Língua Brasileira de Sinais - Libras. Margarida Maria Teles Verônica dos Reis Mariano Souza
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- Walter de Andrade Farinha
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1 Língua Brasileira de Sinais - Libras Margarida Maria Teles Verônica dos Reis Mariano Souza São Cristóvão/SE 2010
2 Língua Brasileira de Sinais - Libras Elaboração de Conteúdo Margarida Maria Teles Verônica dos Reis Mariano Souza Projeto Grá co e Capa Hermeson Alves de Menezes Diagramação Neverton correia da silva Instrutora de Libras Tânia Mara dos Santos Sampaio Revisora Elizangela Maria de Goes Silva Copyright 2009, Universidade Federal de Sergipe / CESAD. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização por escrito da UFS. T269I Teles, Margarida Maria Língua brasileira de sinais - Libras / Margarida Maria Teles, Verônica dos Reis Mariano Souza. -- São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, Língua brasileira de sinais. 2. Libras. I. Souza, Verônica dos Reis Mariano. II. Título. CDU 81`221.24(81)
3 Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância Carlos Eduardo Bielschowsky Reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho Chefe de Gabinete Ednalva Freire Caetano Coordenador Geral da UAB/UFS Diretor do CESAD Antônio Ponciano Bezerra Vice-coordenador da UAB/UFS Vice-diretor do CESAD Fábio Alves dos Santos Vice-Reitor Angelo Roberto Antoniolli Diretoria Pedagógica Clotildes Farias (Diretora) Hérica dos Santos Mota Iara Macedo Reis Daniela Souza Santos Janaina de Oliveira Freitas Diretoria Administrativa e Financeira Edélzio Alves Costa Júnior (Diretor) Sylvia Helena de Almeida Soares Valter Siqueira Alves Coordenação de Cursos Djalma Andrade (Coordenadora) Núcleo de Formação Continuada Rosemeire Marcedo Costa (Coordenadora) Coordenadores de Curso Denis Menezes (Letras Português) Eduardo Farias (Administração) Haroldo Dorea (Química) Hassan Sherafat (Matemática) Hélio Mario Araújo (Geogra a) Lourival Santana (História) Marcelo Macedo (Física) Silmara Pantaleão (Ciências Biológicas) Núcleo de Avaliação Guilhermina Ramos (Coordenadora) Carlos Alberto Vasconcelos Elizabete Santos Marialves Silva de Souza Núcleo de Serviços Grá cos e Audiovisuais Giselda Barros Núcleo de Tecnologia da Informação João Eduardo Batista de Deus Anselmo Marcel da Conceição Souza Assessoria de Comunicação Guilherme Borba Gouy Coordenadores de Tutoria Edvan dos Santos Sousa (Física) Geraldo Ferreira Souza Júnior (Matemática) Janaína Couvo T. M. de Aguiar (Administração) Priscilla da Silva Góes (História) Rafael de Jesus Santana (Química) Ronilse Pereira de Aquino Torres (Geogra a) Trícia C. P. de Sant ana (Ciências Biológicas) Vanessa Santos Góes (Letras Português) NÚCLEO DE MATERIAL DIDÁTICO Hermeson Menezes (Coordenador) Edvar Freire Caetano Isabela Pinheiro Ewerton Lucas Barros Oliveira Neverton Correia da Silva Nycolas Menezes Melo UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Cidade Universitária Prof. José Aloísio de Campos Av. Marechal Rondon, s/n - Jardim Rosa Elze CEP São Cristóvão - SE Fone(79) Fax(79)
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5 Sumário AULA 1 Visão Histórica da Língua Brasileira de Sinais AULA 2 Língua Brasileira de Sinais AULA 3 Tipos de empréstimos linguísticos e o sistema pronominal AULA 4 Escrita da língua de sinais e o sistema de transcrição em Libras AULA 5 Estrutura gramatical da LIBRAS AULA 6 Estrutura gramatical da LIBRAS (nível morfológico, semântico e pragmático) AULA 7 Sintaxe da LIBRAS : verbos e tempos verbais AULA 8 Legislação e ensino de Libras AULA 9 Sistema de numeração em LIBRAS AULA 10 Surdez, educação e inclusão social...111
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7 Aula VISÃO HISTÓRICA DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS META Discutir alguns pontos relevantes na história da evolução da Língua de Sinais. OBJETIVOS Ao nal desta aula, o aluno deverá: analisar comparativamente as diferentes abordagens educacionais no processo de educação das pessoas surdas. OI!
8 Língua Brasileira de Sinais - Libras VISÃO HISTÓRICA DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS A história da Língua de Sinais está implícita na concepção de educação das pessoas surdas ou deficientes auditivas, influenciadas por médicos e religiosos num contexto político e sociocultural, ao longo dos séculos. De acordo com Russo e Santos (1993): Deficiência auditiva pode ser definida como a redução ou perda total da capacidade de detecção do som de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI, 1989), expresso pelo Zero audiométrico (0 db NA (Db-decibéis, NA-nível de audição)), refere-se aos valores de níveis de audição que correspondem à média de detecção de sons em várias frequências, por exemplo: 500 Hz, 1000 Hz, 2000 Hz e 3000Hz. Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 25 dbna e a surdez quando a perda de audição é profunda (maior que 91 db NA), incapaz de desenvolver a linguagem oral. Durante a antiguidade até o século XV, os deficientes auditivos foram tratados como seres primitivos, incompetentes e imperfeitos, castigados pelos Deuses. Sendo assim, como consequência eram abandonados, excluídos dos direitos sociais e não podiam ser educados. Nesse período, era comum a eugenia, ou seja, eliminação das pessoas deficientes, mal-formadas ou as muito doentes, para controle social, visando a melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente. As primeiras controvérsias em relação à forma de comunicação dos surdos ou deficientes auditivos são evidenciadas pelas afirmações de Aristóteles o qual acreditava que o pensamento só seria concebido através da palavra falada, negando aos deficientes auditivos a possibilidade de instrução. [...] Ensinava que os que nasciam surdos, por não possuírem linguagem, não eram capazes de raciocinar [...] (SOARES,1999,p.17). Enquanto Sócrates (em 360 a.c.), declarou que era aceitável que os Surdos comunicassem com as mãos e o corpo (Ibid., p 18). Vale ressaltar o pensamento de Santo Agostinho que acreditava que os Surdos podiam comunicar por meio de gestos, que, em equivalência à fala, eram aceitos quanto à salvação da alma, mas, foi John Beverley (700 d.c.) que ensinou um surdo a falar pela primeira vez, considerado como o primeiro educador de surdos. Somente a partir da Idade Moderna que começou a se distinguir surdez de mudez, surgindo indícios das três abordagens filosóficas na educação dos surdos: o gestualismo (uso de sinais), o oralismo (língua na modalidade oral, fala/som ) e o método combinado (sinais, treino da fala e leitura labial). Essas abordagens utilizadas pelos primeiros educadores serviram inicialmente para ensinar filhos dos nobres a conseguirem privilégios legais. (LACERDA, 1998). Segundo Soares (1999) e Moura (2000), a seguir, se encontram descritas as principais abordagens filosóficas e seus respectivos defensores: 8
9 Visão Histórica da Língua Brasileira de Sinais ABORDAGENS DEFENSORES Aula 1 Gerolamo Cardano (Médico Italiano, ): Interessou-se mais pelo estudo do ouvido, nariz e cérebro, escreveu a condução óssea do som. Segundo ele, a escrita poderia representar os sons da fala e do pensamento e a surdez não alterava a inteligência. Juan Pablo Bonet (Espanhol ): Baseado nos trabalhos de León, escreveu sobre as maneiras de ensinar os surdos a ler e a falar por meio do alfabeto manual e proibia o uso da língua gestual. Treinamento da Fala (fala/ som) ou oralismo: defende o aprendizado da língua oral, com o objetivo de aproximar os surdos ao máximo possível do modelo ouvinte. Johann Conrad Ammam (Médico Suíço, ): Defensor da leitura labial; com o uso de espelhos, descobriu a imitação dos movimentos da linguagem, como também a percepção através do tato das vibrações da laringe. Considerava que a fala era uma dádiva de Deus e fazia com que a pessoa fosse humana e que o uso da língua gestual atrofiava a mente. Sammuel Heinicke (Alemão, ): Fundou uma escola de surdos, em Edimburgo (a primeira escola de correção da fala da Europa); ensinou vários surdos a falar, criando e definindo o método hoje conhecido como Oralismo; edificou a aprimeira escola pública para deficientes fisícos. Segundo ele, o pensamento só é possível através da língua oral. (fala/som) Alexander Graham Bell (Cientista Escocês, ): Era grande defensor do oralismo e opunha-se à língua gestual e às comunidades de surdos, uma vez que as considerava como um perigo para a sociedade. Foi professor de surdos em Londres e desenvolveu a metodologia denominada fala visível. Jacob Rodrigues Pereira (Francês, ): Era o maior opositor do Abade L Epeé, usava gestos, mas defendia a oralização dos surdos, iniciou o trabalho de desmutização por meio da visão e do tato. 9
10 Língua Brasileira de Sinais - Libras Métódo Combinado ou Bimodal: defende o uso da língua oral, língua de sinais, treinamento auditivo, leitura labial e o alfabeto digital, entre outros recursos. Línguagem Gestual (hoje Língua de Sinais): considerada importante veículo de aquisição de conhecimento, comunicação e organização do pensamento no desenvolvimento da pessoa surda. Pedro Ponce de León (Monge Espanhol, ): Iniciou a história sistematizada de educação dos surdos. Fundou uma escola para professores de deficientes auditivos e desenvolveu uma metodologia de educação que incluia leitura e escrita, treinamento da fala e o alfabeto manual. Thomas Hopkins Gallaudet (Prof. Americano, ): Era opositor ao oralismo puro, defendia os sinais metódicos do Abade De L Epee; fundou a escola de Hartford para surdos, em abril de Gallaudet e seu filho Edward Miner Gallaudet, instituíram nessa escola a Língua Gestual Americana com o método combinado, inglês escrito e o alfabeto manual. Em 1857, a escola passou a ser Universidade Gallaudet. Charles Michelde L Épée (Abade Frances, ): Criador da língua gestual (lingua de sinais), criou os sinais metódicos. Reconheceu que essa língua existia e se desenvolvia entre grupos de surdos, embora não fosse considerada uma língua com gramática, mas, com características linguísticas apoiada no canal visual-gestual. Fundou o Instituto Nacional de Surdos-Mudos, em Paris (primeira escola pública de surdos do mundo). Após a Revolução Francesa e durante a Revolução Industrial (séc. XVIII), a disputa tornou-se mais acirrada entre os métodos oralista e os baseados na língua gestual. No Congresso de Milão (1880) instituiu-se o oralismo como filosofia oficial de educacão dos surdos, nesse período o ensino da língua gestual passou a ser proibido nas escolas em toda a Europa. Logo, o oralismo espalhava-se para outros continentes e, em consequência disso, tornou-se a abordagem mais priorizada na educação dos surdos, durante fins do século XIX e grande parte do século XX. De acordo com Lacerda (1998), os resultados de muitas décadas de trabalho nessa linha não mostraram grandes sucessos. O processo de aquisição da fala era parcial e tardio em relação aos ouvintes, comprometendo o desenvolvimento global dos surdos. No ano de 1960, Willian Stokoe publicou artigos demonstrando que a American Signan Language - Língua de Sinais Americana-ASL - possuía características semelhantes às da língua oral. Nessa mesma década, Doraty 10
11 Visão Histórica da Língua Brasileira de Sinais Schifflet, professora e mãe de deficiente auditivo, utilizou o método que combinava língua de sinais associada à língua oral, treinamento auditivo, leitura labial e o alfabeto digital denominado Total Approach, traduzido para Abordagem Total ou Comunicação Total. Embora esta tenha apresentado avanços, a maioria dos surdos não consseguiram atingir níveis acadêmicos compatíveis (idade/série), pois os sinais apenas representavam recursos de auxílio da fala e não comprovavam desenvolvimento linguístico. (LACERDA, 1998). Na decada de 1970, a Suécia e a Inglaterra observaram que os deficientes auditivos utilizavam em momentos distintos a oralização e a língua de sinais, originando a filosofia bilíngue, ou seja, a utilização pelos surdos da língua de sinais como primeira língua (L1) e, como segunda, a língua majoritária do seu país (L2). Logo, expandiu-se na década seguinte para todos os países esse tipo de educação que se contrapõe aos modelos oralistas e à comunicação total, advogando que cada língua deve manter suas carcterísticas próprias. Aula 1 A HISTÓRIA DA LÍNGUA DE SINAIS NO BRASIL No Brasil, a história da Língua de Sinais teve início com a fundação, em 1857 do Instituto dos Surdos-Mudos, atualmente denominado INES- Instituto Nacional da Educação de Surdos. O professor surdo, Ernest Huet, veio da França a convite de Dom Pedro II e trouxe o método combinado, sendo o currículo constituído por língua portuguesa, aritmética, linguagem articulada e leitura sobre os lábios, entre outras. Em 1862, Huet deixa o Instituto e em seu lugar assume Dr. Manuel de Magalhães Couto ( ) que, não tendo conhecimento a respeito da educação de surdos, não prosseguiu com o trabalho educacional, levando o Instituto a ser considerado um asilo de surdo em Nesse mesmo ano, foi nomeado o Dr. Tobias Leite ( ) para a direção do instituto, restabelecendo o aprendizado da linguagem articulada e da leitura dos lábios. Na gestão da professora Ana Rímoli de Faria Dória (1896), influenciada pelo Congresso de Milão, o Instituto adotou oficialmente o método oralista puro e implantou o primeiro Curso Normal de Formação de Professores para Surdos. A primeira turma formou-se em 1954, com 52 alunas/ professoras, de oito Estados brasileiros que disseminaram o método oral no país. (SOARES,1999. p.90). Na década de 1970, após visitar a Universidade Gallaudet, nos Estados Unidos, a professora de surdos Ivete Vasconcelos retorna ao Brasil trazendo a filosofia da Comunicação Total. Linguistas brasileiros, como a professora Lucinda Ferreira Brito, começam a se interessar pelo estudo da Língua de Sinais atribuindo o nome de Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros (LSCB). Entretanto, em 1994, após discussão com a 11
12 Língua Brasileira de Sinais - Libras comunidade Surda, Brito passa a utilizar a abreviação LIBRAS para designar a Língua Brasileira de Sinais que passou a ser legalmente reconhecida através da Lei nº de 24 de abril de 2002, como língua própria da comunidade de surdos do Brasil, servindo como meio legal de comunicação e expressão. CONCLUSÃO No Brasil, os prós e os contras na história da LIBRAS são reflexos das posições tomadas no mundo sobre a educação das pessoas surdas. Observase que, atualmente, na educação dos surdos coexistem as três filosofias. Cabe ressaltar que a implantação e uso da Comunicação Total, apesar de ter ocorrido em um breve período, é o mais presente no cotidiano escolar devido à ausência de formação dos profissionais numa filosofia bilíngue. RESUMO A história da Língua de Sinais está implícita na educação das pessoas surdas. Da antiguidade até o século XV, não podiam ser educados. Era comum a prática da eugenia. Foi na Idade Moderna que começou a se distinguir surdez de mudez, surgindo indícios das três filosofias: oralismo, método combinado ou comunicação total e linguagem gestual. No séc. XVIII, com o Congresso de Milão (1880), instituiu-se o Oralismo como filosofia oficial de educação dos surdos que permeou o século XIX e meados do século XX. Em 1960, Willian Stokoe publicou pesquisas sobre a Língua de Sinais Americana-ASL, afirmando que ela possuía características semelhantes às da língua oral. No Brasil (1857), o INES-Instituto Nacional da Educação de Surdos traz, a convite Dom Pedro II, o professor Francês Ernest Huet, com o método combinado. A professora Ana Rímoli de Faria Dória, influenciada pelo Congresso de Milão, adotou no instituto método oralista e implantou o primeiro Curso Normal de Formação de Professores para Surdos. A Professora Ivete Vasconcelos retorna dos Estados Unidos com a Comunicação Total. No entanto, linguistas como a professora Lucinda Ferreira Brito inicia estudos da Língua de Sinais Brasileira-LIBRAS que passou a ser reconhecida oficialmente através da Lei nº de 24 de abril de 2002, considerada um marco para a comunidade surda brasileira. PRÓXIMA AULA Discorremos sobre a história da evolução da Língua de Sinais no mundo e suas implicações na educação dos surdos. Assim, na próxima aula discutiremos sobre Língua Brasileira de Sinais. 12
13 Visão Histórica da Língua Brasileira de Sinais ATIVIDADE Aula 1 1- Com base no texto, faça uma análise comparativa entre as diferentes abordagens educacionais, oralismo, comunicação total e bilinguismo, no processo evolutivo da língua de sinais. Sugestão: Filme: E Seu Nome é Jonas (And Your Name Is Jonah (TV Film) USA/1979, é ensinada a língua de sinais para criança surda sair do isolamento.) REFERÊNCIAS BRASIL. Secretaria de Educação Especial Deficiência auditiva,volume I / organizado por Giuseppe Rinaldi et al. - Brasília: SEESP, Disponível em: Acesso em 15 set CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D. (Org.). Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira. 3. ed. São Paulo: Edusp/ MEC, LACERDA, Cristina B. F. de. Um pouco da história das diferentes abordagens na educação dos surdos. In:. Cad. CEDES. 1998, vol.19, nº. 46. LEIS, DECRETOS E PORTARIAS. Disponível em: gov.br/index.php?option=com_ content&view=article&id= Acesso em: 15 set MOURA, Maria Cecília. O SURDO: Caminhos para uma Nova Identidade. Revinter: Rio de Janeiro SOARES, Maria Aparecida Leite. A Educação dos Surdos no Brasil. Campinas/SP: Autores Associados; Bragança Paulista, SP: EDUSEF,1999. VILELA, Genivalda Barbosa. Histórico da Educação Surdo no Brasil. Disponível em Acesso em: 11 mai
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15 Aula LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS META Apresentar a Língua de Sinais enquanto estrutura linguística. OBJETIVOS Ao nal desta aula, o aluno deverá: identi car os universais linguísticos comuns nas línguas orais e sinalizadas. TUDO BEM?
16 Língua Brasileira de Sinais - Libras INTRODUÇÃO A LIBRAS, assim como as línguas orais, é espontânea e surgiu da interação e da necessidade de comunicação entre a comunidade surda brasileira. É uma língua visual-espacial, ou seja, articula-se espacialmente e é percebida visualmente. Assim, como qualquer língua, ela permite a formação de conceitos descritivo, emotivo, racional, literal, metafórico, concreto, abstrato, dentre outros. Entretanto, entre essas duas línguas existem semelhanças e diferenças, como na utilização de diferentes canais e estruturas gramaticais diversas. Vale ressaltar que a comunidade surda de cada país fala uma Língua de Sinais diferente. No Brasil, a LIBRAS não é a única língua de sinais, além dela há registro de uma outra utilizada pelos índios URUBUS-Kaapor (LKSB), na Floresta Amazônica. (FILIPE,1995). Embora o papel social da língua de sinais seja secundário, pois o seu uso se limita a algumas pessoas e lugares, sendo ela também alvo de preconceito, pesquisas revelam seu status de língua e contribuiram fortemente para o reconhecimento oficial da Língua Brasileira de Sinais, através da Lei nº de 24/04/2002. Essa vitória permitiu um maior e melhor desempenho dos surdos brasileiros em suas funçãos como cidadão nos espaços que ocupam atualmente na sociedade. Segundo Castro e Carvalho (2005): A força da Língua Brasileira de Sinais, suas características e componentes fazem dela um poderoso instrumento linguístico que permite o indivíduo surdo ser amplamente beneficiado com todo o amplo conhecimento humano, inclusive a aquisição de uma segunda língua, mesmo sendo oral ou escrita. 16
17 Língua Brasileira de Sinais UNIVERSALIDADE NAS LÍNGUAS ORAL- AUDITIVA E GESTUALVISUAL Aula 2 - Iconicidade: as formas linguísticas tentam copiar o referente real em suas características visuais. Sendo que a motivação icônica é mais evidente nas estruturas das línguas de sinais do que nas orais. CARRO MOTO BICICLETA AVIÃO - Arbitrariedade e convencionalidade: não se depreende a palavra simplesmente pela sua representatividade, cada comunidade vê os objetos, seres e eventos representados em seus sinais ou palavras sob sua ótica. 17
18 Língua Brasileira de Sinais - Libras ÔNIBUS CAMINHÃO - Variações linguísticas: todas as línguas sofrem variações geográficas e sociais. É importante conhecer as variações linguísticas, mas na interação com as pessoas usuárias dessa língua deve-se respeitar a variação local. LIBRAS LIBRAS SOLETRAR L.I.B.R.A.S 18
19 Língua Brasileira de Sinais Aula 2 INCLUSÃO INCLUSÃO SÁBADO - Produtividade, evolução, renovação, recusividade e funções da linguagem: as línguas possuem as características da produtividade e aumento do vocabulário introduzido pela comunidade em respostas às mudanças culturais e tecnológicas. COMPUTADOR INTERNET 19
20 Língua Brasileira de Sinais - Libras (Aspectos contrastivos: as unidades fonológicas do sistema de determinada língua oral se estabelecem por oposições contrastivas, ou seja, em pares de palavras, isto é, a substituição de uma unidade fonológica (uma letra) por outra, altera o significado da palavra.(pato bato - mato). Isso também ocorre nas línguas de sinais, sendo que, em vez de unidade fonológica, mudam-se um dos parâmetros. SÁBADO APRENDER DESCULPE AZAR TRABALHAR TELEVISÃO 20
21 Língua Brasileira de Sinais RESUMO Aula 2 LIBRAS é uma língua visual-espacial, ou seja, articula-se espacialmente e é percebida visualmente. É uma língua natural por ser adquirida pelas pessoas surdas sem que seja necessário o ensino sistemático. Existem diferenças e semelhanças entre as línguas orais e visuais. No Brasil, a LIBRAS não é a única língua de sinais, além dela há registro de uma outra utilizada pelos índios URUBUS-Kaapor (LKSB), na Floresta Amazônica. Possui universais linguísticos como a língua oral-auditiva nos aspectos contrastivos, variações linguísticas, iconicidade, arbitrariedade e convencionalidade. ATIVIDADE 1- Identifique os universais linguísticos comuns nas Línguas: Portuguesa e LIBRAS, utilizando os exemplos demonstrados através da LIBRAS. COMENTÁRIO SOBRE A ATIVIDADE Dentre as diferentes abordagens educacionais de surdos, o oralismo predominou durante quase um século impondo aos surdos uma educação monolíngue que não garantiu o sucesso acadêmico. A Comunicação Total foi apenas um período transitório até que fosse definida a educação bilíngue. No processo da inclusão, esta última proposta respeita o direito linguístico das pessoas surdas. Nesta aula, foi bom aprofundar o estudo a respeito da LIBRAS, na próxima discutiremos sobre EMPRÉSTIMOS LINGUÍSTICOS. Sugestão: Consulte o Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira, disponível na BICEN/UFS e os Sites: e 21
22 Língua Brasileira de Sinais - Libras REFERÊNCIAS BRASIL. Secretaria de Educação Especial Deficiência auditiva,volume III / organizado por Giuseppe Rinaldi et al. - Brasília: SEESP, Disponível em: Acesso em 15 set Aspectos lingüísticos da língua brasileira de sinais/secretaria de Estado da Educação.SEED/SUED/DEE.Curitiba,1998. Disponível em: Acesso em 29 ago BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/ UFRJ, CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D. (Org.). Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira. 3. ed. São Paulo: Edusp/ MEC, CASTRO, Alberto Rainha; CARVALHO, Isa Silva. Comunicação Por Língua Brasileira de Sinais. Brasília: SENAC/DF FERREIRA BRITO, Lucinda. Língua Brasileira de Sinais LIBRAS. In: RINALDI, Giuseppi et al. Brasil, Secretaria de Educação Especial Deficiência Auditiva - Série Atualidades Pedagógicas. Brasília: SEESP, FILIPE, Tânia Amara. Libras em Contexto, livro do estudante cursista. Brasília: Programa Nacional de Apoio a educação dos Surdos: MEC/ SEESP, LEIS, DECRETOS E PORTARIAS. Disponível em: gov.br/index.php?option=com_ content&view=article&id= Acesso em: 15 set
23 Aula TIPOS DE EMPRÉSTIMOS LINGUÍSTICOS E O SISTEMA PRONOMINAL META Apresentar os principais empréstimos linguísticos e o sistema pronominal. OBJETIVOS Ao nal desta aula, o aluno deverá: relacionar os tipos de empréstimos que a libras emprega de outras Línguas e utilizar os pronomes. COMO VAI VOCÊ?
24 Língua Brasileira de Sinais - Libras INTRODUÇÃO LEXICAIS: ALFABETO MANUAL: A datilologia ou soletração digital é utilizada para traduzir nomes próprios ou palavras para as quais não se encontram sinais em LIBRAS. A B C Ç D E F G H I J K 24
25 Aula 3 L M N O Tipos de Empréstimos Linguísticos e o Sistema Pronominal P Q R S T U V W X Y Z Z 25
26 Língua Brasileira de Sinais - Libras INICIALIZAÇÃO: A letra do alfabeto manual corresponde à letra em português e representa o sinal. (FERREIRA-BRITO.1997) SINAL CONFIGURAÇÃO DE MÃOS-CM LETRA PEDAGOGIA P OUTRAS LÍNGUAS DE SINAIS: LÍNGUA DE SINAIS AMERICANA-ASL ANO 26
27 Tipos de Empréstimos Linguísticos e o Sistema Pronominal LÍNGUA DE SINAIS FRANCESA-LSF Aula 3 LARANJA VERMELHO DOMÍNIO SEMÂNTICO: Quase todos os termos básicos de cores, com exceção do amarelo, são empréstimos linguísticos, ou seja, não são termos nativos. Assim, ampliam o vocabulário relacionado às cores. COR AMARELO ROXO 27
28 Língua Brasileira de Sinais - Libras AZUL BRANCO CINZA PRET@ VERDE Outros exemplos relacionados a cores para ampliar o vocabulário: CLARO ESCURO VIOLETA 28
29 Tipos de Empréstimos Linguísticos e o Sistema Pronominal BEGE ROSA PRATA Aula 3 OURO/DOURADO SISTEMA PRONOMINAL PRONOMES PESSOAIS: A LIBRAS (LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS ) possui um sistema pronominal para representar as pessoas do discurso: primeira pessoa, segunda pessoa e terceira pessoa (singular, dual, trial, quatrial e plural): 29
30 Língua Brasileira de Sinais - Libras EU DUAL TRIAL QUATRIAL GRUPO/TOD@ PRONOMES DEMONSTRATIVOS E ADVÉRBIOS DE LUGAR: na LIBRAS, os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar têm o mesmo sinal, somente o contexto os diferencia pelo sentido da frase acompanhado de expressão facial ESTE / AQUI ESSA / AÍ AQUELA / LÁ 30
31 Tipos de Empréstimos Linguísticos e o Sistema Pronominal PRONOMES POSSESSIVOS: os pronomes possessivos, como os pessoais e demonstrativos também não possuem marca para gênero e estão relacionados às pessoas do discurso e não à coisa possuída, como acontece em português: Aula 3 ME@ SE@ / TE@ PRONOMES INTERROGATIVOS (QUE, QUEM e ONDE): caracterizam-se, essencialmente, pela expressão facial interrogativa feita simultaneamente ao pronome. QUE / QUEM ONDE QUANDO 31
32 Língua Brasileira de Sinais - Libras COMO POR QUE / PORQUE QUAL PRONOMES INDEFINIDOS NADA NUNCA / SOLETRAR: NUN RESUMO A Libras, como as demais línguas, também incorpora léxico de outras línguas. Os empréstimos linguísticos podem ser: lexicais através do alfabeto manual, inicialização, bem como de outras línguas de sinais e de domínio semântico. Assim como qualquer língua natural, também possui um sistema pronominal para representar as pessoas do discurso. 32
33 Tipos de Empréstimos Linguísticos e o Sistema Pronominal ATIVIDADE Aula 3 Agora que você conhece os principais tipos de empréstimos da LIBRAS e o sistema pronominal, aproveite para utilizá-los em contextos específicos. COMENTÁRIO SOBRE A ATIVIDADE Observa-se que a LIBRAS tem universais linguísticos comuns às línguas orais-auditivas, como no caso da Língua Portuguesa, ou seja, a arbitrariedade, iconicidade, produtividade e os aspectos contrastivos, isto é, nas línguas orais são determinados pelas unidades mínimas/ fonológicas e em LIBRAS pelos parâmetros. Abordoumos os tipos de empréstimos linguísticos e o sistema pronominal, como também conhecer os sinais referentes às cores. Na próxima aula, pesquisaremos a escrita da LIBRAS e os Sistema de Transcrição. Sugestão: Consulte o Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da Língua de Sinais Brasileira, disponível na BICEN/UFS e os sites: libras e História O patinho Feio. REFERÊNCIAS BRASIL: Contando Histórias em LIBRAS. INES - Instituto Nacional de Educação de surdos.rio de Janeiro/RJ. MEC/SEESP CD-R BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/ UFRJ, CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D. (Org.). Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da Língua de Sinais Brasileira. 3. ed. São Paulo: Edusp/ MEC, FERREIRA-BRITO, Lucinda. Língua Brasileira de Sinais LIBRAS. In: RINALDI, Giuseppi et al. Brasil, Secretaria de Educação Especial Deficiência Auditiva - Série Atualidades Pedagógicas. Brasília: SEESP, FILIPE, Tânia Amara. Libras em Contexto, livro do estudante cursista. Brasília: Programa Nacional de Apoio a educação dos Surdos, MEC;SEESP, LEIS, DECRETOS E PORTARIAS. Disponível em: gov.br/index.php?option=com_ content&view=article&id= Acesso em: 15 set
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35 Aula ESCRITA DA LÍNGUA DE SINAIS E O SISTEMA DE TRANSCRIÇÃO EM LIBRAS META Demonstração da representação da escrita da LIBRAS OBJETIVOS Ao nal desta aula, o aluno deverá: conhecer as formas de representação escrita da LIBRAS ME@ NOME SE@ NOME
36 Língua Brasileira de Sinais - Libras INTRODUÇÃO ESCRITA DA LÍNGUA DE SINAIS Até a década de 1970, a LIBRAS era considerada uma língua ágrafa, as únicas formas de registro das línguas de sinais no mundo eram fotografias, desenhos de mãos, filmagens em vídeo cassete, atualmente através do computador a língua é registrada em CD e DVD. Em 1974, Valerie Sutton criou um sistema para escrever os movimentos da dança, despertando a curiosidade dos pesquisadores da língua de sinais dinamarquesa que estavam procurando uma forma de REPRESENTAR os sinais, ou seja, escrevê-los. Nesse período, houve a transição de Dancewriting da escrita de danças, para SignWriting, a escrita de sinais das línguas de sinais. Pesquisas sobre a forma de escrita da LIBRAS iniciaram no Brasil em 1996, através do Dr. Antonio Carlos da Rocha Costa da PUC de Porto Alegre/RS. Ele descobriu o SignWriting como sistema escrito de sinais usado através do computador. Assim, formou um grupo de trabalho envolvendo especialmente a Profª. Marianne Stumpf (surda na área de computação na Escola Especial Concórdia) e a Profª. Márcia Borba. Segundo Capovill(2001) a seguir estão expostas as formas de representação da escrita dos sinais da Libras. MÃO NA VERTICAL (eixo pulso-dedo na vertical) PALMA P\ TRÁS PALMA P\ O LADO 36
37 Escrita da Língua de Sinais e o Sistema de Transcrição em Libras Aula 4 PALMA P\ A FRENTE MÃO NA HORIZONTAL (eixo pulso-dedo na horizontal) PALMA P\ CIMA PALMA P\LADO PALMA P\BAIXO 37
38 Língua Brasileira de Sinais - Libras O CÍRCULO, PUNHO ABERTO PUNHO ABERTO COM DEDO INDICADOR PUNHO FECHADO PUNHO FECHADO COM DEDO INDICADOR 38
39 Escrita da Língua de Sinais e o Sistema de Transcrição em Libras PENTÁGONO, A MÃO PLANA Aula 4 A MÃO PLANA COM DEDOS ESPALHADOS 1- CONTATO SIMPLES 2- AGARRAR (SEGURAR ALGO) 3- TOCAR ENTRE (DOIS PONTOS) 4- BATER (FAZER CONTATO COM FORÇA) 5- ESCOVAR (CONTATO QUE DESLIZA DA SUPERFÍCIE PARA FORA) 6-ESFREGAR (CONTATO QUE DESLIZA PERMANECENDO NA SU- PERFÍCIE) 39
40 Língua Brasileira de Sinais - Libras 1- SOBRE (EM CIMA DA SUPERFÍCIE) 2- SOB (EMBAIXO DA SUPERFÍCIE) 3- À ESQUERDA (LADO ESQUERDO DA SUPERFÍCIE) 4- À DIREITA (NO LADO DIREITO DA SUPERFÍCIE) 5- ATRAVÉS DE UMA SUPERFÍCIE OU ENTRE DUAS SUPERFÍ- CIES (UMA EM CIMA E OUTRA EM BAIXO) 6- ATRAVÉS DE UMA SUPERFÍCIE OU ENTRE DUAS SUPERFÍ- CIES QUE ESTÃO EM CADA LADO MOVIMENTO DE DOBRADIÇA DAS JUNTAS DA BASE 2- MOVIMENTO DE FECHAR E ABRIR 3- MOVIMENTO ÚNICO DE ABRIR 40
41 Escrita da Língua de Sinais e o Sistema de Transcrição em Libras Aula MOVIMENTO DE DOBRADIÇA JUNTAS DA BASE SE MOVEM COM DEDOS RETOS 5 - MOVIMENTOS DUPLOS DE ABRIR 6 - MOVIMENTOS ALTERNADOS DOS DEDOS OU TEMOR DOS DEDOS
42 Língua Brasileira de Sinais - Libras 1 - PONTO PRETO FLEXÃO DOS DEDOS E PONTO BRANCO EXTENSÃO DOS DEDOS 2- DOIS PONTOS PRETOS INDICA FLEXÃO DUPLA 3 - DOIS PONTOS BRANCOS INDICAM EXTENSÃO DUPLA EXEMPLOS: ITENS LEXICAIS REPRESENTADOS PELA SIGN- WRITING (ESCRITA DA LIBRAS) CANETA BORRACHA LIVRO ESCOLA O Sistema de Escrita, Signwriting, ainda é pouco divulgado em nosso país. Enquanto não temos domínio dessa forma de representação escrita e visando a viabilizar o ensino sistematizado da Libras, é utilizado no Brasil um Sistema de Notação em Palavras da Língua Portuguesa/Oral. Este foi publicado em 2001, no livro Libras em Contexto, pelo grupo de pesquisa da FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos), sob a coordenação da Prof.ª Tânia Amara Filipe, em parceria com o MEC (Ministério De Educação) e SEESP (Secretaria de Educação Especial). 42
43 Escrita da Língua de Sinais e o Sistema de Transcrição em Libras SISTEMA DE TRANSCRIÇÃO EM LIBRAS (SISTEMA DE NOTAÇÃO EM PALAVRAS) Aula 4 Os sinais da LIBRAS são representados por itens lexicais da Língua Portuguesa (LP) em letras maiúsculas. CASA ESTUDAR CRIANÇA Um sinal que é traduzido por duas ou mais palavras em Língua Portuguesa será representado pelas palavras correspondentes separadas por hífen. NÃO-GOSTAR PODER-NÃO QUANTAS-HORAS 43
44 Língua Brasileira de Sinais - Libras Um sinal composto, formado por dois ou mais sinais, representados por duas ou mais palavras, mas a ideia de uma única coisa, serão separados pelo símbolo ^. MULHER^BENÇÃO=MÃE HOMEM^BENÇÃO= PAI Datilologia (alfabeto manual), usado para representar nome de pessoas, localidades e outras palavras, ou seja, a palavra e apresentada letra por letra separada por hífen. T-A-N-I-A 44
45 Escrita da Língua de Sinais e o Sistema de Transcrição em Libras Observação: Na LIBRAS, a pessoa além de dizer o nome em datilologia, primeiro se apresenta pelo sinal que lhe foi dado pela comunidade surda. Aula 4 ME@ SINAL TÂNIA O sinal soletrado, empréstimo da língua portuguesa, passou a pertencer à libras, é representado pela soletração do sinal em itálico. R-S (reais) P-A-I 45
46 Língua Brasileira de Sinais - Libras D-I-A Q-U-E-M (quem) Em libras não há desinências para gênero (masculino e feminino) o sinal representado por palavras da língua portuguesa que possui marca de gênero, sendo assim a palavra está terminada com o Para os artigos, o gênero é determinado pelo item lexical sinalizado correspondente a HOMEM e MULHER quando necessário, e só aparecem para seres humanos e animais. EL@ CUNHAD@ SOGR@ 46
47 Escrita da Língua de Sinais e o Sistema de Transcrição em Libras AMIG@ Aula 4 Não há desinência que indique plural, há uma marca de plural pela repetição do sinal, uma cruz(+) no lado direito acima do sinal que está sendo repetido, ou alongamento do movimento. CASA+(casas) (Quantificador)MUIT@ ALEGRE (muito alegre) O uso Formal e Informal é empregado de acordo com o contexto, assim como nas demais línguas. 47
48 Língua Brasileira de Sinais - Libras RESUMO Dancewriting, escrita de danças criada pela dinamarquesa Valerie Sutton, foi transformado para SignWriting, a escrita de sinais das línguas de sinais. Pesquisas sobre a forma de escrita da LIBRAS iniciaram no Brasil em 1996, na PUC de Porto Alegre/RS através do Dr. Antonio Carlos da Rocha Costa, mas, é utilizado no Brasil um Sistema de Notação em Palavras, da Língua Portuguesa/Oral, publicado em 2001, no livro Libras em Contexto, pelo grupo de pesquisa da FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos), sob a coordenação da Prof.ª Tânia Amara Filipe. ATIVIDADE Agora que chegamos ao final desta aula, utilize os sinais das aulas anteriores e escreva um pequeno diálogo seguindo as normas do sistema de transcrição da LIBRAS. COMENTÁRIO SOBRE A ATIVIDADE A Libras, como as demais línguas, também incorpora léxico de outras línguas. Os empréstimos linguísticos pode ser : lexicais, alfabeto manual, inicialização, de outras línguas de sinais e de domínio semântico. Espero que tenha exercitado o vocabulário referente às cores. Sugestão: Consulte o Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira, disponível na BICEN/UFS e os Sites: Revista/espaco25.pdf e História: Os três Ursos 48
49 Escrita da Língua de Sinais e o Sistema de Transcrição em Libras REFERÊNCIAS Aula 4 FERREIRA-BRITO, Lucinda. Língua Brasileira de Sinais LIBRAS. In: RINALDI, Giuseppi et al. Brasil, Secretaria de Educação Especial Deficiência Auditiva - Série Atualidades Pedagógicas. Brasília: SEESP, BRASIL: Contando Histórias em LIBRAS. INES - Instituto Nacional de Educação de surdos.rio de Janeiro/RJ. MEC/SEESP CD-R BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/ UFRJ, CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D. (Org.). Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira. 3. ed. São Paulo, SP: Edusp/ MEC, FILIPE, Tânia Amara. Libras Em Contexto, livro do estudante cursista. Programa Nacional de Apoio a educação dos Surdos, MEC;SEESP. Brasília, LEIS, DECRETOS E PORTARIAS. Disponível em: gov.br/index.php?option=com_ content&view=article&id= Acesso em: 15 set QUADROS, Ronice Muller, de. Idéias para ensinar Português para alunos surdos. Brasília: MEC, SEESP,
50
51 Aula ESTRUTURA GRAMATICAL DA LIBRAS META Exposição da estrutura gramatical da LIBRAS. OBJETIVOS Ao nal desta aula, o aluno deverá: aplicar a LIBRAS segundo a sua estrutura gramatical. BO@ SORTE!
52 Língua Brasileira de Sinais - Libras INTRODUÇÃO ESTRUTURA GRAMATICAL DA LIBRAS A Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS é uma língua de modalidade gestual-visual: possui uma estrutura linguística semelhante a das diversass línguas de modalidade oral auditiva; Como todas as línguas orais-auditivas possui uma gramática própria, definida pelos sistemas: A) FONOLÓGICO (Línguas Orais-Auditivas) ou QUIROLÓGICO (Línguas de Sinais - arte de coversar por meio de sinais feitos com as mãos. ) B) MORFOLÓGICO----- PALAVRA/SINAL OU ITEM LEXICAL C) SINTÁTICO----- FRASE D) SEMÂNTICO----- SIGNIFICADO E) PRAGMÁTICO----- USO DO SIGNIFICADO SENTIDO ERRADO CERTO DIFÍCIL FÁCIL 52
53 Estrutura Gramatical da LIBRAS NÍVEL FONOLÓGICO Aula 5 FONEMAS são sons que distinguem palavras. FONEMAS: Ex.: /m/ /n/ /e/ i /a/ /menina/ menino / m/n/e/i/o QUIREMAS: Segmento mínimo sinalizado. Corresponde ao fonema das línguas faladas MORFEMA: menor unidade composta de significado e significante. Na Libras, segundo Quadros e Karnopp (2004), a fonologia/quirologia procura determinar quais são as unidades mínimas que formam os sinais e pretende estabelecer os padrões possíveis de combinação entre as unidades e as variações no ambiente fonológico. FONEMAS/QUIREMAS: PARÂMETROS Os itens lexicais sinalizados convencionados pela comunidade surda são baseados nos Parâmetros: PARAMÊTRO+ a) Configuração de mãos b) Ponto de Articulação (Local) 53
54 Língua Brasileira de Sinais - Libras c) Movimento d)orientação e) Expressão Facial e Corporal a- CONFIGURAÇÃO DE MÃOS: refere-se às diversas formas que as mãos tomam na realização de um sinal (item lexical ou seja a palavra em LIBRAS ou de qualquer outra língua de sinais). Segundo Willian Stokoe,1965 (apud QUADROS,1997), foram registradas 43 configurações de mãos da Língua de Sinais Americana-ALS. De acordo com Felipe (2005), a LIBRAS possui 64 configurações das mãos, sendo que o alfabeto manual utiliza apenas 27 destas para representar as letras. 54
55 Estrutura Gramatical da LIBRAS Aula 5 b- PONTO DE ARTICULAÇÃO: é o local do corpo em que o item lexical é realizado ou ao espaço neutro tridimensional, localizado diante do corpo e limitado entre a cabeça e a cintura do falante em libras. C.CABEÇA NET@ MULHER HOMEM 55
56 Língua Brasileira de Sinais - Libras TI@ SOBRINH@ FILH@ ADOTIVO MADRINHA VOV@ T - TRONCO PRIM@ FILH@ BEBÊ 56
57 B-BRAÇOS EMOÇÃO Estrutura Gramatical da LIBRAS Aula 5 MÃO CASAD@ AMANTE VIUV@ COMPANHEIR@ 57
58 Língua Brasileira de Sinais - Libras EN- ESPAÇO NEUTRO FAMÍLIA CRIANÇA NORA GENRO MADRASTA NOIV@ SOLTEIR@ NAMORAD@ 58
59 Estrutura Gramatical da LIBRAS c- MOVIMENTO E DIRECIONALIDADE: classificado quanto ao tipo, à direção, à maneira e à frequência. Aula 5 a- Movimento retilíneo CADERNO CANETA BORRACHA PORTA LÁPIS/ESTOJO 59
60 Língua Brasileira de Sinais - Libras b- Movimento helicoidal: PARENTE = FAMÍLIA^ROLAR c) Movimento circular: PROCURAR 60
61 d- Movimento semicircular : Estrutura Gramatical da LIBRAS Aula 5 APONTADOR INTELIGENTE e- Movimento sinuoso: SEMPRE 61
62 Língua Brasileira de Sinais - Libras f- Movimento angular: ESCREVER c.1. Direcionalidade a- Unidirecional : movimento em uma direção no espaço, durante a realização de um sinal. EDUCAÇÃO LÁPIS RÉGUA- 1 62
63 SENTAR Estrutura Gramatical da LIBRAS CORRETIVO Aula 5 MOCHILA PARECER PASTA b- Bidirecional: movimento realizado por uma ou ambas as mãos, em duas direções diferentes. RÉGUA- 2 LIVRO 63
64 Língua Brasileira de Sinais - Libras BRINCAR PRIMO c- Multidirecional: movimentos que exploram várias direções no espaço, durante a realização de um sinal. MULTIPLICADOR d- ORIENTAÇÃO (orientação de mãos) 64
65 Estrutura Gramatical da LIBRAS Palma na vertical para direita Aula 5 CONHECER Palma na horizontal para baixo Palma na horizontal para cima INCLUSÃO ESTUDAR: e- EXPRESSÃO FACIAL E OU CORPORAL Muitos sinais têm como traço diferenciador a expressão facial e/ou corporal, em sua configuração. 65
66 Língua Brasileira de Sinais - Libras Ex:. MEDO ALEGRE RAIVA EXPRESSÕES NÃO MANUAIS DA LIBRAS Há sinais somente com a bochecha. Ex.: ATO SEXUAL Rosto / Parte Superior 66
67 a- Sobrancelhas franzidas Estrutura Gramatical da LIBRAS SENTIMENTO FALTA NINGUÉM Aula 5 ALTO GRANDE AINDA Sobrancelhas levantadas olhos arregalados b - Parte Inferior Bochechas infladas: GORD@ 67
68 Língua Brasileira de Sinais - Libras Bochechas contraídas e lábios contraídos e projetados e sobrancelhas franzidas: MAGR@ GROSS@ NOV@ FINO Correr da língua contra a parte inferior interna da bochecha: LADRÃO 68
69 Franzir do nariz: Estrutura Gramatical da LIBRAS Aula 5 PORQUE QUAL Balanceamento para frente e para trás (sim): TAMBÉM PROBLEMA VELHO Balanceamento para os lados (não): FEI@ EMOÇÃO 69
70 Língua Brasileira de Sinais - Libras Inclinação para frente: AINDA TRISTE PRECONCEITO Inclinação para o lado, inclinação para trás: AMAR Os traços não manuais: as expressões facial e ou corporal, feitas simultaneamente com o sinal, estão representadas acima do sinal ao qual está acrescentado alguma ideia. A-...afirmativa... Expressão facial neutra: EX.:El@ INSTRUTORA FELIZ EL@ INSTRUTORA 70
71 Estrutura Gramatical da LIBRAS B-...interrogativa... Sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento de cabeça inclinando-se para cima. Aula 5 VOCÊ APRESENTAR C-... exclamativa...sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento de cabeça inclinando para cima e para baixo....exclamativa... BONITA ÁRVORE BONIT@ ÁRVORE 71
72 Língua Brasileira de Sinais - Libras D-... negativa... com o acréscimo do sinal não: EU PROFESSOR NÃO D.1...incorporação da negação... NÃO- PREOCUPAR AINDA-NÃO D.2...incorporação da negação... com incorporação do movimento contrário ao sinal do negado: GOSTAR GOSTAR-NÃO 72
73 Estrutura Gramatical da LIBRAS RESUMO Assim como todas as línguas orais-auditivas, a LIBRAS possui uma gramática própria, defi nida pelos sistemas: Quirológico; Morfológico (palavra/sinal ou item lexical); Sintático(frase); Semântico (significado) e Pragmático (uso do significado sentido). O nível quirológico são as unidades mínimas que, em LIBRAS, representadas pelos cinco parâmetros: 1.configuração de mãos; 2. Orientação; 3. ponto de articulação; 4. movimento e, 5. expressão facial e corporal. Nos parâmetros observamos seis tipos de movimentos: 1. retilíneo; 2. helicoidal 3. angular; 4. sinuoso; 5. circular e 6. semicircular. Além disso, três tipos de direcionalidade: 1. unidirecional; 2. bidirecional e 3. multidirecional. Enquanto na orientação a posição para cima, para baixo, à direita, à esquerda, e palma na horizontal e vertical. O parâmetro expressão facial e ou corporal é fundamental para a compreensão da informação. Logo, modificar um desses parâmetros modifica o significado do sinal/palavra, é preciso estar atento para não ocasionar dúvidas na comunicação. Aula 5 ATIVIDADE Pesquise na web artigos relacionados aos parâmetros da Libras. COMENTÁRIO SOBRE A ATIVIDADE Espero que tenha exercitado o vocabulário das aulas anteriores escrevendo e traduzindo o diálogo em LIBRAS. Agora, concluímos o estudo dos cinco parâmetros, na aula seguinte discutiremos os aspectos morfológico, semântico e pragmático da LIBRAS. Sugestão: Veja o vídeo sobre os parâmetros da LIBRAS; Consulte o Site: br/libras e 73
74 Língua Brasileira de Sinais - Libras REFERÊNCIAS INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS. Educação de Surdos nº5. Rio de Janeiro: MEC/SEESP, DVD-ROM. BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/ UFRJ, CAPOVILLA, F. C.; Raphael, W. D. (Org.). Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Língua De Sinais Brasileira. 3. ed. São Paulo: Edusp/ MEC, CAGLIARI, Luís Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 15ª ed, FILIPE, Tânia Amara. Libras em Contexto, livro do estudante cursista. Brasília: Programa Nacional de Apoio a educação dos Surdos, MEC/ SEESP,2001. FERREIRA-BRITO, Lucinda. Língua Brasileira de Sinais LIBRAS. In: RINALDI, Giuseppi et al. Brasil, Secretaria de Educação Especial Deficiência Auditiva - Série Atualidades Pedagógicas. Brasília: SEESP, FERREIRA, Aurélio B. de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. Disponível em Acesso em: 11 mai LEIS, DECRETOS E PORTARIAS. Disponível em: gov.br/index.php?option=com_ content&view=article&id= Acesso em: 15 set QUADROS, Ronice Muller de. Educação de Surdos: Aquisição da Linguagem. Artes Médicas: Porto Alegre,
75 Aula ESTRUTURA GRAMATICAL DA LIBRAS (NÍVEL MORFOLÓGICO, SEMÂNTICO E PRAGMÁTICO) META Continuar o estudo sobre a estrutura gramatical da LIBRAS. OBJETIVOS Ao nal desta aula, o aluno deverá: conhecer as especi cidades da LIBRAS nos níveis: morfológico, semântico e pragmático. INFORMAL E/OU FORMAL?
76 Língua Brasileira de Sinais - Libras INTRODUÇÃO NÍVEIS: MORFOLÓGICO, SEMÂNTICO E PRAGMÁTICO A Morfologia é o estudo da estrutura interna das palavras/sinais, bem como das regras que determinam a sua formação. O nível morfológico da língua é formado a partir de unidades mínimas com significação chamadas morfemas. Alguns morfemas por si só constituem-se palavras/sinais, no entanto, existem itens lexicais que necessitam da combinação de, no mínimo, dois morfemas para sua formação. De acordo com Quadros (2004), na Língua Portuguesa e em LIBRAS, os processos de formação de palavras são realizados pela derivação, composição e flexão. Ex.: Língua Portuguesa: Por derivação (prefixação) - infeliz (in+feliz) Por composição: guarda-sol (guarda+sol) Por flexão: amando (amar) Em LIBRAS, é possível criar um novo sinal utilizando o significado de um sinal já existente, porém num contexto que requer uma classe gramatical diferente. O verbo sentar e o substantivo cadeira, assim como ouvir e ouvinte, o sinal é o mesmo porém, no substantivo há uma reduplicação do movimento no sinal do verbo. Por derivação: OUVIR / OUVINTE SENTAR / CADEIRA 76
77 Estrutura gramatical da LIBRAS: nível morfológico, semântico e pragmático Para os sinais compostos, junta-se duas bases de sinais preexistentes para criar um novo sinal. Por composição: CASA^ESTUDAR escola (junção de dois morfemas livres de significados independentes, o sinal de casa ao sinal de estudar ). Veja os exemplos apresentados na quarta aula. Por composição: Aula 6 ESCOLA - CASA^ESTUDAR CASA ESTUDAR AÇOUGUE CASA^CARNE CASA CARNE 77
78 Língua Brasileira de Sinais - Libras Por flexão: amando (amar) preocupado (preocupar): PREOCUPADO/PREOCUPAR AMADO/AMOR Substantivos, adjetivos e verbos com raízes idênticas são representados pelo mesmo item lexical, sinalizado com pouca mudança pragmática no que diz respeito à intensidade ou à repetição do sinal. No nível semântico, o sinal pode ser icônico ou arbitrário, mas pode perder a iconicidade durante sua incorporação na estrutura da língua. - Sinais iconicamente ligados ao campo semântico: PEIXE/SEXTA-FEIRA SÁBADO/LARANJA 78
79 Estrutura gramatical da LIBRAS: nível morfológico, semântico e pragmático - Sinais realizados em contato como corpo ou próximos às partes do corpo pertencem a um campo semântico especifico: Aula 6 COMER (perto da boca) INTELIGENTE (na cabeça) - Um item lexical para vários significados: LIVRE (liberdade, solto,...) CONTEXTO (unido, preso,...) - Vários itens lexicais para a mesma ação de sentido próximo: FALTAR: FALTAR (faltar pessoa/coisa) FALTAR (estar ausente) FALTAR (faltar- ao encontro) 79
80 Língua Brasileira de Sinais - Libras RESUMO A morfologia estuda a estrutura interna das palavras/sinais e os processos de formação de palavras, que são realizados pela derivação, composição e flexão. Os níveis semântico e pragmático é o estudo do significado individual da palavra/sinal, do agrupamento destes nas sentenças, descreve a significação das palavras no texto e no contexto, ou seja, permeia o nível morfossintático. Segundo Quadros, uma descrição semântica pode ser feita a nível da palavra ou sinal, da sentença e do discurso. ATIVIDADE Pesquise na web artigos relacionados à estrutura gramatical da LI- BRAS e estabeleça semelhanças e/ou diferenças entre LIBRAS e a Língua Portuguesa. COMENTÁRIO SOBRE A ATIVIDADE O vídeo mostra a importância do uso correto dos cinco parâmetros, por isso, respeitar as regras é fundamental para entender a informação no processo de comunicação. Estamos concluindo o estudo da Estrutura Gramatical da LIBRAS (nível morfológico, semântico e pragmático), discutiremos na próxima aula a SINTAXE da LIBRAS. Sugestão: Consulte o Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira, disponível na BICEN/UFS e nos sites: História: Curso Básico de LIBRAS 80
81 Estrutura gramatical da LIBRAS: nível morfológico, semântico e pragmático REFERÊNCIAS BRASIL: Curso Básico em LIBRAS. INES - Instituto Nacional de Educação de surdos.rio de Janeiro/RJ. MEC/SEESP CD-R. Vol. 6. BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/ UFRJ, CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D. (Org.). Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira. 3. ed. São Paulo, SP: Edusp/ MEC, FERREIRA-BRITO, Lucinda. Língua Brasileira de Sinais LIBRAS. In: RINALDI, Giuseppi et al. Brasil, Secretaria de Educação Especial Deficiência Auditiva - Série Atualidades Pedagógicas. Brasília: SEESP, FILIPE, Tânia Amara. Libras em Contexto, livro do estudante cursista. Brasília:Programa Nacional de Apoio a educação dos Surdos, MEC;SEESP, Aula 6 81
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83 Aula SINTAXE DA LIBRAS : VERBOS E TEMPOS VERBAIS META Apresentar os tipos de verbos e os tempos verbais. OBJETIVOS Ao nal desta aula, o aluno deverá: utilizar de acordo com o contexto os tipos de verbos e seu sistema de exão. BEM! BEM-NÃO?
84 Língua Brasileira de Sinais - Libras TIPOS DE VERBOS E OS TEMPOS VERBAIS Segundo Ferreira-Brito (1997), a ordem preferencial das sentenças na LIBRAS também é SVO, quando não há topicalização. Essa topicalização é frequente na Língua Portuguesa, principalmente na fala coloquial, entretanto, em LIBRAS a frequência é maior ou regra geral e pode materializar-se nas sentenças OVS ou OSV. AMIG@, EL@ GOSTAR AMIG@ EL@ GOSTAR PESQUISAR, EL@ GOSTAR-NÃO. PESQUISAR ELA GOSTAR-NÃO 84
85 Sintaxe da LIBRAS : verbos e tempos verbais Em LIBRAS a ligação entre os elementos de uma estrutura sintática é estabelecida no espaço e na direção utilizada para determinar que elemento se liga a qual; uso inadequado ou ausência de conectivos, ou seja, elementos de ligação (conjunções, preposições,...); omissão dos verbos de ligação (ser, estar, ficar,...), na posição do verbo estar e o verbo ter, aparece como verbo de ligação, por exemplo: Lígua Portuguesa: ela está doente, LIBRAS: ELA TER DOENTE. Percebe-se que o número do substantivo é determinado por classificadores, e a concordância de número com o verbo e os adjetivos não ocorre. Há uma tendência dos verbos apresentarem em sua forma infinitiva. Aula 7 TIPOS DE VERBOS Verbos direcionais: são os que possuem marca de concordância, a direção do movimento, marca no ponto inicial no sujeito e no final o objeto. Eu ajudo você. Você me ajuda AJUDAR^VOCÊ ME^AJUDAR 85
86 Língua Brasileira de Sinais - Libras Eu pergunto Você me pergunta PERGUNTAR^VOCÊ Eu respondo.. ME^PERGUNTAR Você me responde AVISAR^VOCÊ Eu aviso você. ME^AVISAR Você me avisa EU^RESPONDER VOCÊ^RESPONDER 86
87 Sintaxe da LIBRAS : verbos e tempos verbais Verbos não direcionais: são os que não possuem marca de concordância. Quando se constrói uma frase é como se os verbos ficassem no infinitivo. Os verbos não direcionais aparecem em duas subclasses: Aula 7 Ancorados no corpo: são verbos realizados com contato muito próximo do corpo. Podem ser verbos de estado cognitivo, emotivos ou experienciais, como: CONHECER CONVERSAR APRESENTAR FAZER FALAR PENSAR ORGANIZAR LER PODER 87
88 Língua Brasileira de Sinais - Libras PROCURAR RESUMIR SOFRER Verbos que incorporam o objeto: quando o verbo incorpora o objeto, alguns parâmetros modificam-se para especificar as informações. TOMAR /BEBER TOMAR-CAFÉ TOMAR-LEITE BEBER-PINGA BEBER-CACHAÇA 88
89 Sintaxe da LIBRAS : verbos e tempos verbais CORTAR-TESOURA/FACA Aula 7 CORTAR-CABELO CORTAR-UNHA CORTAR-FACA CORTAR-FATIAR CAIR COPO-CAIR 89
90 Língua Brasileira de Sinais - Libras PAPEL-CAIR TEMPOS VERBAIS Quando se deseja especificar as noções temporais, acrescentam-se sinais que informam o tempo presente, passado ou futuro, dentro da sintaxe da LIBRAS. Presente (agora / hoje) HOJE AGORA 90
91 Sintaxe da LIBRAS : verbos e tempos verbais LIBRAS. HOJE EU-IR DANÇAR Português Hoje vou dançar mãe Aula 7 HOJE IR DANÇAR LIBRAS. AGORA EU-BRINCAR Português. Eu vou brincar. AGORA BRINCAR 91
92 Língua Brasileira de Sinais - Libras Passado (Ontem / Anteontem /Amanhã/ Há muito tempo / Passou / Já /) PASSADO JÁ ANTEONTEM LIBRAS. ONTEM PORTUGÊS ESTUDAR. Português. Ontem estudei português. ONTEM PORTUGUÊS ESTUDAR Futuro (amanhã / futuro / depois / próximo) 92
93 Sintaxe da LIBRAS : verbos e tempos verbais LIBRAS: EU ESTUDAR AMANHÃ Português Amanhã irei estudar Aula 7 ESTUDAR AMANHÃ CLASSIFICADORES (CL) Em LIBRAS, são os marcadores de concordância de gênero para pessoas, animais ou coisas, ajudam construir a estrutura sintática, através de recursos corporais que possibilitam relações gramaticais altamente abstratas. Muitos classificadores são icônicos em seu significado pela semelhança entre a sua forma ou tamanho do objeto a ser referido. (FERREIRA BRITO, 1995) LIBRAS CARRO BATER POSTE CARRO CARRO-BATER 93
94 Língua Brasileira de Sinais - Libras ANDAR PESSOA/ANIMAL ANDAR-PESSOA ANDAR-ANIMAL RESUMO Em LIBRAS, a ordem preferencial das sentenças, assim como em Português, é SVO (sujeito, verbo e objeto ou complementos), quando não há topicalização, são comuns as sentenças OVS ou OSV. Os verbos em Libras têm a flexão em três tempos: presente, passado e futuro, além de alguns incorporarem as características da ação, número pessoa, objeto, etc. ATIVIDADE Pesquise na web outos exemplos de classificadores da LIBRAS. COMENTÁRIO SOBRE A ATIVIDADE Percebem-se as semelhanças e as diferenças entre as duas Línguas, na formação da palavra/sinal e o uso no contexto. Agora que concluímos o estudo da ordem de formação das frases em LIBRAS, discutiremos a seguir a legislação que garante o uso e difusão dessa língua. Sugestão: Consulte o Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira, disponível na BICEN/BIBUFS. Sites: História: Verbos em Português 94
95 Sintaxe da LIBRAS : verbos e tempos verbais REFERÊNCIAS BRASIL: Verbos em Português, INES-Instituto Nacional de Educação de surdos.rio de Janeiro/RJ. MEC/SEESP CD-R CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D. (Org.). Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira. 3. ed. São Paulo, SP: Edusp/ MEC, BRITO,Lucinda Ferreira. Por uma gramática de língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/ UFRJ, FERREIRA-BRITO, Lucinda. Língua Brasileira de Sinais LIBRAS. In: RINALDI, Giuseppi et al. Brasil, Secretaria de Educação Especial Deficiência Auditiva - Série Atualidades Pedagógicas. Brasília: SEESP, FILIPE, Tânia Amara. Libras em Contexto, livro do estudante cursista. Brasília Programa Nacional de Apoio a educação dos Surdos, MEC;SEESP,2001. Aula 7 95
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97 Aula LEGISLAÇÃO E ENSINO DE LIBRAS META Que o pro ssional compreenda que pode solicitar e exigir das instâncias educacionais e jurídicas os cumprimentos das leis relacionadas à acessibilidade da pessoa surda. OBJETIVOS Ao nal desta aula, o aluno deverá: favorecer condições para que cada pro ssional envolvido com pessoas surdas conheça as principais leis a respeito da Língua Brasileira de Sinais e os seus benefícios. LEI LIBRAS
98 Língua Brasileira de Sinais - Libras LEGISLAÇÃO E ENSINO DE LIBRAS O Brasil é um dos países mais inclusivos do mundo, mas, existe ainda um fosso profundo entre o texto legal e sua operacionalização. As leis são descumpridas impunemente e o resultado é que uma ínfima parcela da população mais esclarecida e de maior poder econômico exige o cumprimento de seus direitos. No que se refere à língua de sinais, geralmente os livros que tratam da surdez não abordam questões legais do ensino e do uso da LIBRAS e algumas vezes o desconhecimento dessa legislação impede o avanço dessa Língua e o pleno exercício dos direitos de seus usuários. Como foi apresentada na aula anterior, a criação através do Decreto Imperial nº 939 de 23 de setembro de 1857, do Instituto Imperial dos Meninos Surdos do Imperador Pedro II, e considerada a primeira manifestação em relação a políticas públicas para educação dos surdos brasileiros. Os primeiros indícios da Língua de Sinais Brasileira sugiram com a vinda do professor surdo Ernest Huet, considerado o primeiro instrutor de LIBRAS, (ROCHA, apud SOUZA, 2007). Embora os registros dos sinais no Brasil datem de 1875 com o nome de Iconografia dos Signais dos Surdos-Mudos, de um ex-aluno desse Instituto, Flausino José da Gama. Desde então, inicia-se no contexto nacional, com influência dos movimentos internacionais, a luta contra a ideia da educação segregadora em defesa da Educação para todos, no caso das pessoas surdas, o reconhecimento e o uso dos sinais, mesmo em períodos dominado pelo oralismo. Esses movimentos materializados por profissionais, pais e as pessoas com deficiência, apontam mudanças nas políticas públicas em favor do reconhecimento da língua de sinais. O Brasil participou da Assembleia Geral da ONU, em 1987, a qual declarou que os surdos [...] devem ser reconhecidos como uma minoria linguística, com o direito específico de ter suas línguas de sinais nativas aceitas como sua primeira língua oficial e como o meio de comunicação e instrução, tendo serviços de intérpretes para suas línguas de sinais. No entanto, o marco no processo de Educação das Pessoas com Deficiência no mundo se deve à Declaração de Salamanca em 1994, sinalizando um paradigma da inclusão nas políticas de educação, reconhecendo... a importância da linguagem de signos como meio de comunicação entre os surdos. De acordo com a LDBEN - Lei n /96, o Plano Nacional de Educação 2000, o parecer do CNE/CEB nº 17/ 01, a Resolução CNE/CEB n. 2, de 11 de setembro de 2001 e a Declaração de Salamanca, destaca-se que o grande avanço na educação é produzir a construção de uma escola inclusiva para garantir o atendimento à diversidade humana. A promulgação da Lei nº 10.98/2000, de acessibilidade, que regulamenta o acesso das pessoas com deficiência em várias dimensões, como: acessibilidade arquitetônica - sem barreiras ambientais físicas; comunicacional 98
99 Legislação e Ensino de Libras - sem barreiras na comunicação interpessoal; metodológica sem barreiras nos métodos e técnicas; instrumental - sem empecilhos nos instrumentos e utensílios de estudo; programática - sem barreiras invisíveis embutidas em políticas públicas; atitudinal - por meio de programas e práticas de sensibilização e de conscientização das pessoas em geral e da convivência na diversidade humana resultando em quebra de preconceitos (ALVES, 2006), contribui na transformação das escolas regulares em unidades inclusivas. O seu capítulo VII e artigos 17,18 e 19 se referem às questões da surdez, determinam a formação de profissionais intérpretes e de guias-intérpretes, no caso das pessoas surdocegas, e serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, com o objetivo de permitir o uso da linguagem de sinais ou outra subtitulação, para garantir o direito de acesso à informação às pessoas portadoras de deficiência. Dois anos após a promulgação da Lei nº /2000, a Língua Brasileira de Sinais é oficializada como meio legal de comunicação e expressão da comunidade surda pela Lei nº /2002 e regulamentada pelo Decreto nº: de 22/12/2005: Aula 8 Art. 3º A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, nos cursos de Fonoaudióloga, pedagogia e licenciaturas, em instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Assegurar a acessibilidade dos alunos e a oportunidade de satisfação de suas necessidades educacionais especiais nos sistemas de ensino, ainda não é uma prática vivenciada por todas as escolas, vivemos num paradoxo de experiências positivas e negativas, necessitando de regulamentações que aproxime texto legal de sua operacionalização. A Resolução CEB 02/2001 de 20 de julho de 2004 instituiu Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, no Art. 12 2º: Deve ser assegurada, no processo educativo de alunos que apresentam dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais educados, a acessibilidade aos conteúdos curriculares, mediante a utilização de linguagens e códigos aplicáveis, como o sistema Braille e a língua de sinais, sem prejuízo do aprendizado da língua portuguesa, facultando-lhes e às suas famílias a opção pela abordagem pedagógica que julgarem adequadas, [...] O Decreto nº 5.626/2005 regulamenta a Lei de Libras e o art. 18 da Lei no /2000 preconiza que o ensino da LIBRAS como primeira língua e o Português como segunda, para pessoas surdas, tornando-se obrigatório, 99
100 Língua Brasileira de Sinais - Libras desde a educação infantil até o ensino fundamental. Como também a disponibilização de equipamentos, de novas tecnologias assistivas, (qualquer elemento que facilite a autonomia pessoal ou o acesso e o uso do meio físico, de informação e comunicação e outros recursos didáticos. Além de ser adotado o uso e a difusão de Libras nas comunidades escolar e familiar, devem ser assegurados também os direitos a mecanismos de avaliação coerentes com aprendizado de segunda língua; na modalidade escrita deve ser valorizado o aspecto semântico e reconhecida a singularidade linguística; escolarização em um turno diferenciado ao atendimento educacional especializado, para o desenvolvimento de complementação curricular. (Portaria 3.284\2003 e Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005). Como consequência desses movimentos, em 2001 foi implantado o Programa Nacional de Apoio a Educação de Surdos, norteando o uso e a difusão da LIBRAS como veículo de desenvolvimento intelectual e integração social das pessoas surdas no Brasil, com as seguintes ações: 1. Curso de Língua Brasileira de Sinais para Instrutores e Multiplicadores Surdos, Professores e Professores Interpretes; 2. Instituído nas Unidades Federativas os Centros de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez - CAS; 3. Realização dos exames de Proficiência em LIBRAS; 4. Curso de Educação Superior Bilíngue LIBRAS/ Português e regulamentação do atendimento aos alunos do ensino superior pela Portaria 3.284/2003. Esse arcabouço legal a respeito do direito à acessibilidade das pessoas com deficiência é extenso, porém falta à sociedade se aproximar do texto legal de sua operacionalização. Bem como, garantir o exercício do direito da pessoa surda a uma escola de qualidade com uso e difusão de sua primeira língua a LIBRAS. Há polêmica nas escolas inclusivas que dizem não estarem preparadas para receber os surdos, os professores e intérpretes de LIBRAS, e fazer cumprir o que está determinado pela lei. O espaço escolar deve construir uma trajetória de luta desse segmento pelo direito político e educacional, mesmo porque precisamos desviar a visão de que problemas da surdez estão centrados na escolarização, é necessária uma ampliação para o campo sócio-político, para que os surdos possam vencer as barreiras da submissão imposta pelos ouvintismo. RESUMO O acervo legal que concede sustentabilidade à inclusão das pessoas com deficiência no Brasil é extenso. Os primeiros da LIBRAS, surgiram com a criação do INES em 1857, e a vinda do primeiro instrutor professor surdo Ernest Huet. Desde então, influenciado por movimentos internacionais como Assembleia Geral da ONU em 1987, a Declaração de Salamanca em No Brasil, desencadearam políticas públicas contra uma educa- 100
101 Legislação e Ensino de Libras ção segregadora e em defesa da educação para todos e o reconhecimento e o uso da LIBRAS. A Lei nº 10.98/2000, de Acessibilidade, no capítulo VII e seus art. 17,18 e 19, referente às questões da surdez, determina a formação de profissionais intérpretes e de guias-intérpretes, no caso das pessoas surdocegas, serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens. A Lei nº /2002 de Libras, reconhecendo como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, nos cursos de Fonoaudiólogia, Pedagogia e Licenciaturas, em todas instituições de ensino, públicas e privadas. A Resolução CEB de 20 de julho de 2004 instituiu Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, no Art. 12 2º: Deve ser assegurada, no processo educativo de alunos que apresentam dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais educados, a acessibilidade aos conteúdos curriculares, mediante a utilização de linguagens e códigos aplicáveis, como o sistema Braille e a língua de sinais ; o Decreto nº 5.626/2005, regulamenta a Lei de Libras e o art. 18 da Lei no /2000, ambas preconizam o ensino da LIBRAS como primeira língua e o Português como segunda. Como consequência desses movimentos, em 2001 foi implantado o Programa Nacional de Apoio a Educação de Surdos, norteando o uso e a difusão da LIBRAS, como veículo de desenvolvimento intelectual e integração social das pessoas surdas no Brasil. Aula 8 ATIVIDADE Considerando a legislação vigente a respeito da LIBRAS, como cada profissional pode contribuir para que a sociedade compreenda que pode solicitar e exigir das instâncias educacionais e jurídicas os cumprimentos das leis relacionadas à acessibilidade da pessoa surda? Dê a sua sugestão. Saiba mais: Lei no , de 19 de dezembro de Lei de 24 de abril de Decreto 5.626, de 22 de dezembro de Decreto nº 5.296, de 02 de dezembro de Lei 9050 ABNT/NBR. Portaria 3.284, de 7 de novembro de Resolução CEB 02/2001 de 20 de julho de 2004 Declaração de Salamanca, Sugestão: História: Introdução as operações matemática 101
102 Língua Brasileira de Sinais - Libras REFERÊNCIAS ALVES, Denise de Oliveira. Sala de recursos multifuncionais: espaços para atendimento educacional especializado - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, Disponível em Acesso em: 12 jun klçlll Leis, Decretos e Portarias. Disponível em: index.php?option=com_ content&view=article&id= Acesso em: 15 set BRASIL. Ministério da Educação. Direito a Educação: Subsídios para gestão dos sistemas educacionais/orientações gerais e marcos legais. Brasília: Secretaria de Educação Especial
103 Aula SISTEMA DE NUMERAÇÃO EM LIBRAS META Usar dos numerais cardinais e ordinais de acordo com o contexto. OBJETIVOS Ao nal desta aula, o aluno deverá: representar, de acordo com o contexto, os numerais quando estiver em relacionados a quantidade, ordem e classi cação. NÚMERO
104 Língua Brasileira de Sinais - Libras SISTEMA DE NUMERAÇÃO Segundo Filipe (2001), também em LIBRAS os numerais têm diferentes formas de apresentação quando utilizados como cardinais, quantidades, ordinais, medidas, idade, dias, mês, horas e valores. 1 - NÚMEROS CARDINAIS 104
105 Sistema de numeração em LIBRAS 2 - REPRESNTANDO QUANTIDADE Quando representam quantidades, os numerais de UM até QUATRO apresentam configuração de mãos diferentes. A partir do QUINTO têm representação igual aos cardinais. Aula NÚMEROS ORDINAIS: Os números ordinais do PRIMEIRO até o NONO têm a mesma forma dos cardinais, mas com movimentos. - Do PRIMEIRO até o QUARTO os movimentos são para cima e para baixo. 1º 2º 3º 4º - Do QUINTO até o NONO os movimentos são para os lados. 5º 6º 7º 105
106 Língua Brasileira de Sinais - Libras 8º 9º 10º - A partir do numeral DEZ não há diferença entre números cardinais e ordinais. PRIMEIRAMENTE PRIMEIRO LUGAR PRIMEIRA VEZ RESUMO O Sistema de representação dos números sofre variação quando representa quantidade. Há uma repetição da configuração de mãos de 1 até 4, a partir do número 5 eles não modificam. Na representação dos ordinais a direcionalidade e o movimento também se modificam. 106
107 Sistema de numeração em LIBRAS ATIVIDADE Aula 9 Aproveite para ampliar seu vocabulário, treinando o uso do sistema de numeração em LIBRAS. Os sinais abaixo foram exemplificados, segundo Capovilla (2006). 24 ABRIL 2002 LEI PRESIDENTE DEVER CONGRESSO COMUNICAR LIBRAS SANCIONAR 107
108 Língua Brasileira de Sinais - Libras DECRETAR USO NATURAL IDÉIA LINGUÍSTICO PRÓPRIA FEDERAL APOIAR DIFUSÃO FONOAUDIOLOGIA MUNICIPAL ESTADUAL 108
109 Sistema de numeração em LIBRAS COMENTÁRIO SOBRE A ATIVIDADE Aula 9 Conhecer e compreender o que dizem as leis é muito importante para que a acessibilidade da pessoa surda seja respeitada assim como a Língua Brasileira de Sinais e os seus benefícios. Sugestão: Consulte o Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira, disponível na BICEN/BIBUFS. REFERÊNCIAS CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D. (Org.). Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira. 3. ed. São Paulo, SP: Edusp/ MEC, FERREIRA-BRITO, Lucinda. Língua Brasileira de Sinais LIBRAS. In: RINALDI, Giuseppi et al. Brasil, Secretaria de Educação Especial Deficiência Auditiva - Série Atualidades Pedagógicas. Brasília: SEESP, FERREIRA BRITO & LANGEVIN. Por uma gramática de língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro UFRJ, 1995 FILIPE, Tânia Amara. Libras Em Contexto, livro do estudante cursista. Brasília Programa Nacional de Apoio a educação dos Surdos, MEC;SEESP,
110
111 Aula SURDEZ, EDUCAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL META Discutir os meios para a equiparação de oportunidades entre surdos e ouvintes OBJETIVOS Ao nal desta aula, o aluno deverá: compreender as peculiaridades da educação e da inclusão social e educacional do surdo. OBRIGAD@
112 Língua Brasileira de Sinais - Libras SURDEZ, EDUCAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL O termo inclusão, em sua amplitude, pode relacionar-se a implantações e às implementações de políticas públicas voltadas principalmente à prática da cidadania, incentivando respeito e valorizando as diferenças. No contexto escolar, a inclusão pressupõe acessibilidade arquitetônica, comunicacional, metodológica, instrumental, programática e atitudinal. A questão da inclusão não é algo que envolve apenas a surdez, mas se refere a uma reflexão mais ampla sobre a sociedade, buscando formas de melhorar o relacionamento entre os sujeitos, reforçando identidades culturais independentemente de diferenças linguísticas, religiosas, entre outras. Propõe uma reflexão sobre a convivência harmoniosa dentro das diferenças ampliando os conhecimentos sobre a realidade cultural dos grupos sociais, sem restrições ou exigências de adaptações às regras de grupos majoritários. A inclusão educacional das pessoas surdas tem sido polêmica, dividindo opiniões. Pesquisas ressaltam que a educação de surdos na escola regular valoriza as diferenças no convívio social. Poker (2001) afirma que as trocas simbólicas provocam a capacidade representativa desses alunos, favorecendo o desenvolvimento do pensamento e do conhecimento em ambiente heterogêneo de aprendizagem. No entanto, existem posições contrárias à inclusão desses nas turmas do ensino regular, em decorrência da compreensão das formas de representação da surdez como incapacidade ou de propostas pedagógicas cristalizadas numa cultura majoritária dominante, que não considera a diversidade. Ainda não se chegou a um consenso a respeito da melhor abordagem educativa a respeito da educação dos surdos. As correntes monolíngues e bilíngues travam acirrados debates a respeito desse tipo de educação. Além da opção da língua existem os que pensam que a escola de surdos deve ser segregada, outros que deve ser inclusiva, isto é, em turmas exclusivas de surdos ou em turmas inclusivas. Conforme Skliar (1999): essas posições contrárias alegam que o modelo excludente das classes especiais estão sendo substituídos por outro, em nome da inclusão, que não respeita a identidade surda, sua cultura, sua comunidade. A Declaração de Salamanca (1994) preconiza uma educação inclusiva onde todas as crianças podem aprender juntas, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, raciais, linguísticas, entre outras. No caso do surdo, sua educação é prevista em sua língua nacional de signos, a Língua de Sinais. Para Carvalho (2004), não basta colocar as pessoas com deficiência em classes regulares, se faz necessário assegurar-lhes garantias e práticas pedagógicas que rompam as barreiras de aprendizagem a fim de não se fazer uma educação excludente. 112
113 Surdez, educação e inclusão social De acordo com a Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva (2008), os surdos devem ser incluídos em turmas de ensino regular. A escola, os professores e especialistas devem oferecer os seguintes serviços: Professor Intérprete Portuguesa/LIBRAS, na sala de aula; aula de LIBRAS no turno contrário em salas de recursos, de acordo com o nível em que o aluno se encontra; aula de Língua Portuguesa com professor especialista em ensino Língua Portuguesa, modalidade oral e escrita, quanto na língua de sinais para surdos como Atendimento Educacional Especializado. Aula 10 CONCLUSÃO Dentro desse panorama há necessidade de se observar a seguinte questão: diferentemente dos ouvintes, grande parte das crianças surdas entram na escola sem aquisição de uma língua, uma vez que a maioria delas vem de famílias ouvintes que não conhecem ou não usam a Língua de Sinais. Portanto, no caso do Brasil a necessidade de que a LIBRAS- Língua Brasileira de Sinais seja, no contexto escolar, não só língua de instrução, mas, disciplina a ser ensinada, pois a aquisição LIBRAS como primeira língua das crianças surdas propicia a aquisição da Língua Portuguesa, segunda língua, valoriza as diferenças e contribui para o desenvolvimento das funções comunicativas e cognitiva. RESUMO A escola é imprescindível na formação dos sujeitos em todos os seus aspectos. É um lugar de aprendizagem, de diferenças e de trocas de conhecimento, de construção de identidade, de fomentação cultural, precisando, portanto, atender a todos sem distinção, eliminando consideravelmente fracasso, discriminação e exclusão. Por essa razão, o ensino de LIBRAS deve ser incluído desde as séries iniciais para que o surdo possa adquirir a sua primeira língua e posteriormente receber informações pertinentes à segunda. Em Quadros (1997), a implementação de uma proposta bilíngue bicultural no Brasil exige das escolas a abertura de espaços para profissionais que possam servir de modelo linguístico e cultural para alunos surdos e que atendam aos pressupostos da educação bilíngue. ATIVIDADE Faça um fichamento do livro: Formação Continuada a Distância de Professores para o Atendimento Educacional Especializado. Disponível em 113
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