CURSO ANUAL DE LITERATURA

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1 CURSO ANUAL DE LITERATURA Prof. Steller de Paula CLASSICISMO concepção de beleza associada ao equilíbrio, à harmonia e à simetria, respeitando uma relação de proporção entre as partes. - Universalismo - Resgate dos Valores da Antiguidade Clássica; - Paganismo. Lembre-se: O Classicismo desenvolve-se no contexto histórico do Renascimento Cultural. Classicismo é a denominação da tendência artística que revitalizou a tradição clássica de afirmar a superioridade humana. Para recriar os ideais da Antiguidade greco-latina, o Classicismo valorizou as proporções, o equilíbrio das composições, a harmonia das formas e a idealização da realidade. Manifestou-se tanto nas artes plásticas quanto na música, na literatura e na filosofia. Maria Luiza Abaurre 01. Características Gerais do Classicismo: - Criação e Imitação: Somente na Modernidade o conceito de originalidade será desenvolvido. Assim, durante o Renascimento, os artistas buscavam modelos a serem seguidos, recriando temas clássicos, partindo do princípio aristotélico da mimese (imitação). - Racionalismo: Os artistas do Classicismo procuram interpretar a realidade a partir da observação racional, o que resulta numa postura reflexiva. Na literatura, o poeta tenta entender e explicar racionalmente os sentimentos e as emoções humanas. - Visão Humanista: O destaque dado ao ser humano como uma criação divina perfeita faz com que os artistas adotem uma 02. A poesia Lírica de Camões A Camões Quando nalma pesar de tua raça A névoa da apagada e vil tristeza, Busque ela sempre a glória que não passa, Em teu poema de heroísmo e de beleza. Gênio purificado na desgraça, Te resumiste em ti toda a grandeza: Poeta e soldado Em ti brilhou sem jaça O amor da grande pátria portuguesa. E enquanto o fero canto ecoar na mente Da estirpe que em perigos sublimados Plantou a cruz em cada continente, Não morrerá, sem poetas nem soldados, A língua que cantaste rudemente As armas e os barões assinalados. Manuel Bandeira 2.1. Características Formais - A poesia lírica de Camões manifesta-se tanto na medida velha (redondilhas de 5 ou 7 sílabas poéticas) como na medida nova (o verso decassílabo, de 10 sílabas poéticas); - Os poemas em medida nova são formas poéticas ligadas à tradição clássica, predominando o uso do soneto (composições poéticas de 14 versos, distribuídas em dois quartetos e dois tercetos); - Além do soneto, desenvolveu outras formas clássicas como a ode, a elegia e a écloga.

2 2.2. Temas mais Trabalhados A) Destaca-se, na poesia lírica de Camões, o tema do desconcerto do mundo, que reflete um sentimento de insatisfação diante dos males que atormentam o eu lírico. Ao desconcerto do Mundo Os bons vi sempre passar No Mundo graves tormentos; E pera mais me espantar Os maus vi sempre nadar Em mar de contentamentos. Cuidando alcançar assim O bem tão mal ordenado, Fui mau, mas fui castigado, Assim que só pera mim Anda o Mundo concertado. Luís de Camões B) A constatação da efemeridade da vida e da transitoriedade de tudo e o carpe diem (carpe diem, quam minimum credula postero): Ode a Leucónoe de Horácio (65 a.c.- 8 a.c.) Não procures, Leucónoe ímpio será sabê-lo, que fim a nós os dois os deuses destinaram; não consultes sequer os números babilónicos: melhor é aceitar! E venha o que vier! Quer Júpiter te dê inda muitos Invernos, quer seja o derradeiro este que ora desfaz nos rochedos hostis ondas do mar Tirreno, vive com sensatez destilando o teu vinho e, como a vida é breve, encurta a longa esp rança. De inveja o tempo voa enquanto nós falamos: trata pois de colher o dia, o dia de hoje, que nunca o de amanhã merece confiança. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía. (costumava) Luís de Camões C) A poesia lírica de Camões tem o Amor como tema principal e apresenta um conflito entre o amor carnal, marcado pelo desejo e fonte de sofrimento, e o amor idealizado, puro, expressão no neoplatonismo. Transforma-se o amador na cousa amada Transforma-se o amador na cousa amada, Por virtude do muito imaginar; Não tenho logo mais que desejar, Pois em mim tenho a parte desejada. Se nela está minha alma transformada, Que mais deseja o corpo de alcançar? Em si sómente pode descansar, Pois consigo tal alma está liada. Mas esta linda e pura semideia, Que, como o acidente em seu sujeito, Assim co'a alma minha se conforma, Está no pensamento como ideia; [E] o vivo e puro amor de que sou feito, Como matéria simples busca a forma. Luís de Camões D) Apesar da predominância temática do Amor, não há sentimentalismo. O Amor é trabalhado numa perspectiva racional: há uma tentativa de explicar racionalmente as emoções. Quem diz que Amor é falso ou enganoso Quem diz que Amor é falso ou enganoso, Ligeiro, ingrato, vão desconhecido, Sem falta lhe terá bem merecido Que lhe seja cruel ou rigoroso. Amor é brando, é doce, e é piedoso. Quem o contrário diz não seja crido; Seja por cego e apaixonado tido, E aos homens, e inda aos Deuses, odioso. Se males faz Amor em mim se vêem; Em mim mostrando todo o seu rigor, Ao mundo quis mostrar quanto podia. Mas todas suas iras são de Amor; Todos os seus males são um bem, Que eu por todo outro bem não trocaria. Amor é fogo que arde sem se ver Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. 2

3 Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Luís de Camões *Camões recorre com alguma frequência a antíteses e a paradoxos, numa tentativa de refletir sobre a complexidade do sentimento amoroso. Tanto de meu estado me acho incerto Tanto de meu estado me acho incerto, Que em vivo ardor tremendo estou de frio; Sem causa, juntamente choro e rio; O mundo todo abarco e nada aperto. É tudo quanto sinto um desconcerto; Da alma um fogo me sai, da vista um rio; Agora espero, agora desconfio, Agora desvario, agora acerto. Estando em terra, chego ao Céu voando; Numa hora acho mil anos, e é de jeito Que em mil anos não posso achar uma hora. Se me pergunta alguém porque assim ando, Respondo que não sei; porém suspeito Que só porque vos vi, minha Senhora. Luís de Camões Busque Amor novas artes, novo engenho Busque Amor novas artes, novo engenho para matar-me, e novas esquivanças; que não pode tirar-me as esperanças que mal me tirará o que eu não tenho. Que as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso dos meus anos; Dei causa a que a fortuna castigasse As minhas mais fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos. Oh! Quem tanto pudesse, que fartasse Este meu duro Gênio de vinganças! Luís de Camões A grande dor das cousas que passaram A grande dor das cousas que passaram transmutou-se em finíssimo prazer quando, entre fotos mil que se esgarçavam, tive a fortuna e graça de te ver. Os beijos e amavios que se amavam, descuidados de teu e meu querer, outra vez reflorindo, esvoaçaram em orvalhada luz de amanhecer. Ó bendito passado que era atroz, e gozoso hoje terno se apresenta e faz vibrar de novo minha voz para exaltar o redivivo amor que de memória-imagem se alimenta e em doçura converte o próprio horror! Carlos Drummond de Andrade 3. A poesia Épica de Camões Olhai de que esperanças me mantenho! vede que perigosas seguranças: que não temo contrastes nem mudanças andando em bravo mar perdido o lenho. Mas, conquanto não pode haver desgosto onde esperança falta, lá me esconde Amor um mal, que mata e não se vê; que dias há que na alma me tem posto um não sei quê, que nasce não sei onde vem não sei como e dói não sei porquê. Luís de Camões E) Diálogo entre a modernidade e Camões Erros meus, má fortuna, amor ardente Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram, Que para mim bastava amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Um poema épico, ou epopeia, é um longo poema narrativo, centrado na figura de um herói, em que um acontecimento histórico é celebrado em estilo solene e grandioso. 3

4 A epopeia Os Lusíadas foi publicada em 1572 e dedicada Rei D. Sebastião, tendo como como assunto central a viagem de Vasco da Gama às Índias ( ). Destacando as perigosas viagens por mares nunca dantes navegados, Camões exalta o povo português, por meio da figura do herói Vasco da Gama. Camões, assim, procura relembrar a grandeza de Portugal, já em franca decadência naquele momento, recorrendo ao modelo estabelecido na Antiguidade por Homero, com Ilíada e Odisseia Episódio do Gigante Adamastor Porém já cinco sóis eram passados Que dali nos partíramos, cortando Os mares nunca doutrem navegados, Prosperamente os ventos assoprando, Quando uma noite, estando descuidados Na cortadora proa vigiando, Uma nuvem, que os ares escurece, Sobre nossas cabeças aparece. Tão temerosa vinha e carregada, Que pôs nos corações um grande medo; Bramindo, o negro mar de longe brada, Como se desse em vão nalgum rochedo. "Ó Potestade (disse) sublimada: Que ameaço divino ou que segredo Este clima e este mar nos apresenta, Que mor cousa parece que tormenta?" Não acabava, quando uma figura Se nos mostra no ar, robusta e válida, De disforme e grandíssima estatura; O rosto carregado, a barba esquálida, Os olhos encovados, e a postura Medonha e má e a cor terrena e pálida; Cheios de terra e crespos os cabelos, A boca negra, os dentes amarelos. Tão grande era de membros, que bem posso Certificar-te que este era o segundo De Rodes estranhíssimo Colosso, Que um dos sete milagres foi do mundo. Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso, Que pareceu sair do mar profundo. Arrepiam-se as carnes e o cabelo, A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo! E disse: "Ó gente ousada, mais que quantas No mundo cometeram grandes cousas, Tu, que por guerras cruas, tais e tantas, E por trabalhos vãos nunca repousas, Pois os vedados términos quebrantas E navegar nos longos mares ousas, Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho, Nunca arados d estranho ou próprio lenho: 3.2. Estrutura do Poema - O poema divide-se em 10 cantos, num total de estrofes. Cada estrofe contém 8 versos (oitavas), num total de versos, decassílabos (medida nova), predominando os decassílabos. - O tema é: exaltar a glória do povo navegador português e a memória dos reis que foram ditando a Fé, o Império. - O herói é Vasco da Gama, através de quem se exalta o heroísmo do povo português. Os cantos dividem-se em: 1 - Proposição - É a apresentação do poema, com a identificação do tema e do herói. Ocupa as três primeiras estrofes. Evidencia algumas características fundamentais da obra: o caráter coletivo do herói, a valorização do homem (antropocentrismo), a sobrevivência do "ideal cruzada", a valorização da Antiguidade clássica e o nacionalismo. 2 - Invocação O poeta pede inspiração às musas. Camões elege como suas inspiradoras as Tágides, ninfas do rio Tejo. 3 Dedicatória O poema é dedicado a D. Sebastião, rei de Portugal. 4 - Narração - A narração de Os Lusíadas compreende três ações principais: a viagem de Vasco da Gama às Índias, a narrativa da história de Portugal e as lutas e intervenções dos deuses do Olimpo. Paralelamente às ações históricas desenvolve-se uma ação mitológica: a luta que travam os deuses olímpicos Vênus e Marte (favoráveis aos lusos) e Baco e Netuno (contrários às navegações). A narrativa com Vasco da Gama e os navegadores já no Oceano Índico, na costa leste da África, próximo ao Canal de Moçambique, e termina com a partida de Calicute, não sendo narrado o regresso a Lisboa. Os acontecimentos históricos anteriores são relatados por discursos dos protagonistas humanos (Vasco da Gama e seu irmão Paulo da Gama), e os acontecimentos futuros são anunciados pelos deuses ou outras personagens com o dom da profecia. 5 - Epílogo É conclusão do poema, onde o poeta pede às musas que façam calar a voz da sua lira, pois se vê desiludido com a pátria decadente. Contrastando com o tom vibrante e ufanista do início, contém as lamentações e críticas do poeta, num tom agora pessimista, desencantado Episódio do Velho do Restelo "Mas um velho d'aspeito venerando, Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, 4

5 Que nós no mar ouvimos claramente, C'um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito: - "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça Desta vaidade, a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C'uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles experimentas! Chamam-te Fama e Glória soberana, Nomes com quem se o povo néscio engana! "A que novos desastres determinas De levar estes reinos e esta gente? Que perigos, que mortes lhe destinas Debaixo dalgum nome preminente? Que promessas de reinos, e de minas D'ouro, que lhe farás tão facilmente? Que famas lhe prometerás? que histórias? Que triunfos, que palmas, que vitórias? "Dura inquietação d'alma e da vida, Fonte de desamparos e adultérios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de impérios: Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo dina de infames vitupérios; 5

6 EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM Questão 01 (Enem 2012) LXXVIII (Camões, 1525?-1580) Leda serenidade deleitosa, Que representa em terra um paraíso; Entre rubis e perlas doce riso; Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa; Presença moderada e graciosa, Onde ensinando estão despejo e siso Que se pode por arte e por aviso, Como por natureza, ser fermosa; Fala de quem a morte e a vida pende, Rara, suave; enfim, Senhora, vossa; Repouso nela alegre e comedido: Estas as armas são com que me rende E me cativa Amor; mas não que possa Despojar-me da glória de rendido. CAMÕES, L. Obra completa. Rio de janeiro: Nova Aguilar, A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados no poema. b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoa e na variação de atitudes da mulher, evidenciadas pelos adjetivos do poema. c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema. d) desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção artística, evidenciado pelos adjetivos usados no poema. e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidenciados pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema. Questão 02 TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: TEXTO Reinando Amor em dois peitos, tece tantas falsidades, que, de conformes vontades, faz desconformes efeitos. Igualmente vive em nós; mas, por desconcerto seu, vos leva, se venho eu, me leva, se vindes vós. Camões (Mackenzie 2009) Assinale a alternativa CORRETA acerca do texto. a) Exemplifica o padrão poético do Classicismo renascentista, na medida em que tematiza o amor, utilizando-se da chamada "medida nova". b) Embora apresente versos redondilhos, de tradição medieval, a linguagem dos versos revela contenção emotiva, traço estilístico valorizado na Renascença. c) Revela influência das cantigas medievais, pela sonoridade das rimas e linguagem emotiva própria da "coita de amor". d) É um texto do Humanismo, pois traz uma reflexão filosófica sobre o sentimento amoroso, afastando-se, assim, da influência greco-romana. e) Antecipa o estilo barroco do século XVII devido à sua linguagem prolixa, em que se notam ousadas inversões sintáticas e metáforas obscuras. Questão 03 (Mackenzie 2009) No texto, o eu lírico: a) chama a atenção do leitor para as artimanhas que as mulheres apaixonadas costumam tramar a fim de conquistar os homens. b) dirige-se ao deus Amor, manifestando seu descontentamento com relação às falsas atitudes da amada. c) manifesta poeticamente a ideia de que o Amor, atendendo a diferentes vontades, produz diferentes efeitos. d) declara que, embora o amor esteja presente em todas as pessoas, nem todos o aceitam, fato que gera desentendimentos dolorosos. e) dirige-se à pessoa amada para expressar seu entendimento a respeito dos aspectos contraditórios do sentimento amoroso. Questão 04 (G1 - ifsp 2016) Leia o soneto abaixo, de Luís Vaz de Camões, para responder à questão. Eu cantarei de amor tão docemente, Por uns termos em si tão concertados que dois mil acidentes namorados faça sentir ao peito que não sente. 6

7 Farei que amor a todos avivente, pintando mil segredos delicados, brandas iras, suspiros magoados, temerosa ousadia e pena ausente. Também, Senhora, do desprezo honesto de vossa vista branda e rigorosa contentar-me-ei dizendo a menos parte. Porém, para cantar de vosso gesto a composição alta e milagrosa, aqui falta saber, engenho e arte. TORRALVO, Izeti Fragata e MINCHILLO, Carlos Cortez. Sonetos de Camões. Cotia: Ateliê Editorial, p. 32. A leitura atenta do texto permite afirmar que a) se trata de soneto em versos decassílabos, escrito, portanto, em medida nova, mas cuja temática e recursos retóricos opõem-se ao Classicismo. b) o eu lírico, nos dois quartetos, afirma sua capacidade de composição poética, mas a relativiza nos dois tercetos, diante da beleza da Senhora. c) os conceitos de engenho e arte respectivamente, domínio da técnica e talento pessoal são típicos da temática classicista. d) a Senhora, idealizada nas cantigas de amor, se vê, no soneto camoniano, de que o texto acima é exemplo cabal, sintetizada a uma imagem desprezível. e) a mitologia clássica no soneto expressa em Amor, ou Eros, presente nos dois primeiros quartetos é característica predominante do Classicismo. Questão 05 Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões). Falaremos da hostilidade que Bloom, o nosso herói, revelou em relação ao passado, levantando-se e partindo de Lisboa numa viagem à Índia, em que procurou sabedoria, e esquecimento. E falaremos do modo como na viagem levou um segredo e o trouxe, depois, quase intacto. [...] Esperamos, pois, Bloom, que cresças e que crescendo vás directo à realidade e não pares. Porque não basta encostares-te aos acontecimentos, o que pensamos para ti é bem mais profundo, não basta conheceres as sete teorias, terás que subir a sete altas montanhas. E atravessar ainda os continentes como se a terra fosse uma extensão temporal capaz de medir os teus dias. Atravessa as águas também, excelente amigo Bloom, quebra o mar em dois. O mar é um mamífero, o barco, o punhal do sacrifício. Porque, como todos os animais, o mar só é arrogante até encontrar o seu dono. Falamos do mar, mas talvez seja a terra e o céu que exigem ser descritos. Bloom, Bloom, Bloom. TAVARES, Gonçalo M. Uma viagem à Índia: melancolia contemporânea (um itinerário). São Paulo: Leya, 2010, p (fragmento) Nota explicativa: Bloom é o protagonista do livro de Gonçalo Tavares, que empreende uma viagem de Lisboa à Índia no século XXI. (G1 - cftmg 2016) Aristóteles, em seu estudo da literatura, determinou gêneros capazes de abranger e classificar textos literários, organizando-os a partir de suas estruturas e temáticas. O texto de Gonçalo M. Tavares, publicado em 2010, aproxima-se do gênero a) dramático, por manifestar diversas vozes. b) épico, por construir um enredo heroico. c) lírico, por empregar uma estrutura rítmica. d) narrativo, por constituir um texto contemporâneo. Questão 06 (G1 - cftmg 2016) O texto de Gonçalo M. Tavares dialoga com a tradição literária portuguesa, especialmente com a obra Os Lusíadas, de Luis de Camões. O trecho que caracteriza esse diálogo é: a) o mar só é arrogante até encontrar o seu dono. b) Falamos do mar, mas talvez seja a terra e o céu que exigem ser descritos. c) E falaremos do modo como na viagem levou um segredo e o trouxe, depois, quase intacto. d) Esperamos, pois, Bloom, que cresças e que crescendo vás directo à realidade e não pares. Questão 07 (Pucrs 2013) Leia o poema a seguir, de Luís de Camões. Transforma-se o amador na cousa amada, por virtude do muito imaginar; não tenho, logo, mais que desejar, pois em mim tenho a parte desejada. Se nela está minha alma transformada, que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, pois consigo tal alma está liada. Mas esta linda e pura semideia, que, como o acidente em seu sujeito, assim coa alma minha se conforma, Está no pensamento como ideia; [e] o vivo e puro amor de que sou feito, como a matéria simples busca a forma. 7

8 Com base no poema e em seu contexto, afirma-se: I. Criado no século XVI, o poema apresenta um eu lírico que reflete sobre o amor e sobre os efeitos desse sentimento no ser apaixonado. II. Camões é também o criador de Os Lusíadas, a mais famosa epopeia produzida em língua portuguesa, que tem como grande herói o povo português, representado por Vasco da Gama. III. Uma das características composicionais do poema é a presença de inversões sintáticas. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. Questão 08 (Pucsp 2001) Tu só, tu, puro Amor, com força crua Que os corações humanos tanto obriga, Deste causa à molesta morte sua, Como se fora pérfida inimiga. Se dizem, fero Amor, que a sede tua Nem com lágrimas tristes se mitiga, É porque queres, áspero e tirano, Tuas aras banhar em sangue humano. Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruito, Naquele engano da alma ledo e cego, Que a fortuna não deixa durar muito, Nos saudosos campos do Mondego, De teus fermosos olhos nunca enxuito, Aos montes ensinando e às ervinhas, O nome que no peito escrito tinhas. "Os Lusíadas", obra de Camões, exemplificam o gênero épico na poesia portuguesa, entretanto oferecem momentos em que o lirismo se expande, humanizando os versos. O episódio de Inês de Castro, do qual o trecho acima faz parte, é considerado o ponto alto do lirismo camoniano inserido em sua narrativa épica. Desse episódio, como um todo, pode afirmar-se que seu núcleo central a) personifica e exalta o Amor, mais forte que as conveniências e causa da tragédia de Inês. b) celebra os amores secretos de Inês e de D. Pedro e o casamento solene e festivo de ambos. c) tem como tema básico a vida simples de Inês de Castro, legítima herdeira do trono de Portugal. d) retrata a beleza de Inês, posta em sossego, ensinando aos montes o nome que no peito escrito tinha. e) relata em versos livres a paixão de Inês pela natureza e pelos filhos e sua elevação ao trono português. 8

9 EXERCÍCIOS DE CASA Questão 01 TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Tanto de meu estado me acho incerto, Que em vivo ardor tremendo estou de frio; Sem causa, juntamente choro e rio; O mundo todo abarco e nada aperto. É tudo quanto sinto um desconcerto; Da alma um fogo me sai, da vista um rio; Agora espero, agora desconfio, Agora desvario, agora certo. Estando em terra, chego ao Céu voando; Numa hora acho mil anos, e é de jeito Que em mil anos não posso achar uma hora. Se me pergunta alguém por que assim ando, Respondo que não sei; porém suspeito Que só porque vos vi, minha Senhora. ( 40. (G1 - ifsp 2012) A leitura do poema permite afirmar que o eu lírico se sente a) confuso, provavelmente pelo amor que tem por uma senhora. b) alegre, provavelmente porque seu amor é correspondido. c) triste, provavelmente porque não consegue amar ninguém. d) desconcertado, provavelmente porque a senhora o ama demais. e) perdido, provavelmente porque foi rejeitado pela amada. Questão 02 (G1 - ifsp 2012) Considere: ardor x frio choro x rio abarco x nada aperto Esses jogos de palavras, exemplos do pré-barroco na poesia de Camões, constituem a) eufemismos que revelam o sofrimento do eu lírico. b) antíteses que confirmam o desconcerto do eu lírico. c) sinestesias que marcam as contradições do eu lírico. d) hipérboles que exageram o sofrimento do eu lírico. e) metáforas que comparam a dor com a vida do eu lírico. Questão 03 (G1 - ifsp 2016) Considerando o Classicismo em Portugal, assinale a alternativa correta. a) Os Lusíadas é a principal obra lírica de Camões e o tema central é o sofrimento por um amor não correspondido. b) Os Lusíadas tem como temática a descoberta do Brasil e a relação entre o colonizador e o índio. c) Luís Vaz de Camões é o principal autor do Classicismo em Portugal e destacou-se por sua produção épica e lírica. d) Uma característica dos versos de Camões é que eles não apresentam uma métrica, são livres e brancos. e) Uma característica de Camões é que ele desprezava Portugal e o povo português. Questão 04 (Uern 2015) Os gêneros literários são empregados com finalidade estética. Leia os textos a seguir. Busque Amor novas artes, novo engenho, Para matar-me, e novas esquivanças; Que não pode tirar-me as esperanças, Que mal me tirará o que eu não tenho. (Camões, L. V. de. Sonetos. Lisboa: Livraria Clássica Editora Fragmento.) Porém já cinco sóis eram passados Que dali nos partíramos, cortando Os mares nunca doutrem navegados, Prosperamente os ventos assoprando, Quando uma noite, estando descuidados Na cortadora proa vigiando, Uma nuvem, que os ares escurece, Sobre nossas cabeças aparece. (Camões, L. V. Os Lusíadas. Abril Cultural, São Paulo. Fragmento.) Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, a classificação dos textos. a) Épico e lírico. b) Lírico e épico. c) Lírico e dramático. d) Dramático e épico. Questão 05 Leia o trecho de Os Lusíadas. Tão temerosa vinha e carregada, Que pôs nos corações um grande medo; Bramindo, o negro mar de longe brada, Como se desse em vão nalgum rochedo, Ó Potestade, disse, sublimada: Que ameaço divino ou que segredo Este clima e este mar nos apresenta, Que mor coisa parece que tormenta? Não acabava, quando uma figura Se nos mostra no ar, robusta e válida, De disforme e grandíssima estatura; O rosto carregado, a barba esquálida, Os olhos encovados, e a postura Medonha e má e a cor terrena e pálida; Cheios de terra e crespos os cabelos, A boca negra, os dentes amarelos. (NEVES, João Alves das e TUFANO, Douglas. Luís de Camões. São Paulo: Moderna, 1980.) (G1 - ifsp 2014) As estrofes referem-se ao a) Velho do Restelo que, devido à sua insanidade e à sua aparência marcada pela passagem do tempo, aterroriza os marinheiros portugueses. 9

10 b) Velho do Restelo que recrimina os portugueses por partirem em busca de riquezas, abandonando mulheres, crianças e idosos à própria sorte. c) Gigante Adamastor, personagem que representa um dos perigos enfrentados pelos portugueses, ressaltando o lado heroico dos protagonistas. d) Gigante Adamastor que, submetido ao comando da deusa Vênus, surge para proteger os navegantes contra o mar revolto do Cabo das Tormentas. e) ao soldado que, obedecendo às ordens do rei de Portugal, mata cruelmente Inês de Castro, jovem espanhola amante de D. Pedro. Questão 06 (Pucrs 2013) Compare o poema de Camões e o poema Encarnação, leia as afirmativas que seguem e preencha os parênteses com V para verdadeiro e F para falso. Poema 1 Transforma-se o amador na cousa amada, por virtude do muito imaginar; não tenho, logo, mais que desejar, pois em mim tenho a parte desejada. Se nela está minha alma transformada, que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, pois consigo tal alma está liada. Mas esta linda e pura semideia, que, como o acidente em seu sujeito, assim coa alma minha se conforma, Está no pensamento como ideia; [e] o vivo e puro amor de que sou feito, como a matéria simples busca a forma. Poema 2 Carnais, sejam carnais tantos desejos, carnais, sejam carnais tantos anseios, palpitações e frêmitos e enleios, das harpas da emoção tantos arpejos... Sonhos, que vão, por trêmulos adejos, à noite, ao luar, intumescer os seios láteos, de finos e azulados veios de virgindade, de pudor, de pejos... Sejam carnais todos os sonhos brumos de estranhos, vagos, estrelados rumos onde as Visões do amor dormem geladas... Sonhos, palpitações, desejos e ânsias formem, com claridades e fragrâncias, a encarnação das lívidas Amadas! ( ) Quanto à forma, os dois poemas são sonetos. ( ) O título Encarnação contém uma certa ambiguidade, aliando um sentido espiritual a um erótico. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) F F V F b) V V F V c) V F V F d) V V V V e) F V F F Questão 07 - FUVEST (G1 - ifsp 2013) São características das obras do Classicismo: a) o individualismo, a subjetividade, a idealização, o sentimento exacerbado. b) o egocentrismo, a interação da natureza com o eu, as formas perfeitas. c) o contraste entre o grotesco e o sublime, a valorização da natureza, o escapismo. d) a observação da realidade, a valorização do eu, a perfeição da natureza. e) a retomada da mitologia pagã, a pureza das formas, a busca da perfeição estética. Questão 08 Leia o soneto do poeta Luís Vaz de Camões (1525?-1580) para responder à questão. Sete anos de pastor Jacob servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; mas não servia ao pai, servia a ela, e a ela só por prêmio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, passava, contentando-se com vê-la; porém o pai, usando de cautela, em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assi negada a sua pastora, como se a não tivera merecida, começa de servir outros sete anos, dizendo: Mais servira, se não fora para tão longo amor tão curta a vida. (Luís Vaz de Camões. Sonetos, 2001.) (Unifesp 2016) Uma das principais figuras exploradas por Camões em sua poesia é a antítese. Neste soneto, tal figura ocorre no verso: a) mas não servia ao pai, servia a ela, b) passava, contentando-se com vê-la; c) para tão longo amor tão curta a vida. d) porém o pai, usando de cautela, e) lhe fora assi negada a sua pastora, ( ) Os dois poemas falam mais sobre o sentimento do amor do que sobre o objeto amado. ( ) No poema de Camões, o amor figura-se no campo das ideias. 10

11 Questão 09 TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. (Ufscar 2003) As questões adiante baseiam-se no poema épico "Os Lusíadas", de Luís Vaz de Camões, do qual se reproduzem, a seguir, três estrofes. Mas um velho, de aspeito venerando, [= aspecto) Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, Que nós no mar ouvimos claramente, C um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito: "Ó glória de mandar, ó vã cobiça Desta vaidade a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C'uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles experimentas! Dura inquietação d'alma e da vida Fonte de desamparos e adultérios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de impérios! Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo digna de infames vitupérios; Chamam-te Fama e Glória soberana, Nomes com quem se o povo néscio engana." Os versos de Camões foram retirados da passagem conhecida como "O Velho do Restelo". Nela, o velho : a) abençoa os marinheiros portugueses que vão atravessar os mares à procura de uma vida melhor. b) critica as navegações portuguesas por considerar que elas se baseiam na cobiça e busca de fama. c) emociona-se com a saída dos portugueses que vão atravessar os mares até chegar às Índias. d) destrata os marinheiros por não o terem convidado a participar de tão importante empresa. e) adverte os marinheiros portugueses dos perigos que eles podem encontrar para buscar fama em outras terras. Questão 10 Entre os versos "Chamam-te ilustre, chamam-te subida, / Sendo digna de infames vitupérios", a relação que se estabelece é de: a) oposição. b) explicação. c) causa. d) modo. e) conclusão Questão 11 (Fuvest - Adaptada) Considere as seguintes afirmações sobre a fala do Velho do Restelo, em "Os Lusíadas": I. No seu teor de crítica às navegações e conquistas, encontra-se refletida e sintetizada a experiência das perdas que causaram, experiência esta já acumulada na época em que o poema foi escrito. li. As críticas aí dirigidas às grandes navegações podem ser lidas como um reflexo do pensamento conservador, herança do feudalism, contrário às mudanças. III. A condenação enfática que aí se faz à empresa das navegações e conquistas revela que Camões, apesar de exaltá-la, manteve uma postura crítica ao avaliá-la. Está correto apenas o que afirma em a) I. b) II. c) I e II. d) I e III. e) I, II e III. Questão 12 O amor é feio Tem cara de vício Anda pela estrada Não tem compromisso [...] O amor é lindo Faz o impossível O amor é graça Ele dá e passa A.Antunes, C.Brown, M.Monte, O amor é feio (Mackenzie 2010) Cotejando a letra da canção com os famosos versos camonianos Amor é fogo que arde sem se ver / É ferida que dói e não se sente, afirma-se corretamente que: a) Assim como Camões, os compositores tematizam o amor, valendo-se de uma linguagem espontânea, coloquial, como prova o uso da expressão cara de vício. b) O caráter popular da canção é acentuado pelo uso de redondilhas, traço estilístico ausente nos versos camonianos citados. c) A concepção de amor como sentimento contraditório, típica de Camões, está ausente na letra da canção, uma vez que seus versos não se compõem de paradoxos. d) A ideia de que a dor do amor não é sentida pelos amantes, presente nos versos de Camões, é parafraseada nos versos Anda pela estrada /Não tem compromisso. e) A canção recupera o tom solene e altissonante presente nos versos camonianos. Questão 13 (Insper 2012) Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. 11

12 Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da esperança; do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem (se algum houve), as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e, enfim, converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de mor espanto, que não se muda já como soía*. Luís Vaz de Camões *soía: Imperfeito do indicativo do verbo soer, que significa costumar, ser de costume Assinale a alternativa em que se analisa corretamente o sentido dos versos de Camões. a) O foco temático do soneto está relacionado à instabilidade do ser humano, eternamente insatisfeito com as suas condições de vida e com a inevitabilidade da morte. b) Pode-se inferir, a partir da leitura dos dois tercetos, que, com o passar do tempo, a recusa da instabilidade se torna maior, graças à sabedoria e à experiência adquiridas. c) Ao tratar de mudanças e da passagem do tempo, o soneto expressa a ideia de circularidade, já que ele se baseia no postulado da imutabilidade. d) Na segunda estrofe, o eu lírico vê com pessimismo as mudanças que se operam no mundo, porque constata que elas são geradoras de um mal cuja dor não pode ser superada. e) As duas últimas estrofes autorizam concluir que a ideia de que nada é permanente não passa de uma ilusão. Questão 14 (Enem 2ª aplicação 2010) Texto I a) o outro transformado no próprio eu lírico, o que se realiza por meio de uma espécie de fusão de dois seres em um só. b) a fusão do outro com o eu lírico, havendo, nos versos de Hilda Hilst, a afirmação do eu lírico de que odeia a si mesmo. c) o outro que se confunde com o eu lírico, verificando-se, porém, nos versos de Camões, certa resistência do ser amado. d) a dissociação entre o outro e o eu lírico, porque o ódio ou o amor se produzem no imaginário, sem a realização concreta. e) o outro que se associa ao eu lírico, sendo tratados, nos Textos I e II, respectivamente, o ódio o amor. Questão 15 (Unicamp) "Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;" (Lírica de Camões, seleção, prefácio e Notas de MASSAUD MOISÉS, S. P., Ed. Cultrix, 1963) "Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo. Mal de te amar neste lugar de imperfeição Onde tudo nos quebra e emudece Onde tudo nos mente e nos separa." (SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, "Terror de te amar", em Antologia Poética) Dos dois textos transcritos, o primeiro é de Luís Vaz de Camões (século XVI) e o segundo, de Sophia de Mello Breyner Andresen (século XX). Compare-os, discutindo, através de critérios formais e temáticos, aspectos em que ambos se aproximam e apectos em que ambos se distanciam um do outro. XLI Ouvia: Que não podia odiar E nem temer Porque tu eras eu. E como seria Odiar a mim mesma E a mim mesma temer. HILST, H. Cantares. São Paulo: Globo, 2004 (fragmento). Texto II Transforma-se o amador na cousa amada Transforma-se o amador na cousa amada, por virtude do muito imaginar; não tenho, logo, mais que desejar, pois em mim tenho a parte desejada. Camões. Sonetos. Disponível em: Acesso em: 03 set (fragmento). Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de Camões, a temática comum é 12

13 Comentários e Gabarito das Questões de Casa 01. Resposta: [A] A forte presença de antíteses ( choro X rio, fogo X rio, terra X céu ) e oxímoros ( em vivo ardor tremendo estou de frio, em mil anos não posso achar uma hora ) expressa sentimentos contraditórios, típicos da paixão amorosa e reveladores da confusão que esse estado provoca no eu lírico. 02. Resposta: [B] Trata-se de antítese, figura de linguagem que consiste na aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. Recurso especialmente utilizado pelos autores do período Barroco, estabelece jogos de contraste que enfatizam os conceitos envolvidos e realçam a expressividade. idealizado. Verdadeiro. Os dois poemas são sonetos, pois são compostos por dois quartetos e dois tercetos com versos decassílabos. Verdadeiro. O título Encarnação tem a ver com o sentido espiritual idealizador e com o sentido mais sensual característicos do Simbolismo. 07. Resposta: [E] É correta a opção [E], pois as obras do Classicismo reproduzem modelos ou padrões baseados na busca de equilíbrio, simplicidade, contenção e universalidade, valorizando e resgatando elementos artísticos da cultura greco-romana. Nas artes plásticas, teatro e literatura, o Classicismo ocorreu no período do Renascimento Cultural, séculos XIV ao XVI, e na música, na metade do século XVIII. 03. Resposta: [C] [A] Incorreta: o tema central dos Lusíadas é a viagem feita pelos portugueses rumo às Índias. [B] Incorreta: o foco temático é o trajeto, cheio de desafios, realizado pelos portugueses para chegar às Índias. Não há abordagem da descoberta do Brasil e da relação dos portugueses com os índios. [D] Incorreta: a métrica em Camões na verdade é bastante importante. Nos Lusíadas, por exemplo, é possível observar uma estrutura rígida com versos decassílabos divididos em ABABABCC. [E] Incorreta: uma das intenções de Os Lusíadas foi destacar os feitos portugueses, sendo a obra dedicada ao rei de Portugal. Camões não desprezava sua pátria nem o seu povo. 04. Resposta: [B] Lírico é o gênero de poesia em que o poeta expõe suas emoções e sentimentos. Exemplo desse gênero é o primeiro texto, cujo tema é o amor. O épico pode ser definido como um gênero constituído de longo poema acerca de assunto grandioso e heroico. Os Lusíadas, de Camões, é considerado o grande épico da Língua Portuguesa e canta os atos heroicos dos portugueses, durante as grandes navegações marítimas no século XV. 05. Resposta: [C] [A] O que caracteriza o Velho do Restelo é a lucidez diante da ganância demonstrada pelos pescadores portugueses. [B] No épico, o personagem do Velho do Restelo recrimina a excessiva ambição pela riqueza em troca do abandono das famílias portuguesas que ficariam à mercê das invasões dos mouros, no entanto não é o que estas estrofes representam. [C] Correta. O Gigante Adamastor é a representação monstruosa, uma alegoria para representar as dificuldades encontradas no mar. [D] O Gigante Adamastor representava uma ameaça não uma entidade protetora. [E] As estrofes citadas nada têm a ver com o episódio da bela Inês de Castro. 06. Resposta: [D] Verdadeiro. Os dois poemas falam do amor distante e irrealizável, entre o desejo e a idealização. Verdadeiro. O poema de Camões trata a amada à moda do platonismo neoclássico. Portanto, o amor será sempre distante e Resposta: [C] O soneto Sete anos de pastor Jacob servia alicerça-se numa construção linear em que os quartetos expõem a narrativa, o primeiro terceto funciona como núcleo e o segundo, como remate. As palavras finais do soneto, em que se configura a antítese longo curta, são pronunciadas pela própria personagem em estilo direto, manifestam o ânimo firme de Jacob, que exprime que estaria disposto a servir Labão ainda mais tempo para conseguir Raquel. Assim, é correta a opção [C]. 09. Resposta: [B] 10. Resposta: [A] 11. Resposta: [E] 12. Resposta: [B] Os versos da canção em questão podem ser considerados redondilhos menores (possuem cinco sílabas poéticas), o que não ocorre nos versos de Camões. 13. Resposta: [D] A primeira estrofe apresenta uma generalização filosófica: a inconstância faz parte de tudo que existe ( todo o mundo é composto de mudança ), devido a permanente instabilidade do mundo exterior e interior do ser humano ( Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades ). Assim, não é específica do homem, nem do grau de experiência que vai adquirindo ao longo da vida, como se afirma em [A] e [B]. Tampouco as opções [C] e [E] analisam corretamente o sentido dos versos de Camões, pois a ideia de circularidade presente nas últimas estrofes confirma a constância das transformações a ponto de que nem a própria mudança acontece sempre da mesma forma e no mesmo ritmo. Assim, é correta apenas [D], já que a segunda estrofe apresenta um eu lírico desiludido que vê o seu doce canto convertido em triste choro. 14. Resposta: [A] Ambos os poemas refletem conceitos do platonismo amoroso. Para Platão, as realidades concretas deste mundo, dito mundo sensível, são sombras das ideias que existem no mundo inteligível, reminiscências de um mundo ideal a que volveremos após a morte. Em Cantares de Hilda Hilst, o eu lírico afirma não poder odiar nem temer o outro, já que o outro é o ser em que ele mesmo se transformou em virtude da idealização amorosa ( Porque tu eras eu ). Camões também compartilha da ideia de que o amor torna os amantes inseparáveis, fazendo-os voltar à antiga condição de ser

14 uno e perfeito ( por virtude do muito imaginar (...) em mim tenho a parte desejada ). 15. Resposta: Aproximam-se pelo tema do amor e pela utilização de anáforas. Distanciam-se pela métrica (versos decassílabos em Camões e livres em Andresen) e pela forma de tratar o amor (em Camões o amor é impessoal, refeltindo o racionalismo que marcou sua produção, e em Andresen é pessoal). 14

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