9 (A) + 6 (B) + 8 (C) + 16 = 39 alunos. b) São 16 alunos matriculados em pelo menos 2 cursos e a probabilidade de um aluno escolhido ao acaso estar matriculado em apenas um curso é.
26 Questão 19 a) Para uma reta ser perpendicular ao eixo, ele teve ter a seguinte equação geral: onde e, ou seja, seu coeficiente angular deve ser igual a zero. Desta forma: e Substituindo na equação temos: (equação da reta) Então o ponto de intersecção da reta com o eixo é. Reposta a): e o ponto de intersecção da reta com o eixo é. b) Determinação das coordenadas do ponto : Como é diâmetro da circunferência e é a origem do plano cartesiano, concluímos que o ponto é o centro desta circunferência e portanto seu raio vale. Assim a equação reduzida da circunferência é dada por: Resposta b): Equação da circunferência:.
27 Questão 20 Dimensões da face de maior área Dimensões da face de menor área Logo, a razão pedida é: Razão pedida é. b) Área total = Assim, o volume do paralelepipedo é dado por: o volume é
28 Questão 21 a) Pelo teorema do resto, o resto da divisão de por é, sendo assim: Reposta a): O valor de é. b) Substituindo em, temos: Sendo e raízes de segue: Assim, Resposta b): O valor de é.
29 Questão 22 a) [ ] [ ] [ ] Sendo assim, ( ) é dada por: ( ) [ ] [ ] [ ] Reposta a): ( ) [ ] Observação: Adotando, a área da vale b) { ( ) { Para que o sistema linear admita solução, devemos ter, portanto, Resposta b): O valor de é.
30 Questão 23 Como ;
31 [ ] Logo,. Resposta a): b) Pelo Teorema de Pitágoras: ( ) ; Logo: { Resposta b):
32 Questão 24 De acordo com a figura, O
33 Concluimos então que:, ou seja, O comprimento do arco. O arco mede b)utilizando o teorema dos cossenos no triângulo abaixo tem-se: S C O A distância é
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