Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil: futebol, esportes e negócios. A partir dos anos 90 os Megaeventos se tornam um grande negócio internacional:

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1 Seminário Nacional Metropolização e Megaeventos: os impactos da Copa do Mundo e das Olimpíadas nas Metrópoles Brasileiras COPA DO MUNDO E OLIMPÍADAS NO BRASIL: FUTEBOL, ESPORTES E NEGÓCIOS Paulo Roberto Rodrigues Soares Universidade Federal do Rio Grande do Sul Observatório das Metrópoles Núcleo Porto Alegre paulo.soares@ufrgs.br

2 A partir dos anos 90 os Megaeventos se tornam um grande negócio internacional: Globalização: financeirização da economia, capitalismo flexível desregulado, economia dos serviços, economia "fictícia". Gestão urbana: empreendedorismo urbano, planejamento estratégico, city marketing, cidade empresa, cidade mercadoria. Global Nacional Diferentes escalas dos "negócios negócios" esportivos Local (Urbana) FIFA, COI, FIA. Parceiros estratégicos. Corporações globais. Crescimento econômico, atração de investimentos, turismo internacional. Grupos econômicos nacionais (construtoras) Acumulação Urbana. Negócios imobiliários Nas últimas décadas estes acontecimentos esportivos internacionais foram totalmente mercantilizados e vendidos globalmente por poderosas corporações (FIFA, COI, FIA) em associação com outras corporações econômicas (parceiros estratégicos, patrocinadores). 2

3 PARCEIROS FIFA Alianças Internacionais de Corporações: FIFA Adidas Coca-Cola Hyundai-Kia Motors Emirates Sony Visa PATROCINADORES DA COPA DO MUNDO FIFA FIFA Budweiser Castrol Continental Johnson & Johnson Mc Donald's Oi Moy Park Yngli Solar PATROCINADORES OLÍMPICOS MUNDIAIS Coca-Cola Mc Donald' s Visa Dow Chemical GE Samsung Panasonic Omega Procter & Gamble Atos PATROCINADORES RIO 2016 Bradesco Embratel Claro Nissan 3

4 Não é mera coincidência que nos últimos anos os megaeventos esportivos (Copa do Mundo, Jogos Olímpicos, grandes prêmios de F-1) tem sido orientados para os países emergentes. E não é por acaso COI e FIFA estão sediadas na Suíça. Sedes dos Megaeventos Esportivos JJ.OO. DE JOGOS OLÍMPICOS COPA DO MUNDO DE INVERNO 1992 Barcelona 1994 Estados Unidos 1994 Lillehammer 1996 Atlanta 1998 França 1998 Nagano 2000 Sidney 2002 Japão/Coréia 2002 Salt Lake City 2004 Atenas 2006 Alemanha 2006 Turim 2008 Pequim 2010 África do Sul 2010 Vancouver 2012 Londres 2014 BRASIL 2014 Sóchi 2016 RIO 2018 Rússia 2018 PyeongChang 2020 Tóquio 2022 Qatar 2022? 4

5 cidade Cidades Sede da Copa de 2014: população e participação no PIB total Total (R$ milhões) PIB Participação (%) total (mil habs. s.) População participação (%) São Paulo , ,90 Rio de Janeiro , ,31 Brasília , ,35 Curitiba , ,92 Belo Horizonte , ,24 Manaus , ,94 Porto Alegre , ,74 Fortaleza , ,29 Salvador , ,40 Recife , ,81 Natal , ,42 Cuiabá , ,29 Total , ,61 Fonte: IBGE. Produto Interno Bruto dos Municípios. Censo

6 A escolha das cidades-sede da Copa Mundo do Brasil apenas ratifica a centralidade das principais metrópoles na rede urbana brasileira, com exceção de Natal e Cuiabá, as quais deverão ser beneficiadas pelo volume de obras e pela visibilidade durante o megaevento. Entre as 12 cidades escolhidas estão 10 das principais metrópoles brasileiras, as quais concentram infraestruturas e serviços capazes de comportar um evento da magnitude de um Campeonato Mundial de Futebol. A construção dos Estádios (Arenas) gera grandes negócios para as construtoras e para suas parceiras e fornecedoras. A construção das Arenas da Copa desencadeou uma série de reforma e construção de outras arenas (Palmeiras, América MG, Grêmio) na qual também estão envolvidas as grandes construtoras. Após a Copa ainda teremos os leilões pelos NAMING RIGHTS das Arenas, outra grande fonte de renda e de projeção das corporações do mundo esportivo para o Espaço Urbano. 6

7 ESTÁDIO Estádios da Copa: grandes construtoras SEDE CAPACIDADE CUSTO R$ Milhões INICIAL FINAL CONSTRUTORA Maracanã Rio de Odebrecht Janeiro AG Delta Mané Garrincha Brasília AG - Via Engª Itaquerão São Paulo Odebrecht Castelão Fortaleza Galvão Engª Mineirão BH Egesa HapEngª Beira-rio Porto Alegre AG Fonte Nova Salvador Odebrecht OAS Arena Pernambuco Recife Odebrecht Amazônia Manaus AG Arena das Dunas Natal OAS Arena Pantanal Cuiabá Mendes Jr Arena da Baixada Curitiba Engevix Total Fonte:

8 O CASO DE PORTO ALEGRE "Área de planejamento prioritário" A presença de dois estádios de "padrão FIFA". Beira-rio rio: o estádio oficial da Copa do Mundo Arena do Grêmio: que aproveitou que aproveitou-se de todos os benefícios gerados para a construção de estádios para a Copa. 8

9 Porto Alegre: área Prioritária de Planejamento para acopa do Mundo de

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11 A "Revitalização" do Cais Mauá (o frente portuário da cidade) envolve sua privatização e transformação em espaço para o turismo global. 11

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14 Custo da ARENA do GRÊMIO Inicial: 300 milhões Final: 613 milhões Pagamento: 55% pela OAS e 45% por empréstimo junto ao BNDES que será pago pela GRÊMIO ARENA. A OAS receberá 35 % do lucro anual da Arena. Área do Estádio: 37 hectares (terreno público Estado) Valor calculado: R$ 38 milhões. Troca: outra área de R$ 3 milhões. Destino da Área: GRÊMIO: Arena + Centro de Treinamento =9 hectares OAS: empreendimentos imobiliários = 28 hectares "Porto Alegre será um vetor nos investimentos da OAS no ramo imobiliário. Vamos continuar prospectando. Estamos de olho na cidade". Humberto Garrido, OAS (maio 2012). 14

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16 Terrenos do Estádio Olímpico: 8,9 hectares bairro Azenha Construtora OAS O que está projetado: Shopping Center: 13,5 mil m2 Edifícios comerciais (2), hotel (1) Edifícios Residenciais: 9 torres (liberado até 26 andares) Estádio dos Eucaliptos (S. C. Internacional) 2 hectares Construtora MelnickEven (Porto Alegre) Empreendimento: Grand Park Eucaliptos: 7 torres, 11 andares, 308 apartamentos, alto padrão. 3 dormitórios, 99 m2, 550 mil reais 16

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18 Grand Park Eucaliptos 18

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20 O que temos é que os Megaeventos Esportivos, além de ser um grande negócio, também abrem a frente de grandes negócios. No atual período do desenvolvimento do capitalismo mundial todas novas frentes de acumulação para o Capital são aproveitadas especialmente nos países denominados "emergentes", os quais geram mais possibilidades para os negócios O Brasil insere-se na rota da acumulação pelos megaeventos, a qual não se restringe às cidades sedes, indo além pelas redes de empresas, patrocinadores e fornecedores. O componente URBANO da acumulação se manifesta na reestruturação das cidades, nos novos negócios imobiliários e evidentemente em seus efeitos perversos de espoliação e expropriação. 20