Raiva (Hidrofobia) 1 - Definição
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- Ilda Canário Amorim
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1 Raiva (Hidrofobia) Família: Rhabdoviridae Género: Lyssavirus RHABDOVÍRUS RNA fita simples Envelopado Nucleocapsídeo com forma de cone ou projétil Resistência x Relevância Doenças infecciosas 1 - Definição Enfermidade infecciosa aguda do sistema nervoso central Vírus do grupo dos Rhabdovirus Encontrado na saliva dos animais infectados e transmitido mordedura. 3 Importância 3.1 Médica : OMS casos humanos / ano (Dec 90) Econômica 4 - Histórico Antigüidade fenômenos sobrenaturais Zinke (saliva) 1879 Galtier (tecido nervoso) 1885 Pasteur (atenuação do vírus/ vacinação) Remlinger (Corpúsculos de Negri) 5 - Distribuição Geográfica 5 - Distribuição Geográfica 6 - Agente etiológico A raiva é causada por um vírus pertencente à família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus. O vírus é destruído a uma temperatura de 80 oc em 2 e UV em alguns minutos. O frio e a dessecação o afetam em menor grau. Os cadáveres de animais em putrefação e autólise podem conservar material virulento durante semanas. O formol e o ácido fênico possuem um bom efeito inativador contra o vírus. 1
2 6.1 - Culturais Não são observados efeitos citopáticos nas células infectadas O antígeno viral pode ser observado no interior da célula por técnicas de imunofluorescência Sistemas hospedeiros O vírus da raiva pode infectar todos os mamíferos As aves também são susceptíveis a infecção. 7 - Patogenia Fontes de infecção Saliva. Aerossóis (inalação) Transplante de tecido infectado (córnea) Ciclo no organismo Tecido nervoso. Nenhum estágio virêmico Concentração do vírus no inóculo inicial Proximidade da lesão do cérebro Gravidade da ferida Idade do hospedeiro Pelo estado imunológico do hospedeiro. via centrípeta via centrífuga Disseminação via centrípeta Membranas mucosas dos olhos e boca, e pela inalação; as terminações nervosas olfativas poderão dar acesso ao Sistema Nervoso Central (SNC) via centrífuga SNC para a retina, glândulas salivares e terminações nervosas sensitivas da pele Principal sítio de replicação Hipocampo. Tronco cerebral. Células ganglionares dos núcleos pontinos. Células de Purkinje do cerebelo. 2
3 8 - Patologia Clínica Não existe um tipo clínico definido para a infecção Cães Os animais jovens são mais susceptíveis à infecção, cujo período de incubação varia de 10 dias a dois meses, em média. No cão, clinicamente, observamos dois tipos de manifestações: raiva furiosa; raiva paralítica ou muda Raiva furiosa Prodrômico (1-2 dias) Discreta ou aparente mudança de hábitos. Excitação Acessos furiosos, alternado por períodos de remissão. Alterações do latido (latido rouco ou bitonal) Dificuldade de deglutição e sialorréia Depressão Paralisia progressiva Crises convulsivas, paralisia, coma e morte. Raiva muda ou paralítica. (10 dias) Animal pode estar eliminando vírus na saliva desde o 5º dia antes de apresentar os primeiros sintomas Gatos. Furiosa, com sintomatologia similar a do cão Raiva em morcegos O comportamento da raiva em morcego é pouco conhecido O morcego pode albergar o vírus rábico em sua saliva e ser infectante antes de adoecer, por períodos maiores que das outras espécies 3
4 Desmodus rotundus Bovinos Indigestão (inanição) Atonia do rúmen, timpanismo, Diarréia. Contrações de distintos grupos musculares Salivação, mugidos constantes Posições anormais da cabeça e da cauda Olhar fixo, cambaleios Paralisia do trem posterior com queda dos animais. Na forma furiosa os animais jogam-se contra as paredes, escavam o solo e podem ferir-se com os chifres Suínos Excitação progressiva Ovinos e Caprinos Em geral a forma apresentada nestes animais é a muda ou silenciosa Eqüinos Na forma furiosa os animais jogam-se contra as paredes das baias, apresentam contrações musculares, micção freqüente e sintomas típicos de cólicas. 8.2 Lesões Encefalite com degeneração neuronal da medula espinhal e do cérebro Os corpúsculos de inclusão, denominados de Corpúsculos de Negri Corno de Amon do hipocampo Prognóstico É uma doença fatal, uma vez manifestados os primeiros sintomas. Não há nenhuma medida terapêutica em casos de raiva declarada ou sintomática. 4
5 9 - Diagnóstico Material a coletar Animal vivo Impressões de córnea. Pele da cabeça Animal morto Material encefálico.» Cerebelo» Corno de Ammon» Córtex» Medula Remessa do material Uma parte do material deve ser remetido ao laboratório em saco plástico, sob refrigeração, em caixas isotérmicas, com o máximo rigor de assepsia e prevenção a vazamentos A outra parte deve ser remetida em formol a 10 % Dada a gravidade do problema todo o esforço deve ser realizado no sentido de que o material chegue ao laboratório, no máximo em 48 horas Técnicas diagnósticas Histológico Pela pesquisa, pelo método da imunofluorescência do antígeno rábico, nas células do SNC, citadas no item anterior Isolamento do vírus Também denominado de método biológico Do material recebido prepara-se uma suspensão a 10-20% em solução salina ou PBS e inocula-se camundongos lactentes ou jovens até 21 dias, pela via intracerebral Observam-se os camundongos, se necessário, até 1 mês Diferencial Transtornos metabólicos Parasitismo intenso Intoxicações Dor na região abdominal. Todos os processos inflamatórios do SNC e em especial: Doença de Aujeszky (pseudo-raiva); Toxoplasmose; Listeriose. cão a fase nervosa da cinomose; intoxicação por estricnina bovinos necrose do córtex cerebral; intoxicação por chumbo ovinos scrapie (doença de Traber); 5
6 10 - Profilaxia e/ou tratamento Controle da raiva urbana. Vacinação de cães e gatos Controle da raiva silvestre. reduzir a população de morcegos; reduzir a população de carnívoros; e vacinar o rebanho. Controle da raiva na zona rural. Vacinação sistemática e contínua do rebanho Vacinação dos animais de estimação, cães e gatos Vacinas As vacina utilizadas na atualidade são de dois tipos: vacina de vírus inativado; e vacina a vírus vivo modificado. Imunidade de 3 anos, dão uma proteção de cerca de um ano Soros Heterólogos Homólogos No sentido de evitar a possível ação neutralizante do soro na vacina, desde que a administração é simultânea, convém administrar em regiões distintas. O uso do soro é recomendado naquelas mordeduras graves e dilacerantes e naquelas próximas ao sistema nervoso central. Controle O período de observação de 10 (dez) dias é restrito a cães e gatos Considera-se suspeito todo animal que apresenta mudança de comportamento Sintomatologia compatível com raiva, ele deve ser sacrificado e seu encéfalo enviado para laboratório de referência Agressão por outros animais domésticos (bovinos, eqüinos, ovinos, caprinos e suínos) é passível de tratamento profilático, uma vez avaliada as condições da exposição É indicado tratamento sistemático para casos de agressão por animais silvestres, mesmo quando domiciliados Nas agressões por morcegos, deve se proceder a soro-vacinação, independente do tempo decorrido. Em caso de tratamento anterior completo, só é indicado reforço. 6
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