Viroses do Sistema Nervoso Central
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- Lorena Lencastre de Escobar
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1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia Viroses do Sistema Nervoso Central Fonte: Fabrício Souza Campos Pós-doc Laboratório de Virologia
2 Principais viroses do SNC Vírus da Raiva Vírus da Encefalite Japonesa Poliomavírus Herpesvírus humanos (viroses Dermotrópicas) Adenovírus (Helton) Enterovírus (Helton) Henipavírus (Helton) Vírus do Oeste do Nilo (Helton)
3 Vírus da Raiva Membro do gênero Lyssavirus, família Rhabdoviridae RNA fs, envelopado Genoma codifica 5 proteínas: G, M, N, L, S Muito ampla gama de hospedeiros Outros Lyssavirus: Mokola, Lagos bat, Duvenhage, EBL-1, e EBL-2 Duvenhage e EBL-2 já foram associados a encefalites em humanos
4 Forma de bala de revólver Vírus da Raiva Possui espículas de 6-7 nm (glicoproteína, ou G ). Estrutura do vírus da raiva (Fonte: CDC) O vírus ao microscópio eletrônico
5 Epidemiologia vírus da Raiva Zoonose que apresenta dois ciclos distintos: a raiva urbana (o reservatório principal varia com o continente) Europa raposa, morcegos Oriente médio lobo, cão Ásia cão África cão, mongoose, antílope América do Norte raposas, gambás, furões, morcegos insetívoros América do Sul cão, morcegos hematófagos e insetívoros
6 Epidemiologia vírus da Raiva Fonte:
7 Patogenia vírus da Raiva Transmissão por mordida de animal infectado é a forma mais comum de contato Após inoculação, o vírus se replica no músculo estriado ou tecido conjuntivo no sítio de inoculação e penetra nos nervos periféricos através da junção neuromuscular Segue ao CNS via movimento axonal retrógrado Terminalmente, o vírus se dissemina de forma centrífuga para os órgãos do corpo O vírus da raiva causa uma encefalite aguda fatal
8 Diagnóstico laboratorial Histopatologia: corpúsculos de Negri são patognomônicos de raiva (presente em 70 % dos casos) Imunofluorescência direta: é o método de eleição Impressões de córnea e biópsias de pele (nuca) Em animais: cérebro, cerebelo, córtex e hipocampo Isolamento viral: inoculação de suspensões de tecido nervoso em camundongos ou cultivos celulares Restrita a laboratórios oficiais devido ao alto risco Sorologia: anticorpos tem pouca valia no diagnóstico Utilizada para monitorar o status sorológico em vacinados (soro-neutralização)
9 Diagnóstico do vírus da Raiva Corpúsculo de Negri em neurônio (Fonte: CDC) IFD Positiva (fonte: CDC)
10 Tratamento e prevenção Profilaxia pré-exposição: vacinas inativadas Profilaxia pós-exposição: observação de animais suspeitos por 10 dias Se surgirem sinais, devem ser sacrificados e remetidos ao laboratório para diagnóstico Animais selvagens: devem ser sacrificados e examinados Desinfecção local e administração de vacina. Em casos graves, soro + vacina. Uma vez estabelecida a doença: tratamento de suporte
11 Profilaxia pós-exposição Ferida: lavagem intensa agua + detergente e debridação Imunização passiva: imunoglobulina anti-rábica humana 50% em torno da área da ferida e 50% IM Imunização ativa: vacinas inativadas preparadas em cultivos celulares de células diplóides humanas Regime de doses pode atingir até 7 inoculações. O tratamento combinado de soro com vacina é mais eficaz do que somente um ou outro Disponível também imunoglobulina de origem equina, mais barata do que a de origem humana
12 Vacinas antirrábicas Fonte: Fonte: Fonte:
13 Controle da Raiva Urbana: raiva canina causa a grande maioria dos casos de raiva humana. Para o controle: Controle de cães de rua Vacinação de cães Quarentena Animais selvagens: mais difícil Morcegos são importantes Morcegos hematófagos e não hematófagos infectados tem sido detectados em grande centros urbanos (São Paulo e Porto Alegre)
14 Vírus da Encefalite Japonesa (JEV) 1934: isolado do cérebro de um paciente com encefalite fatal em Tóquio 1938: isolado do mosquito Culex tritaeniorhynchus 30 a 50 mil casos por ano na Ásia Principal causa de encefalite e invalidez entre crianças 10 mil ou mais óbitos anuais Fonte:
15 Vírus da Encefalite Japonesa (JEV) Família Flaviviridae, gênero Flavivirus RNA fs, envelopado 4 genótipos Fonte:
16 Ciclo epidemiológico do JEV Doença predominantemente rural Fonte:
17 Área com risco de transmissão JEV Fonte:
18 Infecção pelo JEV Vírus replica nas céls de Langerhans nos linfonodos regionais Após a viremia transitória ocorre invasão do SNC Fonte:
19 Manifestações clínicas JEV Variável: desde doença febril branda a meningoencefalite aguda fatal Maioria das infecções é assintomática ou causa doença inespecífica influenza-like 1 cada 300 infecções resulta em doença encefálica Febre acima de 38 o C, calafrios, dores musculares, cefaleia e vômito Convulsões, dor e rigidez na nuca, paralisia, declínio da consciência seguido de coma, morte
20 Diagnóstico JEV Técnicas sorológicas: ELISA, Snap test do sangue e licor Western blotting (reação cruzada com o Dengue) RT-PCR do liquor (pouca utilizada em função da viremia baixa e curta) Isolamento (pouco utilizado) Fonte:
21 Prevenção e controle JEV Controle do vetor (repelente, mosquiteiros, inseticida) Vacinação de humanos e suínos em áreas endêmicas Imunidade de até 11 anos Tratamento de suporte Corticosteroide, antipiréticos, soroterapia, diazepan Fonte: e
22 Poliomavírus (PyV) Família Polyomaviridae, gênero Polyomavirus Poli = múltiplos oma =tumores em camundongos Fonte: e
23 Poliomavírus (PyV) SV40: protótipo grupo isolado de macaco Rhesus 1965: detectado no cérebro de pacientes com leucoencefalopatia multifocal progressiva (PML) 1971: isolado PyV JC (John Cunningham) do cérebro com PML em células gliais fetais 1971: isolado PyV BK (Thea Brennan-Krohn) de urina de pacientes imunossuprimidos assintomáticos Desde então mais 11 novos HPyV foram descritos Fonte: e
24 Poliomavírus (PyV) Detectados em secreções respiratórias, câncer de pele, soro, diarreia, fígado, musculo São vírus com genoma DNA fd circular (5,2 Kb) Não envelopados Vírus resistentes a inativação por calor, formalina e solventes lipídicos Fonte:
25 Poliomavírus (PyV) VP1 do capsídeo se liga a receptores gangliosídeos e ácido siálico presente nas células epiteliais Penetração por endocitose, conduzido pelo reticulo endoplasmático até o núcleo da célula Infecções por HPyV são prevalentes na população, mas raramente causam doença clínica aparente Infecção primária ocorre nos primeiros anos de vida Rota vertical e horizontal de transmissão
26 Poliomavírus (PyV) Diagnóstico: detecção de anticorpos no soro por inibição da hemaglutinação Estudos de prevalência: 50% para JC e 90% para BK Infecção renal por BK: biópsia renal ou citologia da urina Mais utilizada: PCR convencional ou em tempo real (detecção e quantificação do vírus) do liquor
27 Poliomavírus (PyV) PML (leucoencefalopatia multifocal progressiva) por JC Sistema imunológico debilitado Mutações na região de origem replicação (NCCR) Fatores de transcrição que se liguem ao NCCR presentes Os vírus devem atravessar a barreira hematoencefálica PML: 3 a 5% de mortes em pacientes com AIDS
28 Poliomavírus (PyV) Tratamento PML: anticorpos monoclonais humanizados: natalizumabe Imunomodulador Usado no tratamento esclerose múltipla - Inibe VCAM-1 - Eficácia?!? Fonte: e
29 Grato pela atenção!!! Fonte:
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