DIREITO FAMÍLIA SUCESSÃO PRINCÍPIOS ORIENTADORES
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- Cristiana Sacramento Carmona
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1 DIREITO FAMÍLIA SUCESSÃO DE DIREITO FAMÍLIA PONTO 1: SUCESSÃO PONTO 2: PRINCÍPIOS ORIENTADORES; SUCESSÃO LEGÍTIMA E TESTAMENTÁRIA, EXCLUSÃO DOS HERDEIROS; PONTO 3: ESPÉCIES DE HERDEIROS, CESSÃO DE DIREITOS; REPRESENTAÇÃO. PRINCÍPIOS ORIENTADORES Não existe herança de pessoa viva, pois não há expectativa ao direito de herança de pessoa viva. A herança é um direito fundamental (art. 5º, XXX 1, CF). A herança é uma imóvel por definição legal (art. 80, inc. II 2, cc). Através do inventário se formaliza a transmissão dada pela sucessão. A herança é uma universalidade de direito indivisível até a partilha (art , único cc). tudo é de todos até expedido formal de partilha. Se um herdeiro está, indevidamente, usando o imóvel, os demais herdeiros podem cobrar aluguel do que utiliza o imóvel, se o herdeiro que usa o imóvel não tem dinheiro para pagar se descontam do quinhão hereditário, os valores a título de aluguel, do mesmo. SUCESSÃO LEGÍTIMA: que obedece a ordem de preferência indicada pelo legislador. ++ SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA: Aquela que obedece a vontade do autor da herança. ++ obedece a vontade do autor da herança para distribuição dos bens. HERDEIROS NECESSÁRIOS: art cc descendentes ascendentes e cônjuge. Têm preservado em seu favor a legítima. Art cc (50% da herança). HERDEIROS FACULTATIVOS: colaterais e companheiros. Só herdam se outra não for a vontade do autor da herança. Na prática o companheiro equipara-se ao cônjuge, pois concorre com os herdeiros. TESTAMENTÁRIOS: legatários (recebe coisa certa, mas recebe singularidades, coisas que podem ser identificadas no todo maior, recebe o domínio, aguarda o herdeiro, ou só exerce a posse após a partilha) ou herdeiros instituídos (recebe frações ideais, recebe a posse e domínio). 1 XXX - é garantido o direito de herança; 2 Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: II - o direito à sucessão aberta. 3 Art A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros. Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio. 4 Art São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. 5 Art Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima.
2 Doutrina saisine transmite-se o domínio e a posse da herança aos herdeiros legítimos e testamentários. Art CC a regra deste artigo não é regra pura de direito material, esta regra serve acima de qualquer coisa para avocar competência para o inventário. Assim, o artigo 1875 cc, deve, sempre, ser lido combinado com o art CPC. Art CC. Art CC morte anterior ao código de 2002 vige o código daquela época da abertura da sucessão. Art cc. Havendo herdeiro, possibilidade de dispor em testamento apenas 50% dos bens. **A aceitação e a renúncia não podem ser parciais. Deve ser sobre o todo. Não pode renunciar quando pela fraude a credores. Renúncia atribui ao renunciante a qualidade de estranho à sucessão, isto implica dizer que ninguém pode representar o renunciante. Os filhos do renunciante só recebem em duas hipóteses: 1) se ele for o único herdeiro da classe; 2) se todos os demais renunciarem. A renúncia só pode ser feita por escritura pública ou termo nos autos, sob pena de invalidade. EXCLUSÃO DOS HERDEIROS: falta aptidão para herdar. Pelo instituto da indignidade e deserdação. Não ocorrem de pleno direito, é preciso ação para apurar, com sentença condenatória, tirando o direito do herdeiro em receber a herança. Prazo decadência de 4 anos. Se o herdeiro for o único e ninguém existe para propor ação de indignidade? Não há legitimado específico, e sim pelo MP quando na falta de herdeiros, exceto nas ações privadas no penal. Enunciado 116 da Jornada de família e sucessões do STJ. Pode acontecer de ser condenado no penal, e não, necessariamente, ser condenado na ação de indignidade. Os efeitos da indignidade são pessoais, os filhos do indigno recebem a parte daquele como se morto fosse, exceto se os filhos não existissem na abertura da sucessão. DESERDAÇÃO: é proveniente da sucessão testamentária. É preciso causa no , ou cc. O prazo é de 4 anos, contados da abertura e registro do testamento. Art e SS CPC. 6 Art Falecido o testador, o testamento será apresentado ao juiz, que o abrirá e o fará registrar, ordenando seja cumprido, se não achar vício externo que o torne eivado de nulidade ou suspeito de falsidade. 7 Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Parágrafo único. É, porém, competente o foro: I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo; II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía bens em lugares diferentes. 8 Art O testamento particular pode ser escrito de próprio punho ou mediante processo mecânico. 1 o Se escrito de próprio punho, são requisitos essenciais à sua validade seja lido e assinado por quem o escreveu, na presença de pelo menos três testemunhas, que o devem subscrever. 2 o Se elaborado por processo mecânico, não pode conter rasuras ou espaços em branco, devendo ser assinado pelo testador, depois de o ter lido na presença de pelo menos três testemunhas, que o subscreverão. 9 Art Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela. 10 Art Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.
3 A deserdação só pode atingir herdeiros necessários, e indignidade qualquer herdeiro, seja ele legítimo ou testamentário. CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS: ART CC - por escritura pública (solene) -bilateral: cedente e cessionário - gratuito/oneroso: se for oneroso há direito de preferência para os demais herdeiros. - aleatório: é negócio de risco. Pode inserir cláusula de responsabilidade para o cedente. Deve ser feita do quinhão hereditário. Não pode ser feita de objeto certo, sob pena de ineficácia. O cessionário se sub-roga sobre todos os direitos do herdeiro. ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA NO CC 1916/ ART CC 11 Art Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão. 12 Art Além das causas mencionadas no art , autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto; IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. 13 Art São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. 14 Art Ao receber testamento cerrado, o juiz, após verificar se está intacto, o abrirá e mandará que o escrivão o leia em presença de quem o entregou. Parágrafo único. Lavrar-se-á em seguida o ato de abertura que, rubricado pelo juiz e assinado pelo apresentante, mencionará: I - a data e o lugar em que o testamento foi aberto; II - o nome do apresentante e como houve ele o testamento; III - a data e o lugar do falecimento do testador; IV - qualquer circunstância digna de nota, encontrada no invólucro ou no interior do testamento. 15 Art O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública. 1 o Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqüência de substituição ou de direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente. 2 o É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente. 3 o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade. 16 Art A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - Aos descendentes. II - Aos ascendentes. III - Ao cônjuge sobrevivente. IV - Aos colaterais. V - Aos Estados, ao Distrito Federal ou a União. V - aos Municípios, ao Distrito Federal ou à União. (Redação dada pela Lei nº 8.049, de 1990).
4 Enquanto não preenchida a ordem não se passava aos demais. I- Descendentes - necessários II- Ascendentes necessários III- Cônjuge facultativo IV- Colaterais V- Município (lei 8049/90 + CC 2002/ ART CC) I descendentes + cônjuge - necessários II ascendentes + cônjuge - necessários III cônjuge IV - colaterais MEAÇÃO + herança. CONCORREM CPB (com bens particulares) SCB (separação convencional de bens) PFA (participação final nos aquestos) NÃO CONCORREM CUB (comunhão universal de bens) SOB (separação obrigatória de bens) CPB (sem bens particulares) Bens particulares: art. 1659, inc. I 18, CC. Art cc herança tratada como um todo não vinculando concorrência. TEORIAS sobre divisão de herança dos herdeiros legítimos com o companheiro. 1ª teoria - A herança só terá extensão sobre bens particulares. Quem é meeiro não é herdeiro. 2ª teoria concorre sobre toda herança pela interpretação do art. 1832, e pelo fato de que a herança é universal. 3ª teoria concorre só sobre os bens comuns. Maria Berenice teoria isolada. 4ª teoria só vai concorrer se não tiver bens particulares. (teoria fraca) Prepondera a 1ª teoria. Enunciado 270. João casado com Maria, CPB 3 filhos em comum (a,b,c). João trouxe bens particulares (70); 100 em comum. João morre. 1ª teoria: Maria terá 50 meação; 50 (divididos entre os filhos) e 70 dividido entre todos (filhos e Maria). 2ª teoria: 50 meação; 120/4 (filhos e Maria); 17 Art A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art , parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais. 18 Art Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 19 Art Em concorrência com os descendentes (art , inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.
5 Toda a vez que o número de filhos comuns exceder a 3, obrigatoriamente, deverá ser reservado ¼ da herança em favor do cônjuge sobrevivente. Art CC. Colaterais que têm direito: até 4º grau. Sobrinhos preferem aos tios. II 50 MEAÇÃO; 50 (X2, y2, M1); 70 x,y Ou 50 meação; 50 x,y,a,b,c,m; 70 x,y,a,b,c ** x e y = filhos do João. III 50 meação; 50-1/3 m; 2/3 os; 70 p.s há discussão no STJ sobre a inconstitucionalidade deste inciso. Acompanhar. No RS entende-se que deve ser divido de acordo com a lei. IV 50 meação; 50 herdado. 70 (bens particulares)? Por uma interpretação lógica seria herança jacente, no entanto a saída mais certa é pelo Art CC, ficando para o companheiro ou cônjuge, conforme o caso. DIREITO DE REPRESENTAÇÃO: em favor do herdeiro que deveria receber herança, mas morreu antes da sucessão. Não pode pagar por isso. A lei institui aos herdeiros do pré-morto o direito de representação. Regras: a) o direito de representação só se opera na linha reta descendente e nunca na ascendente (exceção: na linha colateral em favor dos filhos de um irmão pré-morto, quando com tios concorrerem). B) ninguém representa herdeiro vivo (exceção: os excluídos da sucessão: indigno e deserdado); c) ninguém representa herdeiro renunciante; d) só existe direito de representação quando existir diversidade de graus entre os herdeiros concorrentes. 20 Art A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles; III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança. 21 Art Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível, ou tendo eles renunciado a herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em território federal.
Professora Alessandra Vieira
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