INOVAÇÃO NA LINHA DE PRODUÇÃO DA EMBRAER: A MONTAGEM EM DOCA

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1 INOVAÇÃO NA LINHA DE PRODUÇÃO DA EMBRAER: A MONTAGEM EM DOCA Aloísio André dos Santos (PG)* Lígia Maria Soto Urbina (PQ)** Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA/CTA São José dos Campos SP * aloisio@mec.ita.br ** ligia@mec.ita.br RESUMO Os tempos modernos têm sido caracterizados pelo rápido desenvolvimento de inovações tecnológicas e sua transferência para o setor produtivo. Estas novas tecnologias afetam diretamente o meio ambiente do trabalho, modificando a organização da produção e do trabalho. Como conseqüência, conforme os novos processos de produção são adotados aumentam as exigências na qualificação do trabalhador. Nos diferentes setores industriais, estas mudanças têm quebrado paradigmas estabelecidos e conceitos tradicionais, trazendo assim substanciais elevações da produtividade do trabalho. Nesse contexto, este trabalho pretende colaborar com a compreensão dos processos de modernização das empresas brasileiras, apresentando o caso de uma reestruturação da montagem final de aeronaves da EMBRAER. ABSTRACT Modern times have been characterized by the rapid development of technological innovations and its transfer to the productive sector. These new technologies affect directly the work environment, modifying the production and the labor organization. As a consequence, as new production processes are adopted increase the worker s qualification requirements. In different industrial sectors, these changes have imposed the adoption of new rules of production, breaking established paradigms and traditional concepts, thus bringing a substantial increase in the labor productivity. In this context, this work intends to collaborate with the understanding of the processes of modernization of the Brazilian companies, presenting the case of the re-organization of the final assembly of aircraft of the EMBRAER. 1. INTRODUÇÃO O mundo moderno impõe a adoção de tecnologias novas no setor produtivo, com o intuito de melhorar a produtividade do trabalho, reduzir custos, e elevar a competitividade das empresas, capacitando-as para concorrer em mercados globais marcados por concorrência muito acirrada. De fato, o progresso tecnológico, ocorrido com maior intensidade no final do século passado, modificou a estrutura organizacional e produtiva das empresas que precisavam adequar-se aos padrões de eficiência e competitividade dinâmicos, impostos pela liberalização dos fluxos comerciais mundiais. Nesse sentido, Gonçalves [1] chamava atenção para o progresso tecnológico que estava ocorrendo nas últimas décadas. Para ele: o progresso foi de tal significância que se transformou num novo paradigma tecno-econômico, que incorpora novos processos de produção, novos produtos e novos conceitos-guia em termos de organização da produção. Também, salienta Lacerda [2] que as

2 transformações globais, de ordem tecnológica e/ou organizacional, têm provocado uma reestruturação global no setor industrial, interferindo significativamente nos padrões de competitividade em nível internacional. [E ainda] Ocorre uma verdadeira revolução tecnológica que criou um novo padrão de desenvolvimento, ancorado em novas formas de produção e administração. Nessa direção apontam os comentários de Dahlman [3] sobre as crescentes indicações de que as novas tecnologias estão associadas a mudanças organizacionais nas empresas ou segmentos inovadores. Como por exemplo, observa-se o crescimento da adoção de novas formas de organização do trabalho baseadas em equipes de trabalho, trabalhadores polivalentes, com maior autonomia e hierarquias mais enxutas. Salienta-se ainda que algumas tecnologias modernas impõem modificações radicais na estrutura organizacional e produtiva, como a reengenharia, o sistema just in time, a tecnologia de grupo, novos arranjos físicos de produção e o sistema de gestão manufacturing resources planning. Algumas outras inovações, de natureza talvez mais freqüente, afetam processos e produtos de uma forma menos acentuada. Porém, o fator comum, em ambos casos, é a necessidade de mudanças na organização da produção e do trabalho. Este trabalho pretende colaborar com a compreensão dos processos de modernização das empresas brasileiras, apresentando uma modificação no processo produtivo que foi implantado na EMBRAER, especificamente na linha de produção, em decorrência da inovação na família de jatos. Destaca-se ainda que vários estudos foram ou estão sendo destinados ao assunto, porém como salienta Anderson [4], as influências recíprocas da capacidade das empresas de inovar, absorver e utilizar a tecnologia estão se tornando cada vez mais complexas e exigentes. 2. A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA A inadaptação às mudanças tecnológicas fazem com que muitas organizações fracassem. Harmon e Peterson [5] já chamavam a atenção para os fracassos em automações industriais e de sistemas de informação a partir de modelos complicados e às vezes inadequados de funcionamento. Para Sabato [6] a tecnologia é o conjunto ordenado de conhecimentos (científicos ou empíricos) utilizados na produção e na comercialização de bens e serviços. Segundo o autor toda alteração de uma tecnologia pode ser chamada de inovação tecnológica, ou simplesmente inovação. A inovação tecnológica tem sido uma componente importante do desenvolvimento de uma empresa no que se refere à competitividade. Empresas que investem na inovação tecnológica podem, eventualmente, lançar produtos novos antes dos concorrentes. Os efeitos ocasionados pela inovação tecnológica são observados na otimização dos processos de produção, que modificam a organização do trabalho, e reduzem os custos de produção, buscando maior qualidade e velocidade de entrega do produto. Estas mudanças são abordadas em A CAPACIDADE...[7], onde se comenta que "a indústria brasileira passou por um período de otimização da produtividade na década de 90, ocasionando "a diminuição dos prazos de produção [e ainda] uma otimização e uma busca da eficiência e produtividade". Nesse cenário de mudanças, as empresas se defrontam ainda com a decisão de gerar novas tecnologias ou compra-las no mercado. Para o caso de empresas que optam pelo desenvolvimento de inovações, Cabral [8] argumenta que o processo de inovação tecnológica nas empresas ocorre através do exame das diversas etapas de aprendizado, que envolve a importação de tecnologia, domínio da tecnologia, desempacotamento tecnológico (know-how), cópia de tecnologia importada, novas concepções tecnológicas, e exportação de tecnologia. Deixa-se claro porém que todo o processo de inovação é complexo e não apresenta uma forma linear, todas as etapas de uma inovação se interagem e a todo instante necessitam ser repensadas e redirecionadas conforme o mercado interno e externo. Um exemplo de inovação a ser destacado foi o lançamento, após ampla pesquisa de mercado, do ERJ-170, pela EMBRAER, que faz parte de uma nova família de jatos, que têm uma configuração que oferece vantagens de redução de peso e melhor balanceamento, resultantes do posicionamento dos motores próximo ao centro de gravidade. Alves [9].

3 O ERJ-170 pode ser considerado uma inovação tecnológica uma vez que se diferencia dos modelos até então utilizados pela EMBRAER em vários aspectos. Um deles é o aumento na capacidade de passageiros e motores instalados sob as asas. Esta inovação refletiu em impactos significativos em toda a empresa que teve que se ajustar ao novo tipo de aeronave tanto no sentido de produção de um número maior de peças que são comuns nas outras famílias, quanto no sentido de fabricação de peças maiores e outras novas que surgiram em decorrência do novo modelo. Inúmeras modificações no chão de fábrica da empresa poderiam ser destacadas, como mudanças de layout, fluxo de materiais, novos programas, treinamento da mão-de-obra, entre outros. No campo da produção, merece destaque a montagem em doca, que está sendo utilizada na montagem final da aeronave, descrita a seguir. 3. MUDANÇA DEVIDO À INOVAÇÃO A afirmação de que toda mudança tecnológica tem impactos na organização da produção é ilustrada, a seguir, pela mudança na linha de montagem final da EMBRAER. A inovação tecnológica (ERJ-170) causou um impacto substancial na linha de produção de aeronaves da empresa e ocasionou uma reorganização de todos os setores da fábrica para atenderam a nova demanda (cadência). Focalizando a etapa de montagem final da aeronave, por exemplo, e direcionando os estudos especificamente para a linha de montagem, observou-se que as aeronaves até então fabricadas pela EMBRAER ( , entre outros), seguiam o sistema de montagem em linha, muito conhecido na indústria automobilística. O novo modelo porém, baseado em estudos da própria empresa, se adequava melhor a um novo tipo de montagem chamado de montagem em doca, onde a aeronave permanece estacionada no momento da montagem final. A Montagem em Linha (Figura 1) é o sistema de produção que se caracteriza pela movimentação do produto enquanto que a mão-de-obra permanece fixa no lugar de trabalho, durante as etapas do processo produtivo. P1 P2 P3 P N Mão de obra (fixa) Figura 1 Representação esquemática da Montagem em Linha Já na Montagem em Doca (Figura 2), o sistema de produção se caracteriza por posição fixa do produto, enquanto que os vários times de trabalho que montam o avião durante as várias etapas do processo produtivo vão se aproximando conforme necessário. Esta forma de trabalho se denomina de volante.

4 PRODUTO Mão de obra (volante) Figura 2 Representação esquemática da Montagem em Doca A Montagem em Doca acarretou mudanças significativas tanto na questão de organização da produção quanto na organização do trabalho, que se organiza em grupos de trabalho com maior autonomia de decisão. Assim, este modelo de trabalho requer que a empresa contrate trabalhadores mais qualificados, capazes de se adaptar às novas condições de trabalho. Esta restruturação produtiva traz consigo a flexibilização da produção, que propõe novos problemas organizacionais e de coordenação de atividades, dificultando a gestão. Portanto, a montagem em doca pode ser considerada mais complexa e aponta para diferentes direções, quando observada sob a ótica do trabalho e da organização da produção. Não há como definir se um conceito é melhor do que o outro, a aplicação de cada um deles passa a ser mais ou menos viável, em função das características do produto, do programa e das instalações. Na Montagem em Linha a movimentação do produto exige sincronização e ciclos de produção padrões ou similares. Os desvios do planejado (inversão de linha, reconfiguração) causam impacto nos ciclos praticados takt time da linha de produção. Também, este tipo de montagem não absorve mix de produção com ciclos diferentes. Na Montagem em Doca a gestão da produção requer maior controle, dificultando o gerenciamento e controle da produção, gerando a necessidade de sistemas que possibilitem uma gestão mais visual. Exigem uma logística de abastecimento à produção mais planejada e controlada e ainda há necessidade de duplicação de alguns ferramentais e ferramentas (gestão de recursos). Esta montagem ainda é caracterizada pelo trabalho em grupo, trabalhadores qualificados, treinados e com autonomia de decisão e ação, exigindo maior empenho e qualificação da mão-de-obra para adequar-se ao novo sistema. Se por um lado, a montagem de doca se mostrou uma melhor opção para a nova família de aeronaves, o conceito de montagem em linha continua sendo empregado pela empresa na montagem final das outras famílias de jatos, daí a dificuldade em definir qual conceito é melhor. 4. CONCLUSÕES Conclui-se que a necessidade das empresas de estarem sempre inovando para se tornar competitivas em um mercado cada vez mais globalizado gera desafios em todos os setores da empresa. Uma inovação ou até mesmo uma melhoria em um processo de produção requer estudos diferenciados no sentido de reduzir ao máximo o lead time. A EMBRAER, com o lançamento de uma nova família de jatos, ao invés de continuar com uma linha de montagem apenas ( montagem em linha), implementou a montagem em doca, que melhor se adequou ao novo modelo. A migração para um novo tipo de montagem, que a princípio parece simples, acarretou mudanças significativas tanto na questão de organização da produção quanto na organização do trabalho, quando passou a exigir trabalhadores mais qualificados e autonomia nas decisões. A restruturação produtiva portanto pode ser considerada bastante complexa e aponta para diferentes direções quando observada sob a ótica do trabalho e da organização da produção. A flexibilização da

5 produção, os problemas organizacionais e de coordenação de atividades dificultam ainda mais a complexidade da gestão. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA [1] GONÇALVES, R. Abre Alas.: A Nova Inserção do Brasil na Economia Mundial. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, [2] LACERDA, A.C.: O impacto da Globalização na Economia Brasileira. São Paulo: Contexto, 2aEd.,1998. [3] DAHLMAN, C.: O desafio da Revolução do conhecimento para a indústria dos países em desenvolvimento. In: CASTRO, A.B. et al. O Futuro da Indústria no Brasil e no Mundo os desafios do século XXI. Rio de Janeiro: Campus, [4] ANDERSON, T.: Nova Política Industrial: objetivos, instrumentos e desempenho. In: CASTRO, A.B. et al. O Futuro da Indústria no Brasil e no Mundo os desafios do século XXI. Rio de Janeiro: Campus, [5] HARMON, R.L.: PETERSON, L.D. Reinventando a Fábrica: Conceitos Modernos de Produtividade Aplicados na Prática. Rio de Janeiro: Campus, [6] SABATO, J.A.: El Comercio de Tecnologia. Departamento de Assuntos Científicos-Secretaria Geral da OEA, Washington, [7] A CAPACIDADE de inovação será diferencial no futuro. Pesquisa FAPESP, Suplemento Especial. Ed.54-01/05, [8] CABRAL, A. S.: Análise do Desempenho Tecnológico da Indústria Aeronáutica Brasileira. Tese (Doutorado): ITA, São José dos Campos. [9] ALVES, J.M.: Proposta de um Modelo Híbrido de Gestão da Produção: Aplicação na Indústria Aeronáutica. Tese (Doutorado) - Engenharia Mecânica (UNICAMP), Campinas, 2001.

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7 O CAPITAL HUMANO NA GESTÃO DA PRODUÇÃO UMA ABORDAGEM MICROECONÔMICA Claudinete Salvato Lima (PG) * e Ligia Maria Soto-Urbina (PQ) ** Instituto Tecnológico da Aeronáutica, ITA/CTA São José dos Campos (SP) * clau@mec.ita.br ** Ligia@mec.ita.br RESUMO A função de produção de uma firma descreve a relação entre o nível de insumos utilizados na produção e a quantidade de produtos obtidos. Estudos recentes enfatizam a necessidade de levar em conta a contribuição de um novo fator de produção: o capital humano. Isto se deve à crescente importância deste novo componente na produtividade e eficiência competitiva das empresas. Assim, o reconhecimento da crescente contribuição do capital humano para o desempenho e a produtividade das firmas tem propiciado melhorias na qualidade dos recursos humanos empregados. A teoria do capital humano trata o conhecimento e as capacidades técnicas dos indivíduos como uma forma de capital, uma vez que estes atributos são capazes de gerar benefícios futuros. Os investimentos em capital humano constituem uma importante fonte de riqueza à medida que aumentam o valor do produto do esforço humano, que fortalecem as vantagens competitivas da firma e proporcionam fluxos positivos de benefícios e lucros. Este trabalho aborda a importância do capital humano na produtividade e eficiência das empresas, a partir de uma ótica microeconômica. ABSTRACT The production function of any given firm specifies the relationship between the level of inputs utilized in the production process and the amount of products obtained. Recent studies emphasize that it is necessary to take into account the contribution of another factor of production: the human capital. This is due to the increasing importance of this new component. in the productivity and competitive efficiency of the companies. Thus, the recognition of the growing contribution of human capital to the firm's performance and productivity. The theory of the human capital considers that knowledge and individual technical skills are a form of capital, since these attributes are capable to generate future benefits. The investments in human capital constitute an important source of wealth because they increase the product value of the human effort, which strengthen the firm's competitive advantages, and provide positive flows of benefits and profits. This work is about the importance of the human capital in the productivity and efficiency of the companies, using a microeconomic focus.

8 1- INTRODUÇÃO O dinamismo e eficiência das empresas estão relacionados com a sua capacidade produtiva. O termo produtividade refere-se à quantidade de bens e serviços que um trabalhador consegue produzir a cada hora de trabalho. Nesse contexto, entende-se que a produtividade é determinante do desempenho de uma firma e um aumento dessa produtividade implica na melhoria deste padrão de desempenho. Para se compreender as diferenças observadas na eficiência das empresas, é necessário primeiramente que se dê uma pequena definição sobre a teoria da produção dos bens e serviços. A teoria da produção consiste de uma análise de como o empresário, supondo-se que os padrões tecnológicos estejam constantes, emprega os vários insumos para obter determinado volume de produção de forma economicamente eficiente. Produção pode ser definida, de modo geral, como a criação de qualquer bem ou serviço que a população irá adquirir [1]. O conceito de produção abrange o amplo domínio das múltiplas atividades humanas e da fabricação de bens materiais que são transacionados no mercado. Prestar algum tipo de serviço, escrever um livro, exibir um filme, são fatores que constituem exemplos de produção [1]. Na realidade, as empresas prestadoras de serviços têm dominado a era da economia moderna, baseada no conhecimento. No entanto, é complicado especificar os insumos utilizados na obtenção dos produtos como nestes exemplos demonstrados. Vários estudiosos acreditam que determinados tipos de habilidades técnicas e intelectuais, em forma de capital humano, são requeridos para realizar estas atividades. A teoria do capital humano trata o conhecimento e as capacidades úteis dos indivíduos como uma forma de capital, uma vez que estes atributos são capazes de gerar benefícios futuros. A característica distintiva do capital humano é a de que ele é parte do homem. É humano porquanto se acha configurado no homem e é capital porque é uma fonte de satisfações futuras, ou de rendimentos futuros, ou ambas as coisas [2]. Os investimentos em capital humano constituem uma importante fonte de riqueza à medida que aumentam o valor do produto do esforço humano, proporcionando positivas taxas de rendimento. Diante deste contexto, o foco deste trabalho consiste em abordar a importância do capital humano na produtividade e eficiência das empresas, a partir de uma ótica microeconômica. 2- A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO Nicholson [3] define a Função de Produção como sendo uma relação que mostra o montante máximo de produção que pode ser produzido a partir de qualquer conjunto especificado de insumos dada a tecnologia existente ou o estado da arte. De fato, a função de produção é utilizada na economia para descrever a relação entre quantidade de insumos utilizados na produção e a quantidade de produtos obtidos. As economias são compostas por um grande número de empresas que utilizam capital (K) e trabalho (L) para gerar uma quantidade de produção (Q). Assim, esta função é definida como Q = Q (K, L) [4]. Para tentar retratar a realidade das empresas, a teoria econômica considera que, no curto prazo, existe unicamente um recurso de produção variável, o trabalho. Neste horizonte temporal, as empresas não variam a quantidade de capital, refletindo o fato de que nem sempre é fácil para as empresas mudar rapidamente a sua capacidade de produção. Assim, no curto se a firma desejar aumentar a seu nível de produção, o fará empregando mais mão de obra, conforme mostrado na Figura 1.a. Já no longo prazo, segundo o modelo convencional microeconômico, conforme mostrado na figura 1.b, a firma pode modificar a sua capacidade de produção através da introdução de novas tecnologias ou de investimentos em capital, conforme ilustrado na Figura 1.b. Deste modo a função de produção se desloca para cima e é possível produzir mais produto por trabalhador. Ou, em outras palavras, é possível produzir a mesma quantidade de bens ou serviços com menos trabalhadores.

9 Q Q= Q(L, K 0 ) Q Q= Q(L, K 1 > K 0 ) Q= Q(L, K 0 ) L L (a) (b) Figura 1. Função de produção e o tempo: (a) no curto prazo; (b) no longo prazo O Produto Marginal O produto marginal de um insumo é o aumento do produto total causado pelo acréscimo de uma unidade de insumo variável no processo de produção, mantendo-se constantes todos os demais insumos. dq df ( L / K) = dl dl Com o aumento da quantidade de insumo variável, mantendo-se constante a quantidade do outro insumo (fixo), obtêm-se um ponto para além do qual o produto marginal cai. Esta é a Lei dos Rendimentos Físicos Marginais Decrescentes e constitui uma afirmação baseada em observações do cenário econômico real. Vale ressaltar que jamais fora registrada uma observação empírica contrária. Quando um insumo fixo é relativamente abundante, o produto marginal é crescente. Neste caso, o nível de Q é pequeno e a firma trabalha com rendimentos marginais crescentes. Porém, essa mesma situação se constitui num estímulo natural para aumentar a produção. Assim, rapidamente se atinge um ponto, para além do qual um acréscimo na intensidade de uso do insumo fixo produz rendimentos adicionais progressivamente menores. A Figura 2 mostra a função de produtividade marginal do trabalho, definida para níveis de capital fixos e padrões tecnológicos estáveis. PMgL PMgL(K 1 > K 0 ) L Figura 2: Produtividade marginal do trabalho O insumo fixo é um parâmetro que provoca variações no conjunto de curvas de produção e, consequentemente, de produtividade marginal. 3 - A TEORIA DO CUSTO A teoria dos custos visa introduzir a dimensão econômica nas decisões de produção. Assim, a partir do conhecimento da função de produção, dos efeitos de rendimentos decrescentes, etc, é possível realizar a análise dos custos de produção da firma. De acordo com a análise microeconômica, são as condições físicas de produção, os preços dos recursos e a conduta do empresário que irão determinar o custo de produção de uma firma.

10 No caso mais usual, em que a firma trabalha com volumes de produção substanciais a produtividade marginal do trabalho (PMGL) declina, portanto os custos crescem a taxas crescentes, conforme ilustrado na Figura 3. Custos PMgL Custos PMgL Figura 3: Produtividade e custo em função da quantidade produzida Assim, no curto prazo a firma se depara com o problema de que somente poderá expandir a produção a custos crescentes. Portanto, terá um estímulo de modificar o fator de produção fixo com vistas a deslocar para cima as funções de produção e produtividade e, consequentemente, deslocar para baixo a função de custos. Q 4- O CAPITAL HUMANO NA FUNÇÃO DE PRODUÇÃO Atualmente, diversos estudos têm apontado a necessidade da inserção de um novo fator como insumo da função de produção. Esta necessidade se deve a crescente importância deste novo componente na produtividade e eficiência competitiva das empresas. Este fator caracteriza-se pela acumulação do capital humano. A nova teoria internaliza o "capital humano" no próprio processo produtivo, separando o capital e a mão-de-obra em duas categorias, uma que participa da produção propriamente dita, e outra que se destina à produção do novo conhecimento e da nova tecnologia. Quanto maior a proporção dos fatores destinada à segunda categoria, tanto maior a produtividade da mão-de-obra, que constitui um importante critério de eficiência dentro de uma firma. Neste contexto vale considerar, diante do atual cenário econômico, um modelo de função de produção mais rico e adaptável às condições recentes, como: Q = A F (L, K, C) onde Q denota a quantidade de produtos, L a quantidade de trabalho, K a quantidade de capital físico e C a quantidade de capital humano. F( ) é uma função que mostra como os insumos são combinados para gerar o produto. A é uma variável que representa a tecnologia produtiva disponível. A medida que a tecnologia se aperfeiçoa, A aumenta de forma que a economia produz mais a partir de qualquer combinação dada de insumos. Quando o insumo capital humano entra numa função de produção, seu produto marginal fica igual a: dq df ( L / K, C) = dl dl As funções de produção costumam ter retorno constante de escala, que ocorre quando a duplicação dos insumos provoca uma duplicação na produção. Entretanto, o que se tem notado recentemente é que a atividade econômica tem apresentado rendimentos crescentes em relação à escala de produção, porque o retorno dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento e o retorno dos

11 investimentos em educação e treinamento da mão-de-obra não são plenamente capturados pelos agentes que os produziram. Eles se difundem para toda a economia, aumentando assim a taxa de retorno global. O Capital humano tem representado elemento extremamente importante como propulsor de produtividade e eficiência nas empresas. Azevedo [5] define investimento em capital humano como gastos que provocam um aumento da capacidade produtiva das pessoas. Para ele, a acumulação desses gastos realizados constituem um estoque de capital humano. As empresas necessitam perceber que os seres humanos em seu trabalho não são apenas pessoas movimentando ativos eles próprios são os ativos que podem ser valorizados, medidos e desenvolvidos como qualquer outro ativo da cooperação. São ativos dinâmicos que podem ter seu valor aumentado com o tempo, e não ativos inertes que perdem o valor. Com certeza são os mais importantes de todos os ativos. Os sistemas criados para recrutá-los, recompensá-los e desenvolvê-los, formam uma parte principal do valor de qualquer empresa tanto quanto ou mais que os outros ativos, como dinheiro, terras, fábricas, equipamentos e propriedade intelectual [6]. Na realidade, o sucesso de uma organização está intimamente ligado a seu pessoal, responsável pelo aumento da produtividade e qualidade de seus produtos e/ou serviços bem como pela sua eficiência competitiva no mercado. A função do capital humano consiste basicamente em aumentar a produtividade econômica dos indivíduos [6]. Assim como o capital físico, o capital humano também aumenta a capacidade de uma empresa para a produção de bens e serviços. Na verdade, a eficiência de uma organização depende tanto do capital material, acumulado sob a forma de investimentos em máquinas, equipamentos, etc., como do capital humano, adquirido através de investimentos em educação e capacitação dos indivíduos, que possibilitam o aumento da produtividade dos mesmos como trabalhadores Os Investimentos em Capital Humano e a Produtividade Conforme mencionado acima, no curto prazo os aumentos na quantidade (Q) se dão pela elevação do insumo variável trabalho. Esta forma de elevar a produção está sujeita à Lei dos Rendimentos decrescentes, que implica na redução da produtividade marginal do trabalho (PMGL) conforme se expandem as necessidades de trabalho. Portanto, a superação da Lei dos Rendimentos decrescentes requer que as firmas realizem investimentos que desloquem para cima a função da PMGL, conforme mostrado na Figura 4. PMgL L Figura 4: Produtividade marginal do trabalho Especificamente a firma pode modificar os níveis de capital fixo, os padrões tecnológicos e o nível de capital humano. Porém, usualmente é uma decisão muito mais complexa a de modificar os padrões tecnológicos ou a de modificar a escala de produção, pois envolvem mais dinheiro e, consequentemente, mais risco. Portanto, atualmente, tem se dado muito valor aos investimentos em capital humano porque eles elevam a função de produtividade sem requer grandes dispêndios, como seria no caso de investir em capital físico ou em aumento de tecnologia. Assim, em países como o Brasil, onde

12 o capital é realmente um fator escasso e caro, as firmas devem investir na elevação da qualidade do trabalho, através de investimentos em treinamento e qualificação formal e informal dos recursos humanos. 5- CONCLUSÃO A conclusão fundamental dessa nova teoria de produção é que ela depende do capital humano, quer dizer, da força de trabalho, da sua educação e do conhecimento que ela acumulou (inclusive o "aprender fazendo"), da pesquisa científica e da criação de novas tecnologias. O capital humano é um elemento extremamente relevante para que uma empresa se torne competitiva na economia global e segundo alguns estudiosos, constitui a peça fundamental da organização do futuro. O processo de competitividade hoje depende cada vez mais dos conhecimentos e capacitações dos indivíduos ao invés do barateamento da força de trabalho e dos recursos materiais. Máquinas irão cada vez mais realizar as tarefas rotineiras; os homens, as tarefas intelectuais e criativas [7]. Os objetivos de uma organização só serão alcançados com sucesso se estiverem voltados para as políticas de valorização do capital humano, através de treinamento e integração social dos indivíduos, motivação, participação e remuneração digna. Existe um certo consenso no sentido de que a organização que não propiciar a seus membros condições para satisfação das suas necessidades enfrentará sérios problemas de desempenho e eficiência. Na realidade, o sucesso de uma organização está intimamente ligado a seu pessoal, responsável pelo aumento da qualidade de seus produtos e/ou serviços bem como pela sua eficiência competitiva no mercado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] FERGUSON, C. E.; Microeconomia ; Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 15ª edição, 1991, 610 p. [2] SHULTZ, T. W.; O Capital Humano: Investimentos em Educação e Pesquisa ; Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1973, p.15. [3] NICHOLSON, W.; Microeconomic Theory: Basic Principles and Extensions ; New York,: Amherst College, 3ª edição, 1985, 768 p. [4] WONNACOTT, P. & Wonnacott R.; Economia ; São Paulo: Makron Books, 2ª edição, 1994; 833 p. [5] AZEVEDO, P. F.; Esforço Tecnológico Através de Investimentos em Capital Humano nas Empresas do Setor de Bens de Capital Brasileiro ; São Paulo: USP/ FEA, 1992, p.16. [6]PONCHIROLLI, O.; O Capital Humano como Elemento Estratégico na Economia da Sociedade do Conhecimento sob a Perspectiva da Teoria do Agir Comunicativo ; Florianópolis: UFSC, 2000, p.33. [7] Toffler, 1994 apud Ponchirolli, O.; O Capital Humano como Elemento Estratégico na Economia da Sociedade do Conhecimento sob a Perspectiva da Teoria do Agir Comunicativo. Florianópolis: UFSC, 2000, p.33.

13 INOVANDO A GESTÃO DE CUSTOS NA MANUFATURA: A CONTABILIDADE DE GANHOS DA TEORIA DAS RESTRIÇÕES Evandro Sylvio L. Sinisgalli (PG) * e Ligia Maria Soto-Urbina (PQ) ** Instituto Tecnológico da Aeronáutica, ITA/CTA São José dos Campos (SP) * sinisgal@terra.com.br ** Ligia@mec.ita.br RESUMO Este trabalho analisa a evolução histórica da contabilidade gerencial, com a sua correspondente perda de relevância no decorrer das últimas décadas. Discute os novos rumos da contabilidade moderna, explicando a Contabilidade de Ganhos. Mostra que essa abordagem é um importante suporte no processo de otimização contínua, proposto pela Teoria das Restrições, na medida em que define medidas contábeis de desempenho. Essas medidas permitem a avaliação do impacto das ações/decisões dos gerentes, sobre a meta da empresa, a lucratividade. Também, este trabalho utiliza-se de um exemplo prático, para ilustrar a aplicação da Contabilidade de Ganhos e a tomada de decisões estratégicas, com as suas respectivas conseqüências. Finalmente, o artigo conclui destacando a contribuição da Teoria das Restrições para um maior estreitamento de relações entre a contabilidade e a manufatura na empresa. ABSTRACT This work analyzes the historical evolution of the management accounting, discussing its loss of relevance to tackle managerial decisions in modern industries. It explains the new theoretical approach of the modern accounting, represented by the Throughput Accounting, proposed by the Theory of Constraints. In this context, this paper shows that this accounting methodology is an important support of the process of continuous optimization proposed by the Theory of Constraints, as it defines accounting measures of performance. In fact, these measures allow the evaluation of the impact of managerial actions/decisions, on the company s main goal, the profitability. Also, this work is used of a practical example, to illustrate the application of the Throughput Accounting on strategic decision-making, and its consequences. Finally, the article concludes that the Theory of Constraints has contributed to strengthen the relationship between the accounting and the manufacture in the company. 1. INTRODUÇÃO A contabilidade gerencial surgiu após a Revolução Industrial, devido à necessidade de precificar o valor do processo de conversão da mão-de-obra e dos materiais em novos produtos. Procurava-se averiguar a eficiência com que as empresas consumiam seus recursos na produção. Calculava-se o custo da mão-de-obra, o custo dos materiais e os custos indiretos [1]. Até aproximadamente 1915, as informações contábeis foram utilizadas para avaliar a eficiência dos processos de produção, para a análise das variâncias entre o custo padrão e o custo real das operações e, através do uso do custo padrão, para a valorização de estoques nos demonstrativos financeiros externos. Obtinha-se o custo final do produto pela somatória dos custos incorridos de mãode-obra e dos materiais e a alocação dos custos indiretos de fabricação, servindo-se do valor da mãode-obra como base de rateio [1].

14 A mão-de-obra, enquanto foi a maior porcentagem do custo total, não causou graves distorções, ao ser utilizada para rateio do overhead. Contudo, com o passar dos anos, o comportamento e a constituição dos custos das organizações foram se alterando bastante. Apesar disto, muitas empresas ainda estão distribuindo os custos indiretos de fabricação com base no valor da mãode-obra direta. As informações fornecidas pela contabilidade gerencial, como conseqüência, apresentam valores distorcidos, considerados inaceitáveis para a tomada de decisões [2]. Neste contexto, mais recentemente uma nova alternativa, denominada Contabilidade de Ganhos da Teoria das Restrições, foi proposta na literatura acadêmica. Assim, o presente trabalho faz uma explanação desta nova abordagem gerencial, considerada por vários autores como a melhor alternativa para substituir a contabilidade gerencial tradicional. Este trabalho mostra a coerência e o alinhamento estabelecido entre os indicadores desenvolvidos pela Contabilidade de Ganhos, para avaliar as decisões gerenciais cotidianas e locais, com o objetivo de ganhar dinheiro no presente, bem como no futuro. Mais ainda, estes indicadores de curto prazo, estão alinhados com as medidas tradicionais de lucratividade como o Lucro Líquido e o Retorno sobre Investimento, utilizados para avaliar o desempenho da firma em horizontes temporais maiores. 2. THEORY OF CONSTRAINTS (TOC) A TOC foi criada pelo físico israelense Eliyahu Goldratt, nos Estados Unidos, em meados dos anos 80. Esta teoria vê a empresa como um sistema, isto é, um conjunto de partes interdependentes, cujo desempenho global depende do comportamento de cada uma das partes. A empresa, como todo sistema, existe para atingir uma meta global. 2.1 Principais conceitos Nem sempre a meta da empresa é imediatamente alcançada, pois existem as restrições do sistema. Goldratt [3] acerca disto, afirma: A restrição de um sistema é nada mais do que sentimos estar expresso nas palavras: qualquer coisa que impeça um sistema de atingir um desempenho maior em relação à sua meta. Toda organização no processo de atingir sua meta, apresenta uma ou mais restrições. De outro modo, ela teria um lucro infinito, nada limitaria o seu desempenho. Estas restrições, segundo a TOC, podem ser de dois tipos. As restrições físicas ou de recursos, compreendem o mercado, fornecedor, máquinas, materiais, projeto, pessoas, em que um gargalo (bottleneck) reflete uma capacidade insuficiente. As restrições políticas, ligadas a aspectos gerenciais e comportamentais, são constituídas por normas, procedimentos e práticas usuais do passado. Para o gerenciamento das restrições físicas ou de recursos, visando o atendimento da meta da empresa, foi elaborado o processo de otimização continua da TOC. Ele é constituído de cinco passos: 1. Identificar a(s) restrição(ões) do sistema. 2. Explorar a(s) restrição(ões) do sistema 3. Subordinar qualquer outro evento à decisão anterior. 4. Elevar a(s) restrição(ões) do sistema. 5. Se, numa etapa anterior, uma restrição for elevada, volte a primeira etapa, mas não se deve deixar que a inércia se torne uma restrição do sistema. A gestão das restrições, seja para conviver com elas como para superá-las, está associada a um conjunto de decisões de gestão da produção, que visam, por exemplo, otimizar a alocação dos recursos escassos entre os vários produtos produzidos pela firma. Neste caso, a questão que a teoria das restrições coloca é a subordinação do processo de otimização contínua às metas de lucratividade da firma. Neste contexto, é desenvolvida a contabilidade de ganhos com vistas a fornecer os indicadores de tomada de decisão. 3. A CONTABILIDADE DE GANHOS E AS MEDIDAS CONTÁBEIS DE DESEMPENHO As medidas de desempenho de uma empresa só podem ser conhecidas após a definição da meta da mesma. A meta equivale ao objetivo global da organização. Goldratt [4] entende que uma

15 empresa com finalidade lucrativa é uma máquina de fazer dinheiro e sua meta definida como ganhar dinheiro, tanto no presente como no futuro. Busca-se, então, medidas que permitam julgar o impacto de uma ação/decisão local sobre a meta da empresa. Tradicionalmente têm-se utilizado o Lucro Líquido e o Retorno sobre o Investimento para avaliar o desempenho de uma empresa. O primeiro é um medidor absoluto e o segundo é um medidor relativo. Contudo, estas medidas não permitem julgar o impacto de uma ação/ decisão local. Goldratt [4] para chegar às medidas operacionais globais, faz a seguinte colocação: Três perguntas simples: quanto dinheiro é gerado pela nossa empresa? Quanto dinheiro é capturado pela nossa empresa? E quanto dinheiro devemos gastar para operá-la? As medidas são intuitivas, óbvias. O necessário é transformar estas perguntas em definições formais. Assim, três medidas operacionais globais são definidas. 3.1 Ganho (Throughput): é o índice pelo qual o sistema gera dinheiro através das vendas. Concretamente, ganho corresponde ao preço de venda menos o montante dos valores pagos aos fornecedores pelos itens (peças e materiais) incorporados aos produtos vendidos. Goldratt [4] acrescenta: Além das peças e materiais adquiridos, existem outras quantidades que precisamos subtrair do preço de venda para calcular o ganho. Temos de deduzir subcontratação, comissão paga a vendedores externos, taxas alfandegárias e até transporte, se não tivermos o nosso próprio meio de transporte. O momento do reconhecimento do ganho pela empresa, equivale aquele que o consumidor tem a posse do produto para o seu consumo. Não basta produzir e entregar as distribuidoras, ou mesmo deixar em inventários. Recorrendo a fórmulas, tem-se: Gu = ganho unitário Pv = preço de venda unitário CTV = custo totalmente variável unitário Gu = Pv CTV GTp = ganho total do produto Q = quantidade vendida no período GTp = Gu x Q Corbett [2] esclarece o significado do custo totalmente variável: O fundamental aqui, para dirimir qualquer dúvida, é a palavra totalmente. Totalmente variável em relação às unidades vendidas, isto é, um CTV é aquele montante despendido quando um produto a mais é vendido. O exemplo mais claro de CTV é o custo de matéria-prima; para cada unidade vendida a mais do produto incorre-se no valor da sua matéria-prima. Na Contabilidade de Ganhos, a mão-de-obra direta não é deduzida ao calcular o ganho, nem é capitalizada nos estoques. É, sim, considerada como despesa operacional. As organizações que necessitam de mão-de-obra especializada não podem demitir funcionários em período de baixa demanda e, então, recontratá-los mais tarde quando a demanda volta a crescer. 3.2 Investimento (Inventário): é definido como todo dinheiro que o sistema investe na compra de coisas que pretende vender. Ele engloba o significado de inventário (estoque de matéria-prima, produtos em processo e produtos acabados) e os demais ativos (máquinas, equipamentos, imóveis, veículos, etc). Goldratt [4] sobre este conceito, explica: Porque o uso da palavra inventário, em vez do termo mais conhecido ativo? Foi colocado propositadamente para destacar que esta definição diverge drasticamente da convencional, quando se refere ao inventário do material em estoque. Para a TOC, os produtos em processo e os produtos acabados são valorizados apenas pelo custo da matéria-prima nele contido e pago ao fornecedor. O sistema não agrega ao inventário nenhum valor, nem mesmo a mão-de-obra direta. Todos os outros gastos que ocorrem no processo de fabricação, como mão-de-obra, energia elétrica, depreciação, não são alocados ao estoque, mas sim são considerados como despesas operacionais. Não existe critério de rateio dos custos indiretos de fabricação, pois assim, se impede a criação de lucros fictícios nos inventários.

16 Corbett [2] sobre esta definição, acrescenta um comentário: O ponto polêmico aqui é a definição de investimento. Todo o dinheiro que o sistema investe nas coisas que pretende vender. Será que as empresas pretendem vender as suas máquinas, suas instalações, etc? Sim, se olharmos pela perspectiva do acionista, que compra uma ação na bolsa de valores e, se a empresa não gerar a lucratividade esperada, ele venderá as suas ações, o que equivale dizer que ele venderá as instalações, máquinas, etc. 3.3 Despesa Operacional. Goldratt [4] faz a seguinte colocação: Ela é definida como todo dinheiro que o sistema gasta transformando o Inventário em Ganho. Neste item são incorporados todos os gastos para a operação, funcionamento da empresa: os salários dos diretores, da mão-de-obra direta, luz, água, impostos, depreciação, seguros, etc. Não se faz nenhuma classificação em fixa, variável, semi-variável, direta ou indireta. Quando são totalmente variáveis, os gastos são classificados como CTV e, quando não são totalmente variáveis, são classificados como despesa operacional. Estas três medidas operacionais globais (Ganho, Investimento e Despesa Operacional) permitem que se faça uma ligação com as medidas financeiras de resultado (Lucro Líquido e Retorno sobre Investimento) de uma organização. Com elas pode-se verificar qual o impacto das ações/decisões dos gerentes no objetivo global da empresa, o lucro. Elas, como se pode ver, estão presentes nas fórmulas do Lucro Líquido (LL) e do Retorno sobre Investimento (RSI). Ganho (G), Despesa Operacional (DO) e Investimento (I). LL = G DO RSI = (G - DO) / I Corbett [5] analisando as conseqüências de uma decisão local, declara: O ideal é uma decisão que aumente o Ganho e diminua o Investimento e a Despesa Operacional. Porém, qualquer decisão que impacte positivamente o Retorno sobre o Investimento é uma decisão que nos leva na direção da meta do sistema. O juiz final, quem decide se é ou não uma boa decisão, é o RSI. Esse método possibilita que cada um tome as suas decisões como se fosse o acionista. Na avaliação de qualquer decisão é imprescindível não se limitar a analisar apenas uma medida de desempenho. O que explica o benefício ou a inconveniência de uma decisão é o relacionamento entre essas três medidas. Corbett [6] explica a conseqüência disto em relação a contabilidade de custos: Isto é exatamente o que a Contabilidade de Ganhos faz, e isto é porque ela não rateia custos para os produtos. Para medir o impacto de uma decisão no LL da companhia e no RSI, o custo dos produtos não precisam ser calculados. 4. UM EXEMPLO: COMPANHIA PORTO RICO A capacidade de produção de uma máquina pode ser a restrição do sistema. Assim sendo, os minutos desta máquina tornam-se valiosos para a empresa, já que haverá menos vendas caso se desperdice o tempo da restrição. Faz-se necessário calcular o ganho/tempo nesta restrição, para classificar os produtos e determinar quais contribuem mais para o lucro da empresa. Corbett [5] serviu de referência para este exemplo ilustrando a Contabilidade de Ganhos. Uma empresa tem sete produtos e cuja restrição está numa máquina (RRC) que opera minutos por mês. A despesa operacional mensal é de R$ ,00. Na tabela 1, coluna E, é fornecido o tempo gasto no RRC, para a fabricação de cada produto. Na coluna G, os produtos são classificados em ordem decrescente do Gu/Minuto do RRC.

17 Tabela 1. Planilha da classificação estratégica dos produtos: A B C D E F G Ganho Tempo Gu/Minuto Produto Preço CTV Unitário gasto no do RRC (Gu) RRC (min) Classificação Estratégica MB ,5 17,33 1 o MA ,00 2 o ME ,93 3 o MC ,20 4 o MG ,38 5 o MD ,33 6 o MF ,86 7 o Na tabela 2, coluna I, é apresentada a quantidade de venda de cada produto, dada pelo mercado. Tabela 2. Previsão de lucro para o próximo mês: H I J=IxE K=J/ L M =IxD Produto Tempo total Utilização Quantidade Utilização do Ganho Total no RRC Acumulada de Venda RRC % (GT) (min) do RRC % MB ,9 9, MA ,9 30, ME ,4 47, MC ,4 84, MG ,9 100, MD ,0 109,5 MF ,9 121,4 GT= Esta empresa não consegue fabricar para atender toda demanda do mercado dos seus sete produtos, pois para fazê-lo o seu RRC teria que operar 21,4% acima do seu potencial. Dada esta restrição, para a produção e definição do seu mix de lucro máximo, a empresa escolherá os produtos que apresentam o maior Gu/Minuto do RRC (coluna F), de acordo com a classificação estratégica (coluna G). Deste modo, ela atenderá toda a demanda do mercado, dada pela coluna I, para o produto MB. Como ainda sobrou capacidade de produção, optará por produzir o segundo colocado, MA. Como conseguiu satisfazer a demanda de MA e ainda sobrou tempo de máquina produzirá ME (110) e MC (250). No caso do produto MG, a firma não terá condições de satisfazer integralmente a demanda do mercado, pois com 192 unidades já estará utilizando 100% ( minutos) do RRC. Com isto, a empresa não produzirá os produtos MD e MF. Com este mix de produtos, seu lucro líquido mensal será de R$ ,00 (Ganho Total Despesa Operacional). Dado que o seu Investimento anual é de R$ ,00, o Retorno sobre o Investimento será de 14% ano (LL anual/i). Assim, com ajuda do exemplo apresentado acima, percebe-se que estas decisões de alocação da restrição são pautadas pelos indicadores fornecidos pela contabilidade de ganhos, que permitem ordenar os produtos pela sua contribuição à lucratividade da empresa.

18 5. CONCLUSÕES A TOC proporciona uma relação mais próxima entre a contabilidade e a manufatura, ao associar os registros contábeis e as decisões locais dos gerentes, aos recursos com restrição de capacidade presentes no fluxo de produção. Ela recorre ao uso da medida ganho unitário no gargalo que, até então, estava ausente na terminologia contábil tradicional, quando a capacidade desse recurso for inferior as expectativas de vendas. A Contabilidade de Ganhos oferece, assim, o instrumental necessário para que a empresa alcance, com maior probabilidade, a sua meta, a lucratividade, num mercado globalizado e num ambiente econômico cada vez mais competitivo. AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer a minha orientadora, professora doutora Lígia Maria Soto Urbina, pelo apoio e ensinamentos na realização deste trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] JOHNSON, H. Thomas e KAPLAN, Robert Relevance Lost, the Rise and Fall of Management Accounting, Boston: Harvard Business School Press, 1991; p. 8 e 10 [2] CORBETT NETO, Thomas Contabilidade de Ganhos, São Paulo: Editora Nobel, 1997; p. 33, 44 e 45 [3] GOLDRATT, Eliyahu What is this thing called Theory of Constraints, and how should it be implemented, Croton-on-Hudson, North River Press, 1990; p. 4 [4] GOLDRATT, Eliyahu A Síndrome do Palheiro, garimpando informações num oceano de dados, São Paulo: IMAM, 1991; p. 13, 14, 17, 18, 21 e 26 [5] CORBETT NETO, Thomas Uma comparação entre Activity-Based Costing e Teoria das Restrições, no contexto da Contabilidade Gerencial, Tese (Mestrado) Fundação Getúlio Vargas Escola de Administração de Empresas, 1996; p. 31 e 43 [6] CORBETT NETO, Thomas Throughput Accounting and Activity-Based Costing: The Driving Factors Behind Each Methodology, Journal of Cost Management (Jan-Feb 2000): p. 39 [7] GOLDRATT, Eliyahu e COX, Jeff A Meta, São Paulo: Editora Educator, 1994 [8] GOLDRATT, Eliyahu Mais que Sorte um Processo de Raciocínio, São Paulo: Editora Educator, 1994 [9] GOLDRATT, Eliyahu e FOX, Robert E. A A Corrida pela Vantagem Competitiva, São Paulo: IMAM, 1989 [10] GUERRREIRO, Reinaldo A Meta da Empresa, São Paulo: Editora Atlas, 1999 [11] MARQUES, José Augusto V. da C. e CIA, Joanília N. de S. Teoria das Restrições e Contabilidade Gerencial: Interligando a Contabilidade a Produção, Revista de Administração de Empresas FGV (Jul-Set 1998): p. 34 [12] NOREEN, Eric e SMITH, Debra e MACKEY, James T. The Theory of Constraints and its implications for Management Accounting, Great Barrington: North River Press, 1995

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