SEGUIR UMA REGRA NAS INVESTIGAÇÕES FILOSÓFICAS DE LUDWIG WITTGENSTEIN

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1 SEGUIR UMA REGRA NAS INVESTIGAÇÕES FILOSÓFICAS DE LUDWIG WITTGENSTEIN Alessandro Pereira Orientadora: Profª. Dra. Mirian Donat RESUMO Nas Investigações Filosóficas, Wittgenstein analisa a linguagem humana enquanto uso, instituição, prática. Para expor suas reflexões, ele elaborou um arcabouço conceitual: jogos de linguagem, forma de vida, semelhança de família, seguir uma regra, etc. Adentrar nesses conceitos constitui o momento inicial para compreender a filosofia do segundo Wittgenstein. Nos encontra-se, de maneira mais detalhada, a reflexão de Wittgenstein sobre o conceito seguir uma regra. No dia a dia estamos familiarizados com a palavra regra, porque, desde muito cedo, nós temos que seguir regras, como, por exemplo: regras de etiqueta, regras de um determinado jogo, regras de trânsito, regras de comportamento, enfim, dentre as mais diversas situações, estamos sujeitos às regras. No entanto, as regras a que Wittgenstein se refere concernem às regras gramaticais. A linguagem humana só é possível devido à regularidade da mesma, caso contrário, não existiria linguagem, uma vez que não existiriam critérios usuais. Sendo assim, a linguagem não é uma instituição privada, de um único indivíduo, mas é uma atividade pública, por isso os critérios de uso são públicos, e, assim, podem ser ensinados, compreendidos e praticados pela comunidade linguística. Palavras-chave: linguagem; seguir uma regra, prática. 1

2 Com o propósito de apresentar o conceito de seguir uma regra, presente no contexto da concepção da linguagem como uso do segundo Wittgenstein, escolhemos, neste texto, como pano de fundo para tal, abordar a crítica realizada pelo filósofo vienense à concepção mentalista da linguagem. Ao investigar a oposição entre essas duas concepções linguísticas, pretendemos elucidar, principalmente, os conceitos de regra, de compreensão e o problema da interpretação de regras, assim como exposto nas Investigações Filosóficas. Para John Locke (1978, p.223, grifo meu): As palavras, na sua imediata significação, são sinais sensíveis de suas ideias, para quem as usa. Palavras, em seu significado primário e imediato, nada significam senão as ideias na mente de quem as usa, por mais imperfeita e descuidadamente que estas ideias sejam apreendidas das coisas que elas supostamente representam. Esta concepção da linguagem tem sua explicação na teoria do conhecimento de John Locke ( ) 1. Para ele as ideias, as quais são nada mais que as imagens na mente de um indivíduo, têm sua fonte, basicamente, dos objetos apresentados aos sentidos 2. Um indivíduo, ao falar estaria balbuciando ideias da sua própria mente. Diante disso o significado das palavras estaria sujeito às ideias presentes na mente do falante. Portanto, ideias, mente, e significado das palavras tinham correlação. É a esse tipo de concepção da linguagem que chamamos mentalista. A questão do significado está no núcleo dos problemas ocasionados pela concepção mentalista da linguagem. Nela, para a compreensão de uma palavra é indispensável a imagem mental que a representa, pois é por meio dela que a 1 LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. 2ª ed. São Paulo: Abril Cultural, (Coleção Os Pensadores) 2 LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. 2ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978, (Coleção Os Pensadores), p. 159: O objeto da sensação é uma fonte das ideias. Primeiro, nossos sentidos, familiarizados com os objetos sensíveis particulares, levam para a mente várias e distintas percepções das coisas, segundo os vários meios pelos quais aqueles objetos os impressionam. Recebemos, assim, as ideias de amarelo, branco, quente, frio, mole, duro, amargo, doce e todas as ideias que denominamos de qualidades sensíveis. Quando digo que os sentidos levam para a mente, entendo com isso que eles retiram dos objetos externos para a mente o que lhes produziu estas percepções. A esta grande fonte da maioria de nossas ideias, bastante dependente de nossos sentidos, dos quais se encaminham para o entendimento, denomino sensações. 2

3 palavra recebe sua significação. Diante disso, podemos perguntar: como ter acesso a imagem mental e, por conseguinte, ao significado da palavra? Na realidade, parece que o acesso é restrito ao falante e, de modo consequente, somente ele é portador do significado no momento em que a palavra é proferida. Portanto, na imagem mental do falante está localizado o significado das palavras por ele expressas. O esforço de Wittgenstein, nas Investigações, consistiu em mostrar que o significado das palavras está correlacionado com o seu uso num determinado contexto. Ora, a palavra orgânico, por exemplo, tem significados diferentes quando utilizada no contexto da química, da biologia, do direito, etc. O uso que fazemos das palavras é fundamental para sua significação. Não basta somente definir o que é uma palavra relacionando-a com um objeto (no caso a imagem mental), para que esta adquira significado, também é preciso elucidar os usos possíveis de tal palavra, pois a linguagem tem uma função prática na vida humana. Nos das Investigações, o assunto sobre seguir uma regra é investigado pelo filósofo austríaco de modo mais detalhado, podemos considerá-lo como um tema chave da concepção linguística ali abordada. As regras têm um papel importante na concepção da linguagem presente no segundo Wittgenstein, uma vez que elas determinam o que é falar com sentido e corretamente, ou seja, as regras funcionam como padrões de correção linguística. Ao tratar desse assunto, Wittgenstein procede à refutação das ideias que estavam no fundamento da concepção mentalista da linguagem. Como já mencionado, Locke defendia que as palavras recebiam sua significação por meio de uma imagem mental. Quando um indivíduo pronunciava a palavra cadeira, por exemplo, esta recebia sua imediata significação de acordo com a ideia de cadeira presente em sua própria mente. Ou seja, a expressão cadeira era sucedânea da ideia de cadeira. Isso trazia complicações. Ora, tendo isso como pressuposto, podemos perguntar: como ficaria a comunicação? No caso, parece que a comunicação nunca chegaria a um acordo, pois cada falante seria portador do significado de suas próprias palavras. O falar seria apenas a tradução, não muito 3

4 satisfatória, de uma linguagem interna do falante. É como se cada indivíduo portasse um vocabulário interno que atribuía significação a sua fala externa. Nesse sentido, a própria noção de regra linguística ficaria comprometida, uma vez que elas não seriam institucionalizadas. Para que as regras linguísticas sejam externas é necessário um acordo entre os envolvidos no processo de significação das palavras. Ou seja, as palavras e suas regras de utilização precisam, em tese 3, de uma aprovação pública para que a comunicação e a compreensão linguística possam acontecer. Porque, do contrário, dois indivíduos ao pronunciar a mesma palavra, lhe dariam significados diferentes. O significado da palavra cadeira estaria dependente do falante, pois a ideia de cadeira nele pode ser diferente da ideia de cadeira para outrem. Para afastar esse inconveniente, Wittgenstein fez uma inversão da concepção mentalista da linguagem. Nela a regra de uma palavra qualquer, por assim dizer, não era instituída. O significado e as regras linguísticas das palavras estavam dados já na mente do falante. Agora, na concepção da linguagem como uso, prática e instituição, o significado das palavras não remete mais a uma imagem mental, mas ao uso que se faz das palavras. Nas Investigações, o interesse de Wittgenstein se refere as regras da gramática, regras estas que estabelecem o critério para um discurso significativo. Nesse sentido, não se trata aqui da gramática de uma língua particular, por exemplo, o português ou o espanhol, mas da gramática de uma palavra específica, comum a todas as línguas, como aponta Wittgenstein na seguinte passagem (IF 90): Por isso nossa reflexão é uma reflexão gramatical. E essa reflexão ilumina o nosso problema, removendo mal-entendidos. Mal-entendidos que dizem respeito ao uso das palavras, provocados, entre outras coisas, por certas analogias entre as formas de expressão em diversas áreas de nossa linguagem. 3 Em tese: quer dizer não de um acordo empírico, mas de um acordo lógico, gramatical. 4

5 É frequente, segundo Wittgenstein, que os problemas filosóficos e metafísicos (que ele considera pseudo-problemas) ocorram tão somente pelo fato de certos filósofos não observarem às regras gramaticais de um determinado jogo de linguagem. Essa não observação é o motivo para a geração das confusões filosóficas, e de uma espécie de mal-estar mental, que se dissolvem somente quando analisamos a palavra no contexto em que ela é utilizada, porque o que dá vida a uma palavra é a sua utilização 4. Nesse sentido, Wittgenstein afirma no 5 das Investigações: Dissipa-se a névoa quando estudamos os fenômenos da linguagem em espécies primitivas de seu emprego, nos quais se pode ter uma visão de conjunto da finalidade e do funcionamento das palavras. No Livro Azul, encontramos um exemplo para esclarecer essa ideia. Vejamos (WITTGENSTEIN, 2008, p. 86): (...) trata-se de uma espécie de parábola que ilustra a dificuldade em que nos encontramos que nos mostra, também, o caminho que nos permitirá toureá-la: certos cientistas, empenhados na vulgarização da ciência, disseram-nos que o chão sobre o qual nos encontramos não é sólido, tal como o senso comum o considera, dado que se descobriu que a madeira consiste de partículas tão escassamente distribuídas no espaço que este poderia ser considerado vazio. Isso pode desorientar-nos, visto que, de certo modo, sabemos com toda a certeza que o chão é sólido, ou que, se não é sólido, isso pode dever-se ao fato de a madeira estar apodrecida, mas não ao fato de ela ser composta por eletrões. Afirmar, de acordo com esse último ponto de vista, que o chão não é sólido é usar corretamente a linguagem. Mesmo que as partículas fossem tão grandes como o grão de areia, e estivessem tão próximas umas das outras como acontece num monte de areia, o chão não seria sólido se fosse composto por elas no sentido em que o monte de areia é composto por grãos de areia. A nossa perplexidade baseou-se numa má compreensão; a imagem do espaço escassamente preenchido foi aplicada erradamente. Essa imagem da estrutura da matéria tinha a intenção de explicar o propósito fenômeno da solidez. 4 WITTGENSTEIN, Ludwig. O Livro Azul. Lisboal: Edições 70, 2008, p. 26: mas se tivéssemos de mencionar o que anima o signo, diríamos que é a sua utilização. 5

6 A correção gramatical, como vemos na citação acima, consiste numa espécie de terapia 5, para afastar as confusões provocadas pelo uso inadequado de uma determinada palavra. Afinal, não podemos serrar o galho sobre o qual estamos sentados (IF 55). Cortar o galho é semelhante à rejeição das regras gramaticais que dão significado ao uso de uma palavra. Quando isso ocorre perde-se o fundamento do discurso significativo, e, ademais, passa-se a procurar um fundamento que sustente o discurso agora expresso. François Schmitz sustenta essa ideia na seguinte passagem (2004, p.153): A doença filosófica decorre essencialmente do esquecimento, no momento em que se filosofa, daquilo que constitui a maneira pela qual empregamos significamente as palavras fora do discurso filosófico. A terapêutica wittgensteiniana consiste então essencialmente em acumular as lembranças, a remeter os grandes discursos do filósofo a seu ambiente cotidiano e ordinário, para que ele compreenda que seus problemas provêm apenas de uma visão parcial e insuficiente da gramática desses grandes discursos. Para seguir uma regra é preciso conhecê-la e para isso, obviamente, faz-se necessário a sua correta compreensão. Na concepção mentalista da linguagem a compreensão de uma palavra era considerado um processo misterioso e estranho visto à dificuldade para entender o que de fato o falante queria dizer com as suas palavras 6. Como as regras e o significado das palavras remetiam a processos mentais, então, a compreensão obedecia a critérios privados e internos, cujo acesso era limitado e permitido apenas ao falante. No entanto, segundo Wittgenstein, para a correta compreensão das palavras é conveniente aceitar que os critérios para tais sejam públicos e externos. Retornemos as Investigações, no 143 temos a imagem de um determinado jogo de linguagem. Nele um professor ensina um aluno a escrever a série dos números decimais (1, 2, 3, 4, 5, 6,...). Depois o professor pede para o aluno escrever a série sozinho, sem a sua ajuda. Quando o aluno termina a tarefa, o professor se aproxima para a correção e vê que alguma coisa está errada e então 5 WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações Filosóficas. 6ª ed. Petrópolis: Vozes, 2009, WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações Filosóficas. 6ª ed. Petrópolis: Vozes, 2009,

7 percebe que o aluno não compreendeu a regra, pois não a praticou conforme lhe tinha ensinado. Feito isso o professor diz: veja o que você está fazendo, e o aluno, possivelmente, dirá: sim! Não está correto? Eu pensei que deveria fazer isso. Wittgenstein destacou a palavra pensei, proferida pelo aluno ao ser questionado pelo professor, e, desse modo, ele parece sugerir que o erro do aluno foi justamente pensar e, com isso, esqueceu-se de olhar para como a regra, ensinada pelo professor, é utilizada por todos, (IF, 185): Esse caso seria semelhante ao caso de uma pessoa que, por natureza, reagisse a um gesto de apontar com a mão, olhando, na direção que vai da ponta do dedo para o pulso ao invés de olhar na direção da ponta do dedo para fora. A compreensão não é uma teoria ou a explicação de um processo mental, mas, ao contrário, é uma prática. Imaginemos a seguinte situação: é ensinado a um indivíduo o processo de construção de uma casa. Com a aprendizagem, ele passa a saber as etapas básicas para a construção de qualquer residência: a fundação, o alicerce, o levantamento, a cobertura, o acabamento, etc.. Feito isso, tal indivíduo é submetido a um teste prático, em que se verificará a sua compreensão, se ele aprendeu e sabe de fato a construir uma casa. É nesse momento que veremos se ele domina a técnica ensinada. Com esse exemplo, queremos mostrar a correta aplicação linguística da palavra compreensão. Essa palavra não está associada com o ter em mente, e sim com a capacidade para aplicarmos corretamente uma palavra. Ou seja, compreender uma palavra remete a sua correta aplicação prática. Pois o critério para a verificação da compreensão de uma regra é a sua aplicação. Como temos no 146, das Investigações, a aplicação permanece um critério da compreensão. Mais uma vez nas Investigações, no 150, Wittgenstein afirma que: é evidente que a gramática da palavra saber goza de estrito parentesco com a gramática das palavras poder, ser capaz. Mas também com a gramática da palavra compreender, ao passo que no 187, Wittgenstein afirma que não podemos nos deixar enganar pela gramática das palavras ter em mente e saber, pois elas não são correlatas. Nesse sentido, dizer agora sei, agora sou capaz e 7

8 agora compreendo (IF 151) é expressar um saber e não algo que temos em mente. No 190 é posto que ter em mente uma formula do tipo x=y² significa apenas que usamos essa formula constantemente porque fomos educados e treinados desde muito cedo para usá-la. Qual o critério para o modo como se tem a formula em mente? Talvez o modo como a usamos constantemente, o modo como nos foi ensinado a usá-la (IF 190). Portanto, vemos que a compreensão de uma regra linguística e a sua correta aplicação obedecem a critérios públicos e externos que podem ser aprendidos e, por conseguinte, praticados. A compreensão de uma palavra é vista no modo como o falante a utiliza. Para saber se um indivíduo compreendeu as regras linguísticas da palavra vermelho, basta ver como ele a usa. Por exemplo, se ele apontar para uma toalha azul e disser vermelho, então, veremos que ele não compreendeu as regras linguísticas dessa palavra ou talvez ele tenha uma doença ocular. Ao corrigi-lo, ele poderá justificar dessa maneira: é que a ideia de vermelho que tenho em mente parece com a cor (azul) da toalha. Porém, podemos adverti-lo com a seguinte resposta: acontece que esse não é o critério de compreensão da palavra vermelho, não é assim que a usamos, e, além disso, não nos interessa a ideia de vermelho presente na sua mente, pois ela não representa o significado da palavra vermelho 7. A compreensão, portanto, das regras de uma determinada palavra sempre nos deve remeter ao uso que dela fazemos em um determinado contexto. Gramática, regras, jogos de linguagem e significado são interdependentes. Compreender uma palavra corresponde necessariamente a sua correta aplicação em seu contexto de utilização. É no contexto que a palavra tem vida, nele ela é utilizada, ela tem uma função, ela corresponde a uma prática. Na concepção mentalista da linguagem, como as regras linguísticas não eram instituídas, a sua aplicação sempre dependeria de uma interpretação. É como se existisse uma espécie de ponte entre a regra linguística e a sua aplicação. Porém, pensar desse modo trazia complicações. Pois se entre a regra e a sua 7 WITTGENSTEIN, Ludwig. O Livro Azul. Lisboal: Edições 70, 2008, p. 29: poderia pensar-se, que um tal modelo do espírito teria de ser muito complicado e intricado, de modo a explicar as atividades mentais observadas; e por este motivo poderíamos considerar o espírito como um meio de uma espécie singular. Mas este aspecto do espírito não nos interessa. 8

9 aplicação sempre fosse preciso uma interpretação é lógico pensar que toda interpretação, por sua vez, dependeria de outra interpretação e, assim, de modo sucessivo e infinito 8. Devido a esse inconveniente, argumenta Wittgenstein: toda interpretação juntamente com o que é interpretado está suspenso no ar não pode servi-lhe de suporte (IF 198). Ou seja, entre a regra linguística e sua correta aplicação, não podemos pressupor uma ponte construída por uma interpretação. Caso isso fosse aceito, as palavras correto e incorreto perderiam seu significado, porque a aplicação da regra estaria sujeita a qualquer tipo de interpretação. (IF 199): No entanto, seguir uma regra é um costume, uma prática, um hábito O que denominamos seguir uma regra é algo que apenas um homem poderia fazer apenas uma vez na vida?-trata-se, naturalmente, de uma observação para a gramática da expressão seguir a regra. Não é possível um único homem ter seguido uma regra uma única vez. Não é possível uma única comunicação ter sido feita, uma única ordem ter sido dada ou entendida uma única vez, etc.-seguir uma regra, fazer uma comunicação, dar uma ordem, jogar uma partida de xadrez, são hábitos (usos, instituições). Wittgenstein refuta que seja preciso a existência de uma ponte entre a regra linguística e a sua correta aplicação. As regras linguísticas são semelhantes a uma placa de orientação (IF 198). Quando estamos em viajem, por exemplo, e nos deparamos com a seguinte placa:, que neste caso significa proibida a ultrapassagem: será necessária, nessa ocasião, para a correta aplicação dessa 8 WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações Filosóficas. 6ª ed. Petrópolis: Vozes, 2009, 201: Nosso paradoxo era o seguinte: uma regra não poderia determinar um modo de agir, dado que todo modo de agir deve poder concordar com a regra. A resposta: se todo modo de agir deve poder concordar com a regra, então deve poder contradizê-la também. Por conseguinte, não haveria aqui nem concordância nem contradição. Que haja aqui um equívoco, mostra-se já no fato de que colocamos nesta ordem de ideias uma interpretação atrás da outra; como se cada interpretação nos tranquilizasse ao menos por um instante até pensarmos numa outra interpretação, que por sua vez está por trás desta. Com isso mostramos, a saber, que há uma concepção de regra que não é uma interpretação; mas que se exprime, de caso para caso da aplicação, naquilo que denominamos seguir a regra e transgredi-la. Por isso, existe uma tendência de dizer: todo agir de acordo com a regra é uma interpretação. No entanto, dever-se-ia denominar interpretar somente: substituir uma expressão da regra por outra expressão. 9

10 regra de transito uma interpretação? Obviamente que não, para seguir corretamente essa placa de orientação, basta lembra-se das aulas teóricas que obrigatoriamente participa-se para aquisição da habilitação de motorista, onde se ensina a aplicar as regras de trânsito. Seguir a placa acima não é uma prática isolada, privada e que se faz uma vez ou outra. Pelo contrário, seguir as normas de trânsito é uma prática comum, publica e que fazemos constantemente, pois aprendemos assim. Conforme Wittgenstein, [...] alguém só se orienta por uma placa de orientação na medida em que houver um uso contínuo, um costume (IF 198). As regras linguísticas são expressões de certa regularidade nas ações humanas. Um indivíduo não tem total liberdade para construir palavras para significar ideias a seu bel-prazer, e nem mesmo aplicá las conforme o seu agrado. Wittgenstein afirma que a palavra concordância e a palavra regra são parentes, são primas. Se ensino a alguém o uso de uma, com isso ele aprende também o uso da outra (IF 224), e ainda o emprego da palavra regra está entretecido com o emprego da palavra igual. (Tal como o emprego de proposição com o emprego de verdadeiro ) (IF 225). O problema da interpretação de regras linguísticas consiste em pressupor que exista uma terceira coisa que fundamente a conexão entre a regra e a sua aplicação. Na concepção mentalista da linguagem essa terceira coisa chamase imagem mental ou ideia. Por meio dela a palavra recebia a sua correta aplicação. Nesse sentido, por exemplo, é como se a palavra vermelho tivesse várias interpretações e, por conseguinte, aplicações diferentes, todas referentes a imagem mental em que corresponde-se. No entanto, para o segundo Wittgenstein, a imagem mental não é o critério para a correta aplicação e utilização da palavra vermelho. Quando um indivíduo ensina uma criança a utilizar a palavra vermelho, certamente, ele não pergunta sobre a imagem mental dela. Ou seja, não há uma linguagem interna que represente o significado da linguagem externa. Na maneira em que usamos a palavra vermelho está dado as regras e a correta aplicação. No 241, Wittgenstein mostra que a linguagem humana está enraizada em sua forma de vida, em suas práticas cotidianas. Há uma conexão entre as regras linguísticas e as ações humanas que estabelecem a correta aplicação, (IF ): 10

11 Por isso, seguir uma regra é uma prática. E acreditar seguir a regra não é: seguir uma regra. E por isso não se pode seguir a regra privatium, porque, do contrário, acreditar seguir a regra seria o mesmo que seguir a regra. Do modo como as coisas estão, posso p.ex., inventar um jogo jamais jogado por alguém.- mas seria possível também o seguinte: A humanidade nunca jogou nenhum jogo; certa ocasião, porém, alguém inventou um jogo, -que todavia jamais foi jogado?. 11

12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SCHMITZ, François. Wittgenstein. São Paulo: Estação Liberdade, WITTGENSTEIN, LUDWIG. Investigações Filosóficas. 6ª ed. Petrópolis: Vozes,

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