EFEITO DE EMBALAGENS NA VIABILIDADE DE SEMENTES DE SOJA ARMAZENADAS COM DIFERENTES GRAUS DE UMIDADE INICIAL 1
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1 39 EFEITO DE EMBALAGENS NA VIABILIDADE DE SEMENTES DE SOJA ARMAZENADAS COM DIFERENTES GRAUS DE UMIDADE INICIAL 1 LILIAN PADILHA 2, MÚCIO SILVA REIS 3, EDUARDO FONTES ARAÚJO 4, CARLOS SIGUEYUKI SEDIYAMA 3 e VALTERLEY SOARES ROCHA RESUMO - O presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito de embalagem de sementes de soja, var. UFV-1 (Uberaba), com diferentes graus de umidade sobre a viabilidade das sementes, durante o armazenamento por 16meses. As sementes foram produzidas em campos de multiplicação de sementes básicas da CEDAF-Florestal-MG, no ano agrícola 93/94. Estas foram secadas ao natural até atingirem 11,2; 8,6 e 6,8% de umidade e acondicionadas em embalagens de kg de polietileno transparente (cm x 7cm x,2cm), papel multifoliado de três folhas, algodão, polipropileno trançado e sacaria nova de juta. Estas sementes foram armazenadas no laboratório de preparo de sementes do Departamento de Fitotecnia da UFV, durante 16 meses, a partir de junho de 1994, em condição ambiente (não controlada). A cada quatro meses foram feitas determinações do grau de umidade das sementes pelo método da estufa a 1 o C± 3 o C e avaliações da qualidade fisiológica por meio dos testes de germinação, TTZ classe (1-) e emergência das plântulas. Aos 12 e 16 meses de armazenamento, a embalagem de polietileno quando comparada às demais embalagens, favoreceu a conservação da viabilidade das sementes com 6,8 e 8,6% de umidade, sendo extremamente prejudicial à manutenção da viabilidade das sementes com 11,2% de umidade. Termos para indexação: embalagem, umidade, armazenamento, viabilidade, sementes, soja. EFFECT OF PACKAGES ON THE VIABILITY OF STORED SOYBEAN SEEDS WITH DIFFERENT INITIAL MOISTURE CONTENT ABSTRACT - The present work was performed with a view to evaluate the effect of package of soybean seeds, cultivar UFV-1 (Uberaba), with different initial moisture content on the viability of seeds during the storage. The seeds were produced in basic seed multiplication fields at CEDAF-Florestal-MG in the agricultural year 93/94. They were dried to the natural until they reached 11,2; 8,6 and 6,8% of moisture and packed in kg packages of transparent polyethylene (cm x 7cm x,2cm), three sheet multiwall paper, cotton, woven polypropylene and new jute bags. These seeds were stored in the seed preparing laboratory of the Department of Plant Sciences at the UFV for 16 months, from June, 1994, under environmental condition (uncontrolled). Every four months, were made determinations of the moisture content of seeds by the stove method at 1 o C±3 o C and evaluations of physiological quality by means of germination test, TTZ (class 1-) and seedlings emergence. At 12 and 16 months storage, the polyethylene package as compared with the other packages, favored the keeping of the viability of the seeds with 6,8 and 8,6% of moisture being extremely damaging to the maintenance of the seeds with 11,2% of moisture. Index terms: package, moisture, storage, viability, seeds, soybean. INTRODUÇÃO A sensibilidade de sementes de soja às condições de armazenamento favorece o processo de deterioração. Se estas condições não forem adequadas à manutenção da viabilidade, o 1 Aceito para publicação em ; parte da Dissertação de Mestrado em Fitotecnia (UFV) apresentada pelo primeiro autor. 2 Engª Agrª, M.Sc., Doutoranda do Curso de Pós Graduação em Fitotecnia, UFLA. 37-, Lavras-MG. 3 Prof. Titular, Depto. de Fitotecnia, UFV , Viçosa-MG. 4 Prof. Assistente, Depto. de Fitotecnia, UFV. Prof. Adjunto, Depto. de Fitotecnia, UFV. fornecimento de sementes com alto padrão de qualidade no momento do plantio será prejudicado. A temperatura e a umidade relativa do ambiente são os principais fatores que influenciam a qualidade das sementes durante o armazenamento. As sementes de soja, que possuem natureza higroscópica, têm o seu grau de umidade oscilando em função da umidade relativa do ar e da temperatura ambiente, até que se estabeleça equilíbrio entre a semente e o ambiente no qual ela se encontra armazenada (Popinigis, 197 e Neergaard, 1977). Para um armazenamento seguro, a umidade das sementes de soja deve permanecer em torno de 11% a 12%, durante todo o período de armazenamento (Oliveira et al., 1986 e Sediyama et al., 1993).
2 4 L. PADILHA et al. O armazenamento de sementes com alto teor de água resultará em danos provocados por mudanças no metabolismo celular, com o aumento da atividade enzimática que será favorecida pela temperatura elevada (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária/Centro Nacional de Pesquisa de Soja, 1977). A longevidade das sementes armazenadas também é influenciada pelo tipo de embalagem utilizado para o acondicionamento das sementes (Popinigis, 198 e Warham, 1986). Estudos realizados por Henning et al. (199) constataram que, a qualidade fisiológica das sementes embaladas a 8,% de umidade em sacos plásticos (impermeáveis) foi mantida durante o armazenamento por 7, meses, mesmo em ambientes mais adversos, sendo esta embalagem prejudicial à qualidade das sementes com graus iniciais de umidade mais elevados (1 e 11,%), independente do local de armazenamento. Para a comercialização de sementes de soja no estado de Minas Gerais, a CESM (Comissão Estadual de Sementes e Mudas) permite a utilização de sacarias de papel kraft multifoliado, polipropileno trançado, aniagem e de algodão, de primeiro uso, valvulados ou costurados a máquina, com capacidade de 4kg ou kg (Associação dos Produtores de Sementes do Estado de Minas Gerais, 1994). O presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito de embalagens sobre a viabilidade de sementes de soja com diferentes graus iniciais de umidade, durante 16 meses de armazenamento. MATERIAL E MÉTODOS No ensaio foram utilizadas sementes de soja da variedade UFV-1 (Uberaba) produzidas em campos de multiplicação de sementes básicas da CEDAF (Centro de Ensino e Desenvolvimento Agrário de Florestal), em Florestal-MG, no ano agrícola 93/94. Camadas finas de sementes foram colocadas em caixotes de tela para ser realizado o processo de secagem ao sol até as sementes atingirem os graus de umidade 11,2; 8,6 e 6,8%. O acondicionamento foi realizado utilizando-se embalagens de kg de polietileno transparente (cm x 7cm x,2cm), papel kraft multifoliado de três folhas, algodão, polipropileno trançado e sacaria nova de juta. As sementes foram armazenadas durante 16 meses a partir de junho de 1994, em condição ambiente (sem controle de temperatura e umidade relativa do ar), no laboratório de preparo de sementes do Departamento de Fitotecnia da UFV, situado no Campo Experimental Prof. Diogo Alves de Mello. O monitoramento da temperatura e da umidade relativa do ar, ocorridas no ambiente de armazenamento, foi realizado por meio de um termohigrógrafo (Figuras 1 e 2). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com parcelas subdivididas, com três repetições. As parcelas Temperatura ( o C) FIG. 1. Dados em decêndios de temperatura máxima e mínima, entre junho de 1994 e outubro de 199, correspondente ao período de armazenamento. Viçosa, MG. relativa (%) /6/94 3/7/94 3/8/94 3/9/94 3/1/94 3/11/94 3/12/94 3/1/9 28/2/9 3/3/9 3/4/9 3//9 3/6/9 3/7/9 3/8/9 3/9/ /6/94 3/7/94 3/8/94 3/9/94 3/1/94 Temperatura máxima Temperatura mínima Período experimental 3/11/94 3/12/94 3/1/9 foram constituídas pela combinação dos graus de umidade e tipos de embalagem, e as subparcelas, foram compostas pelos períodos de armazenamento (4, 8, 12 e 16 meses). Para a análise estatística, os dados originais foram transformados em arcoseno %/1, sendo destransformados para a apresentação dos resultados. As médias foram comparadas pelo teste Tukey a % de probabilidade (Gomes,199). A cada quatro meses de armazenamento foram feitas determinações do grau de umidade das sementes pelo método da estufa a 1 o C±3 o C (Brasil, 1992) e avaliações da viabilidade 28/2/9 3/3/9 Período experimental 3/4/9 3//9 3/6/9 3/7/9 3/8/9 3/9/9 FIG. 2. Dados em decêndios da umidade relativa do ar média, entre junho de 1994 e outubro de 199, correspondente ao período de armazenamento. Viçosa, MG Temperatura ( o C)
3 41 pelos testes de germinação, tetrazólio classe 1- e emergência das plântulas em areia. O teste de germinação foi realizado com quatro repetições de sementes que foram semeadas em rolo de papel toalha ( Germitest ) e levadas ao germinador regulado a 2 o C. As avaliações foram realizadas no o e no 8 o dia após a semeadura (Brasil, 1992). No teste de tetrazólio (TTZ) utilizou-se duas repetições de 2 sementes que foram mantidas a 2 o C em papel toalha umedecido por 16 horas; após o pré condicionamento, as sementes foram imersas em solução de TTZ a,7% e colocadas em estufa a 4 o C por um período de aproximadamente 18 minutos. A percentagem média de sementes viáveis foi obtida pela classificação das sementes da classe 1 até a (França-Neto et al., 1988). O teste de emergência das plântulas foi realizado em casa de vegetação, onde foram semeadas, em bandejas com areia, sementes, com cinco repetições de 4 sementes, de cada unidade experimental. Quando as plântulas apresentavam o primeiro par de folhas (unifolioladas) completamente abertas, realizou-se a contagem das plântulas normais e anormais. Os resultados foram expressos em porcentagem de plântulas normais (Brasil, 1992). A qualidade das sementes após a secagem para cada grau de umidade e antes de embalar não foi analisada estatisticamente e encontra-se na Tabela 1. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os graus de umidade das sementes não foram analisados estatisticamente e os resultados médios encontram-se na Tabela 2. Observou-se que a partir dos quatro meses de armazenamento, nas embalagens que permitiram a passagem de umidade (papel multifoliado, algodão, polipropileno trançado e juta), as sementes já tinham entrado em equilíbrio com o ambiente. Este equilíbrio se deve à característica de higroscopicidade das sementes de soja (Popinigis, 197 e Neergaard, 1977). Por TABELA 1. Caracterização da qualidade de sementes de soja var. UFV-1 com diferentes graus de umidade. Viçosa, MG Germinação TTZ (1-) Emergência das (%) (%) (%) plântulas (%) 6,8 86, 8, 87,8 8,6 88, 8, 9,3 11,2 8,8 88, 89,6 TTZ (1-) teste de tetrazólio classes 1 a. TABELA 2. Percentagem média de umidade (base úmida), determinada durante o armazenamento das sementes de soja var. UFV-1, com diferentes graus de umidade e acondicionadas em diferentes tipos de embalagens. Viçosa-MG, 1994/199. (%) Embalagem Polietileno 7, 6,9 7, 6,7 Papel multifoliado 9,8 1, 1,9 9,6 6,8 Algodão 9,6 9,4 11,1 9,4 Polipropileno 9,6 9,9 11,1 9,2 Juta 9,8 9,6 11,1 9, Polietileno 8,9 9, 9,3 9,4 Papel multifoliado 9,8 9,7 11,1 1, 8,6 Algodão 9,6 9,8 11,2 1, Polipropileno 9,7 9,7 11,2 9,8 Juta 9,4 9,7 1,9 1,1 Polietileno 1,9 11,4 11,4 11, Papel multifoliado 9, 1, 11,1 1, 11,2 Algodão 9, 9,7 11,1 9,9 Polipropileno 9, 9, 11,2 9,8 Juta 9,1 1, 11,2 9,9 outro lado, o polietileno mostrou-se eficiente em evitar as trocas entre a semente e o ambiente em que ela foi armazenada. Verificou-se a tendência natural de redução da viabilidade das sementes ao longo do armazenamento, sendo esta redução menos intensa nas sementes acondicionadas em embalagens de polietileno com 6,8 e 8,6% de umidade e mais intensa para as sementes com grau de umidade de 11,2% (Tabela 3). Pode-se observar que, para as sementes acondicionadas com 6,8% de umidade durante 16 meses de armazenamento, a embalagem de polietileno favoreceu a manutenção da viabilidade das sementes acima do padrão mínimo de germinação estabelecido pela CESM/ MG, que é de 7% para fins de comercialização (APSEMG, 1994) e, para as sementes com 8,6% de umidade, próxima a 7%. Durante o armazenamento, para as sementes acondicionadas com 6,8 e 8,6% de umidade, o teste de germinação apontou o polietileno como a embalagem mais eficiente em manter a viabilidade das sementes, quando comparado ao papel multifoliado, algodão, polipropileno trançado e juta, mas não permitiu uma discriminação consistente para estas últimas. Amaral & Baudet (1983) não observaram diferenças na germinação das sementes de soja acondicionadas por até oito meses em embalagem semi-permeável (polietileno) e embalagens permeáveis (papel multifoliado e polipropileno trançado). O teste de germinação também evidenciou que o acondicionamento das sementes com 11,2% de umidade em embalagem impermeável, reduziu significativamente a viabilidade das sementes
4 42 L. PADILHA et al. TABELA 3. Percentagem média de plântulas normais, no teste de germinação de sementes de soja var. UFV-1, com diferentes graus de umidade, submetidas a diferentes tipos de embalagens e períodos de armazenamento. Viçosa-MG. 1994/199. TABELA 4. Percentagem média de sementes viáveis, obtidas no teste de tetrazólio (classe 1-) de sementes de soja var. UFV-1, com diferentes graus de umidade, submetidas a diferentes tipos de embalagens e períodos de armazenamento. Viçosa-MG. 1994/199. Polietileno 8,a 77,4a 77,4a 84,3a 81, Multifoliado 89,4a 71,1a 68,4ab 3,4 b 64,8 6,8 Algodão 9,1a 76,a 6, b 33,3 b 66,1 Polipropileno 9,1a 73,3a 69,7ab 33,3 b 66,6 Juta 89,8a 73,4a 73,1ab 37,9 b 68,6 Polietileno 87,7a 8,1a 83,8a 74,3a 82,7 Multifoliado 9,1a 71, b 69, b 3,3 b 66,4 8,6 Algodão 88,7a 7,1 b 73, b 3, b 6, Polipropileno 9,4a 69, b 76,7ab 33, b 67,4 Juta 91,1a 7,9 b 72, b 32,1 b 66, Polietileno 9,a 9,3 b 31,3 b, c 4,3 Multifoliado 88,3a 8, b 62,7a 13,6 b,7 11,2 Algodão 89,7a 9,7 b 62,7a 18,9ab 7,8 Polipropileno 88,a 6,7ab 68,2a 21,9a 61, Juta 86,7a 7,4a 62,7a,6ab 6,1 Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a %. Polietileno 81,6a 8,8a 8,7a 8,4a 83,4 Multifoliado 82,4a 8,7a 63, b 63,3 b 72, 6,8 Algodão 9,3a 86,2a 74,7ab 6, b 79,2 Polipropileno 84,8a 77,a 67,4ab 8,8 b 72,1 Juta 88,1a 81,a 74,1ab 66,3 b 77,4 Polietileno 87,4a 86,7a 78,1a 71,4a 8,9 Multifoliado 83,6a 8,7a 78,8a 69,6a 78,2 8,6 Algodão 83,4a 83,4a 7,1a 72,1a 78, Polipropileno 81,6a 8,4a 78,7a 6,a 77,8 Juta 84,8a 9,1a 72,2a 64,1a 77,8 Polietileno 9,8a 78,a 48,7 b 23,3 b 6,2 Multifoliado 84,8ab 78,9a 74,7a 68,3a 76,7 11,2 Algodão 86,8ab 76,7a 72,1a 7,a 77,8 Polipropileno 86,2ab 77,4a 66,1a 6,2a 72, Juta 77,4 b 73,4a 74,1a 69,a 73, Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a %. armazenadas por 12 meses não existindo diferença significativa entre as sementes acondicionadas nas embalagens de papel multifoliado, algodão, polipropileno e juta. Aos 16 meses, as sementes acondicionadas em sacaria de polietileno não germinaram. Os resultados obtidos no teste de tetrazólio, incluídos nas classes de 1 a, encontram-se na Tabela 4. Até o período de oito meses, independente do tipo de embalagem, não existiu diferença significativa para a viabilidade potencial das sementes acondicionadas com diferentes graus de umidade. Para as sementes acondicionadas com 6,8% de umidade observou-se, aos 12 meses de armazenamento, a superioridade do polietileno que permitiu maior viabilidade das sementes quando comparado ao papel multifoliado. Aos 16 meses, não existiram diferenças significativas entre as embalagens de papel multifoliado, algodão, polipropileno e juta. No entanto, o polietileno se destacou destas embalagens por permitir a melhor conservação das sementes. Quando as sementes foram armazenadas com 8,6% de umidade, em nenhum período de armazenamento foi verificado efeito de embalagens sobre a germinação potencial das sementes. Para as sementes acondicionadas com 11,2% de umidade na embalagem de polietileno, observa-se que, aos 12 e 16 meses de armazenamento, as sementes apresentaram viabilidade bastante reduzida, quando comparada às demais embalagens, evidenciando aceleração no processo de deterioração. Todavia, também como observado no teste de germinação, não ficaram caracterizadas diferenças entre as embalagens de papel multifoliado, algodão, polipropileno trançado e juta. Os resultados do teste de emergência das plântulas em areia encontram-se na Tabela. Até oito meses de armazena-mento, todas as embalagens utilizadas para o acondicionamento das sementes, com 6,8 e 8,6% de umidade, mantiveram a emergência das plântulas bem acima de 7% e, para as sementes acondicionadas com 11,2% de umidade, próxima a 7%. Neste período, como também observado no TTZ (1-), ainda não ficou caracterizado efeito do grau de umidade e da embalagem sobre a viabilidade das sementes. Aos 12 e 16 meses de armazenamento, as sementes com 6,8% de umidade e, aos 16 meses, as sementes com 8,6% de umidade, acondicionadas em sacaria de polietileno, apresentaram maior percentagem de emergência das plântulas quando comparadas com aquelas acondicionadas nas demais embalagens. Todavia, aos 12 e 16 meses de armazenamento, para as sementes com 11,2% de umidade, a sacaria de polietileno favoreceu acentuada redução da percentagem de plântulas emergidas. De maneira geral, independente do grau de umidade e período de armazenamento, não se caracterizou comportamento diferenciado para as sementes acondicionadas nas embalagens de papel multifoliado, algodão, polipropileno trançado e juta.
5 43 TABELA. Percentagem média de emergência das plântulas de soja var. UFV-1, com diferentes graus de umidade, sub-metidas a diferentes tipos de embalagens e períodos de armazenamento. Viçosa-MG. 1994/199. Polietileno 9,7a 88,1a 8,7a 92,7a 89,3 Multifoliado 9,a 86,9a 4,7 b 62,7 b 73,6 6,8 Algodão 91,a 8,7a 61, b 62, b 7,3 Polipropileno 93,4a 86,7a 6,4 b 68, b 76,3 Juta 93,1a 82,7a 8,3 b 67, b 7,3 Polietileno 94,3a 89,6a 71,7a 91,7a 86,8 Multifoliado 93,2a 82,9a 6,4a 6,4 c 73,2 8,6 Algodão 93,a 87,1a 3,a 8,4 bc 7,4 Polipropileno 92,a 83,7a 61,1a 69,7 b 76,6 Juta 93,7a 8,a 64,4a 62,1 bc 76,4 Polietileno 92,6a 7,7a 17,3 b 26,2 b 3, Multifoliado 91,a 78,2a 4,6a 44,3a 64,8 11,2 Algodão 92,1a 78,7a 7,7a 49,a 69,4 Polipropileno 9,7a 84,4a 3,4a 1,3a 7, Juta 9,a 81,8a 4,a 48,3a 68, Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a %. CONCLUSÕES - A partir dos quatro meses, as sementes acondicionadas nas embalagens de papel multifoliado, algodão, poli-propileno trançado e juta já apresentavam o grau de umidade em equilíbrio com o ambiente de armazenamento. Não ficou caracterizado efeito diferenciado destas embalagens sobre a viabilidade das sementes, durante todo o período de armazenamento; - aos 12 e 16 meses de armazenamento, a sacaria de polietileno quando comparada às demais embalagens, favoreceu a conservação da viabilidade das sementes com 6,8% e 8,6% de umidade, sendo prejudicial para as sementes com 11,2% de umidade. REFERÊNCIAS AMARAL, A.S. & BAUDET L.M. Efeito do teor de umidade da semente, tipo de embalagem e período de armazenamento, na qualidade de sementes de soja. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v., n.3, p.27-3, ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE SEMENTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS - APSEMG. Padrões de sementes e de lavoura: Estado de Minas Gerais: ano agrícola [Belo Horizonte], [1994]. n.p. (Apostila). BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA: Fatores que afetam a viabilidade das sementes. Londrina: EMBRAPA/CNPS p. (Boletim Técnico, 2). FRANÇA NETO, J.B.; PEREIRA, L.A.G.; COSTA, N.P.; KRZYZANOWSKI, F.C. & HENNING, A.A. Metodologia do teste de tetrazólio em semente de soja. Londrina: EMBRAPA/ CNPS, p. (Documentos, 32). GOMES, F.P. Curso de estatística experimental. Piracicaba: ESALQ, p. HENNING, A.A.; KRZYZANOWSKI, F.C.; FRANÇA-NETO, J.B.; COSTA, N.P. & CAMARGO, T.V. Embalagem de sementes de soja para armazenamento em regiões tropicais e subtropicais. Informativo ABRATES, Londrina, v., n.2, p.47, 199. NEERGAARD, P. Seed pathology. Londres: MacMillan, p. OLIVEIRA, A.B.; REIS, M.S. & SEDIYAMA, T. Armazenamento da soja. In: Dia-de-campo sobre a cultura da soja na fazenda Planalto. Uberlândia: UFU, p POPINIGIS, F. Qualidade fisiológica de sementes. Semente, Brasília, v.1, p.6-8, 197. POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. 2.ed. Brasília: AGIPLAN, p. SEDIYAMA, T.; PEREIRA, M.G.; SEDIYAMA, C.S. & GOMES, J.L.L. Cultura da soja. Viçosa: UFV, pt.2, 7p. WARHAM, E.J. A comparison of packaging materials for seed with particular reference to humid tropical environments. Seed Science and Technology, Zürich, v.14, n.1, p , 1986.
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