Marcos Puglisi de Assumpção 4. A SUCESSÃO NO CASAMENTO, NA UNIÃO ESTÁVEL E NO CONCUBINATO
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- Bernadete Cunha Dreer
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1 Marcos Puglisi de Assumpção 4. A SUCESSÃO NO CASAMENTO, NA UNIÃO ESTÁVEL E NO CONCUBINATO 2010
2 A SUCESSÃO NO CASAMENTO, NA UNIÃO ESTÁVEL E NO CONCUBINATO Para se obter um bom entendimento como se processa a sucessão no Brasil, há que se conhecer primeiramente os diversos regime de bens do casamento. 1 REGIME DE BENS NO CASAMENTO O Código Civil lista quatro regimes de casamento, porém, tecnicamente, existem cinco tipos de regime de bens no Brasil, considerando que, inexplicavelmente, aqueles que obrigatoriamente devem se casar pelo regime da Separação de Bens são tratados diferentemente daqueles que convencionalmente casam por esse regime: Comunhão universal de bens, Comunhão parcial regime legal, Separação total de bens convencional, Separação total de bens obrigatória ou legal, Participação final nos aquestos. Além desses regimes o casal ainda pode estar unido por: União Estável, Concubinato. É importante conhecer, em cada uma dessas situações, quais são os bens que se comunicam (Bens Comuns) e os que não se comunicam (Bens Particulares), pois sua mensuração afetará sobremaneira o cálculo da sucessão. 1.1 Comunhão universal de bens Os nubentes que optarem se casar por esse regime precisam fazer pacto antenupcial. São Bens Comuns (aqueles que se comunicam): Comunicam-se todos os bens, presentes e futuros, Comunicam-se os frutos (rendimentos) do conjunto de bens, São Bens Particulares (aqueles que não se comunicam): 1
3 Os bens recebidos por doação ou herança com a cláusula de incomunicabilidade, Os bens gravados de fideicomisso (são os bens recebidos por herança com o compromisso de retransmiti-los a outrem) e os direitos do herdeiro fideicomissário, Os proventos do trabalho pessoal, Pensões, aposentadorias, Os bens de uso pessoal os livros e instrumentos de trabalho. As dívidas contraídas apenas por um dos cônjuges obrigam seus bens particulares e os comuns até o limite da meação. Os bens do outro cônjuge ficam obrigados na razão do proveito que houver auferido. (art. 3 da lei 4121/62) 1.2 Comunhão parcial de bens regime legal Não há necessidade de pacto antenupcial. São Bens Comuns (aqueles que se comunicam): Os bens adquiridos, a título oneroso, na constância do casamento, Os bens adquiridos por fato eventual, Os bens adquiridos por doação, herança ou legado em favor de ambos os cônjuges, Os frutos (rendimentos) dos bens comuns ou dos particulares, percebidos na constância do casamento, As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge, Os bens móveis, quando não se provar que foram adquiridos em data anterior ao casamento, São Bens Particulares (aqueles que não se comunicam): Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, Os bens doados, herdados e os sub-rogados em seu lugar, Os bens adquiridos com recursos exclusivos ou sub-rogados em seu lugar, Os proventos do trabalho pessoal, Pensões, aposentadorias, Os bens de uso pessoal os livros e instrumentos de trabalho. 2
4 As obrigações anteriores ao casamento e as provenientes de atos ilícitos, não se comunicam. As dívidas contraídas apenas por um dos cônjuges, na vigência do casamento, obrigam seus bens particulares e os comuns até o limite da meação. Os bens do outro cônjuge ficam obrigados na razão do proveito que houver aferido. (art. 3 da lei 4121/62) 1.3 Separação de bens - convencional Os nubentes que optarem se casar por esse regime precisam fazer pacto antenupcial. Os bens não se comunicam permanecendo sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges. Não existem bens comuns, portanto, existem apenas bens particulares. As dívidas contraídas por um dos cônjuges não se comunicam. O cônjuge sobrevivo é herdeiro do cônjuge falecido, apesar de recentes decisões do STJ (equivocadas?) determinar que o cônjuge não é herdeiro. 1.4 Separação de bens obrigatória É uma imposição normativa para os que casam com mais de 70 anos, e aos que dependem de suprimento judicial e quando há causas suspensivas da celebração do casamento. Os bens particulares não se comunicam permanecendo sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges. Deve-se observar que em virtude de ser um regime de bens imposto pela legislação, entende-se que os bens adquiridos pelo esforço comum de ambos os cônjuges, são bens comuns, e portanto, comunicáveis. (súmula 377 STF Sociedade de fato), o que transforma esse regime em comunhão parcial! O cônjuge sobrevivo NÃO é herdeiro do cônjuge falecido, o que sob certo aspecto, dá margens à burla desse regime, pois um dos cônjuges pode doar metade de seu patrimônio ao outro consorte, sem que este tenha o dever de colacionar as doações no caso de falecimento do doador. 1.5 Participação final nos aquestos Os nubentes que optarem se casar por esse regime precisam fazer pacto antenupcial. 3
5 Enquanto vigente a sociedade conjugal, os bens não se comunicam permanecendo, como no regime de separação de bens, sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges. À época da dissolução da sociedade conjugal, por falecimento, separação ou divórcio, verificar-se-á a meação do cônjuge sobrevivente, à semelhança do regime de comunhão parcial de bens. São considerados bens comuns apenas aqueles adquiridos onerosamente durante o casamento. Não se comunicam os bens anteriores ao casamento, os sub-rogados, os recebidos por sucessão ou por liberalidade. As dívidas contraídas apenas por um dos cônjuges, na vigência do casamento, obrigam seus bens particulares e os comuns até o limite da meação. Os bens do outro cônjuge ficam obrigados na razão do proveito que houver aferido. 1.6 UNIÃO ESTÁVEL Questão interessante é a dos direitos sucessórios daqueles que vivem em União Estável, os companheiros ou conviventes. O Código Civil, ao regular a matéria, o fez em um único dispositivo, o artigo 1790, entre as disposições gerais do Capítulo destinado ao direito das sucessões, fora da ordem de vocação hereditária. Entretanto, mesmo assim, prevê o Diploma Legal, o direito do companheiro ou companheira, em participar da sucessão do outro quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável. Desta maneira, quanto a esses bens, o companheiro ou companheira terá direito à meação (50,0%) e participará como herdeiro dos outros 50,0% em concorrência com parentes do falecido até o quarto grau. Não havendo parentes sucessíveis terá direito à totalidade da herança. O código civil determina que a união estável é a convivência pública, contínua duradoura, estabelecida com o objetivo de constituição de família. (art.1723 CC) Não havendo contrato escrito, aplicam-se às relações patrimoniais, o regime da Comunhão Parcial de Bens. (art CC) A União Estável entre um homem e uma mulher é reconhecia como entidade familiar pela legislação pátria, configurada pela convivência pública, contínua e duradoura, estabelecida com o objetivo de constituição de família. Não é exigido Contrato escrito entre os conviventes, porém é aconselhável que ele exista. 4
6 O contrato de convivência não cria a União Estável, esta se verifica pelo comportamento dos parceiros, não pela vontade manifestada por escrito. A dissolução da União Estável deverá ser feita no juízo de família, através de Ação Declaratória de Reconhecimento e Dissolução de União Estável. A data do contrato de convivência permite estabelecer um marco inicial a partir do qual se presume o inicio da união. O contrato poderá ser celebrado a qualquer momento, antes ou após o início da união, quando então regulará situações pretéritas, atuais e futuras, e terá efeito retroativo. Havendo um contrato de convivência escrito, este autoriza os sujeitos de uma união estável regular os reflexos dessa relação, ou mais precisamente, afastar a incidência da presunção de condomínio. O contrato pode abranger a totalidade dos bens ou apenas parte deles. Poderá ser específico e incidir sobre determinados bens e não sobre outros. Poderão as partes, por exemplo, afastar o condomínio sobre participações acionárias mantendo-o sobre imóveis. O contrato poderá situar no tempo a participação de cada companheiro. Por exemplo: Bens anteriores ao contrato têm um destino, os posteriores, outro. A lei estabelece que os bens adquiridos na constância da sociedade conjugal pertencem a ambos os cônjuges. Para companheiros maiores de 70 anos é importante a existência de contrato escrito de convivência com a finalidade de afastar a presunção de condomínio, registrando a efetiva separação total de bens adquiridos durante a União Estável, o que suscitaria dúvidas na falta do pacto. Existirá maior segurança ao contrato de convivência quando realizado por instrumento público ou por instrumento particular levado a registro em Títulos e Documentos, com a presença de testemunhas. Muito embora não se estenda à União Estável a exigência de consentimento do companheiro (outorga uxória) é conveniente que este compareça em escrituras de compra e venda para evitar futuros litígios. A administração do patrimônio caberá àquele que se apresentar juridicamente como titular do bem ou direito. 1.7 CONCUBINATO As relações não eventuais entre homem e mulher, impedidos de casar, constituem concubinato. 5
7 Existem situações que regem as relações patrimoniais entre os companheiros que vivem em concubinato: a) O companheiro contribui efetiva e comprovadamente para a formação do patrimônio comum. Neste caso ele tem direito à meação desse patrimônio comum em razão existir uma sociedade de fato entre ambos. (Súmula 380 STF). b) O companheiro que não participa da formação do patrimônio comum não tem direito à meação, porém pode ter direito a uma reparação de acordo com o tempo e a intensidade desse relacionamento. Deve-se ter em mente que ante o princípio de que pode pedir reparação toda pessoa que demonstre ter sofrido um prejuízo, um companheiro privado de uma proteção patrimonial tem legitimidade para pleitear alimentos (pensão). 2 SUCESSÃO A sucessão de uma pessoa falecida opera-se da seguinte maneira: 2.1 Determinação do Acervo Hereditário O acervo hereditário de um indivíduo solteiro, viúvo, divorciado ou separado é composto da totalidade de seus bens. Sendo casado, deve-se apartar os bens particulares e a meação do cônjuge sobrevivente do patrimônio total do casal para se determinar o acervo hereditário. 6
8 Patrimônio do Casal Bens Particulares Bens Comuns Cônjuge Cônjuge falecido sobrevivente do cônjuge falecido Meação (50%) Meação (50%) Bens Particulares do cônjuge sobrevivente Acervo Hereditário Bens Particulares do cônjuge falecido + Meação Bens que serão partilhados Parte Legítima Parte Disponível (50%) (50%) Reservado aos herdeiros necessários Livre disposição através de testamento A meação do cônjuge sobrevivente e seus bens particulares não integram o acervo hereditário do falecido. Possuindo herdeiros necessários, uma pessoa não pode dispor livremente de seus bens. A lei garante a esses herdeiros, 50% de seu acervo hereditário é a chamada legítima. Os outros 50% são livremente partilhados via testamento ou doações em vida é a parte Disponível. Os herdeiros necessários são os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. Os outros parentes até o quarto grau não são herdeiros necessários, podendo ser preteridos por disposição testamentária. A companheira da União Estável, também não é herdeira necessária, podendo sua herança, da mesma forma, ser preterida em testamento. Os graus de parentesco são medidos por geração, assim os pais são parentes de 1º grau, os irmãos de 2º grau, os sobrinho de 3º grau, os sobrinhos-netos de 4º grau. Após o quarto grau não há parentesco. O testamente deixado por um indivíduo somente pode referir-se aos bens da parte Disponível. A meação do cônjuge sobrevivente é definida de acordo com o regime de bens do casamento ou da união: 7
9 Regime do Casamento ou União Comunhão Universal de bens (art ss) Comunhão Parcial de bens (art ss) Separação Convencional de bens (art ss) Separação Obrigatória ou legal de bens (art. 1641) Participação final nos aquestos (art ss) União Estável (art ss) Concubinato (art. 1727) 50% dos bens comuns 50% dos bens comuns Não há meação Meação do cônjuge sobrevivente pelo esforço comum (sociedade de fato) súmula 377 STF onerosamente durante o casamento onerosamente na vigência da união estável pelo esforço comum súmula 380 STF 2.2 Partilha do Acervo Hereditário A partilha da Legítima é feita por classes de herdeiros seguindo ordem hierárquica estabelecida por lei. Não havendo testamento todo o acervo hereditário (legítima mais disponível) também será partilhado pela mesma ordem hierárquica estabelecida em lei. 1ª classe de herdeiros Os descendentes em concorrência com o cônjuge. (art. 1829, I) Os descendentes e o cônjuge ou companheiro são chamados em primeiro lugar para receber sua parte na herança. O cônjuge ou o companheiro, além de meeiros, também são herdeiros, dependendo do regime de casamento ou união. 1 1 Art : Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente. 8
10 Regime de Bens Meação do Cônjuge Herança do cônjuge Herança dos descendentes Comunhão Universal 50% dos bens Não herda. Herdam 50% dos bens comuns. Comunhão Parcial 50% dos bens comuns. Herda os bens particulares em concorrência com os descendentes (reserva de ¼ da herança se ascendente dos herdeiros que concorrer, art. 1832) Herdam os bens particulares em concorrência com o cônjuge e 50% dos bens comuns sem concorrência do cônjuge. Separação Convencional 2 Não há meação Não há bens comuns, somente bens particulares. Herda os bens particulares em concorrência com os descendentes (reserva de ¼ da herança se ascendente dos herdeiros que concorrer, art. 1832) Herdam os bens particulares em concorrência com o cônjuge. Separação Obrigatória (separação legal) 3 pelo esforço comum (sociedade de fato) súmula 377 STF Não Herda. Herdam 100% do acervo. Participação final nos aquestos onerosamente durante o casamento. Herda os bens particulares em concorrência com os descendentes (reserva de ¼ da herança se ascendente dos herdeiros que concorrer, art. 1832) Herdam os bens particulares em concorrência com o cônjuge e 50% dos bens comuns sem concorrência do cônjuge. União Estável 4 Concubinato 5 onerosamente na vigência da União Estável, caso outra proporção não estiver especificada no título aquisitivo do bem. pelo esforço comum. (súmula 380 STF) Herda em concorrência com descendentes 50% dos bens adquiridos onerosamente durante a união estável. Art. 1790, I e II Não Herda Herdam em concorrência com o convivente 50% dos bens adquiridos onerosamente durante a união estável, mais todo o acervo hereditário restante, sem concorrência do convivente. Herdam 100% do acervo. Art. 1832: Ao cônjuge herdeiro caberá quinhão igual aos descendentes do falecido, não podendo sua quota ser inferior a quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros que concorrer. 2 Jurisprudência: Viúva casada com o autor da herança no regime de separação convencional de bens - Direito de sucessão legítima em concorrência com a filha do falecido - Inteligência do art , l, do Código Civil. Vedação que somente ocorre, entre outras causas, se o regime de casamento for o de separação obrigatória de bens - Recurso improvido. TJSP - 3." Câmara de Direito Privado - Agravo de Instrumento / Relator: Dês. Flávio Pinheiro - Data do julgamento: Votação: recurso improvido. 3 Súmula 377 STF: No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento. 4 Existe controvérsia doutrinária a respeito da participação do convivente na União Estável - Vide Anexo 6.2 Direito Sucessório Decorrente da União Estável, ao final do Capítulo. 5 Súmula 380 STF: Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível sua dissolução judicial com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum. 9
11 Art. 1790, I e II: Na união estável se o convivente concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á metade do que couber a cada um deles; caso contrário terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao(s) filhos(s). Situação curiosa se configurará no caso previsto no artigo CC entendendo ser possível reconhecer a União Estável na hipótese de pessoa casada, no papel, mas separada de fato. No caso, o convivente participará dos bens adquiridos na vigência da União Estável e a esposa dos demais, de acordo com seu regime de casamento. Observada a limitação do art CC. 6 2ª classe de herdeiros Os ascendentes em concorrência com o cônjuge. (art. 1829, II) Em não havendo descendentes, os ascendentes e o cônjuge ou companheiro são chamados para receber sua parte na herança. Também aqui, o cônjuge ou o companheiro além de meeiros, são herdeiros em concorrência com os ascendentes. 6 Jurisprudência: agravo de instrumento. alegação de carência de ação que se confunde com o mérito. impossibilidade de acolhimento liminar. TJRS A.I Des. Rui Portanova. O art , 1º, do novo código civil entende possível reconhecer a união estável na hipótese de pessoa casada (no papel) mas separada de fato. logo, não há falar liminarmente em acolhimento da alegação de carência de ação, se no mérito há fatos a serem investigados. agravo desprovido. 10
12 Regime de Bens Meação do Cônjuge Herança do cônjuge Herança dos ascendentes Comunhão Universal, Comunhão Parcial, Participação final nos aquestos. 50% dos bens comuns. Herda em concorrência com os ascendentes todo o acervo hereditário restante, composto de 50% dos bens comuns e 100% dos bens particulares. Art Herda em concorrência com o cônjuge todo o acervo hereditário restante, composto de 50% dos bens comuns e 100% dos bens particulares. Art Separação Convencional Não há meação. Herda em concorrência com os ascendentes todo o acervo hereditário. Art Herda em concorrência com o cônjuge todo o acervo hereditário. Art Separação Obrigatória pelo esforço comum (sociedade de fato) súmula 377 STF Herda em concorrência com os ascendentes todo o acervo hereditário restante, composto de 50% dos bens comuns e 100% dos bens particulares. Art Herda em concorrência com o cônjuge todo o acervo hereditário restante, composto de 50% dos bens comuns e 100% dos bens particulares. Art União Estável onerosamente na vigência da União Estável, caso outra proporção não estiver especificada no título aquisitivo do bem. Herda em concorrência com os ascendentes 1/3 do saldo dos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável. Art. 1790, III Herdam em concorrência com o convivente 2/3 do saldo dos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, mais todo o acervo hereditário restante, sem concorrência do convivente. Concubinato pelo esforço comum. Não Herda Herdam 100% do acervo hereditário. Art. 1837: Concorrendo com ascendente em primeiro grau (os pais do falecido), ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á metade desta se houver um só ascendente ou se maior aquele grau (avós do falecido). 3ª classe de herdeiros O cônjuge sobrevivente. (art. 1829, III) Em não havendo descendentes nem ascendentes, o cônjuge ou companheiro são chamados para receber sua parte na herança. Também aqui, o cônjuge ou o companheiro além de meeiros, são herdeiros. 11
13 Regime de Bens Meação do Cônjuge Herança do cônjuge Outros parentes sucessíveis até o quarto grau Comunhão Universal, 50% dos bens comuns. Herda todo o acervo Não herdam Comunhão Parcial, Participação final nos aquestos. Art Separação Convencional Não há meação. Herda todo o acervo Art Não herdam Separação Obrigatória 7 pelo esforço comum (sociedade de fato) súmula 377 STF Herda todo o acervo Art Não herdam União Estável 8 onerosamente na vigência da União Estável, caso outra proporção não estiver especificada no título aquisitivo do bem. Herda em concorrência com os outros parentes sucessíveis 1/3 do saldo dos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável. Art. 1790, III Herdam em concorrência com o convivente 2/3 do saldo dos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, mais todo o acervo hereditário restante, sem concorrência do convivente. (*) Concubinato pelo esforço comum. Não Herda Herdam todo acervo hereditário restante. (*) Na união estável, não havendo parentes sucessíveis até o quarto grau, o companheiro herda 100% do acervo hereditário do falecido. Porém, não sendo o companheiro herdeiro necessário, o testador pode dispor de seus bens, respeitando-se apenas a participação daquele no acervo. 4ª classe de herdeiros Os colaterais (art. 1829, IV) Na falta de descendentes, ascendente, cônjuge ou companheiro, são chamados a suceder os colaterais até o quarto grau. 7 Jurisprudência: A.I. n , Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em 13/08/2003 (...) inteligência dos arts. 1829, I e 1838, ambos do novo código civil brasileiro. O cônjuge supérstite casado sob o regime de separação obrigatória de bens só herda se não houver descendentes. Na falta de descendentes, herdará em concorrência com o ascendente. Em falta de descendentes e ascendentes, a sucessão é a ele deferida por inteiro. Rejeitaram as preliminares suscitadas pelo agravado, negando provimento ao recurso. Unânime. (segredo de justiça) 8 Jurisprudência: A.I. n DES. MARCUS FAVER - Julgamento: 16/03/ DECIMA OITAVA CAMARA CIVEL - TJRJ Inventário. Sucessão aberta após a vigência do novo Código Civil. Direito sucessório da companheira em concurso com irmãos do obituado. Inteligência do art. 1790, III da novel legislação. Direito a um terço da herança Inocorrência de inconstitucionalidade. Não há choque entre o Código e a Constituição na parte enfocada A norma do art º da Constituição Federal não equiparou a união estável ao casamento nem tão pouco dispôs sobre regras sucessórias. As disposições do Código Civil sobre tais questões podem ser consideradas injustas, mas não contêm eiva de inconstitucionalidade. Reconhecimento dos colaterais como herdeiros do "de cujus". Provimento do recurso. 12
14 5ª classe de herdeiros O Município Na falta parentes sucessíveis ou companheiro, a herança se devolve ao Município ou ao Distrito Federal. (art. 1844) 13
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