LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
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- João Pedro Santos Freire
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1 AULA 6 PG 1
2 Este material é parte integrante da disciplina Linguagem e Argumentação Jurídica oferecido pela UNINOVE. O acesso às atividades, as leituras interativas, os exercícios, chats, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente de aprendizagem on line. AULA 6 PG 2
3 Sumário AULA 06 A FALÁCIA COMO UM MECANISMO ARGUMENTATIVO...4 Falácia por generalização...4 Falácia por falsa analogia...5 Falácia por erro de acidente...5 Falácia por ataque pessoal...5 Falácia da misericórdia...6 Falácia da petição de princípio...7 BIBLIOGRAFIA...8 AULA 6 PG 3
4 AULA 06 A FALÁCIA COMO UM MECANISMO ARGUMENTATIVO Nesta aula, você aprenderá o que é uma falácia como um mecanismo argumentativo, que tem por finalidade levar o adversário ao erro. Veremos que não é uma prática recomendável, na medida em que, se propositada, demonstra ou pode demonstrar desonestidade e má fé de quem a utiliza. Além disso, você aprenderá quais são as modalidades ou os tipos de falácias e como combatê las. Na aula passada, depois de examinarmos os passos para a produção de um texto argumentativo, vimos os vários tipos de argumentos, isto é, as várias formas pelas quais podemos apresentar as razões de acolhimento da tese que demonstramos. Já sabemos que argumentar consiste em expor as razões que dão sustentação a uma tese e que a argumentação, em última análise, tem por finalidade convencer e persuadir o juiz, o promotor, o delegado e, até mesmo, o outro advogado. Isso quando não buscamos convencer a parte contrária a entabular um acordo, por exemplo, com vistas a alcançar o fim de um conflito ou de uma negociação. Acesse a plataforma e ouça o áudio sobre esse assunto. Se preferir você pode baixá lo para ouvir onde desejar. Vamos ver a seguir alguns tipos de falácias, indicando como elas são construídas, a fim de que você nos seus arrazoados as evite e ao percebê las possa rebatê las: Falácia por generalização A falácia por generalização consiste em apontar as propriedades da parte para justificar a propriedade do todo. Tome como exemplo as constantes afirmações que ouvimos de que todas as mulheres são emotivas. AULA 6 PG 4
5 Falácia por falsa analogia É ainda um exemplo de falácia por indução, aquele argumento construído pela falsa analogia. Já aprendemos que analogia, como método de supressão de lacuna da lei, consiste em comparar duas situações de fato assemelhadas nos seus aspectos particulares dando a elas a mesma solução. Pois bem, tratando se de falácia por indução, esse raciocínio é imperfeito porque ao considerar apenas aspectos particulares conclui se por uma tese geral. Acesse a plataforma e ouça o áudio sobre esse assunto. Se preferir você pode baixá lo para ouvir onde desejar. Falácia por erro de acidente Também é um modo de argumentar por indução. Esse argumento toma um elemento circunstancial ou acidental um elemento necessário. Para compreender esse tipo de falácia, você precisa ter em mente o significado das expressões acidental e necessário. Você já ouviu uma falácia por erro de acidente muitas vezes. É, por exemplo, o que se afirma de políticos. Todos os políticos são desonestos. Essa afirmação, possivelmente, decorre ou decorreu do fato de um certo e determinado político ter se envolvido em algum escândalo financeiro. Pensemos em outra: Todo jogador de futebol vem das camadas sociais mais desprovidas de recursos. Esse argumento decorre do fato de algum jogador ou alguns jogadores de futebol bem conhecidos, de fato, terem saído das camadas sociais menos privilegiadas. Falácia por ataque pessoal Já discutimos essa figura em aula anterior quando discutimos o argumento ad hominem em suas duas classificações. Naquela oportunidade, dissemos que uma delas não era propriamente um argumento, mas uma falácia. AULA 6 PG 5
6 A falácia por ataque pessoal ocorre no momento em que se empregam ofensas ao adversário. Em recente debate político, um dos candidatos, esquivando se de responder às perguntas que lhe foram endereçadas, voltou se para o adversário referindo se às relações pessoais dele com outros políticos. É preciso tomar cuidado com esse tipo de falácia, na medida em que ela pode não ser uma falácia, mas sim um argumento, como ocorre, por exemplo, quando a pessoa é notoriamente conhecida por seu passado. É o caso de alguém que já foi processado várias vezes por crime de perjúrio e foi condenado em todos eles. A probabilidade dessa pessoa mentir em juízo novamente, caso seja arrolada como testemunha, permite que sua condição pessoal seja usada como argumento. Aqui não se trata de falácia ou de argumento ad hominem ofensivo ou abusivo. Falácia da misericórdia É o argumento que se volta para a emoção, para piedade e misericórdia. A sua finalidade é obter adesão à tese, não pelas razões alinhavadas e pelos argumentos construídos, mas pelo despertar de sentimentos piedosos. Temos como exemplo de falácia da misericórdia, o discurso daquele aluno que é sempre vítima das circunstâncias. Para justificar que não estudou convenientemente para a prova, passa a dizer que mora muito longe, que gasta várias horas no transporte, que trabalha durante todo o dia, que não pode ser reprovado, porque já tem outras reprovações anteriores, buscando com isso despertar piedade do professor. Outro exemplo? O advogado de defesa que, não podendo deixar de se curvar às provas de que o cliente é culpado pelo crime que cometeu, invoca a piedade do juiz dizendo que o réu é pobre, que perderá o emprego se for para a cadeia, que os muitos filhos menores ficarão à míngua, a fim de que seu cliente obtenha uma pena menor. Com a falácia de misericórdia, não se convence, se comove! AULA 6 PG 6
7 Falácia da petição de princípio É o desenvolvimento de raciocínio circular, em que o argumento e a conclusão se confundem, ou seja, a conclusão é o próprio argumento. É o que acontece quando alguém diz que o vidro está quebrado porque alguém o quebrou. Dizer que alguém quebrou o vidro para explicar que ele está quebrado é inútil. Esse tipo de falácia também é denominado de tautologia porque consiste em repetir a mesma ideia de forma diferente, querendo emprestar a ela a natureza de explicação ou de falácia da petição de princípio, em que se toma por demonstrado o que ainda precisa de prova, ou seja, toma se a conclusão como prova dela mesma. AULA 6 PG 7
8 BIBLIOGRAFIA Rodriguez, Victor Gabriel. Argumentação jurídica: Técnicas de persuasão e lógica informal. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p Garcia, Othon Moacir. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996, p AULA 6 PG 8
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